Washington - Angola foi o país do mundo que mais cresceu económicamente na ultima década, revela um estudo da conceituada revista britânica Economis
O estudo diz ainda que outro país lusófono, Moçambique, se encontra na lista das 10 economias mundiais que mais cresceram nesse mesmo período.
Com efeito, se muito se fala do acordar dos gigantes que são ao China, Brasil, India e Rússia o estudo do Economist é surpreendente não só pelo facto de Angola estar no topo da tabela mas também pelo facto de que na lista das 10 economias de maior crescimento na ultima década seis serem países africanos.
Angola aparece no topo da tabela com um crescimento entre 2001 e 2010 de 11,1 por cento, superior á China que registou no mesmo período um crescimento de 10,5 por cento.
Moçambique surge no oitavo lugar com um crescimento de 7,9 por cento o mesmo que o registado no Chad que está em sétimo.
O notável nessa lista é que ao contrário do que se possa pensar não são países asiáticos que dominam a lista mas sim africanos. Da lista das 10 economias de maior crescimento seis são de países africanos, algo que é mais notável se se tiver em conta que na década anterior apenas um país africano (Uganda) fazia parte da lista.
Na ultima década o crescimento real do PIB de África foi de 5,7 por cento superior ao da América Latina com 3,3 por cento.
O Economist diz que entre 2011 e 2015 sete países africanos deverão estar na lista de 10 países com maior crescimento económico. Angola não aparece nessa projecção mas Moçambique está em quarto lugar com uma projecção de crescimento de 7,7 por cento.
Claro está que crescimento do PIB não é tudo. Ao fim e ao cabo, como disse uma economista, não se come o Produto Interno Bruto e se em 1980 os africanos tinham um rendimento médio quatro vezes maior do que os chineses hoje os chineses são três vezes mais ricos que os africanos. O crescimento populacional também afecta o crescimento real per capita do Produto Interno Bruto mas mesmo assim, diz o Economist, esse crescimento foi de três por cento desde o ano 2000.
Em termos globais há que perspectivar que a economia de África é minúscula representando apenas dois por cento da produção mundial.
O estudo do Economist faz no entanto notar que devido a esse atraso o crescimento de África não é de surpreender, tendo o que diz ser “mais potencial de crescimento”. O estudo faz salientar a melhor administração das economias em muitos países africanos que beneficiaram também de grandes investimentos da China e do aumento dos preços das matérias primas. Mas, diz o Economist, em vez de esbanjarem o dinheiro como aconteceu no passado governos como os de Moçambique e Tanzânia pouparam dinheiro o que amorteceu o efeito da crise nas suas economias.
O Fundo Monetário Internacional disse entretanto que as perspectivas de África para este ano são boas.
Num estudo o FMI diz ainda que Cabo Verde, Moçambique e São Tomé estão entre os países africanos que no período entre 1996 e 2008 registaram um aumento de rendimento per capita acima de dois por cento.
O FMi sublinha que as necessidades de África continuam a ser enormes. A África sub saharina precisa de 93 mil milhões de dólares anuais em financiamento e pelo menos um terço dessa quantia não encontra financiamento.
Con VOA