quinta-feira, setembro 15, 2011

Angola/Economia: Odebrecht ganha gestão das lojas ‘Nosso Super’

Nas contas de responsáveis do Executivo o projecto comercial ‘Nosso Super’ já estava praticamente falido e, por isso, haveria que contar com a participação do sector privado para a sua revitalização. Este momento parece ter chegado com a entrada da Odebrecht na gestão destas lojas.

A Odebrecht terá obtido, recentemente, a gestão da rede de supermercados “Nosso Super”, soube O PAÍS de trabalhadores afectos à empresa.

Segundo a fonte deste jornal, o contrato de passagem da titularidade da gestão das lojas já terá sido negociado com êxito entre esta empresa brasileira e o Ministério do Comércio.

A fonte acrescentou que responsáveis da multinacional brasileira, que até aqui actuaram como auxiliares na gestão do projecto, já mantiveram um encontro com a ministra do Comércio, Idalina Valente, para a abordagem de aspectos relacionados com a situação dos trabalhadores.

Os estaleiros do Nosso Super, em Viana, segundo a fonte, já estão sob a responsabilidade da Odebrecht.

“A Odebrecht já tem autorização para indemnizar os trabalhadores excedentários e contratar novos trabalhadores”, disse a fonte deste jornal, para quem “é necessário salvaguardar os interesses das pessoas que durante muito tempo se mantiveram a trabalhar para o sucesso do projecto”, entretanto tecnicamente falido.

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Além dos problemas evocados relacionados com a incapacidade de absorção da produção nacional, reconhecidos pelas autoridades angolanas, a fonte não afastou a hipóteses de uma alegada má gestão como causa da falência do projecto.

Informações postas a circular inicialmente davam como certa a entrada da empresa portuguesa Continente em associação com o grupo angolano Condis, detendo cada uma respectivamente, 49 e 51 por cento da sociedade comercial.

O PAÍS apurou de uma fonte que a empresa portuguesa se terá retirado do negócio por, alegadamente a rede de conservação dos produtos não se enquadrar na filosofia de trabalho do Continente.

Era intenção da Continente construir uma rede de 12 hipermercados, iniciando nas cidades do Luanda, Huambo, Benguela, Lobito, Cabinda e Lubango.

“POUPA LÁ” NÃO É POUPADA

Na mesma senda estão, igualmente, as lojas “Poupa Lá”, sob gestão da liderança do projecto ‘Nosso Super’ que deverão passar também para uma gestora privada ainda no decurso deste ano.

A fonte disse que concorrem para a assumpção da tutela desta rede comercial de lojas de proximidade a MAXI e a Continental, uma das quais deverá substituir a empresa portuguesa Gestão de Comércio Total (GCT), cujos negócios faliram em Portugal.

A situação destas pequenas lojas pode ser um pouco mais complexa, segundo admitiu a fonte deste jornal, metendo pelo meio o Banco de Poupança e Crédito (BPC) que tem um balcão em cada uma delas.

A fonte não pôde precisar o tipo de relação entre a direcção das lojas e o banco, ressaltando tão só o facto de as obras de construção de novas lojas no Kilamba-Kiaxi terem paralisado há muito tempo, por alegada falta de financiamento que estaria a ser assegurado pelo BPC.

Com um capital de 200 mil dólares para construir as lojas “Poupa Lá”, segundo a fonte deste jornal acordou-se com a hipoteca da rede ao Banco de Poupança e Crédito.

Neste caso, também está a ser colocada sobre a mesa a discussão da dispensa de alguns trabalhadores, senão mesmo a maioria, e a resolução da dívida acumulada durante a gestão da GCT.

A concretizar-se este cenário, a fonte, que é trabalhadora de uma das lojas ‘Poupa Lá’, diz que “vamos aguardar que nos paguem a devida indemnização e com este dinheiro nós vamos “comprar” outros empregos.

EXECUTIVO HONRA PALAVRA

A considerar pronunciamentos de altos responsáveis do gabinete do chefe do Executivo, esta medida era já uma imposição para recuperar não só os investimentos públicos feitos pelas autoridades angolanas no PRESILD, estimados em dois mil milhões de dólares norte americanos, como também garantir os postos de trabalho. E uma destas medidas, reportando declarações do ministro de Estado e Chefe da Casa Civil, Carlos Feijó, durante um encontro de balanço trimestral das acções do Executivo, era a intervenção do sector privado no negócio.

Esta ideia foi também expressa pela assessora do Presidente da República e Chefe do Executivo para a Área social, Rosa Pacavira, para quem o Estado não pode continuar a fazer tudo sozinho, defendendo a associação deste ao empresariado privado.

Durante uma entrevista ao Semanário Económico, a assessora de José Eduardo dos Santos deixou vincada esta necessidade, dizendo que “temos que ter parcerias público-privadas” e sublinhou que, “naturalmente, a revitalização do ‘Nosso Super’ passa por uma parceria dessas”.

Além de admitir criticamente a cópia decalcada deste projecto de uma realidade exógena, sem atender as condições do mercado e da economia angolanos, a governante enfatizou, de certo modo, a maneira desarticulada como o programa de logística e abastecimento de bens essenciais à população foi conduzido.

Entendido o caso de outro modo, a destituição da direcção do PRESILD, liderada pelo antigo director Gomes Maiato, foi o sinal mais evidente da necessidade de mudança de estratégia na gestão da rede comercial ‘Nosso Super’.

O Executivo angolano aplicou vários milhões de dólares na construção desta rede nacional de lojas que passou a gerir, merecendo muitas críticas de entendidos na matéria económica, por considerarem uma actividade que deveria ser inteiramente assegurada pelo sector privado.


Lojas já fecharam no interior do país

Informações chegadas a esta redacção nos últimos dias dão conta que algumas lojas da rede “Nosso Super” já foram encerradas nas cidades do Lubango, Mbanza-Kongo e Cabinda. Segundo a fonte deste jornal, “os produtos que se achavam a sobrar foram vendidos em hasta pública e a preços de saldo”.

Uma antiga funcionária da loja “Nosso Super” na cidade do Lubango, identificada por Esperança confirmou em declarações a O PAÍS que recebeu, recentemente, a sua carta de despedimento um  dia depois de ter cumprido uma licença de maternidade.

“Disseram-nos que não ha condições para continuar a trabalhar e rometeram uma indemnização”, aclarou.

Disse ainda que todos os trabalhadores despedidos estão a ser submetidos a exames médicos, enquanto aguardam por uma solução.

a fonte reportou informações dos seus superiores que se referem a uma intervenção da Sonangol que deverá devolver a gestão à uma empresa privada.

Nessa ocasião, segundo declarou a O PAÍS, ficou também para ser readmitida nos quadros da empresa, caso seja esse o entendimento dos novos patrões.

Revelou igualmente que esta situação já se arrasta por quase sessenta dias.

O Pais/Eugénio Mateus

quarta-feira, setembro 14, 2011

Angolana Leila Lopes é Miss Universo 2011 – A carga da beleza angolana no mundo (c/ fotos)

Miss Angola, Leila Lopes, coroada Miss Universo, em São Paulo, a 12 de Setembro de 2011. “Sozinha não sou capaz de mudar o mundo, mas tenho a certeza que posso ajudar. A nova Miss Universo afirma que vai usar a “coroa” para ajudar Angola.

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Leila Lopes, de 25 anos de idade, foi coroada Miss Universo, em São Paulo, Brasil.  “Bateu” 88 outras participantes para se tornar na primeira angolana a ganhar o cobiçado título de beleza.

ASSOCIATED PRESS

Após a vitória, na noite de segunda-feira, Leila disse que como Miss Angola já estava a ajudar o seu país, dando como exemplos ajudar as crianças pobres, os idosos e as pessoas infectadas com o VIH, o vírus da SIDA. Acrescentou que tenta fazer tudo para ajudar às necessidades de Angola, e que como Miss Universo poderá fazer ainda muito mais.

"A minha beleza vai ajudar a todos. Vou lutar contra a SIDA, porque este é o principal projeto em Angola", afirmou a Miss, em declarações publicadas pelo portal de Internet "IG".

Primeira angolana a chegar à final do concurso, Leila Lopes contou que ficou muito ansiosa quando passou para a última etapa, na qual são escolhidas apenas cinco modelos de todo o mundo.

ASSOCIATED PRESS

"Angola, muito obrigada por me ter apoiado, acreditado em mim, eu vi as mensagens no Facebook. As pessoas ligavam-me e diziam que havia notícias minhas nos jornais", contou, após ter vencido o concurso.

Leila Lopes atribuiu ao seu sorriso o motivo da vitória, realçando que os seus amigos dizem que quando sorri a sua alegria contagia as pessoas e foi isso que procurou fazer durante a competição.

"Tentei ser a pessoa mais alegre, independentemente de ter problemas. Acho que consegui transparecer isso", declarou.

Leila sucede a Miss Universo 2010, a mexicana Ximena Navarette.

ASSOCIATED PRESS

Após a coroação, respondendo a perguntas dos jornalistas, Leila afirmou nunca se ter submetido a cirurgia estética. As suas três dicas de beleza: Dormir muito, usar protector solar mesmo quando não há sol, e beber muita água. Afirmou que o seu sorriso foi a melhor arma no concurso.

Questionada sobre racismo pelo facto de ser uma das poucas negras coroadas Miss Universo, Leila respondeu: “qualquer racista necessita de procurar ajuda. Não é normal no século XXI pensar dessa forma.”

Leila respondeu com destreza à última pergunta feita às cinco concorrentes finalistas. Perguntaram-lhe que traço físico mudaria se pudesse. Respondeu: “Estou satisfeita com a forma como Deus me criou e não mudaria uma única coisa. Considero-me como uma pessoa com uma beleza interior. A minha família deu-me bons princípios e tenciono segui-los pelo resto da minha vida.”

A Miss Ucrânia, Olesia Stefanko, ficou em segundo assumindo o título de primeira-dama de honor, o que significa que assumirá o título de Miss Universo caso Leila Lopes fique impossibilitada de cumprir com as suas obrigações. A brasileira Priscila Machado foi escolhida para segunda dama de honor, seguida da Miss Filipinas, Shamcey Supsup e de Miss China, ZiLin Luo.

Vamos saber melhor quem é a nova Miss Universo através de uma entrevista publicada recentemente pelo portal da internet www.sapo.ao

Quais são os seus ícones no mundo da moda? Porquê?
Leila Lopes.: Naomi Campbell pela persistência e determinação, pois não deve ter sido fácil alcançar o êxito que é reconhecido até hoje sendo negra! Admiro-a também pela sua beleza e elegância dentro e fora das passerelles.

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O que mais gosta nos angolanos e ingleses?
L.L.: Nos angolanos admiro o orgulho que o povo demonstra em ser angolano, da força, esperança e da alegria de viver.
Já nos ingleses gosto da organização e do ensino que é um dos melhores do mundo.
Viveu quantos anos em Londres? Que o curso que está a seguir?
L.L.: Vivi 4 anos em Londres e estou a estudar Gestão de Empresas.

Como está a ser o lado profissional depois de eleita?
L.L.: O lado profissional vai muito bem graças a Deus. O Comité não só valoriza o talento da Miss como também cria diversos projectos sociais e ainda assim apoia outros projectos apresentados pela Miss. De uma forma geral posso dizer que entre o Comité e a Miss existe um grande intercâmbio de ideias para projectos sociais pois ambas as partes trabalham para minimizar as necessidades dos mais carentes.

ASSOCIATED PRESS

Qual é a rotina que tem que cumprir como Miss Angola? A que horas começa o dia e como é que acaba?
L.L.: Depende muito das minhas actividades, geralmente quando vou fazer alguma actividade fora da cidade, o meu dia começa bem cedo por volta das 7 horas da manhã e termina às 16 horas. Mas quando as actividades são na cidade começo por volta das 9 horas e acaba geralmente mais tarde pois há mais lugares para visitar, reuniões etc.
Quais são as grandes diferenças entre o antes e depois de ser eleita Miss Angola?
L.L.: A maior é com certeza o aumento das responsabilidades. Hoje sinto que em tão pouco tempo amadureci bastante. Conhecer o outro lado do povo angolano fez-me aprender a ver a vida com outros olhos, confesso que estou mais sensível pois tenho visto o que é a pobreza no seu extremo, o que é de partir o coração, mas são essas grandes diferenças que me fortalecem que me dão ideias para junto com o Comité arranjar uma forma de tentar suprir tais dificuldades.

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Em tempos participou num evento na África do Sul em homenagem a Nelson Mandela, em que representava uma musa. Fale-nos dessa experiência?
L.L.: Foi o maior e mais bonito evento de moda que já vi e o meu primeiro desfile internacional. Foi uma experiência maravilhosa, primeiro por ter sido em homenagem ao grande Nelson Mandela e segundo por ter desfilado com uma peça de David Tlale que na minha opinião é o melhor estilista africano da actualidade. Foi um desfile rico com 92 modelos vestidas com peças que retratavam os 92 anos de vida de Nelson Mandela. É sem dúvida histórico pois foi a primeira vez que um estilista usou um monumento (Mandelas’bridge) na África do sul.

Em tão pouco tempo, já foi nomeada a Miss Reino Unido e Miss Angola. O que é que os angolanos podem esperar da sua participação no Miss Universo?
L.L.: Pois é, tem sido tudo muito rápido. Os angolanos podem apostar e torcer bastante pois tenho a certeza de que hei-de saber representar o País condignamente.

ASSOCIATED PRESS

O que sente quando está em palco?
L.L.: Primeiro dá um frio na barriga, mas depois é uma sensação de “poder” e boa disposição que parece até que nasci para tal.
O que é a moda para si?
L.L.: Penso que é a tendência que cada indivíduo adopta numa determinada sociedade, quer seja na forma de se vestir, falar, dançar, etc.
Continua a fazer o que fazia antes de ser Miss?
L.L.: Não tenho feito muito do que fazia antes, pois não há tempo.

Tem-se falado muito sobre a sua descendência. Quer comentar?

L.L.: Infelizmente muitas informações que são publicadas não têm o mínimo senso. Entre elas a minha descendência. Não tenho absolutamente nada de cabo-verdiano, sou 100 por cento angolana, filha, neta e bisneta de angolanos.

ASSOCIATED PRESS

Pode deixar uma mensagem às angolanas que não acreditam que um dia podem chegar a Miss?
L.L.: Se é isso que realmente querem é muito importante que sejam bastante perseverantes pois é um concurso bastante competitivo, onde todas querem ganhar mas apenas uma pode. Por isso aconselho a todas as raparigas que pensam em participar a empenharem-se bastante nos estudos pois acredito que a inteligência é um dos maiores trunfos que uma candidata deve apresentar.

Perfil

Reuters

Nome: Leila Luliana da Costa Vieira Lopes
Idade: 25
Nascida aos: 26-02-86
Signo: Peixes
Natural de: Benguela
Estado Civil: Solteira
O que mais admira no seu parceiro: Inteligência
Uma virtude: Humildade
Um defeito: Teimosia
Livro: O Segredo de Rhonda Byrnes
Filme: “7 Vidas” e “Em Busca da Felicidade”. Ambos com Will Smith
Cantor: Usher
Actor: Will Smith
Viagem: Londres. Ainda a viver em Angola fui de férias e adorei pus logo na cabeça que voltava mas para estudar. Assim foi.
Museu: Museu de História Natural em Londres
Perfume: Madamme de Jean Paul Gaultier.
Música: Vasta lista! Por isso prefiro dizer que ouço de New York de Alicia Keys, a Windeck de Cabo Snoop
Restaurante: Pim’s Alvalade
Fim-de-semana: Benguela
Estilista: Nadir Taty , Dina Simão e David Tlale
Tempos livres: Ler, assistir TV e Internet
Sonho: Realizar-me pessoal e profissionalmente
Programa televisivo: Telejornal, Janela Aberta e Zimbando
Comida: Funge com calulu de carne seca
Uma característica: Muito observadora
Citação preferida: Sozinha não sou capaz de mudar o mundo, mas tenho a certeza que posso ajudar.

 

Miss Angola, Leila Lopes, coroada Miss Universo, em São Paulo, a 12 de Setembro de 2011

Foto: ASSOCIATED PRESS

 

Por: Akanda

terça-feira, setembro 13, 2011

Thomas Steitz, Nobel de Química: A indústria farmacêutica não quer que povo se cure

medicamentos_doentes_eternos O prêmio Nobel de Química 2009, o americano Thomas Steitz, denunciou nesta sexta-feira em Madri o fato de que os laboratórios farmacêuticos não pesquisam antibióticos efetivos e acrescentou que "não querem que o povo se cure".

"Preferem centrar o negócio em remédios que deverão ser tomados durante 'toda a vida'", afirmou Steitz, que opina que "muitas das grandes farmacêuticas fecharam suas pesquisas sobre antibióticos porque estes curam as pessoas.

Pesquisador do Instituto Médico Howard Hughes da Universidade americano de Yale, Steitz assiste em Madri ao Congresso Internacional de Cristalografia (estudo da estrutura ordenada dos átomos nos cristais da natureza).

No caso da tuberculose, Steitz analisou o funcionamento que deveria seguir um novo antibiótico para combater cepas resistentes à doença que surgem, sobretudo, no sul da África.

O cientista comentou em entrevista coletiva que o desenvolvimento deste remédio exige um grande investimento e a colaboração de um laboratório farmacêutico para avançar na pesquisa.

"É muito difícil encontrar um que queira trabalhar conosco, porque para estas empresas vender antibióticos em países como a África do Sul não gera dinheiro e preferem investir em remédios para toda a vida".

Por enquanto, segundo Steitz, estes novos antibióticos são "só um sonho, uma esperança, até que alguém esteja disposto a financiar o trabalho".

Steitz e os espanhóis Enrique Gutiérrez-Puebla e Martín M. Ripoll, do Conselho Superior de Pesquisas Científicas (CSIC), pediram nesta sexta-feira aos países para que invistam mais em ciência. Os cientistas acreditam que a resistência das bactérias aos antibióticos será necessária continuar pesquisando "indefinidamente". EFE

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