Qualquer reflexão sobre o evento é puro exercício de criatividade jornalística. O Mundo de Hóquei é sem sombra de dúvidas a maior vitrina de âmbito internacional que Angola organiza este ano. O nosso país necessita de eventos desta natureza, que constituem oportunidade únicas de promoção do nosso bom nome come terra de direito.
O artigo que se segue é do Jornal (angoportuguês) Sol, dirigido por José António Saraiva.
Estamos juntos!
Projecção, prestígio internacional e promoção do turismo e do desporto juvenil são as principais virtudes apontadas ao Mundial de Hóquei, que ocorre em Luanda e no Namibe de 20 a 28 de Setembro. A menos de dois meses do arranque, ultimam-se as obras nos pavilhões onde as provas vão decorrer. Tudo estará pronto a horas, promete o Executivo.
De acordo com um balanço feito no final da semana passada, à margem da FILDA, pelo Governo angolano, tudo indica que não haverá atrasos nas obras dos dois pavilhões multi-usos que têm estado a ser construídos em Luanda e no Namibe. O nível de execução do da capital, com uma área quase quatro vezes superior ao do Namibe estava a 86%, prevendo-se a sua conclusão para o último dia de Agosto e cerimónia de inauguração logo no início de Setembro.
Mais avançado estava o pavilhão do Namibe – 92% –, onde a meta para dar por findos os trabalhos no terreno é o dia 31 deste mês. Também o pavilhão do Malanje, que vai acolher, de 20 a 25 de Agosto, a já tradicional Taça Zé Du (e que serve de ‘antecâmara’ da prova maior), estava a avançar a bom ritmo: 93% dos trabalhos executados.
Estratégia pública, diz ministro
A escassas semanas do início de um evento desportivo mundial organizado por Angola – o último foi o CAN 2010 –, Executivo e economistas ouvidos pelo SOL são unânimes numa consideração: o campeonato vai custar muito dinheiro, mas o que conta é o retorno em termos de imagem e de potencial turístico, de prestígio lá fora e de aposta na promoção do desporto entre os jovens.
«A edificação dos pavilhões faz parte de uma estratégia para o desenvolvimento da modalidade e do desporto no país», garantiu ao SOL, esta semana, o ministro da Juventude e Desportos, Gonçalves Muandumba. De acordo com o governante, no quadro deste esforço está previsto «construir, reestruturar e modernizar as infra-estruturas desportivas» do território.
Muandumba afirmou que, se não fosse este Mundial, «os pavilhões não seriam erguidos nesta altura», mesmo estando nos planos do Executivo. Mas, tendo em conta o esforço de investimento que está a ser feito, garantiu que o Governo vai «formar mais quadros para melhorar a gestão».
Recurso à dívida ajuda a fazer investimento
O Orçamento Geral do Estado 2013 contempla, no Ministério da Juventude e Desportos, como programa de investimento público, uma verba próxima dos 100 milhões de dólares só para a construção dos dois pavilhões que vão acolher o evento e da infra-estrutura onde se vai disputar a taça em honra do Presidente da República.
O mais caro é o de Luanda: deverá custar 67 milhões de dólares, sendo que a maior parte do investimento será financiado com linhas de crédito.
Para os pavilhões do Namibe e Malanje está contemplada uma verba idêntica: cerca de 14,2 milhões de dólares, dos quais apenas 2,71 milhões serão financiados com recursos ordinários. O resto é dívida.
Além destes custos, estão contemplados 3,50 milhões de dólares para o ‘apetrechamento dos pavilhões multi-usos’ e, nas despesas de funcionamento do Ministério, há uma verba de 18,9 milhões de dólares destinada ao evento. Além de outros investimentos a considera, como melhorias de infra-estruturas, como estradas, aeroportos, forças de segurança, hotelaria.
Mas, quando está em causa uma chance de promover o país e contribuir para a promoção de um valor como o desporto, não deve entrar-se na pura lógica financeira do custo-benefício, defendem os economistas que o SOL ouviu.
Aguinaldo Jaime, ex-presidente da ANIP, não tem dúvidas: «Se a principal consideração fosse o retorno financeiro, provavelmente não se faria nenhuma destas infra-estruturas», afirma o também antigo governador do Banco Nacional de Angola e ministro das Finanças.
Exemplo para os jovens
Este esforço, defende, deve ser «enquadrado na política de relançamento e manutenção de modalidades desportivas, que implica a construção e relançamento de infra-estruturas».
A promoção do desporto, sublinha, é «muito importante», em especial entre os mais jovens. «Deve passar-se a mensagem de que é importante ter um corpo são numa mente sã», afirma Aguinaldo Jaime, que vê ainda virtudes na oportunidade que o Mundial trará «na promoção da imagem do país no exterior, aumentando a sua credibilidade internacional».
Alves da Rocha, director do Centro de Estudos e Investigação Científica da Universidade Católica de Luanda, concorda. «Não sei se houve algum estudo de viabilidade que pudesse antever o retorno económico de um investimento desta natureza, mas penso que os objectivos são mais políticos, uma vez que o evento pode promover a imagem de Angola no estrangeiro», afirma o professor.
«Se os objectivos fossem económicos, certamente estes pavilhões não seriam construídos. A questão do prestígio deve falar mais alto», sublinha, lembrando que, no futuro, os pavilhões desportivos poderão ter utilizações diversas, como os que foram feitos para o CAN 2010.
Eugénio Clemente, director do Instituto de Fomento Turístico, enfatiza o potencial do Mundial na sua área de intervenção, considerando que terá muita importância na imagem do país no estrangeiro. «O ganho inicial é sobretudo a promoção de Angola como destino turístico», diz, considerando que esta mais-valia em termos de marketing «supera o investimento financeiro» realizado pelo Estado.
Mas há outro ponto relevante, acrescenta: «O Mundial incentiva o investimento futuro, privado, porque, correndo tudo bem, pode ajudar alguns empresários indecisos a tirarem dúvidas sobre Angola».
E quanto aos riscos de um evento deste tipo? Eugénio Clemente não os vislumbra. «Não vejo riscos nesta operação: é um desafio».
Bilhetes a preços acessíveis
Os visitantes que o Mundial poderá trazer ao país, mas serão seguramente milhares, incluindo os que vêm com as comitivas e vão encher os hotéis do Namibe e da capital. E muitos mais angolanos vão acorrer aos pavilhões.
A venda de bilhetes deverá arrancar dia 15 de Agosto. De acordo com a organização do evento, haverá preços módicos, para que o acesso aos jogos seja o mais generalizado possível. O preço dos bilhetes deverá rondar os 100 kwanzas (80 cêntimos) nas bancadas normais e 1.000 a 1.500 kwanzas (8 a 12 euros) nos camarotes.
O artigo que se segue é do Jornal (angoportuguês) Sol, dirigido por José António Saraiva.
Estamos juntos!
por FPB | #KAMBASFPB
Projecção, prestígio internacional e promoção do turismo e do desporto juvenil são as principais virtudes apontadas ao Mundial de Hóquei, que ocorre em Luanda e no Namibe de 20 a 28 de Setembro. A menos de dois meses do arranque, ultimam-se as obras nos pavilhões onde as provas vão decorrer. Tudo estará pronto a horas, promete o Executivo.
De acordo com um balanço feito no final da semana passada, à margem da FILDA, pelo Governo angolano, tudo indica que não haverá atrasos nas obras dos dois pavilhões multi-usos que têm estado a ser construídos em Luanda e no Namibe. O nível de execução do da capital, com uma área quase quatro vezes superior ao do Namibe estava a 86%, prevendo-se a sua conclusão para o último dia de Agosto e cerimónia de inauguração logo no início de Setembro.
Mais avançado estava o pavilhão do Namibe – 92% –, onde a meta para dar por findos os trabalhos no terreno é o dia 31 deste mês. Também o pavilhão do Malanje, que vai acolher, de 20 a 25 de Agosto, a já tradicional Taça Zé Du (e que serve de ‘antecâmara’ da prova maior), estava a avançar a bom ritmo: 93% dos trabalhos executados.
Estratégia pública, diz ministro
A escassas semanas do início de um evento desportivo mundial organizado por Angola – o último foi o CAN 2010 –, Executivo e economistas ouvidos pelo SOL são unânimes numa consideração: o campeonato vai custar muito dinheiro, mas o que conta é o retorno em termos de imagem e de potencial turístico, de prestígio lá fora e de aposta na promoção do desporto entre os jovens.
«A edificação dos pavilhões faz parte de uma estratégia para o desenvolvimento da modalidade e do desporto no país», garantiu ao SOL, esta semana, o ministro da Juventude e Desportos, Gonçalves Muandumba. De acordo com o governante, no quadro deste esforço está previsto «construir, reestruturar e modernizar as infra-estruturas desportivas» do território.
Muandumba afirmou que, se não fosse este Mundial, «os pavilhões não seriam erguidos nesta altura», mesmo estando nos planos do Executivo. Mas, tendo em conta o esforço de investimento que está a ser feito, garantiu que o Governo vai «formar mais quadros para melhorar a gestão».
Recurso à dívida ajuda a fazer investimento
O Orçamento Geral do Estado 2013 contempla, no Ministério da Juventude e Desportos, como programa de investimento público, uma verba próxima dos 100 milhões de dólares só para a construção dos dois pavilhões que vão acolher o evento e da infra-estrutura onde se vai disputar a taça em honra do Presidente da República.
O mais caro é o de Luanda: deverá custar 67 milhões de dólares, sendo que a maior parte do investimento será financiado com linhas de crédito.
Para os pavilhões do Namibe e Malanje está contemplada uma verba idêntica: cerca de 14,2 milhões de dólares, dos quais apenas 2,71 milhões serão financiados com recursos ordinários. O resto é dívida.
Além destes custos, estão contemplados 3,50 milhões de dólares para o ‘apetrechamento dos pavilhões multi-usos’ e, nas despesas de funcionamento do Ministério, há uma verba de 18,9 milhões de dólares destinada ao evento. Além de outros investimentos a considera, como melhorias de infra-estruturas, como estradas, aeroportos, forças de segurança, hotelaria.
Mas, quando está em causa uma chance de promover o país e contribuir para a promoção de um valor como o desporto, não deve entrar-se na pura lógica financeira do custo-benefício, defendem os economistas que o SOL ouviu.
Aguinaldo Jaime, ex-presidente da ANIP, não tem dúvidas: «Se a principal consideração fosse o retorno financeiro, provavelmente não se faria nenhuma destas infra-estruturas», afirma o também antigo governador do Banco Nacional de Angola e ministro das Finanças.
Exemplo para os jovens
Este esforço, defende, deve ser «enquadrado na política de relançamento e manutenção de modalidades desportivas, que implica a construção e relançamento de infra-estruturas».
A promoção do desporto, sublinha, é «muito importante», em especial entre os mais jovens. «Deve passar-se a mensagem de que é importante ter um corpo são numa mente sã», afirma Aguinaldo Jaime, que vê ainda virtudes na oportunidade que o Mundial trará «na promoção da imagem do país no exterior, aumentando a sua credibilidade internacional».
Alves da Rocha, director do Centro de Estudos e Investigação Científica da Universidade Católica de Luanda, concorda. «Não sei se houve algum estudo de viabilidade que pudesse antever o retorno económico de um investimento desta natureza, mas penso que os objectivos são mais políticos, uma vez que o evento pode promover a imagem de Angola no estrangeiro», afirma o professor.
«Se os objectivos fossem económicos, certamente estes pavilhões não seriam construídos. A questão do prestígio deve falar mais alto», sublinha, lembrando que, no futuro, os pavilhões desportivos poderão ter utilizações diversas, como os que foram feitos para o CAN 2010.
Eugénio Clemente, director do Instituto de Fomento Turístico, enfatiza o potencial do Mundial na sua área de intervenção, considerando que terá muita importância na imagem do país no estrangeiro. «O ganho inicial é sobretudo a promoção de Angola como destino turístico», diz, considerando que esta mais-valia em termos de marketing «supera o investimento financeiro» realizado pelo Estado.
Mas há outro ponto relevante, acrescenta: «O Mundial incentiva o investimento futuro, privado, porque, correndo tudo bem, pode ajudar alguns empresários indecisos a tirarem dúvidas sobre Angola».
E quanto aos riscos de um evento deste tipo? Eugénio Clemente não os vislumbra. «Não vejo riscos nesta operação: é um desafio».
Bilhetes a preços acessíveis
Os visitantes que o Mundial poderá trazer ao país, mas serão seguramente milhares, incluindo os que vêm com as comitivas e vão encher os hotéis do Namibe e da capital. E muitos mais angolanos vão acorrer aos pavilhões.
A venda de bilhetes deverá arrancar dia 15 de Agosto. De acordo com a organização do evento, haverá preços módicos, para que o acesso aos jogos seja o mais generalizado possível. O preço dos bilhetes deverá rondar os 100 kwanzas (80 cêntimos) nas bancadas normais e 1.000 a 1.500 kwanzas (8 a 12 euros) nos camarotes.