Esta é uma resposta ao comentário que encontra aqui: (África minha terra: Um’África mais africana e repleta de valores africanos em constante confronto com o mundo que muda!)
Caríssimo Sept, creio sem sombra de dúvidas que poderia existir uma África sem tribos, mas não é a minha maior preocupação. A minha minha mais profunda preocupação reside no facto que os africanos perdão os seus valores, sobretudo aqueles ligados a comunidade, as famílias alargadas, a irmandade e outros mais.
Vejo um mundo sem valores, povos que não sabem de onde vêm e nem para aonde vão. Neste momento de post-democracia, os valores da fraternidade são fundamentais, os valores da igualdade, o senso de comunidade. Tudo isto, "África" e os africanos têm no sangue.
A violência tribal, sobretudo em África, é fruto de uma catena de factores historicamente reconhecidos, mas nunca debelados; querendo analisar-los citarei dois factores.
1) Sentimento de pertença e/o filiação
É conhecimento compartilhado que o primeiro factor, numa escala flexível, é o sentimento de filiação ou pertença "doentio" e/o não "evoluído", que na presença de perigos leva os indivíduos a pensarem somente na salvação do grupo de onde provem. Reacção instintiva, as vezes utilitária e até mesmo manipulada. Creio eu, que este seja o principal elemento de perigosidade em matéria de convivência de várias tribos em África.
2) Manipulação estrangeira e gosto profundo do poder
Conhecendo o ponto débil das comunidades africanas, as grandes corporações com interesses nas matérias primas do continente usam a famosa estratégia romana que consiste no "Divide et impera", metem uma tribo contra a outra e o jogo é feito. Doutro lado, muitos africanos quando chegam ao poder se atacam a este e até criam raízes. São naturalmente ajudados por potências estrangeiras com interesses naqueles países, mas não excluem as suas responsabilidades de governação de um povo e das suas riquezas. Sobre este tema poderias escrever livros e livros, porque a tristeza da pobreza em África é cada dia que passa maior.
Voltando ao tema africano, creio que existem várias "Africas", umas complementares e até diferentes das outras. Preservar estas "Áfricas" numa prospectiva global é um programa político que todos os africanistas tinham que defender e promover.
Modernizar África sem cancelar as suas tradições, assim resumiria esta visão. Unir África hoje mais do que nunca é o único caminho que temos para sairmos da pobreza e acabar com o "eterno subdesenvolvimento" que nos caracteriza. O primeiro obstáculo? O poder. Maior parte dos líderes não pensam em ceder o menor poder a organizações regionais, o maior exemplo é a incapacidade da União africana intervir nos vários conflitos que se registam no continente.De qualquer maneira vamos lá chegar porque a estrada já está a ser sulcada. A geração dos nossos pais lutou pela independência colonial e agora pela estabilidade politica e económica, o resto da estrada faremos nós. Quero aqui ousar que a África Unida é questão de poucos anos.
Uma África com mil tradições, mil culturas, mil prospectivas de desenvolvimento.
UMA ÁFRICA DEMOCRÁTICA no tradicional sentido da palavra. Havemos de lá chegar!
Uma África que falará numa só voz, que terá o seu lugar nas melhores organizações mundiais, que garantirá pão, saúde e educação para todos os seus habitantes. Havemos de lá chegar!
Uma África solidária para com os outros povos, como a mãe é com os seus filhos; uma África que assume o seu real lugar na história da humidade. Havemos de lá chegar!
Uma África mãe que ajudará quem procurar re-descobrir as suas raízes e indispensáveis valores de boa convivência.Havemos de lá chegar!
África africana no sentido de África solidaria, África unida no real sentido da palavra, África consciente de si mesma. Uma terra aonde os seus filhos se reconhecem na alteridade e se ajudam a melhorar cada dia que passa. Havemos de lá chegar!
Francisco Pacavira
19 de Junho 2009
Caríssimo Sept, creio sem sombra de dúvidas que poderia existir uma África sem tribos, mas não é a minha maior preocupação. A minha minha mais profunda preocupação reside no facto que os africanos perdão os seus valores, sobretudo aqueles ligados a comunidade, as famílias alargadas, a irmandade e outros mais.
Vejo um mundo sem valores, povos que não sabem de onde vêm e nem para aonde vão. Neste momento de post-democracia, os valores da fraternidade são fundamentais, os valores da igualdade, o senso de comunidade. Tudo isto, "África" e os africanos têm no sangue.
A violência tribal, sobretudo em África, é fruto de uma catena de factores historicamente reconhecidos, mas nunca debelados; querendo analisar-los citarei dois factores.
1) Sentimento de pertença e/o filiação
É conhecimento compartilhado que o primeiro factor, numa escala flexível, é o sentimento de filiação ou pertença "doentio" e/o não "evoluído", que na presença de perigos leva os indivíduos a pensarem somente na salvação do grupo de onde provem. Reacção instintiva, as vezes utilitária e até mesmo manipulada. Creio eu, que este seja o principal elemento de perigosidade em matéria de convivência de várias tribos em África.
2) Manipulação estrangeira e gosto profundo do poder
Conhecendo o ponto débil das comunidades africanas, as grandes corporações com interesses nas matérias primas do continente usam a famosa estratégia romana que consiste no "Divide et impera", metem uma tribo contra a outra e o jogo é feito. Doutro lado, muitos africanos quando chegam ao poder se atacam a este e até criam raízes. São naturalmente ajudados por potências estrangeiras com interesses naqueles países, mas não excluem as suas responsabilidades de governação de um povo e das suas riquezas. Sobre este tema poderias escrever livros e livros, porque a tristeza da pobreza em África é cada dia que passa maior.
Voltando ao tema africano, creio que existem várias "Africas", umas complementares e até diferentes das outras. Preservar estas "Áfricas" numa prospectiva global é um programa político que todos os africanistas tinham que defender e promover.
Modernizar África sem cancelar as suas tradições, assim resumiria esta visão. Unir África hoje mais do que nunca é o único caminho que temos para sairmos da pobreza e acabar com o "eterno subdesenvolvimento" que nos caracteriza. O primeiro obstáculo? O poder. Maior parte dos líderes não pensam em ceder o menor poder a organizações regionais, o maior exemplo é a incapacidade da União africana intervir nos vários conflitos que se registam no continente.De qualquer maneira vamos lá chegar porque a estrada já está a ser sulcada. A geração dos nossos pais lutou pela independência colonial e agora pela estabilidade politica e económica, o resto da estrada faremos nós. Quero aqui ousar que a África Unida é questão de poucos anos.
Uma África com mil tradições, mil culturas, mil prospectivas de desenvolvimento.
UMA ÁFRICA DEMOCRÁTICA no tradicional sentido da palavra. Havemos de lá chegar!
Uma África que falará numa só voz, que terá o seu lugar nas melhores organizações mundiais, que garantirá pão, saúde e educação para todos os seus habitantes. Havemos de lá chegar!
Uma África solidária para com os outros povos, como a mãe é com os seus filhos; uma África que assume o seu real lugar na história da humidade. Havemos de lá chegar!
Uma África mãe que ajudará quem procurar re-descobrir as suas raízes e indispensáveis valores de boa convivência.Havemos de lá chegar!
África africana no sentido de África solidaria, África unida no real sentido da palavra, África consciente de si mesma. Uma terra aonde os seus filhos se reconhecem na alteridade e se ajudam a melhorar cada dia que passa. Havemos de lá chegar!
Francisco Pacavira
19 de Junho 2009