terça-feira, dezembro 30, 2008

Últimas atualizações no acervo: 29/12/2008

Caro(a) Leitor(a) do Projeto Livros Para Todos, bom dia!


Seguem as últimas atualizações em nosso acervo no dia 29/12/2008.

Aproveite a oportunidade e visite também a página de nosso patrocinador:


João Batista Ferreira - O Doce Vermelho das Beterrabas - Apresentando uma técnica segura, em que palavras bem medidas são cuidadosamente combinadas, João Batista Ferreira consegue cruzar em seus contos o racional e o passional, tratando as questões humanas com rara sensibilidade. Este novo título da Coleção Rocinante inaugura uma poética dos sentidos, provocando o leitor a experimentar novas e inusitadas sensações. [...]
Link Para Download: http://www.livrosparatodos.net/livros-downloads/joao-batista-ferreira-o-doce-vermelho-das-beterrabas.html

Sidney Sheldon - O Outro Lado de Mim - Finalmente, o grande mestre da narrativa partilha com o leitor a maior de todas as suas histórias... a da sua vida! Começou como um dos muitos meninos pobres da América mergulhada na Depressão. Aos 17 anos, tentava suicidar-se. Como foi que este menino se transformou no mais traduzido de todos os autores, com mais de 300 milhões de exemplares dos seus livros vendidos em todo o mundo? Como foi que o jovem arrumador numa sala de cinema subiu poucos anos depois a um palco para receber um Oscar d [...]
Link Para Download: http://www.livrosparatodos.net/livros-downloads/sidney-sheldon-o-outro-lado-de-mim.html

Sidney Sheldon - Um Capricho dos Deuses - História de Mary Ashley, jovem e brilhante professora de Assuntos da Europa Oriental na Universidade Estadual do Kansas, EUA, que vê sua vida mudar completamente depois que é designada embaixadora dos Estados Unidos num país da Cortina de Ferro, a Romênia. [...]
Link Para Download: http://www.livrosparatodos.net/livros-downloads/sidney-sheldon-um-capricho-dos-deuses.html


Atenciosamente,

Projeto Livros para Todos
http://www.livrosparatodos.net

---------------------
Atenção: Você está recebendo este e-mail porque se cadastrou em nossa newsletter no dia 21/11/2008 as 09:13:54 através do IP 79.36.233.40. Caso não queira mais receber estas mensagens clique aqui.

segunda-feira, dezembro 29, 2008

MF/News - 29/12/2009 - War Hamas Vs Israel; War in Palestina! Guerra em Palestina! Pictures, Photos, Fotografias

(Afp)
(Afp)

(Ap)
(Ap)

(Ap)
(Ap)

(Ap)
(Ap)




(Afp)
(Afp)

(Ap)
(Ap)


Corriere.it


...!... ...!... ...!... ...!... ...!... ...!... ...!... ...!... ...!... ...!... ...!... ...!... ...!... ...!... ...!...
MF/News
Mondo Futuro News

"Un mondo migliore è possibile"

::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::

Mundo Futuro / Información - http://mfinformacion.blogspot.com/
Mundo Futuro / Notícias - http://mfnoticias.blogspot.com/
World Future / News - http://4wfnews.blogspot.com/
Mondo Futuro / News  - http://4mfnews.blogspot.com/
Monde Avenir/Actualité - http://4mondeavenir.blogspot.com/


MF/News - 29/12/2009 - Guerra in Palestina: Attacco israeliano a Gaza il foto reportage! War in Palestina! Guerra em Palestina! Pictures, Photos, Fotografias

I primi soccorsi ai feriti dopo il massiccio attacco israeliano a Gaza (Reuters)
I primi soccorsi ai feriti dopo il massiccio attacco israeliano a Gaza (Reuters)

Colonne di fumo dagli edifici colpiti (Afp)
Colonne di fumo dagli edifici colpiti (Afp)

(Afp)
(Afp)

(Afp)
(Afp)

(Ap)
(Ap)

(Ap)
(Ap)

Un aereo israeliano (Reuters)
Un aereo israeliano (Reuters)


Corriere.it


...!... ...!... ...!... ...!... ...!... ...!... ...!... ...!... ...!... ...!... ...!... ...!... ...!... ...!... ...!...
MF/News
Mondo Futuro News

"Un mondo migliore è possibile"

::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::

Mundo Futuro / Información - http://mfinformacion.blogspot.com/
Mundo Futuro / Notícias - http://mfnoticias.blogspot.com/
World Future / News - http://4wfnews.blogspot.com/
Mondo Futuro / News  - http://4mfnews.blogspot.com/
Monde Avenir/Actualité - http://4mondeavenir.blogspot.com/


sábado, dezembro 27, 2008

Últimas atualizações no acervo: 26/12/2008

Caro(a) Leitor(a) do Projeto Livros Para Todos, bom dia!


Seguem as últimas atualizações em nosso acervo no dia 26/12/2008.

Aproveite a oportunidade e visite também a página de nosso patrocinador:


Morris Cerullo - A Última Grande Transferência de Riquezas - Todas as grandes transferências de riqueza de Deus começaram com um sonho. José, Moisés, Salomão - todos tiveram um sonho que antecedeu a grande transferência de riqueza de Deus para suas respectivas épocas e vidas. O Dr. Morris Cerullo também teve um sonho - bilhões de almas sendo alcançadas pelo nosso Senhor. É um sonho de evangelismo mundial numa escala jamais imaginada. Um sonho que, sem a interferência sobrenatural de Deus, colapsaria a Igreja do ponto de vista financeiro. Mas não se assus [...]
Link Para Download: http://www.livrosparatodos.net/livros-downloads/morris-cerullo-a-ultima-grande-transferencia-de-riquezas.html

Lady Len - Sou Homem e Amo Outro Homem - Romance gay baseado em fatos reais onde o amor prevalece acima de tudo... Estudos, cultura, riqueza etc. Drama, comédia, tramas que a vida envolve os personagens da história no cotidiano de Dr. Luiz e Marcelo, com Dr. Mateus e Julio! [...]
Link Para Download: http://www.livrosparatodos.net/livros-downloads/lady-len-sou-homem-e-amo-outro-homem.html

Morris Cerullo - Um Espírito Demoníaco (Medo) - Saiba como combater esse espírito demoníaco que controla, domina, possui, oprime, molesta e atormenta 8 entre cada 10 pessoas no mundo de hoje, inclusive nascidos de novo: O MEDO! [...]
Link Para Download: http://www.livrosparatodos.net/livros-downloads/morris-cerullo-um-espirito-demoniaco-medo.html


Atenciosamente,

Projeto Livros para Todos
http://www.livrosparatodos.net

---------------------
Atenção: Você está recebendo este e-mail porque se cadastrou em nossa newsletter no dia 21/11/2008 as 09:13:54 através do IP 79.36.233.40. Caso não queira mais receber estas mensagens clique aqui.

sexta-feira, dezembro 26, 2008

Últimas atualizações no acervo: 25/12/2008

Caro(a) Leitor(a) do Projeto Livros Para Todos, bom dia!


Seguem as últimas atualizações em nosso acervo no dia 25/12/2008.

Aproveite a oportunidade e visite também a página de nosso patrocinador:


Lady Len - Chuva de Rosas - O Diário de um Toureiro Vol. 1 - Lizandro Montiêro famoso toureiro em sua época. Lindo homem de 1,90, 90 kg, branco, cabelos lisos, escuros, olhos verde azulado, dentição branca e perfeita, assediado 24 horas por homens e mulheres mais a sua irmã Marita que no decorrer da história se amam intensamente passando a viver como marido e mulher em outro país tendo um casal de filhos. Bissexual viveu muitas aventuras com lindos homens amando somente uma vez na vida um Rei sueco, eles viveram juntos por seus dias na França mantendo sua [...]
Link Para Download: http://www.livrosparatodos.net/livros-downloads/lady-len-chuva-de-rosas-o-diario-de-um-toureiro-vol-1.html

Lady Len - Chuva de Rosas - O Diário de um Toureiro Vol. 2 - Lizandro Montiêro famoso toureiro em sua época. Lindo homem de 1,90, 90 kg, branco, cabelos lisos, escuros, olhos verde azulado, dentição branca e perfeita, assediado 24 horas por homens e mulheres mais a sua irmã Marita que no decorrer da história se amam intensamente passando a viver como marido e mulher em outro país tendo um casal de filhos. Bissexual viveu muitas aventuras com lindos homens amando somente uma vez na vida um Rei sueco, eles viveram juntos por seus dias na França mantendo sua [...]
Link Para Download: http://www.livrosparatodos.net/livros-downloads/lady-len-chuva-de-rosas-o-diario-de-um-toureiro-vol-2.html

Lady Len - Chuva de Rosas - O Diário de um Toureiro Vol. 3 - Lizandro Montiêro famoso toureiro em sua época. Lindo homem de 1,90, 90 kg, branco, cabelos lisos, escuros, olhos verde azulado, dentição branca e perfeita, assediado 24 horas por homens e mulheres mais a sua irmã Marita que no decorrer da história se amam intensamente passando a viver como marido e mulher em outro país tendo um casal de filhos. Bissexual viveu muitas aventuras com lindos homens amando somente uma vez na vida um Rei sueco, eles viveram juntos por seus dias na França mantendo sua [...]
Link Para Download: http://www.livrosparatodos.net/livros-downloads/lady-len-chuva-de-rosas-o-diario-de-um-toureiro-vol-3.html

Karl Weissmann - O Hipnotismo - Psicologia, Técnica e Aplicação - Este livro, o primeiro que se publica no gênero em nosso país, não se limita à hipnose médica ou odontológica ou a qualquer outro setor especializado. É um tratado de hipnotismo em geral. Mostra o que é a hipnose, quais suas aplicações e ensina realmente a hipnotizar. Lê-lo, portanto, é aprender com um dos maiores, senão o maior hipnotizador contemporâneo e entrar em contato com um psicólogo de sua época. [...]
Link Para Download: http://www.livrosparatodos.net/livros-downloads/karl-weissmann-o-hipnotismo-psicologia-tecnica-e-aplicacao.html


Atenciosamente,

Projeto Livros para Todos
http://www.livrosparatodos.net

---------------------
Atenção: Você está recebendo este e-mail porque se cadastrou em nossa newsletter no dia 21/11/2008 as 09:13:54 através do IP 79.36.233.40. Caso não queira mais receber estas mensagens clique aqui.

quinta-feira, dezembro 25, 2008

ZP081225

ZENIT

O mundo visto de Roma

Serviço diario - 25 de dezembro de 2008



SANTA SÉ
Na noite de Natal, Papa se faz porta-voz das crianças
Espírito de Natal salvará a humanidade, diz Papa
Diante da crise, Bento XVI apresenta um Natal de solidariedade
Bento XVI prepara sua peregrinação à Terra Santa
Uma família ao redor do Papa no Natal

MUNDO
Natal em Belém: patriarca de Jerusalém pede reconciliação

ENTREVISTAS
A ONU e a ameaça aos direitos humanos

DOCUMENTAÇÃO
Mensagem de Natal de Bento XVI
Homilia de Bento XVI na noite de Natal

MENSAGEM AOS LEITORES
Zenit regressa em 1º de janeiro



ANÚNCIOS
DVD: "Tu és Pedro - Bento XVI e as Chaves do Reino" - Edição especial
LIVRO: "João Paulo II Peregrino do Mundo"


Santa Sé

Na noite de Natal, Papa se faz porta-voz das crianças

«Em cada criança há uma reverberação do menino de Belém»

CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 25 de dezembro de 2008 (ZENIT.org).- Bento XVI se fez porta-voz do sofrimento das crianças maltratadas em sua homilia pronunciada durante a Missa do Galo na basílica de São Pedro, no Vaticano.

Em um templo cheio de fiéis romanos e peregrinos dos cinco continentes, o pontífice dedicou sua homilia ao mistério do Natal. 

Deus desceu ao fazer-se criança, recordou, assumindo «inclusive até a miséria do estábulo, símbolo de toda necessidade e estado de abandono dos homens».

«Deus desce realmente. Torna-Se criança, colocando-Se na condição de dependência total, própria de um ser humano recém-nascido», assegurou. Entre aqueles que o escutavam, se encontravam na primeira fila os embaixadores acreditados na Santa Sé.

«O Criador que tudo sustenta nas suas mãos, de Quem todos nós dependemos, faz-Se pequeno e necessitado do amor humano. Deus está no curral»,  continuou meditando na missa, que começou à meia-noite.

Agora, para o Papa, esta contemplação do Natal implica importantes consequências para a atualidade.

«Em cada criança há uma reverberação do menino de Belém. Cada criança reclama nosso amor», constatou.

Por isso, convidou os fiéis a dirigirem seu pensamento àquelas «crianças a quem se nega o amor dos pais».

Recordou também os «meninos da rua que não têm o dom de um lar doméstico; nas crianças que são brutalmente usadas como soldados e feitas instrumentos da violência, em vez de poderem ser portadores da reconciliação e da paz».

Não esqueceu tampouco «as crianças que, através da indústria da pornografia e de todas as outras formas abomináveis de abuso, são feridas até ao fundo da sua alma».

O Menino de Belém, disse, continua convertendo-se também hoje em «um renovado apelo que nos é dirigido para fazermos tudo o que for possível a fim de que acabe a tribulação destas crianças; para fazermos tudo o que for possível a fim de que a luz de Belém toque os corações dos homens».

«Somente através da conversão dos corações, somente através de uma mudança no íntimo do homem se pode superar a causa de todo este mal, pode ser vencido o poder do maligno», assegurou.

E insistiu: «somente se mudarem os homens é que muda o mundo e, para os homens mudarem, precisam da luz que vem de Deus, daquela luz que de modo tão inesperado entrou na nossa noite».

top


Espírito de Natal salvará a humanidade, diz Papa

Mensagem ao enviar a benção «urbi et orbi»

CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 25 de dezembro de 2008 (ZENIT.org).- Em sua mensagem de Natal, Bento XVI apresentou ao mundo a autêntica solidariedade que o Menino Jesus trouxe, pois do contrário o próprio futuro da humanidade ficaria em perigo.

«Se cada um pensar só nos próprios interesses, o mundo não poderá senão caminhar para a ruína», afirmou falando do balcão da basílica vaticana, antes de felicitar o mundo em 64 idiomas e de enviar a benção «urbi et orbi» (à cidade de Roma e ao mundo). 

Escutavam o Papa milhares de peregrinos que enchiam a praça de São Paulo em um meio-dia muito nublado. Milhões de pessoas pelo mundo seguiram o acontecimento pela televisão, rádio ou internet.

Sua mensagem se converteu em uma meditação sobre o mistério do Natal, à luz dos dramáticos acontecimentos da atualidade.

Pediu que brilhe a luz do Natal «e encoraje todos a fazerem a própria parte, com espírito de autêntica solidariedade.». Em particular, disse, «onde a dignidade e os direitos da pessoa humana são espezinhados; onde os egoísmos pessoais ou de grupo prevalecem sobre o bem comum».

Pediu que se leve a luz do Natal ali «onde se corre o risco de habituar-se ao ódio fratricida a à exploração do homem pelo homem; onde lutas internas dividem grupos e etnias e dilaceram a convivência».

Apresentou a mensagem de Natal ali «onde o terrorismo continua a percutir; onde falta o necessário para sobreviver; onde se olha com apreensão para um futuro que se vai tornando cada vez mais incerto, mesmo nas Nações do bem-estar».

O Papa implorou para que «a Luz divina de Belém se difunde pela Terra Santa, onde o horizonte parece tornar-se a fazer escuro para os israelitas e os palestinianos».

Que a mensagem do Natal, seguiu desejando, «se propague no Líbano, no Iraque e em todo o Oriente Médio».

«Torne fecundos os esforços de quantos não se resignam com a lógica perversa do conflito e da violência e privilegiam pelo contrário o caminho do diálogo e das negociações para se harmonizar as tensões internas nos diversos Países e encontras soluções justas e duradouras para os conflitos que atormentam a região».

Seu olhar se deteve de maneira particular no continente africano.

Em particular, se fez porta-voz dos habitantes do Zimbábue, «oprimidos há demasiado tempo por uma crise política e social que, infelizmente, continua a agravar-se, coma também os homens e as mulheres da República Democrática do Congo, especialmente na martirizada região do Kivu, do Darfour, no Sudão, e da Somália, cujos infindáveis sofrimentos são uma trágica consequência da falta de estabilidade e de paz».

A Luz do Menino Deus que traz no Natal, disse, «por esta Luz esperam sobretudo as crianças dos países referidos e de todo os outros em dificuldade, a fim de que seja devolvida a esperança ao seu futuro».

top


Diante da crise, Bento XVI apresenta um Natal de solidariedade

Para que volte a difundir-se a esperança, deseja

CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 25 de dezembro de 2008 (ZENIT.org).- Em um Natal caracterizado pelo contexto social da crise econômica, Bento XVI pediu mais solidariedade entre famílias e comunidades. 

Foi a indicação que deixou após pronunciar sua mensagem de Natal do balcão da Basílica vaticana, ao começar sua felicitação em 64 idiomas. 

Começou falando em italiano para desejar que «a grande festa do nascimento de Cristo seja fonte de luz e confiança para a vida de todos».

«Em nosso tempo, caracterizado por uma considerável crise econômica, que o Natal possa ser uma ocasião para uma maior solidariedade entre as famílias e as comunidades», desejou.

«Que da pobre e humilde gruta de Belém se difunda por toda parte a luz da esperança evangélica e ressoe o anúncio de que ninguém é alheio ao amor do Redentor», desejou.

O Papa, que saudou em idiomas como o hebraico, aramaico, árabe, ou o guarani, acrescentou nesta ocasião uma saudação em islandês, a língua que se fala em um dos países do mundo mais afetados pela crise.

A resposta ao Papa das palavras em espanhol foram as mais barulhentas. Bandeiras mexicanas e espanholas deram cor ao encontro.

«Feliz Natal! Que a Paz de Cristo reine em vossos corações, nas famílias e em todos os povos», desejou o bispo de Roma em espanhol.

Em língua portuguesa, o pontífice disse: «Feliz Natal para todos, e que a Luz de Cristo Salvador ilumine os vossos corações de paz e de esperança».

top


Bento XVI prepara sua peregrinação à Terra Santa

Abrindo espaço para a paz, em meio a novas ameaças

CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 25 de dezembro de 2008 (ZENIT.org).- Bento XVI, que deverá peregrinar à Terra Santa no próximo mês de maio, pediu repetidamente neste Natal pela paz nessa região. 

Durante a Missa do Galo, na Basílica de São Pedro, o pontífice dedicou uma passagem de sua homilia ao povo de Belém e ao país «no qual Jesus viveu e que tanto amou». 

«Roguemos para que ali se faça a paz – exortou –. Que cessem o ódio e a violência. Que se abra o caminho da compreensão recíproca, se produza uma abertura dos corações que abra as fronteiras».

«Que venha a paz que cantaram os anjos naquela noite», afirma.

Ao apresentar sua mensagem de Natal à imprensa, sua beatitude Fouad Twal, patriarca latino de Jerusalém, anunciou a intenção do Papa de visitar a Jordânia, Israel e os territórios palestinos no próximo mês de maio.

O pontífice voltou a falar da terra de Jesus durante sua mensagem natalina, pronunciada perante os milhares de peregrinos que enchiam a praça de São Pedro.

«Que a luz divina de Belém se difunda na Terra Santa, onde o horizonte parece voltar a escurecer para israelenses e palestinos», afirmou.

Pouco depois felicitava pelo Natal falando tanto em árabe como em hebraico.

top


Uma família ao redor do Papa no Natal

Ambiente na praça de São Pedro durante a benção papal

CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 25 de dezembro de 2008 (ZENIT.org).- Os peregrinos respiraram um ar de família em torno do Papa Bento XVI quando ele pronunciou sua mensagem de Natal na praça de São Pedro. 

Grupos de escoteiros, religiosos, turistas, imigrantes ou romanos vestidos de festa se congregaram na praça de São Pedro sob um céu nublado esta manhã para receber a benção do pontífice enviada do balcão da basílica vaticana. 

A jovem mexicana Isabel Aguirre disse a Zenit que participar na benção «urbi et orbi» (à cidade de Roma e ao mundo)  é «uma experiência que nunca pensei viver».

A temperatura era agradável, cerca de dez graus, apesar das nuvens esconderem o sol.

«Sempre vivi este momento pela televisão e me comoveu ver de tão perto o vigário de Cristo na terra, estar tão perto de Deus: um homem de tanta oração, e tão inteirado do que acontece no mundo», explica a jovem acompanhada por outros peregrinos mexicanos que se destacaram pelo entusiasmo.

«Ao saudar-nos em tantos idiomas, fez da família católica uma grande família», acrescenta Isabel.

Também é mexicano o senhor José Romano, pai de um dos 49 sacerdotes legionários de Cristo (Francisco Javier) que foram ordenados em 20 de dezembro, e também é a primeira vez que podia viver o Natal junto do Papa.

«Nunca imaginei que podia ter pessoas de tantas nacionalidades», reconhece, confirmando esse sentido de pertença a uma família mundial, depois de ter vivido emoções únicas em sua vida, «desde a ordenação de meu filho até a benção do Papa».

Uma jovem, Loreta, do Chile, havia participado também da missa do Galo, presidida pelo Papa na Basílica de São Pedro.

Também ela pela primeira vez pôde vir a Roma no Natal e reconhece que «estar aqui transforma o ponto de vista. Não é como na televisão. Esta benção me chega muito profundamente porque estou grávida».

«Hoje se juntaram todas as emoções – reconhece –. Na missa, encantou-me a homilia, pois fala das crianças, de sua situação, e nos faz ver que Cristo é um Deus vigilante».

Quando o Papa saudou em espanhol, recebeu o aplauso mais sonoro. Loreta reconhece: «É lindo ver que os hispânicos são fortes dentro da Igreja».

Ao italiano Giovanni Daminelli o que mais tocou da mensagem natalina do Papa foi sua recordação do «sofrimento na África, porque ali há muita fome, e nós tentamos ajudar», diz, explicando seu compromisso voluntário.

O Papa pediu paz para o Zimbábue, a República Democrática do Congo, Sudão e Somália, «cuja interminável tribulação é uma trágica consequência da falta de estabilidade e de paz».

Uma religiosa espanhola, Mercedes, Escrava de Maria, vive em Roma há 18 anos e nunca perde este momento.

«É quase uma obrigação, uma experiência de graça, e agradeço porque há muitos que não podem vir», afirma.

«Deus veio ao nosso encontro e nos mostrou seu rosto, rico de graça e de misericórdia. Que sua vinda não seja em vão», disse o Papa para esta pequena família de mais de um bilhão de católicos do planeta.

top


Mundo

Natal em Belém: patriarca de Jerusalém pede reconciliação

Missa de Natal presidida por sua beatitude Fouad Twal

BELÉM, quinta-feira, 25 de dezembro de 2008 (ZENIT.org).- No Natal mais festivo vivido por Belém nos últimos oito anos, sua beatitude Foaud Twal, patriarca latino de Jerusalém, pediu reconciliação para que a paz regresse à Terra Santa.

Na missa da noite de Natal na igreja franciscana de Santa Catarina, a poucos metros do lugar onde, segundo a tradição, Jesus nasceu, o patriarca de 68 anos, recentemente nomeado por Bento XVI, apresentou o perdão como mensagem cheia de atualidade que o Menino Deus deixa no final de 2008.

«As lágrimas das viúvas e das crianças se misturam com o ruído dos canhões e das armas, nos partem o coração e rompem o silêncio da Gruta e do Presépio», denunciou na homilia.

Na celebração eucarística participaram o presidente da Autoridade Palestina, Abu Mazen, e representantes muçulmanos e de outras confissões cristãs, assim como membros do corpo diplomático.

O entusiasmo geral, alentado pela maior afluência de peregrinos desde que começou a Intifada, em 2000, se via desafiado não muito longe pela violência que continuava em Gaza, a 70 quilômetros.

Enquanto em Belém se lançavam fogos de artifício, extremistas disparavam bombas contra comunidades israelenses, obrigando os residentes a buscar proteção em refúgios contra bombas.

O patriarca assegurou que o Menino Jesus vem trazer para a Terra Santa o presente mais urgente: «a paz, que perdemos e que nos resignamos a perder; a mútua caridade que já não existe, até o ponto de desaparecer inclusive de nosso vocabulário; o respeito e a dignidade que frequentemente foram escarnecidas pelos maus-tratos, os insultos e o sangue».

«Aquele que ensinou o amor, a justiça e a igualdade é capaz de fazer da pobre Gruta uma escola de reconciliação, onde os dirigentes e os responsáveis pelos destinos dos povos são instruídos sobre o sentido do bem, da justiça e da estabilidade», afirmou.

«A paz é um direito de todos os homens; também é a solução para todos os conflitos e todas as disputas. A guerra não produz a paz, e as prisões não garantem a estabilidade», assegurou.

«Os mais altos muros não trazem a segurança. Nem o agressor nem o agredido gozam de paz. A paz é um dom de Deus e só Deus proporciona esta paz», concluiu.

Segundo a Câmara do Comércio local, este ano, Belém teria recebido a visita de 1,2 milhão de pessoas, em sua maioria peregrinos.

Esta presença dá esperança e trabalho para os cristãos desta terra que, devido ao conflito, converteram-se entre 35 e 50% dos 40 mil habitantes da cidade. Há 50 anos, eles eram 90% da população local.

top


Entrevistas

A ONU e a ameaça aos direitos humanos

Entrevista com mons. Michel Schooyans

Por Alexandre Ribeiro

SÃO PAULO, quinta-feira, 25 de dezembro de 2008 (ZENIT.org). - Quando se celebram os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, a maior ameaça ao documento e aos princípios ali proclamados vem da própria entidade que deu vida ao texto: a ONU.

Neste mês de aniversário da Declaração de 1948, Zenit entrevistou mons. Michel Schooyans, renomado especialista em filosofia política e demografia.

Mons. Schooyans é membro da Pontifícia Academia para a Vida, da Pontifícia Academia das Ciências Sociais e professor emérito da Universidade de Lovaina (Bélgica).

–Fale-nos, por favor, do surgimento da Declaração de 1948.

–Mons. Michel Schooyans: A ONU foi criada em 1945 com a carta de São Francisco e, de certa forma, consolidada em 1948 com a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Foi consolidada na base de uma missão essencial que é a promoção dos direitos de todo ser humano. Todo ser humano tem direito à vida, afirma o artigo terceiro da Declaração. O texto convida todos os homens, países, governantes a reconhecer a dignidade de cada ser humano, qualquer que seja a sua força, a cor da sua pele, a sua religião, idade. Todos merecemos ser reconhecidos simplesmente pelo fato de sermos homens. É sobre esta base, diz a Declaração, que vamos poder construir novas relações internacionais, uma sociedade de paz e de fraternidade.

Se houve a Guerra Mundial que terminou em 1945, é porque houve um desconhecimento da realidade desses seres humanos que, todos, têm direitos inalienáveis e imperecíveis. A Declaração situa-se na continuidade de todas as grandes declarações que marcaram a história política e jurídica das nações ocidentais. Por exemplo, a Declaração da Independência dos Estados Unidos, de 1776, a Constituição dos Estados Unidos de 1787, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, da França, em 1789, são as declarações clássicas. A Declaração de 1948 se situa na tradição mais fiel àquelas Declarações que demonstraram a sua eficácia no campo do reconhecimento e da promoção dos direitos humanos. Esses direitos são reconhecidos em decorrência de uma atitude moral e antropológica. Eu reconheço a realidade do meu semelhante. Eu me inclino na sua presença. Reconheço a sua dignidade. Ainda que ele seja doente, esteja no início ou no final da sua vida, ele tem uma dignidade igual à  minha.

–Que tipo de documento é a Declaração de 1948?

–Mons. Michel Schooyans: A Declaração não é um documento de Direito no sentido técnico da palavra. O documento enuncia os direitos básicos. Mas para que esses direitos básicos sejam colocados em prática, eles necessitam de uma tradução em textos legais. Precisam ser codificados. Devem ser prolongados em instrumentos jurídicos apropriados, no que se chama o direito positivo. Isso significa que os direitos proclamados em 1948 devem se exprimir em leis que serão aplicadas pelos governos das nações e controladas pelo poder judicial. São, portanto, duas coisas: primeiro, o reconhecimento da realidade de seres humanos que têm a mesma dignidade e os mesmo direitos básicos, e, por outro lado, instrumentos jurídicos que dão uma forma concreta, exigível, àqueles direitos reconhecidos como fundamentais.

Quando se trata da Declaração de 1948, convém perceber que os mesmos direitos fundamentais podem dar lugar a codificações diferentes de acordo com as diversas tradições jurídicas dos países. As nações podem traduzir diferentemente o mesmo respeito que elas têm aos direitos fundamentais dos homens.

O que acabamos de evocar é o que se chama a tradição realista. Essa tradição se inclina frente à realidade de seres concretos: você, eu e a universalidade dos seres humanos. Essa mesma tradição comanda todo o edifício das nações democráticas, não só o edifício jurídico, mas o edifício político, que também se baseia no reconhecimento da igual dignidade. Agora, hoje em dia, a Declaração de 1948, que se inspira nítida e explicitamente na tradição realista, e que foi redigida com a colaboração de um dos brasileiros mais ilustres da história, Alceu Amoroso de Lima, está sendo contestada.

–Que tipo de contestação?

–Mons. Michel Schooyans: Uma contestação que vem da influência da teoria positivista do Direito, elaborada sobretudo por um autor chamado Kelsen (1881-1973). Sob a influência de Kelsen, propagou-se uma nova concepção do direito e, portanto, dos direitos humanos. Tudo o que a gente explicou a respeito dos direitos inatos do homem que, por ser homem, tem naturalmente direitos, é contestado. Tudo isso é negado, é colocado entre parênteses, é desprezado e esquecido. Só subsistem as normas jurídicas; só subsiste o direito positivo, barrando toda referência aos direitos que os homens têm naturalmente. Nesse contexto, as determinações jurídicas são a única coisa que merecem estudo e respeito. Agora esses ordenamentos jurídicos, essas disposições lavradas nos Códigos, podem mudar ao sabor de quem tem força para defini-las. São puro produto da vontade de quem tem poder, de quem consegue impor a sua visão do que seja tal ou tal direito humano. De modo que, como salta aos olhos, a visão puramente positivista dos direitos humanos depende finalmente do arbítrio de quem tem a possibilidade de impor a sua concepção própria dos  direitos humanos, já que não há mais nenhuma referência à verdade, concernente à realidade do homem.

–Quais as consequências?

–Mons. Michel Schooyans: São trágicas. O positivismo jurídico abriu e abre o caminho para todas as formas de ditadura. Como o próprio Kelsen dizia, na União Soviética de Stalin havia estado de direito, já que havia leis. Era um ditador, mas ele fazia a lei.  Mas que lei? A lei que era a expressão da  vontade dele, da brutalidade dele. Não tinha referência a direitos que seriam naturais, que seriam objeto de uma verdade à qual a gente adere e que se impõe pelo seu fulgor. A lei no tempo de Stalin era reflexo da vontade do mais forte. Hoje em dia, a lei que permite o aborto, que permite a eutanásia, não é outra coisa. É uma lei que permite que vença a força do mais forte, que diz: já que tal é a minha vontade, nós vamos decidir quem pode ser admitido à existência e quem não pode.

Essa mentalidade entrou em várias agências da ONU. E a ONU hoje em dia está se comportando como uma superpotência global, transnacional, na linha exata de Kelsen. Ele mesmo diz que as leis nacionais, as que conhecemos nos nossos Códigos nacionais, devem ser submetidas à aprovação, validação, de um centro  de poder piramidal. A validez das leis nacionais depende da validade outorgada, concedida pelo poder supranacional aos códigos nacionais, particulares. Isso significa que as nações ficam totalmente alienadas da sua soberania e os seres humanos de sua autonomia. A gente observa isso todos os dias, nas discussões parlamentares. Muitos parlamentos são simplesmente teatros de marionetes que executam determinações vindo de fora, cumprem a vontade de quem impõe suas decisões, eventualmente comprando os votos, através da corrupção.

Isso tudo se passa sob o simulacro da globalização, que merece muito a nossa vigilância. É que, na mentalidade de quem adere a essa concepção puramente positivista do direito, a lei não está a serviço dos homens e da comunidade humana; está apenas a serviço deste ou daquele centro de poder. Este pode ser uma nação como os Estados Unidos, mas pode ser sobretudo a trama das vontades que se aglomeram nas Nações Unidas, apoiadas por numerosas ONGs, e também por algumas sociedades secretas, como a maçonaria. Isso mostra que hoje em dia o direito internacional tende a prevalecer sobre os direitos nacionais, a esmagá-los, pois estão sendo aos poucos desativados. É uma coisa terrível! Estamos assistindo à emergência de um direito internacional tirânico porque puramente positivista, ignorando os direitos humanos inalienáveis proclamados em 1948. E a gente não percebe...

–Um novo tipo de totalitarismo?

–Mons. Michel Schooyans: Sim, porque daqui em diante a soberania das nações é pura fachada. Kelsen explica muito bem isso: o direito internacional, que dita sua lei às nações, deve ser ele mesmo validado, aprovado, pelo topo da pirâmide, pela instância suprema. Vejamos um exemplo: no momento em que estamos falando, há uma discussão na sede das Nações Unidas sobre a introdução ou não do aborto como “novo direito humano”. Seria uma nova versão da Declaração de 1948. Uma modificação calamitosa porque introduziria sub-repticiamente um princípio puramente positivo numa declaração que é antropológica e moral. Ali se colocaria também o direito à eutanásia. Restaria às nações particulares ratificar estes “novos direitos humanos” emanando da instância suprema. Isso significa que, como a referência aos direitos naturais dos homens já teria sido desativada, essa nova Declaração se tornaria um documento de direito puramente positivo, que deveria ser aplicado por todas as nações que aderissem ao novo texto da Declaração ou a algum outro documento similar.

É uma coisa pavorosa o que está quase acontecendo. E vai mais longe. A Corte Penal Internacional, que foi instituída há alguns anos, vai ter como área de competência julgar as nações ou as entidades que se recusarem a reconhecer esses “novos direitos” inventados ou a serem inventados. A Igreja Católica é um dos alvos possíveis dessa Corte Internacional. Já houve quem dissesse há anos que o Papa João Paulo II poderia ter sido intimado a comparecer no Tribunal Internacional por se opor a um “novo direito”, o “direito” da mulher ao aborto. Ameaça semelhante paira sobre Bento XVI. E no domínio da educação é a mesma coisa com a ideologia do gênero. Em virtude de um “novo direito humano”, as pessoas escolheriam o seu gênero, poderiam mudar de gênero. Então o gênero deve ser ensinado nas escolas. É doutrinação ideológica em grande escala, a ponto de quem não subscrever a essa ideologia ser passível de punição por uma corte internacional.

–Discute-se então uma alteração do texto da Declaração?

–Mons. Michel Schooyans: A Declaração de 1948 enuncia princípios fundamentais. São verdades primeiras, fundadoras. Nós reconhecemos esse fato, que o ser humano tem naturalmente direito à vida, à liberdade, à propriedade, a se casar, a se associar, a se exprimir livremente e que tudo isso não decorre da vontade arbitrária dos homens. Mesmo antes de entrar numa sociedade política, organizada, o homem já tem direitos humanos fundamentais. E os direitos precedem a lei. Mas o homem precisa que a sociedade se organize para que esses direitos sejam aplicados, respeitados e que, eventualmente, as infrações sejam reprimidas. Tudo isso está sendo questionado atualmente. Circulam abaixo-assinados. Há um abaixo-assinado a favor do aborto e outro contra. Mas os que mais alto gritam são os partidários da introdução de uma modificação da Declaração de 1948 que alteraria a natureza da Declaração, bem como da própria ONU.

–Isso é fruto unicamente da manipulação do poder ou também de um ‘obscurecimento das consciências’, utilizando uma expressão de Bento XVI?

–Mons. Michel Schooyans: Bento XVI tem motivos dos mais sólidos para insistir no papel e na nobreza da razão. Tudo o que acabamos de discutir são problemas de antropologia e de moral natural. Note-se que a defesa do ser humano não é um privilégio da Igreja; faz parte do patrimônio das grandes tradições morais da humanidade. A necessidade de defender o homem, de reconhecer a dignidade do homem é uma coisa à qual a gente tem acesso através do uso correto da razão. Infelizmente estamos assistindo a uma espécie de perversão da própria razão. A razão é utilizada para ser levada a certas armadilhas dela mesma. O homem é capaz de ser manipulado; é capaz de ser dominado. Em português há uma expressão muito bonita, ao que parece usada no candomblé, para dizer isso: a gente pode ‘fazer a cabeça’ de alguém. É exatamente isso. A razão de um indivíduo ou de um povo pode ser desconectada. E você pode encher a cabeça de alguém com idéias completamente malucas. É o caso do aborto e da eutanásia.

Na Bélgica, o aborto foi criminalizado pela lei em 1867. Quem mandou aprovar essa lei não eram os católicos, mas sim os liberais, que, naquela época, eram mais de tendência maçônica, como até hoje, aliás. Foram eles que fizeram essa lei. Os católicos aprovaram, mas a iniciativa veio dos liberais, então maioritários. Quer dizer que a razão funcionava. A razão deles tinha descoberto que era evidente que o ser humano devia ser protegido antes do nascimento. É uma questão de razão. Os tempos mudaram. Pode-se alterar a capacidade de raciocínio. Hoje assistimos a várias manobras que vão nesse sentido. Há os casos de aborto, de eutanásia, do gênero. Há o problema da homossexualidade: há 30 anos, quem teria pensado em promover um “novo direito” à homossexualidade? A razão humana é capaz de genialidade, mas é também uma faculdade delicada, vulnerável, frágil, uma faculdade que pode ser desmobilizada, hibernada. A pior forma de escravidão é a escravidão mental, a escravidão da razão, que comporta um brinde: o naufrágio da fé, porque não há ato de fé que não seja razoável. Então se você entra naquela confusão mental de dizer que o aborto é um direito, a eutanásia é um direito, você entra num processo que acaba corrompendo não só a sua razão, mas também a sua fé.

top


Documentação

Mensagem de Natal de Bento XVI

"Procuremos Jesus, deixemo-nos atrair pela sua luz, que dissipa a tristeza e o medo"

CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 25 de dezembro de 2008 (ZENIT.org).- Publicamos a mensagem de Natal que Bento XVI pronunciou ao meio-dia desta quinta-feira, do balcão da fachada da basílica vaticana, diante de milhares de peregrinos congregados na praça de São Pedro.

* * *



«Apparuit gratia Dei Salvatoris nostri omnibus hominibus» (Tt 2, 11).

Amados irmãos e irmãs, com as palavras do apóstolo Paulo renovo o jubiloso anúncio do Natal de Cristo: sim, hoje, «manifestou-se a todos os homens a graça de Deus, nosso Salvador»!

Manifestou-se! Isto é o que a Igreja hoje celebra. A graça de Deus, rica em bondade e ternura, já não está escondida, mas «manifestou-se», manifestou-se na carne, mostrou o seu rosto. Onde? Em Belém. Quando? Sob César Augusto, durante o primeiro recenseamento a que alude também o evangelista Lucas. E quem é o revelador? Um recém-nascido, o Filho da Virgem Maria. N'Ele manifestou-se a graça de Deus, Salvador nosso. Por isso, aquele Menino chama-Se Jehoshua, Jesus, que significa «Deus salva».

A graça de Deus manifestou-se: eis o motivo por que o Natal é festa de luz. Não uma luz total, como aquela que envolve todas as coisas em pleno dia, mas um clarão que se acende na noite e se difunde a partir de um ponto concreto do universo: da gruta de Belém, onde o Deus Menino «veio à luz». Na realidade, é Ele a própria luz que se propaga, como aparece bem representado em muitos quadros da Natividade. Ele é a luz, que, ao manifestar-se, rompe a bruma, dissipa as trevas e nos permite compreender o sentido e o valor da nossa existência e da história. Cada presépio é um convite simples e eloquente a abrir o coração e a mente ao mistério da vida. É um encontro com a Vida imortal, que Se fez mortal na mística cena do Natal; uma cena que podemos admirar também aqui, nesta Praça, tal como em inumeráveis igrejas e capelas do mundo inteiro e em toda a casa onde é adorado o nome de Jesus.

A graça de Deus manifestou-se a todos os homens. Sim, Jesus, o rosto do próprio Deus-que-salva, não Se manifestou somente para poucos, para alguns, mas para todos. É verdade que, no casebre humilde e pobre de Belém, poucas pessoas O encontraram, mas Ele veio para todos: judeus e pagãos, ricos e pobres, de perto e de longe, crentes e não crentes… todos. A graça sobrenatural, por vontade de Deus, destina-se a toda a criatura. Mas é preciso que o ser humano a acolha, pronuncie o seu «sim», como Maria, para o coração seja iluminado por um raio daquela luz divina. Os que acolheram o Verbo encarnado, naquela noite, foram Maria e José, que O esperavam com amor, e os pastores, que vigiavam durante a noite (cf. Lc 2, 1-20). Foi, portanto, uma pequena comunidade que acorreu a adorar Jesus Menino; uma pequena comunidade que representa a Igreja e todos os homens de boa vontade. Também hoje, aqueles que na vida O esperam e procuram, encontram Deus que por amor Se fez nosso irmão; quantos têm o coração voltado para Ele, desejam conhecer o seu rosto e contribuir para instaurar o seu reino. Di-lo-á o próprio Jesus na sua pregação: são os pobres em espírito, os aflitos, os mansos, os famintos de justiça, os misericordiosos, os puros de coração, os obreiros da paz, os perseguidos por causa da justiça (cf. Mt 5, 3-10). Estes reconhecem em Jesus o rosto de Deus e regressam, como os pastores de Belém, renovados no coração pela alegria do seu amor.

Irmãos e irmãs que me escutais, a todos os homens se destina o anúncio de esperança que constitui o coração da mensagem de Natal. Para todos nasceu Jesus e, como em Belém Maria O ofereceu aos pastores, neste dia a Igreja apresenta-O à humanidade inteira, para que toda a pessoa e cada situação humana possa experimentar a força da graça salvadora de Deus, a única que pode transformar o mal em bem, a única que pode mudar o coração do homem e torná-lo um «oásis» de paz.

Possam experimentar a força da graça salvadora de Deus as numerosas populações que vivem ainda nas trevas e nas sombras da morte (cf.Lc 1, 79). Que a Luz divina de Belém se difunde pela Terra Santa, onde o horizonte parece tornar-se a fazer escuro para os israelitas e os palestinianos, difunda-se pelo Líbano, o Iraque e todo o Médio Oriente. Torne fecundos os esforços de quantos não se resignam com a lógica perversa do conflito e da violência e privilegiam pelo contrário o caminho do diálogo e das negociações para se harmonizar as tensões internas nos diversos Países e encontras soluções justas e duradouras para os conflitos que atormentam a região. Por esta Luz que transforma e renova, anelam os habitantes do Zimbábue, em África, oprimidos há demasiado tempo por uma crise política e social que, infelizmente, continua a agravar-se, coma também os homens e as mulheres da República Democrática do Congo, especialmente na martirizada região do Kivu, do Darfour, no Sudão, e da Somália, cujos infindáveis sofrimentos são uma trágica consequência da falta de estabilidade e de paz. Por esta Luz esperam sobretudo as crianças dos países referidos e de todo os outros em dificuldade, a fim de que seja devolvida a esperança ao seu futuro.

Onde a dignidade e os direitos da pessoa humana são espezinhados; onde os egoísmos pessoais ou de grupo prevalecem sobre o bem comum; onde se corre o risco de habituar-se ao ódio fratricida a à exploração do homem pelo homem; onde lutas internas dividem grupos e etnias e dilaceram a convivência; onde o terrorismo continua a percutir; onde falta o necessário para sobreviver; onde se olha com apreensão para um futuro que se vai tornando cada vez mais incerto, mesmo nas Nações do bem-estar: lá resplandeça a Luz do Natal e encoraje todos a fazerem a própria parte, com espírito de autêntica solidariedade. Se cada um pensar só nos próprios interesses, o mundo não poderá senão caminhar para a ruína.

Amados irmãos e irmãs, hoje «manifestou-se a graça de Deus Salvador» (cf. Tt 2, 11), neste nosso mundo, com as suas potencialidades e as suas debilidades, os seus progressos e as suas crises, com as suas esperanças e as suas angústias. Hoje refulge a luz de Jesus Cristo, Filho do Altíssimo e filho da Virgem Maria: «Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro. Por nós, homens, e para nossa salvação desceu dos Céus». Adoramo-Lo hoje, em cada ângulo da terra, envolvido em faixas e reclinado numa pobre manjedoura. Adoramo-Lo em silêncio enquanto Ele, ainda infante, parece dizer-nos para nossa consolação: não tenhais medo, «Eu sou Deus e não há outro» (Is 45, 22). Vinde a Mim, homens e mulheres, povos e nações. Vinde a Mim, não temais! Vim trazer-vos o amor do Pai, mostrar-vos o caminho da paz.

Vamos, pois, irmãos! Apressemo-nos, como os pastores na noite de Belém. Deus veio ao nosso encontro e mostrou-nos o seu rosto, rico em misericórdia! A sua graça não seja vã para nós! Procuremos Jesus, deixemo-nos atrair pela sua luz, que dissipa a tristeza e o medo do coração do homem; aproximemo-nos com confiança; com humildade, prostremo-nos para O adorar. Feliz Natal para todos!


[Tradução do original italiano distribuída pela Santa Sé

© Copyright 2008 - Libreria Editrice Vaticana]

top


Homilia de Bento XVI na noite de Natal

"Sim, Senhor, fazei-nos ver algo do esplendor da vossa glória. E dai a paz à terra"

CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 25 de dezembro de 2008 (ZENIT.org).- Publicamos a homilia que Bento XVI pronunciou durante a Missa da noite de Natal, na Basílica de São Pedro, no Vaticano.

* * *


«Quem se compara ao Senhor, nosso Deus, que tem o seu trono nas alturas e Se inclina lá do alto a olhar os céus e a terra?» Assim canta Israel num dos seus Salmos (113/112, 5s.), onde exalta simultaneamente a grandeza de Deus e sua benigna proximidade dos homens. Deus habita nas alturas, mas inclina-Se para baixo… Deus é imensamente grande e está incomparavelmente acima de nós. Esta é a primeira experiência do homem. A distância parece infinita. O Criador do universo, Aquele que tudo guia, está muito longe de nós: assim parece ao início. Mas depois vem a experiência surpreendente: Aquele que não é comparável a ninguém, que «está sentado nas alturas», Ele olha para baixo. Inclina-se para baixo. Ele vê-nos a nós, e vê-me a mim. Este olhar de Deus para baixo é mais do que um olhar lá das alturas. O olhar de Deus é um agir. O facto de Ele me ver, me olhar, transforma-me a mim e o mundo ao meu redor. Por isso logo a seguir diz o Salmo: «Levanta o pobre da miséria…» Com o seu olhar para baixo, Ele levanta-me, toma-me benignamente pela mão e ajuda-me, a mim próprio, a subir de baixo para as alturas. «Deus inclina-Se». Esta é uma palavra profética; e, na noite de Belém, adquiriu um significado completamente novo. O inclinar-Se de Deus assumiu um realismo inaudito, antes inimaginável. Ele inclina-Se: desce, Ele mesmo, como criança na miséria do curral, símbolo de toda a necessidade e estado de abandono dos homens. Deus desce realmente. Torna-Se criança, colocando-Se na condição de dependência total, própria de um ser humano recém-nascido. O Criador que tudo sustenta nas suas mãos, de Quem todos nós dependemos, faz-Se pequeno e necessitado do amor humano. Deus está no curral. No Antigo Testamento, o templo era considerado quase como o estrado dos pés de Deus; a arca santa, como o lugar onde Ele estava misteriosamente presente no meio dos homens. Deste modo sabia-se que sobre o templo, escondida, estava a nuvem da glória de Deus. Agora, está sobre o curral. Deus está na nuvem da miséria de uma criança sem lugar na hospedaria: que nuvem impenetrável e, no entanto, nuvem da glória! De facto, de que modo poderia aparecer maior e mais pura a sua predilecção pelo homem, a sua solicitude por ele? A nuvem do encobrimento, da pobreza da criança totalmente necessitada do amor, é ao mesmo tempo a nuvem da glória. É que nada pode ser mais sublime e maior do que o amor que assim se inclina, desce, se torna dependente. A glória do verdadeiro Deus torna-se visível quando se abrem os nossos olhos do coração diante do curral de Belém.

A narração do Natal feita por São Lucas, que acabámos de ouvir no texto evangélico, conta-nos que Deus levantou um pouco o véu do seu encobrimento primeiro diante de pessoas de condição muito humilde, diante de pessoas que habitualmente eram desprezadas na grande sociedade: diante dos pastores que, nos campos ao redor de Belém, guardavam os animais. Lucas diz-nos que estas pessoas «velavam». Nisto podemos ouvir ressoar um motivo central da mensagem de Jesus, na qual volta, repetidamente e com crescente urgência até ao Jardim das Oliveiras, o convite à vigilância, a permanecer acordados para nos darmos conta da vinda do Senhor e estarmos preparados para ela. Por isso, também aqui talvez a palavra signifique algo mais do que o simples estar externamente acordados durante as horas nocturnas. Eram pessoas verdadeiramente vigilantes, nas quais estava vivo o sentido de Deus e da sua proximidade; pessoas que estavam à espera de Deus e não se resignavam com o aparente afastamento d’Ele na vida de cada dia. A um coração vigilante pode ser dirigida a mensagem da grande alegria: esta noite nasceu para vós o Salvador. Só o coração vigilante é capaz de crer na mensagem. Só o coração vigilante pode incutir a coragem de pôr-se a caminho para encontrar Deus nas condições de uma criança no curral. Peçamos ao Senhor para que nos ajude, a nós também, a tornarmo-nos pessoas vigilantes.

São Lucas narra-nos ainda que os próprios pastores ficaram «envolvidos» pela glória de Deus, pela nuvem de luz, encontravam-se dentro do resplendor desta glória. Envolvidos pela nuvem santa ouvem o cântico de louvor dos anjos: «Glória a Deus no mais alto dos céus e paz na terra aos homens por Ele amados». E quem são estes homens por Ele amados senão os pequenos, os vigilantes, aqueles que estão à espera, esperam na bondade de Deus e procuram-No olhando para Ele de longe?

Nos Padres da Igreja, é possível encontrar um comentário surpreendente ao cântico com que os anjos saúdam o Redentor. Até àquele momento – dizem os Padres – os anjos tinham conhecido Deus na grandeza do universo, na lógica e na beleza do cosmos que provêm d’Ele e O reflectem. Tinham acolhido por assim dizer o cântico de louvor mudo da criação e tinham-no transformado em música do céu. Mas agora acontecera um facto novo, até mesmo assombroso para eles. Aquele de quem fala o universo, o próprio Deus que tudo sustenta e traz na sua mão, Ele mesmo entrara na história dos homens, tornara-Se um que age e sofre na história. Do jubiloso assombro suscitado por este facto inconcebível, por esta segunda e nova maneira em que Deus Se manifestara – dizem os Padres – nasceu um cântico novo, tendo o Evangelho de Natal conservado uma estrofe para nós: «Glória a Deus no mais alto dos céus e paz na terra aos homens». Talvez se possa dizer, segundo a estrutura da poesia hebraica, que este versículo nas suas duas frases diz fundamentalmente a mesma coisa, mas duma perspectiva diversa. A glória de Deus está no alto dos céus, mas esta sublimidade de Deus encontra-se agora no curral, aquilo que era humilde tornou-se sublime. A sua glória está sobre a terra, é a glória da humildade e do amor. Mais ainda: a glória de Deus é a paz. Onde está Ele, lá está a paz. Ele está lá onde os homens não querem fazer, de modo autónomo, da terra o paraíso, servindo-se para tal fim da violência. Ele está com as pessoas de coração vigilante; com os humildes e com aqueles que correspondem à sua elevação, à elevação da humildade e do amor. A estes dá a sua paz, para que, por meio deles, entre a paz neste mundo.

O teólogo medieval Guilherme de S. Thierry disse uma vez: Deus viu, a partir de Adão, que a sua grandeza suscitava no homem resistência; que o homem se sente limitado no ser ele próprio e ameaçado na sua liberdade. Portanto Deus escolheu um caminho novo. Tornou-Se um Menino. Tornou-Se dependente e frágil, necessitado do nosso amor. Agora – diz-nos aquele Deus que Se fez Menino – já não podeis ter medo de Mim, agora podeis apenas amar-Me.

É com tais pensamentos que, esta noite, nos aproximamos do Menino de Belém, daquele Deus que por nós quis fazer-Se criança. Em cada criança, há o revérbero do Menino de Belém. Cada criança pede o nosso amor. Pensemos, pois, nesta noite de modo particular também naquelas crianças às quais é recusado o amor dos pais; nos meninos da rua que não têm o dom de um lar doméstico; nas crianças que são brutalmente usadas como soldados e feitas instrumentos da violência, em vez de poderem ser portadores da reconciliação e da paz; nas crianças que, através da indústria da pornografia e de todas as outras formas abomináveis de abuso, são feridas até ao fundo da sua alma. O Menino de Belém é um renovado apelo que nos é dirigido para fazermos tudo o que for possível a fim de que acabe a tribulação destas crianças; para fazermos tudo o que for possível a fim de que a luz de Belém toque os corações dos homens. Somente através da conversão dos corações, somente através de uma mudança no íntimo do homem se pode superar a causa de todo este mal, pode ser vencido o poder do maligno. Somente se mudarem os homens é que muda o mundo e, para os homens mudarem, precisam da luz que vem de Deus, daquela luz que de modo tão inesperado entrou na nossa noite.

E falando do Menino de Belém, pensemos também na localidade que responde ao nome de Belém; pensemos naquela terra onde Jesus viveu e que Ele amou profundamente. E peçamos para que lá se crie a paz. Que cessem o ódio e a violência. Que desperte a compreensão recíproca, se realize uma abertura dos corações que abra as fronteiras. Que desça a paz que os anjos cantaram naquela noite.

NoSalmo 96/95, Israel e, com ele, a Igreja louvam a grandeza de Deus que se manifesta na criação. Todas as criatura são chamadas a aderir a este cântico de louvor, encontrando-se lá também este convite: «Alegrem-se as árvores da floresta, diante do Senhor que vem» (12s.). A Igreja lê este Salmo também como um profecia e simultaneamente uma missão. A vinda de Deus a Belém foi silenciosa. Somente os pastores que velavam foram por uns momentos envolvidos no esplendor luminoso da sua chegada e puderam ouvir uma parte daquele cântico novo que brotara da maravilha e da alegria dos anjos pela vinda de Deus. Esta vinda silenciosa da glória de Deus continua através dos séculos. Onde há fé, onde a sua palavra é anunciada e escutada, Deus reúne os homens e dá-Se-lhes no seu Corpo, transforma-os no seu Corpo. Ele «vem». E assim desperta o coração dos homens. O cântico novo dos anjos torna-se cântico dos homens que, ao longo de todos os séculos, de forma sempre nova cantam a vinda de Deus como Menino e, a partir do seu íntimo, tornam-se felizes. E as árvores da floresta vão até Ele e exultam. A árvore na Praça de São Pedro fala d’Ele, quer transmitir o seu esplendor e dizer: Sim, Ele veio e as árvores da floresta aclamam-No. As árvores nas cidades e nas casas deveriam ser algo mais do que um costume natalício: indicam Aquele que é a razão da nossa alegria – o próprio Deus que por nós Se fez menino. O cântico de louvor, no mais fundo, fala enfim d’Aquele que é a própria árvore da vida reencontrada. Pela fé n’Ele, recebemos a vida. No sacramento da Eucaristia, dá-Se a nós: dá uma vida que chega até à eternidade. Nesta hora, juntamo-nos ao cântico de louvor da criação e o nosso louvor é ao mesmo tempo uma oração: Sim, Senhor, fazei-nos ver algo do esplendor da vossa glória. E dai a paz à terra. Tornai-nos homens e mulheres da vossa paz. Amen.

[Tradução do original italiano distribuída pela Santa Sé

© Copyright 2008 - Libreria Editrice Vaticana]

top


Mensagem aos leitores

Zenit regressa em 1º de janeiro

ROMA, quinta-feira, 25 de dezembro de 2008 (ZENIT.org).- Por ocasião do Natal, a redação de Zenit desfrutará de alguns dias de descanso. Nosso serviço informativo retornará no dia 1º de janeiro, Jornada Mundial da Paz. A todos os nossos amigos leitores desejamos um feliz Natal. 

top


ANÚNCIOS

Para conhecer os preços e colocar seu anúncio nos serviços de e-mail de ZENIT, visite:
http://www.zenit.org/portuguese/anuncios.html

* * * * * * * * * * * * * * * *

DVD: "Tu és Pedro - Bento XVI e as Chaves do Reino" - Edição especial

No Natal dê de presente o DVD "Tu és Pedro - Bento XVI e as Chaves do Reino", uma das maiores produções do Centro Televisivo Vaticano, com a qual poderá reviver a emoção dos últimos momentos de João Paulo II, o conclave, e a eleição de Bento XVI. Disponível em edição especial em 7 idiomas.
Durante todo o período natalício até dia 6 de janeiro, você poderá adquirir o DVD com um desconto de 15%. Baixe o trailer e adquira o DVD no site:
http://www.hdhcommunications.com/index.php?main_page=product_info&cPath=47_71&products_id=30

http://www.hdhcommunications.com

top

* * * * * * * * * * * * * * * *

LIVRO: "João Paulo II Peregrino do Mundo"

No Natal dê de presente um livro da Livraria Vaticana

A obra destaca, por meio da imagem e da palavra, o melhor do caráter pastoral de uma mobilização extraordinária: João Paulo II viajou durante dois anos e meio. Tais deslocamentos produziram um forte impacto religioso. Inseriram a mensagem evangélica entre populações muito distantes, tanto cultural quanto geograficamente. Baseado no Prefácio do Cardeal Roger Etchegaray.
Desconto de 15% até o final de janeiro.

Compre seu exemplar através:
http://www.hdhcommunications.com/index.php?main_page=product_info&cPath=45_59&products_id=164


http://www.hdhcommunications.com

top

* * * * * * * * * * * * * * * *

Para conhecer os preços e colocar seu anúncio nos serviços de e-mail de ZENIT, visite:
http://www.zenit.org/portuguese/anuncios.html



ZENIT é uma agência internacional de informação.

Visite nossa página: http://www.zenit.org

Para assinatura / cancelar assinatura visite: http://www.zenit.org/portuguese/subscribe.html

Para presentear ZENIT, sem nenhum custo: http://www.zenit.org/portuguese/presente.html

Para qualquer informação: http://www.zenit.org/portuguese/mensagens.html

* * * * * * * * * * * * * * * *

A reprodução dos serviço de ZENIT necessitam da permissão expressa do editor:
http://www.zenit.org/portuguese/permissao.html

(c) Innovative Media Inc.


Últimas atualizações no acervo: 24/12/2008

Caro(a) Leitor(a) do Projeto Livros Para Todos, bom dia!


Seguem as últimas atualizações em nosso acervo no dia 24/12/2008.

Aproveite a oportunidade e visite também a página de nosso patrocinador:


Christian de Montella - Graal 1 - O Cavaleiro Sem Nome - O "Cavaleiro sem Nome" é o primeiro volume da série "Graal", de Christian de Montella, que reconta ao leitor de todas as idades a fascinante lenda de Lancelot. Somos apresentados a um menino órfão, filho de um rei que morreu de desgosto, que se tornará um dos mais enigmáticos e heróicos cavaleiros do Rei Arthur. Ele é criado nos domínios da fada Vivian, que o educa como um perfeito cavaleiro e só o chama de A Criança. Um dia, segundo a profecia de Merlin, partirá ele em busca do Graal e finalmen [...]
Link Para Download: http://www.livrosparatodos.net/livros-downloads/christian-de-montella-graal-1-o-cavaleiro-sem-nome.html

Christian de Montella - Graal 2 - A Neve e o Sangue - O reino de Arthur está na aurora de um longo inverno. Perceval, um jovem galês educado na Floresta Perdida, afastado de todos, é feito cavaleiro. Reconhecido como um igual de Lancelot, Perceval torna-se célebre em corajosos combates. Será que ele salvará o mundo do Mal que o ameaça? O enfrentamento será implacável. E a neve logo se tingira de sangue nesta Segunda aventura da série Graal, que reconta ao leitor a fascinante lenda de Lancelot, Merlin, Morgana, Perceval, rei Arthur e os cavaleiros d [...]
Link Para Download: http://www.livrosparatodos.net/livros-downloads/christian-de-montella-graal-2-a-neve-e-o-sangue.html

Christian de Montella - Graal 3 - A Nau do Leão - Galahad, jovem alto e de rosto branco, diz mansamente: \"Não se preocupem, meus amigos. O Graal está destinado a mim. E assim será. Vocês não podem fazer nada. Nem eu.\" Será Galahad verdadeiramente o Eleito, o Puro, o Predestinado? Saberá fazer as Duas Perguntas e realizar a profecia segundo a qual \"aquele que encontrar o Graal fará Nosso Senhor reinar durante mil anos sobre este mundo\"? São questões que serão desvendadas enquanto muitos outros mistérios surgirão no terceiro volume da série G [...]
Link Para Download: http://www.livrosparatodos.net/livros-downloads/christian-de-montella-graal-3-a-nau-do-leao.html

Christian de Montella - Graal 4 - A Revanche das Sombras - Em A Revanche das Sombras, último volume da série Graal, de Christian de Montella, Lancelot se encontra em um aparente estado de torpor. No meio de uma charneca, caminha a passos pesados, tomado por uma ansiedade inexplicável. Uma voz lhe sopra ao pé do ouvido ordens como \"Vá mais alto...\" Percebe um degrau, apóia o pé e, mesmo hesitante, segue em frente. Tudo parece diferente; seu corpo está mais jovem, não possui mais cicatrizes de batalha. As terras ao redor não possuem horizontes, o infini [...]
Link Para Download: http://www.livrosparatodos.net/livros-downloads/christian-de-montella-graal-4-a-revanche-das-sombras.html


Atenciosamente,

Projeto Livros para Todos
http://www.livrosparatodos.net

---------------------
Atenção: Você está recebendo este e-mail porque se cadastrou em nossa newsletter no dia 21/11/2008 as 09:13:54 através do IP 79.36.233.40. Caso não queira mais receber estas mensagens clique aqui.

quarta-feira, dezembro 24, 2008

ZP081224

ZENIT

O mundo visto de Roma

Serviço diario - 24 de dezembro de 2008



SANTA SÉ
Bento XVI diante do Natal: «Pode-se organizar a festa, não a alegria»
Porta-voz vaticano propõe «descobrir surpresas de Deus no Natal»
Próxima encíclica de Bento XVI pode ser reservada pela internet
Brasil: Nomeados bispos de Campo Mourão e Guiratinga

MUNDO
Belém: Natal mais alegre dos últimos anos
Irmão Alois de Taizé ensina jovens a descobrir sentido da existência
Crise econômica: enorme desafio global para Cáritas

EM FOCO
Natal é festa da vida e da luz
Na alegria do Natal, renovar compromisso de discípulos

FLASH
Deus também pode chamar ao sacerdócio através da internet

DOCUMENTAÇÃO
Bento XVI: Balanço de 2008 com Jornada de Sydney como eixo



ANÚNCIOS
DVD: "Tu és Pedro - Bento XVI e as Chaves do Reino" - Edição especial
LIVRO: "João Paulo II Peregrino do Mundo"


Santa Sé

Bento XVI diante do Natal: «Pode-se organizar a festa, não a alegria»

Seu desejo para os crentes por ocasião do ano novo

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 24 de dezembro de 2008 (ZENIT.org).- Nestes dias de Natal, cheios de enfeites e presentes, Bento XVI deixou um conselho para descobrir seu sentido: «pode-se organizar a festa, não a alegria». 

Foi uma das constatações às que chegou no discurso que dirigiu em 22 de dezembro aos membros da Cúria Romana na tradicional audiência de troca de felicitações por ocasião do nascimento do Menino Jesus. 

«A festa é parte integrante da alegria – afirmou o Santo Padre. Pode-se organizar a festa, não a alegria. (...) Só pode oferecer-se como dom; e, de fato, foi-nos dada em abundância: por isso nos sentimos agradecidos.»

Citando Friedrich Nietzsche, o sucessor de Pedro afirmou: «a habilidade não está em organizar uma festa, mas em trazer pessoas capazes de proporcionar alegria».

«Assim como Paulo qualifica a alegria como fruto do Espírito Santo, do mesmo modo também João, em seu Evangelho, uniu intimamente o Espírito e a alegria. O Espírito nos dá a alegria. Ele é a alegria.»

«A alegria é o dom no qual todos os demais dons estão resumidos – afirmou o bispo de Roma. É a expressão da felicidade, do estar em harmonia consigo mesmos, algo que só pode derivar de estar em harmonia com Deus e com sua criação.»

«Faz parte da natureza da alegria o irradiar-se, ter de comunicar-se», acrescentou. 

A missão da Igreja, explicou, «não é mais que o impulso por comunicar a alegria que nos foi dada». 

«Que sempre esteja viva em nós e, depois, que se irradie no mundo em suas tribulações: este é meu desejo para o final deste ano», confessou. 

top


Porta-voz vaticano propõe «descobrir surpresas de Deus no Natal»

Em linha com o balanço de 2008 realizado por Bento XVI

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 24 de dezembro de 2008 (ZENIT.org).- O Pe. Federico Lombardi, S.J., diretor da Sala de Informação da Santa Sé, convida todos os crentes a descobrirem as surpresas de Deus neste Natal. 

Este tempo no qual a Igreja celebra o nascimento de Jesus é um tempo de «redescobrimento das grandes surpresas de Deus para o homem», afirma no editorial de Octava Dies, o semanário publicado pelo Centro Televisivo Vaticano, do qual ele é diretor. 

O Pe. Lombardi fala das surpresas que Deus faz ao homem seguindo o balanço realizado por Bento XVI sobre 2008 em seu discurso aos membros da Cúria Romana, dedasta segunda-feira passada. 

O Papa insistiu na «surpreendente ação do Espírito Santo em torno de nós», recordando sobretudo «a experiência das JMJ» do passado mês de julho, em Sydney (Austrália). 

Concretamente, o pontífice sublinhou o caráter destes «encontros repletos de uma alegria serena e profunda, que os jovens levam também quando voltam a suas casas». 

«É uma alegria diferente daquela efêmera e excitada de outros acontecimentos massivos, e que é sinal de uma presença que ajuda a gerar novos lugares de esperança e de caridade vivida», explica o Pe. Lombardi. 

O discurso do Papa se ampliou, acrescenta: «a surpresa, a maravilha, nasce olhando o mundo ao nosso redor, descobrindo que a matéria está feita com inteligência e que por isso nossa mente é capaz de ler nela sua estrutura, dando origem à entusiasmante aventura da ciência moderna».

«E a surpresa continua ao reconhecer a beleza da criação do ser humano como homem e mulher», acrescenta o sacerdote. 

«O grito de surpresa e de alegria de Adão quando Deus lhe apresenta a mulher ressoa desde as primeiras páginas da Escritura. A confusão antropológica que obscurece o significado deste encontro corre o risco de apagar a fonte desta alegria». 

«Finalmente, a surpresa mais extraordinária: a vinda do Filho de Deus ao mundo como um de nós, para estar conosco, caminhar conosco, falar-nos com nossa linguagem, fazer-se escutar por nossos ouvidos, ver através dos nossos olhos, tocar através das nossas mãos, e também para ficar conosco na comunidade viva dos crentes.»

«Natal, portanto, é tempo de redescobrimento das grandes surpresas de Deus para o homem. O anúncio da Igreja contempla sempre estas belas notícias, e não à polêmica», conclui. 

top


Próxima encíclica de Bento XVI pode ser reservada pela internet

Sobre a doutrina social, Caritas in Veritate

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 24 de dezembro de 2008 (ZENIT.org).- Editores e distribuidores de livros na internet já publicaram na rede a capa da próxima encíclica de Bento XVI, oferecendo a possibilidade de reservar o volume on-line, um fato sem precedentes. 

Vários sites em inglês propõem encomendar o documento dedicado à ética social, confirmando o que o cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado, anunciou em meses precedentes, e cujo título será Caritas in Veritate («O amor na verdade»). 

Um dos editores que distribuirão a encíclica explica que esta «estará disponível em abril de 2009». Em 11 de dezembro, no curso de uma coletiva de imprensa, o cardeal Renato R. Martino, presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz, confirmou que o texto será publicado no início de 2009. 

Segundo a explicação do editor, a terceira encíclica do Papa Bento XVI «aplica os temas das duas primeiras encíclicas – amor e esperança (Deus Caritas estSpe salvi) – às principais questões sociais do mundo». 

«Recorrendo às verdades morais abertas, em princípio, a qualquer um (a lei natural), assim como os ensinamentos evangélicos (revelação), o Papa Bento XVI se dirige aos católicos e aos não-católicos, desafiando todos a reconhecer e a enfrentar os males sociais de hoje», afirma no texto em inglês. 

«A primeira parte da encíclica examina o ensinamento dinâmico dos predecessores do Papa Bento XVI, os papas Paulo VI e João Paulo II.»

«Ambos ofereceram uma grande contribuição ao corpo da doutrina conhecido como ‘doutrina social católica’. Ambos desafiaram a visão simplista das perspectivas políticas que se dividem em ‘conservadora’ e ‘liberal’, em ‘direita’ e ‘esquerda’.»

«Ambos estavam convencidos de que a lei moral natural e o ensinamento do Evangelho eram indispensáveis para um mundo em desesperada busca de esperança e significado», acrescenta o editor. 

«Na segunda parte, o Papa analisa as questões sociais que a raça humana enfrenta hoje  – ataques à dignidade da pessoa humana, como o ataque à vida, a pobreza, questões de guerra e paz, terrorismo, globalização e preocupação pelo meio ambiente.»

«O pontífice oferece alguns princípios morais para enfrentar estes problemas sociais e econômicos e promover uma cultura da vida e da autêntica paz.»

Em sua obra, o Papa «nos mostra por que tantos observadores o consideram a principal voz moral do mundo, assim como um dos mais perspicazes e profundos pensadores sociais e políticos de nosso tempo», conclui o editor. 

top


Brasil: Nomeados bispos de Campo Mourão e Guiratinga

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 24 de dezembro de 2008 (ZENIT.org).- Segundo informou hoje a Santa Sé, Bento XVI nomeou os bispos das dioceses brasileiras de Campo Mourão (Paraná) e Guiratinga (Mato Grosso).

Para a diocese de Campo Mourão, que estava vacante, o Papa nomeou como bispo o padre Francisco Javier Delvalle Paredes.

Natural de Isla Pucu (Paraguai), padre Francisco nasceu a 3 de dezembro de 1942, fez curso superior de Filosofia e Pedagogia na Argentina e de Teologia no Studium Theologicum, em Curitiba.

Formou-se também em Espiritualidade, Teologia Bíblica, Pastoral Catequética, Teologia Bíblica e Metodologia de Ensino Religioso.

Como sacerdote, foi reitor do Seminário menor São José, em Campo Mourão, responsável diocesano da Animação e Ação Missionária, coordenador diocesano da Catequese, professor no Seminário de Filosofia, entre outras atribuições. Era administrador diocesano desde janeiro de 2008.

Já para a diocese de Guiratinga, Bento XVI nomeou como bispo o padre Derek John Christopher Byrne, SPS (Sociedade Missionária de S. Patrício), consultor da diocese de Juína (Mato Grosso).

Nascido em Dublin (Irlanda) a 17 de janeiro de 1948, padre Derek é bacharel em artes e filosofia pela University College Cork e cursou teologia no ST. Patrick’s College. Foi ordenado sacerdote no dia 9 de junho de 1973 na Sociedade Missionária de São Patrício.

Segundo informa a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), padre Derek esteve no Brasil de 1973 a 1980, quando atuou na paróquia de Cotia, da arquidiocese de São Paulo.

De 1980 a 1990, esteve em Nova Jersey (EUA); de 1990 a 2002, foi membro do Conselho Geral da sua congregação, na Irlanda; em 2004, trabalhou na paróquia da Castanheira, na diocese de Juína.

top


Mundo

Belém: Natal mais alegre dos últimos anos

Quadruplica-se o número de peregrinos

BELÉM, quarta-feira, 24 de dezembro de 2008 (ZENIT.org).- A cidade de Belém, onde Jesus nasceu, recupera a alegria de celebrar o Natal graças ao regresso massivo dos peregrinos.

Após sete temporadas natalinas «tristes», Belém quadruplicou este ano o número de peregrinos. 

Cerca de 250 mil visitantes chegaram à cidade esta semana, frente a 65 mil na mesma semana do ano passado, segundo informou o prefeito da cidade, Victor Batarsh. 

Segundo a Câmara do Comércio da cidade, em 2008 passaram por Belém 1,2 milhão de pessoas; foi o melhor ano desde que estourou em 2000 a 2ª Intifada palestina. 

Nesta quarta-feira, o novo patriarca latino de Jerusalém, Sua Beatitude Fouad Twall, recebeu no começo da tarde as boas-vindas dos representantes da cidade de Belém e redondezas. 

Às 13h30 chegou à praça do Presépio para entrar solenemente na Basílica da Natividade. Às 16h, na contigua igreja de Santa Catarina, celebrou-se a procissão até a gruta do nascimento de Jesus. 

À meia noite começará a Missa do Galo na Igreja da Santa Catarina, e dela participará o presidente da Autoridade Palestina, Abu Mazen, e representantes muçulmanos e de outras confissões cristãs, assim como membros do corpo diplomático. 

No Natal, «e especialmente para esta Terra Santa sofrida e desgarrada, ressoa a mensagem que pode renovar o mundo. Vinde todos a Belém com o coração simples, e o encontro com o Menino Jesus apagará todo medo! Ainda há esperança para todos!», explica o Custódio da Terra Santa, Pe. Pierbattista Pizzaballa. 

top


Irmão Alois de Taizé ensina jovens a descobrir sentido da existência

Os jovens de Taizé meditarão sobre a "Carta do Quênia" em seu encontro deste ano

BRUXELAS, quarta-feira, 24 de dezembro de 2008 (ZENIT.org).- Descobrir a Deus na própria existência é a mensagem contida na “Carta do Quênia” escrita pelo Irmão Alois e que será o fio condutor da meditação do encontro mundial de Taizé em Bruxelas para este fim de ano.

Este XXXI encontro europeu reunirá cerca de 40 mil jovens de todo o continente. O Papa Bento XVI, o arcebispo de Canterbury, Rowan Williams, o secretário da Federação Luterana Mundial, Ishmael Noko, e o secretário geral da Aliança Mundial das Igrejas Reformadas, Setri Nyomi, entre outros, fizeram chegar seu apoio ao encontro.

Esta carta remete ao encontro que este movimento ecumênico celebrou em Nairobi (Quênia), de 26 a 30 de novembro passado, e que reuniu cerca de 7 mil jovens em uma “peregrinação de confiança através da terra”.

Na carta, o irmão Alois diz logo no início: «perante o desalento e a desorientação de muitas pessoas, surge a pergunta: de que fonte vivemos nós?»

«Aqueles que não encontram esta fonte são mais numerosos hoje do que noutros tempos. Até o nome de Deus está sobrecarregado de mal-entendidos ou completamente esquecido. Será que há uma relação entre este apagamento da fé e a perda do gosto de viver?», questiona o superior de Taizé.

No entanto, a grande revelação, explica o irmão Alois, é que «Deus está presente em cada pessoa, crente ou não-crente».

«Através da sua vida na terra, Jesus revelou o amor infinito de Deus por cada pessoa. Dando-se até ao extremo, ele inscreveu o sim de Deus no mais profundo da condição humana. Desde a ressurreição de Cristo, já não podemos desesperar por causa do mundo nem por causa de nós próprios», acrescenta.

Para o irmão Alois, todo homem sente este «desejo de um absoluto em direção ao qual orientamos todo o nosso ser, corpo, alma e inteligência». «Há uma sede de amor que arde em cada um, do pequeno bebé à pessoa de idade avançada. Nem mesmo a mais profunda intimidade humana a pode saciar plenamente.»

No entanto, acolhendo esta sede como «um grande dom», longe de ser «uma anomalia», pode-se descobrir o chamado «de Deus para nos abrirmos».

O superior de Taizé propõe aos jovens dois horizontes para realizar esta entrega aos demais: por um lado, ajudar-se mutuamente, integrando-se nas paróquias e igrejas locais.  

«Há muitos jovens que se sentem isolados na sua caminhada interior. Quando dois ou três se juntam, podem ajudar-se mutuamente, partilhar e rezar juntos, mesmo com aqueles que se acham mais próximos da dúvida do que da fé.»

«Uma partilha deste género encontra um grande apoio quando está integrada na Igreja local», acrescenta. «A Igreja é a família de Deus: essa comunhão que nos faz sair do isolamento. Nela somos acolhidos, nela o sim de Deus à nossa existência é actualizado, nela encontramos a indispensável consolação de Deus.» 

Por outro lado, propõe «superar o risco da indiferença», que cresce nas sociedades, especialmente para com os mais frágeis.

«Ultrapassemos as compartimentações das nossas sociedades! Vamos ao encontro dos que sofrem! Procuremos visitar aqueles que são postos de lado ou maltratados! Pensemos nos imigrantes, que estão tão perto de nós e por vezes tão distantes!», acrescenta.

(Por Inma Álvarez)

top


Crise econômica: enorme desafio global para Cáritas

Mensagem de Natal do cardeal Óscar Rodríguez Maradiaga

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 24 de dezembro de 2008 (ZENIT.org).- Em sua mensagem de Natal, o cardeal Óscar Andrés Rodríguez Maradiaga, presidente da Cáritas Internacional, constata que durante este ano a Cáritas enfrentou novos desafios em seu trabalho de ajuda humanitária, construção da paz e desenvolvimento. 

«A crise alimentar mundial aumentou em cem milhões o número de pessoas famintas e fez que fosse mais oneroso para a Cáritas ministrar ajuda», constata o arcebispo de Tegucigalpa. 

«O impacto da crise financeira durará vários anos – acrescenta. Um mundo construído sobre a base da globalização da cobiça e do medo, ao invés de sobre a globalização da solidariedade nunca irá ser sustentável nem desejável.»

«Nosso temor – confessa – é que os mais pobres, que menos se beneficiaram das décadas de crescimento econômico desigual, pagarão o preço mais alto por este desatino.»

Ao fazer um balanço sobre a tarefa de 2008, destaca que «como membros da Cáritas, cada dia vemos o efeito positivo que nosso trabalho pode ter para ajudar aos pobres a transformarem sua própria vida». 

«O perdão da dívida permitiu ao Quênia, Tanzânia, Uganda e muitos outros países que abolissem as mensalidades em escolas primárias, o que resultou em um aumento significativo de matrícula em um espaço de poucos anos», informa. 

Por último, referindo-se aos desafios para o próximo ano, o cardeal expressa que «a construção da paz também será uma de nossas prioridades-chaves no novo ano». 

«Em 2008, a violência étnica e política arrasou o Quênia, o Congo, a Geórgia e o Sri Lanka. O progresso no Afeganistão e na Terra Santa se estancou. Como defensora da paz no âmbito nacional, internacional e das bases, a Cáritas redobrará seus esforços», explica.

top


Em foco

Natal é festa da vida e da luz

Mensagem do secretário-geral da CNBB

BRASÍLIA, quarta-feira, 24 de dezembro de 2008 (ZENIT.org).- O secretário-geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), Dom Dimas Lara Barbosa, difundiu esta semana uma mensagem natalícia em que afirma que o Natal é festa da vida e da luz.

«O mistério do Verbo encarnado, celebrado a cada ano no Natal, renova em todos os cristãos o sonho da fraternidade universal, que rompe as barreiras das diferenças e das desigualdades e anuncia a nova sociedade, justa e solidária, prenúncio do Reino de Deus entre nós», escreve o bispo, em nome da Conferência episcopal.

«Quanto mais nos deixamos embalar pelo clima festivo e alegre do Natal, tanto mais sentimos a força nova que nasce do amor de Deus manifestado a nós em seu filho, Jesus Cristo, que, vindo ao mundo, “armou sua tenda entre nós”.»

«Sol sem ocaso –prossegue Dom Dimas–, o Cristo que nasce pobre em Belém vem para clarear os caminhos obscurecidos pela maldade que, muitas vezes, insiste em habitar o coração humano, desfigurando a criatura predileta de Deus.»

«Natal é, portanto, a festa da luz que nunca se apaga! Quem o celebra na fé jamais caminha na escuridão do medo ou do erro. Como o mundo precisa desta luz!», destaca o secretário-geral.

Segundo Dom Dimas, a CNBB, «imbuída do espírito natalino», «faz chegar a Deus sua prece em favor de todos os brasileiros e brasileiras, augurando-lhes graças e bênçãos especiais neste tempo de renovação da fé e de celebração da vida».

«Ao Menino-Deus que, da pobreza da manjedoura, manifesta ao mundo o sorriso novo da vida e da esperança, pedimos conceda paz e alegria a todos.»

«As manifestações de congraçamento, próprias desse tempo, reafirmem o compromisso de todos com a paz inaugurada pelo Cristo, a Boa Notícia comunicada por Deus para salvar o mundo», afirma. 

top


Na alegria do Natal, renovar compromisso de discípulos

Mensagem do cardeal Odilo Scherer

SÃO PAULO, quarta-feira, 24 de dezembro de 2008 (ZENIT.org).- «'A Palavra se fez carne e habitou entre nós': esta é a grande verdade que faz do Natal uma festa tão feliz, enchendo de alegria nossas igrejas e nossos corações e trazendo ao mundo um eco de esperança e de paz», afirma o cardeal Odilo Scherer.

Em uma mensagem natalícia divulgada esta semana, o cardeal convida os fiéis da arquidiocese de São Paulo a serem instrumentos para que Jesus encontre lugar na vida das pessoas.

Dom Odilo recorda que este ano sua arquidiocese aprovou o seu 10° Plano de Pastoral, que, em linha com a Conferência de Aparecida, «nos convida a sermos, de maneira renovada, discípulos e missionários de Jesus Cristo na cidade de São Paulo».

«Que Jesus encontre sempre lugar nas igrejas, casas, ruas, praças e todos os ambientes de nossa cidade», afirma o arcebispo.

«Como os pastores de Belém, nós somos testemunhas de Deus, para proclamarmos à cidade, com a palavra e com nossa vida, aquilo que vimos e ouvimos! Manifestemos a todas as pessoas, sobretudo aos pobres, aos doentes e aos que vivem na tristeza e no desânimo, que são amados por Deus!»

Segundo o cardeal Scherer, a festa do nascimento de Jesus «foi preparada com inúmeras reuniões em família; as tradicionais novenas de Natal ajudaram certamente muitas pessoas a acolherem a Palavra de Deus, deixando que ela entrasse em nossos lares, confortasse os corações e infundisse esperança e vida nova nas pessoas». 

«Não esqueçamos que o Natal cristão tem seu momento máximo nas belas litúrgicas da Missa em nossas comunidades. É ali que acontece nosso encontro vivo com Jesus, que se fez pequenino para vir ao nosso encontro!»

«Que o Natal seja uma festa de ternura e de renovação dos laços de amizade e fraternidade nas famílias e nas comunidades de toda a nossa arquidiocese», deseja o arcebispo.

top


Flash

Deus também pode chamar ao sacerdócio através da internet

ROMA, quarta-feira, 24 de dezembro de 2008 (ZENIT.org).- No último domingo antes do Natal, Bento XVI cumprimentou os 49 novos sacerdotes legionários de Cristo que acabam de ser ordenados. Alguns irmãos na congregação religiosa publicaram um vídeo que teve um êxito inesperado no Youtube e em H2onews.org, e nele oferecem os motivos pelo qual decidiram tornar-se sacerdotes.

No vídeo intervêm com espontaneidade e um pouco de humor seminaristas procedentes de culturas e países tão diferentes como a França, Alemanha, México, República Checa, Colômbia, Áustria, Coréia, Itália, Brasil, Vietnã, Espanha e Estados Unidos. 

O vídeo foi lançado junto a um site, disponível em cinco idiomas (espanhol, inglês, alemão, italiano e francês), no qual é possível fazer consultas e manifestar inquietudes sobre a vocação, às quais se responderá através de um e-mail. 

Mais informação: www.whynotpriest.org

top


Documentação

Bento XVI: Balanço de 2008 com Jornada de Sydney como eixo

Discurso aos membros da Cúria Romana

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 24 de dezembro de 2008 (ZENIT.org).- Publicamos o discurso que Bento XVI dirigiu nesta segunda-feira aos membros da Cúria Romana e do governo da Cidade do Vaticano, no tradicional encontro de troca de felicitações por ocasião do Natal. 

* * *

Senhores cardeais, 

venerados irmãos e irmãs no episcopado e no presbiterado, 

queridos irmãos e irmãs: 

O Natal do Senhor está às portas. Cada família sente o desejo de reunir-se, para desfrutar a atmosfera única e irrepetível que esta festa é capaz de criar. Também a família da Cúria Romana se encontra reunida nesta manhã, seguindo uma bela tradição, graças à qual temos a alegria de encontrar-nos e trocar as felicitações natalinas neste particular clima espiritual. Dirijo a cada um minha saudação cordial, cheia de reconhecimento pela colaboração prestada ao sucessor de Pedro. Agradeço vivamente ao cardeal decano Angelo Sodano, que se fez intérprete dos sentimentos de todos os presentes, e também a todos que estão trabalhando nos diversos escritórios, inclusive as representações pontifícias. Eu me referia no começo à atmosfera especial do Natal. Gosto de pensar que é quase uma prolongação daquela misteriosa alegria, daquela íntima exultação que invadiu a santa Família, os anjos e os pastores de Belém, na noite em que Jesus viu a luz. Eu a definiria como «atmosfera da graça», pensando na expressão de São Paulo na Carta a Tito: «Apparuit gratia Dei Salvatoris nostri omnibus hominibus» (cf Tt 2, 11). O apóstolo afirma que a graça de Deus se manifestou «a todos os homens»: eu diria que nisso se manifesta também a missão da Igreja e, em particular, a do sucessor de Pedro e de seus colaboradores, de contribuir para que a graça de Deus, do Redentor, seja cada vez mais visível a todos e leve a salvação a todos. 

O ano que está a ponto de terminar foi rico em olhares retrospectivos  a datas importantes da história recente da Igreja, mas rico também em acontecimentos, que trazem consigo sinais de orientação para nosso caminho para o futuro. Há cinquenta anos morria o Papa Pio XII, há 50 anos era eleito o Papa João XXIII. Passaram quarenta anos desde a publicação da Encíclica Humanae Vitae e trinta anos desde a morte de seu autor, o Papa Paulo VI. A mensagem destes acontecimentos foi recordada e meditada de muitas formas ao longo do ano, tanto que não quero deter-me novamente neles agora. O olhar da memória, contudo, dirigiu-se ainda mais aos acontecimentos do século passado, e precisamente assim nos dirigiu para o futuro: na noite de 28 de junho, em presença do patriarca ecumênico Bartolomeu I de Constantinopla e de representantes de muitas outras Igrejas e comunidades eclesiais, pudemos inaugurar na Basílica de São Paulo Fora dos Muros o Ano Paulino, em recordação do nascimento do apóstolo dos gentios há dois mil anos. Paulo não é para nós uma figura do passado. Mediante suas cartas, ele nos fala ainda hoje. E quem entra em diálogo com ele, é impulsionado a Cristo crucificado e ressuscitado. O Ano Paulino é um ano de peregrinação não só no sentido de um caminho exterior para os lugares paulinos, mas também uma peregrinação do coração, junto com Paulo, rumo a Jesus Cristo. Em definitivo, Paulo nos ensina também que a Igreja é Corpo de Cristo, que a Cabeça e o Corpo são inseparáveis e que não pode haver amor a Cristo sem amor à sua Igreja e à sua comunidade viva. 

Surgem particularmente diante dos olhos três acontecimentos específicos do ano que está terminando. Antes de tudo, a JMJ na Austrália, uma grande festa da fé, que reuniu mais de 200 mil jovens de todas as partes do mundo e os aproximou não só externamente – em sentido geográfico – mas, com sua contagiante alegria de ser cristãos, também interiormente. Junto a isso houve duas viagens, uma aos Estados Unidos e outra à França, nas quais a Igreja se fez visível diante do mundo e para o mundo como uma força espiritual que indica caminhos de vida e, mediante o testemunho da fé, traz a luz ao mundo. Foram dias que irradiavam luminosidade, irradiavam confiança no valor da vida e no empenho pelo bem. Por último, é preciso recordar o Sínodo dos Bispos: pastores procedentes do mundo inteiro se reuniram ao redor da Palavra de Deus, que havia sido proclamada no meio deles; em torno da Palavra de Deus, cuja grande manifestação se encontra na Sagrada Escritura. Aquilo a que no dia-a-dia com frequência não damos importância, cantamos novamente em sua sublimidade: o fato de que Deus fala, de que Deus responde a nossas perguntas. O fato de que Ele, ainda que em palavras humanas, fale em pessoa e possamos escutá-lo e, na escuta, aprender a conhecê-lo e compreendê-lo. O fato de que Ele entre em nossa vida modelando-a e que nós possamos sair de nossa vida e entrar na imensidão de sua misericórdia. Assim perebemos outra vez que Deus nesta Palavra sua se dirige a cada um de nós, fala ao coraçào de cada um: se nosso coração se desperta e o ouvido interior se abre, então cada um pode aprender a escutar a palavra que lhe é dirigida a Ele. Mas precisamente se escutamos Deus falar-nos de forma tão pessoal a cada um de nós, compreendemos também que sua Palavra está presente para que nos aproximemos uns dos outros, para que encontremos a forma de sair do que é só pessoal. Esta Palavra marcou uma história comum e quer continuar fazendo-o. Então voltamos a dar conta de que – precisamente porque a Palavra é tão pessoal – podemos compreendê-la de forma correta e total só no «nós» da comunidade instituída por Deus: sendo sempre consciente de que nunca poderemos esgotá-la completamente, que esta tem algo novo a dizer a cada geração. Compreendemos que os escritos bíblicos certamente foram redigidos em épocas determinadas e que constituem neste sentido, antes de tudo, um livro procedente de um tempo passado. Mas vimos que sua mensagem não permanece no passado nem pode ser echada nele: Deus, no fundo, fala sempre no presente, e escutaremos a Bíblia plenamente só quando descobrirmos este «presente» de Deus que nos chama agora. 

Finalmente, era importante experimentar que na Igreja há um Pentecostes também hoje; ou seja, que esta fala em muitas línguas, e isso não só no aspecto exterior de que estejam representadas nela todas as grandes línguas do mundo, mas em seu aspecto mais profundo: nela estão presentes as múltiplas formas de experiência de Deus e do mundo, a riqueza das culturas, e só assim aparece a amplitude da existência humana e, a partir dela, a amplitude da Palavra de Deus. Contudo, também compreendemos que o Pentecostes está ainda «a caminho», está ainda incompleto: existe uma multidão de línguas que ainda esperam a Palavra de Deus contida na Bíblia. Eram comovedores também os múltiplos testemunhos de fiéis leigos de todas as partes do mundo, que não só vivem a Palavra de Deus, mas que também sofrem por ela. Uma preciosa contribuição foi também o discurso de um rabino sobre as Sagradas Escrituras de Israel, que são também nossas Sagradas Escrituras. Um momento importante para o Sínodo, e mais, para o caminho da Igreja em seu conjunto, foi quando o patriarca Bartolomeu, à luz da tradição ortodoxa, com análise penetrante nos abriu um acesso à Palavra de Deus. Esperemos agora que as experiências e as conquistas do Sínodo influenciem eficazmente a vida da Igreja: sobre a relação pessoal com as Sagradas Escrituras, sobre sua interpretação na Liturgia e na catequese, como também na pesquisa científica, para que a Bíblia não fique em uma palavra do passado, mas que sua vitalidade e atualidade sejam lidas e reveladas na amplitude de dimensões de seus significados. 

As viagens pastorais deste ano fizeram referência à presença da Palavra de Deus, a Deus mesmo no atual momento da história: seu verdadeiro sentido só pode ser o de servir esta presença. Nestas ocasiões, a Igreja se faz perceptível publicamente, com ela a fé, e por isso, ao menos, a pergunta sobre Deus. Esta manifestação em público da fé chama todos aqueles que tentam entender o tempo presente e as forças que atuam nele. Especialmente o fenômeno das JMJ se converte cada vez mais em um objeto de análise, no qual se tenta entender esta espécie, por assim dizer, de cultura juvenil. A Austrália nunca havia visto tanta gente de todos os continentes como na JMJ, nem sequer durante as Olimpíadas. E se precedentemente se havia dado o temor de que a chegada em massa dos jovens pudesse provocar algum problema de ordem pública, paralizar o tráfico, obstaculizar na vida cotidiana, provocar violência e dar espaço às drogas, tudo isso se demonstrou como infundado. Foi uma festa da alegria: uma alegria que no final contagiou inclusive os resistentes: ao final ninguém se sentiu ofendido. As jornadas se converteram em uma festa para todos, e mais, só então se deram verdadeiramente conta de que é uma festa: um acontecimento no qual todos estão, por assim dizer, fora de si mesmos, além de si mesmos, e assim consigo mesmos e com os demais. Qual é, portanto, a natureza do que acontece em uma JMJ? Quais são as forças que atuam nela? Análises em voga tendem a considerar estas jornadas como uma variante da cultura juvenil moderna, como uma espécie de festival de rock modificado em sentido eclesial, com o Papa como estrela. Com ou sem fé, estes festivais seriam no fundo sempre a mesma coisa, e assim se pensa poder obviar a pergunta sobre Deus. Há também vozes católicas que vão nesta direção, avaliando tudo isso como um grande espetáculo, inclusive bonito, mas de pouco significado para a pergunta sobre a fé e sobre a presença do Evangelho em nosso tempo. Seriam momentos de um êxtase festivo, mas que no final das contas deixaria tudo como antes, sem influenciar de forma mais profunda a vida. 

Contudo, a peculiaridade dessas jornadas e o caráter particular de sua alegria, de sua força criadoras de comunhão, não encontram explicação. Antes de tudo, é importante levar em conta o fato de que as JMJ não consistem só nessa única semana na qual se fazem visíveis ao mundo. Há um longo caminho exterior e interior que conduz a ela. A Cruz, acompanhada pela imagem da Mãe do Senhor, faz uma peregrinação pelos países. A fé, à sua maneira, tem necessidade de ver e de tocar. O encontro com a cruz, que é tocada e levada, converte-se em um encontro interior com Aquele que na Cruz morreu por nós. O encontro com a Cruz suscita no íntimo dos jovens a presença desse Deus que quis fazer-se homem e sofrer conosco. E vemos a Mulher que Ele nos deu como Mãe. As Jornadas solenes são só a culminação de um longo caminho com o qual se vai ao encontro de uns com outros e, juntos, com Cristo. Não é por acaso que na Austrália a longa Via Crucis através da cidade se converteu no elemento culminante dessas jornadas. Resumia uma vez mais tudo o que havia sucedacontecidodo nos anos precedentes e indicava Aquele que reúne todos: esse Deus que ama até a Cruz. O Papa não é a estrela em torno da qual gira tudo. Ele é somente vigário. Remete ao Outro que está no meio de nós. Finalmente, a liturgia solene é o centro de tudo, porque nela sucede o que nós não podemos realizar e algo de que, contudo, estamos sempre à espera. Ele está  presente, Ele entre no meio de nós. O céu se abriu e isso torna a terra luminosa. Isso é o que torna a vida alegre e aberta e o que nos une com uma alegria que não é comparável com um festival de rock. Friedrich Nietzsche disse em uma ocasião: «A habilidade não está em organizar uma festa, mas em trazer pessoas capazes de colocar alegria». Segundo a Escritura, a alegria é fruto do Espírito Santo (cf Gál 5, 22): este fruto era perceptível abundantemente nos dias de Sydney. Como um longo caminho precede as JMJ, assim deriva dele também o caminho sucessivo. As grandes Jornadas têm, não em último termo, o objetivo de suscitar estas amizades e de fazer surgir assim no mundo lugares de vida na fé, que são ao mesmo tempo lugares de esperança e de caridade vivida. 

A alegria, como fruto do Espírito Santo. Deste modo, chegamos ao tema central de Sydney, que era precisamente o Espírito Santo. A partir desta perspectiva, quero mencionar como síntese a orientação implícita deste tema. Levando em conta o testemunho da Escritura e da Tradição, podemos reconhecer com facilidade quatro dimensões no tema do «Espírito Santo». 

1. Antes de tudo está a afirmação que nos apresenta o início da narração da criação: nela se fala do Espírito criador que voa por cima das águas, cria o mundo e o renova continuamente. A fé no Espírito criador é um conteúdo essencial do Criador cristão. O fato de que a matéria leva em si uma estrutura matemática, está cheia de espírito, é o fundamento sobre o qual se baseiam as modernas ciências da natureza. Só porque a matéria está estruturada de maneira inteligente, nosso espírito é capaz de compreendê-la e de remodelá-la ativamente. O fato de que esta estrutura inteligente proceda do mesmo Espírito criador que também nos doou o espírito, implica ao mesmo tempo uma tarefa e uma responsabilidade. Na fé sobre a criação está o fundamento último de nossa responsabilidade com a terra. Não é simplesmente uma propriedade nossa, da qual nos podemos aproveitar segundo nossos interesses e desejos. É mais dom do Criador, que desenhou os ordenamentos intrínsecos e deste modo nos deu sinais de orientação que devemos respeitar como administradores de sua criação. O fato de que a terra, o cosmos, refletem o Espírito criador, significa também que suas estruturas racionais – que muito além da ordem matemática, no experimento, se tornam quase palpáveis – levam em si uma orientação ética. O Espírito que as plasmou é mais que matemática, é o Bem em pessoa que, através da linguagem da criação, nos indica o caminho para o reto caminho. 

Dado que a fé no Criador é uma parte essencial do credo cristão, a Igreja não pode e não deve limitar-se a transmitir a seus fiéis só a mensagem da salvação. Também tem uma responsabilidade com a criação e tem de cumprir esta responsabilidade em público. E, ao fazê-lo, não só tem de defender a terra, a água, o ar, como dons da criação que pertencem a todos. Tem de proteger também o homem contra sua própria destruição. É necessário que haja algo como uma ecologia do homem, entendida no sentido justo. Quando a Igreja fala da natureza do ser humano como homem e mulher e pede que se respeite esta ordem da criação, não está expondo uma metafísica superada. Aqui se trata, de fato, da fé no Criador e da escuta da linguagem da criação, cujo desprezo significaria uma auto-destruição do homem e, portanto, uma destruição da própria ordem de Deus. 

O que com frequência se expressa e entende com o termo «gender», se sintetiza em definitivo na auto-emancipação do homem da criação do Criador. O homem quer fazer-se por sua conta, e decidir sempre e exclusivamente sozinho sobre o que lhe afeta. Mas deste modo vive contra a verdade, vive contra o Espírito criador. Os bosques tropicais merecem, certamente, nossa proteção, mas não menos a merece o homem como criatura, no qual está inscrita uma mensagem que não contradiz a nossa liberdade, mas que é sua condição. Grandes teólogos da Escolástica qualificaram o matrimônio, ou seja, o laço para a vida toda entre o homem e a mulher, como sacramento da criação, instituído pelo Criador, e que Cristo – sem modificar a mensagem da criação – acolheu depois na história de sua aliança com os homens. Faz parte do anúncio que a Igreja deve oferecer o testemunho a favor do Espírito criador presente na natureza em seu conjunto e de maneira especial na natureza do homem criado à imagem de Deus. A partir desta perspectiva, seria preciso ler a encíclica Humanae Vitae: a intenção do Papa Paulo VI era a de defender o amor contra a sexualidade como consumo, o futuro contra a pretendida exclusividade do presente, e a natureza do homem contra a sua manipulação.

2. Permiti-me uma breve menção ulterior sobre as demais dimensões da pneumatologia. Se o Espírito criador se manifesta antes de tudo na grandeza silenciosa do universo, em sua estritura inteligente, a fé, além disso, nos diz algo inesperado: ou seja, este Espírito fala também, por assim dizer, com palavras humanas, entrou na história e, como força que marca a história, é também um Espírito que fala, e mais, é Palavra que nos escritos do Antigo e do Novo Testamento sai ao nosso encontro. O que isso significa para nós o expressou maravilhosamente Santo Ambrósio, em uma de suas cartas: «Também agora, enquanto leio as divinas Escrituras, Deus passeia no Paraíso» (Epístola 49, 3). Também hoje, nós, ao ler a Escritura, podemos como vagar pelo jardim do Paraíso e encontrar Deus que passeia por lá: entre o tema da JMJ na Austrália e o tema do Sínodo dos Bispos se dá uma profunda relação interior. Os dois temas, «Espírito Santo» e «Palavra de Deus» caminham juntos. Lendo a Escritura aprendemos, contudo, que Cristo e o Espírito Santo são inseparáveis entre si. Quando Paulo afirma com uma síntese desconcertante «O Senhor é o Espírito» (2 Coríntios 3, 17), não só está mostrando, como pano de fundo, a unidade trinitária entre o Filho e o Espírito Santo, mas também e sobretudo sua unidade na história da salvação: na paixão e ressurreição caem os véus do sentido meramente literal e se torna visível a presença do Deus que está falando. Ao ler a Escritura junto a Cristo, aprendemos escutar nas palavras humanas a voz do Espírito Santo e descobrimos a unidade da Bíblia. 

3. Deste modo, chegamos à terceira dimensão da pneumatologia, que consiste precisamente no fato de que Cristo e o Espírito Santo não podem separar-se. Isso se mostra da maneira talvez mais bela na narração de São João sobre a primeira aparição do Ressuscitado diante dos discípulos: o Senhor sopra sobre seus discípulos e deste modo lhes dá o Espírito Santo. O Espírito Santo é o sopro de Cristo. E como o sopro de Deus na manhã da criação havia transformado o pó do solo no homem vivo, do mesmo modo o sopro de Cristo nos acolhe na comunhão ontológica com o Filho, nos faz uma nova criação. Por este motivo, o Espírito Santo nos faz dizer junto com o Filho: «Abbá, Pai!» (cf. João 20, 22; Romanos 8, 15). 

4. Deste modo, como quarta dimensão, emerge espontaneamente a relação entre o Espírito e a Igreja. Paulo, na Primeira Carta aos Coríntios 12 e em Romanos 12, apresentou a Igreja como Corpo de Cristo e como organismo do Espírito Santo, no qual os dons do Espírito Santo fundem aos indivíduos em uma unidade viva. O Espírito Santo é o Espírito do Corpo de Cristo. No conjunto deste Corpo encontramos nossa tarefa, vivemos uns para os outros e uns em dependência dos outros, vivendo em profundidade d’Aquele que viveu e sofreu por todos nós e que através de seu Espírito nos atrai a si na unidade de todos os filhos de Deus. «Queres tu também viver do Espírito de Cristo? Então deves entrar no Corpo de Cristo», diz Agostinho neste sentido (Tr. in Jo. 26, 13). 

Deste modo, com o tema do «Espírito Santo», que orientava as jornadas da Austrália e, de maneira um pouco mais escondida, também as semanas do Sínodo, torna-se visível toda a amplitude da fé cristã, uma amplitude que, da responsabilidade pela criação e pela existência do homem em sintonia com a criação, leva, através dos temas da Escritura e da história da salvação, até Cristo e daí à comunidade viva da Igreja, em suas diferentes ordens de responsabilidade, assim como também em sua amplitude e liberdade, que se expressa tanto na multiplicidade dos carismas como na imagem pentecostal da multidão das línguas e culturas. 

A festa é parte integrante da alegria. A festa se pode organizar, a alegria não. Só pode oferecer-se como dom; e, de fato, foi-nos dada em abundância: por isso nos sentimos agradecidos. Assim como Paulo qualifica a alegria como fruto do Espírito Santo, do mesmo modo também João, em seu Evangelho, uniu intimamente o Espírito e a alegria. O Espírito nos dá a alegria. Ele é a alegria. A alegria é o dom no qual todos os demais dons estão resumidos. É a expressão da felicidade, do estar em harmonia consigo mesmos, algo que só pode derivar de estar em harmonia com Deus e com sua criação. Faz parte da natureza da alegria o irradiar-se, ter de comunicar-se. O espírito missionário da Igreja não é mais que o impulso por comunicar a alegria que nos foi dada. Que sempre esteja viva em nós e, depois, que se irradie no mundo em suas tribulações: este é meu desejo para final deste ano. Junto com um sentido agradecido por todas vossas fadigas e obras, desejo a todos que esta alegria, que se deriva de Deus, seja concedida abundantemente a nós também no Ano Novo. 

Confio estes desejos à intercessão da Virgem Maria, Mater divinae gratiae, pedindo a graça de poder viver as festividades natalinas na alegria e na paz do Senhor. Com estes sentimentos, envio de coração, a todos vós e à grande família da Cúria Romana, a bênção apostólica. 

[Tradução: Élison Santos. Revisão: Aline Banchieri.

© Copyright 2008 - Libreria Editrice Vaticana]

top


ANÚNCIOS

Para conhecer os preços e colocar seu anúncio nos serviços de e-mail de ZENIT, visite:
http://www.zenit.org/portuguese/anuncios.html

* * * * * * * * * * * * * * * *

DVD: "Tu és Pedro - Bento XVI e as Chaves do Reino" - Edição especial

No Natal dê de presente o DVD "Tu és Pedro - Bento XVI e as Chaves do Reino", uma das maiores produções do Centro Televisivo Vaticano, com a qual poderá reviver a emoção dos últimos momentos de João Paulo II, o conclave, e a eleição de Bento XVI. Disponível em edição especial em 7 idiomas.
Durante todo o período natalício até dia 6 de janeiro, você poderá adquirir o DVD com um desconto de 15%. Baixe o trailer e adquira o DVD no site:
http://www.hdhcommunications.com/index.php?main_page=product_info&cPath=47_71&products_id=30

http://www.hdhcommunications.com

top

* * * * * * * * * * * * * * * *

LIVRO: "João Paulo II Peregrino do Mundo"

No Natal dê de presente um livro da Livraria Vaticana

A obra destaca, por meio da imagem e da palavra, o melhor do caráter pastoral de uma mobilização extraordinária: João Paulo II viajou durante dois anos e meio. Tais deslocamentos produziram um forte impacto religioso. Inseriram a mensagem evangélica entre populações muito distantes, tanto cultural quanto geograficamente. Baseado no Prefácio do Cardeal Roger Etchegaray.
Desconto de 15% até o final de janeiro.

Compre seu exemplar através:
http://www.hdhcommunications.com/index.php?main_page=product_info&cPath=45_59&products_id=164


http://www.hdhcommunications.com

top

* * * * * * * * * * * * * * * *

Para conhecer os preços e colocar seu anúncio nos serviços de e-mail de ZENIT, visite:
http://www.zenit.org/portuguese/anuncios.html



ZENIT é uma agência internacional de informação.

Visite nossa página: http://www.zenit.org

Para assinatura / cancelar assinatura visite: http://www.zenit.org/portuguese/subscribe.html

Para presentear ZENIT, sem nenhum custo: http://www.zenit.org/portuguese/presente.html

Para qualquer informação: http://www.zenit.org/portuguese/mensagens.html

* * * * * * * * * * * * * * * *

A reprodução dos serviço de ZENIT necessitam da permissão expressa do editor:
http://www.zenit.org/portuguese/permissao.html

(c) Innovative Media Inc.


Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Postes populares