As autoridades de aviação brasileiras revelaram que o avião da Air France dado como desaparecido se encontrava a mais de 500 quilómetros da costa aquando do seu último contacto via rádio. O Governo francês pediu prudência na divulgação de informações, já depois de um porta-voz da companhia aérea ter dito que "o mais verosímil" é o Airbus A 330, com 228 pessoas a bordo, ter sido "atingido por um raio".
Um colaborador do Presidente Lula da Silva adiantou, entretanto, que pelo menos 60 dos ocupantes tinham nacionalidade brasileira. A secretaria de Estado das Comunidades confirmou que havia pelo menos um cidadão português entre os ocupantes. A agência de notícias italiana Ansa deu também conta de cinco italianos a bordo e as autoridades marroquinas disseram que três cidadãos nacionais constavam da lista de passageiros,
"Às 22h33 (02h33 hora de Lisboa), o voo AFR 447 estabeleceu o seu último contacto via rádio com o Centro de Controlo da Zona Atlântica", lê-se num comunicado oficial, adiantando que, nessa altura, o aparelho se encontrava a 565 quilómetros da cidade costeira de Natal, no Nordeste do Brasil.
No momento, o Airbus, que fazia a ligação entre o Rio de Janeiro e Paris, voava a uma velocidade de 840 quilómetros por hora e encontrava-se próximo dos 11 mil metros de altitude, acrescentam as autoridades brasileiras. Segundo a mesma fonte, a tripulação indicou que o voo deveria entrar cerca das 03h20 (hora de Lisboa) no espaço aéreo do Senegal. Foi a esta hora que, por falta de confirmação, o centro de controlo brasileiro comunicou a situação ao seu congénere em Dacar.
Por seu lado, o director-geral da Air France, Pierre-Henri Gourgeon, indicou que, cerca das 03h00, o avião "entrou numa zona de fortes turbulências" e, quinze minutos depois, o Airbus enviou "mensagens automáticas de manutenção" para "anunciar um certo número de anomalias", incluindo uma falha eléctrica. Contudo, os pilotos não fizeram qualquer comunicação via rádio e o aparelho encontrava-se numa zona que já não era coberta pelos radares brasileiros, impossibilitando assim uma confirmação do que terá sucedido.
Gourgeon explicou que, entre as 06h00 e as 07h00 da manhã, tornou-se claro que "o avião teria tido certamente um problema importante", já que continuava a não comunicar com os centros de comando. Nem os radares senegaleses, nem os situados na ilha do Sal, em Cabo Verde, detectaram a entrada do aparelho nas zonas sob seu controlo e pouco depois foi pedida a colaboração das autoridades militares.
Às 08h30 foi montado uma célula de crise no aeroporto de Roissy – para onde estava prevista a aterragem do voo às 10h10 (hora de Lisboa) – e pouco depois a Air France anunciava o desaparecimento do voo AFR 447.
Um avião da Força Aérea brasileira levantou a seguir voo da ilha Fernando de Noronha, a 345 quilómetros do estado do Ceará, para dar início às buscas do aparelho, tendo-se-lhes juntado pouco depois um avião militar francês que se encontrava sedeado no Senegal.
Sem informações sobre o local onde o aparelho se terá despenhado, as buscas estão a decorrer numa vasta área do Atlântico entre a costa Nordeste do Brasil e o arquipélago de Cabo Verde, a dois mil quilómetros de distância. Contudo, um perito em segurança aérea refere que, segundo os dados disponíveis, o Airbus A330 terá caído a não mais de 300 quilómetros da ilha de Fernando de Noronha.
Sem esperanças quando ao resgate de sobreviventes, os peritos procuram uma explicação para o acidente. François Brousse, director de comunicação da Air France, acredita que na origem desta "catástrofe aérea" terá estado uma tempestade. "O mais verosímil é que o avião tenha sido atingido por um raio", já que pouco depois da última comunicação "entrou uma zona de tempestades com fortes perturbações que terão provocado anomalias".
Contudo, o secretário de Estado dos Transportes francês, Dominique Bussereau, pediu prudência na divulgação de informações: "De momento não sabemos estritamente nada. Qualquer hipótese será falsa e errónea". Um pouco antes, Jean-Louis Borloo, ministro dos Transportes tinha "claramente descartado" a hipótese de o avião ter sido
PÚBLICO, Agências
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