Apesar de não ter estimativas com números para este final do ano, Fábio Pina, economista da Federação do Comércio de São Paulo (Fecomercio-SP), afirma que a entidade prevê 2009 melhor do que o ano anterior. "O ano passado foi um momento exatamente oposto do que temos este ano. Expectativas ruins, crise. Este ano caminhamos para um comportamento oposto. Crédito e consumo parecem que vão deslanchar. Parece que realmente o varejo vai contratar um número maior de temporários", diz ele.
O estudo da Asserttem mostra ainda que, para as vagas temporárias, as empresas procuram profissionais com ensino médio completo e faixa etária acima de 18 anos, com ou sem experiência. Apesar de ressaltar que a participação dos idosos nos contratos temporários também cresceu nos últimos anos, a entidade informa que a predominância no segmento ainda é de pessoas com até 39 anos. Na previsão das empresas pesquisadas pela Assertem, 27% das vagas devem ser destinadas a pessoas em situação de primeiro emprego.
Segundo Marcelo Abrileri, presidente da Curriculum.com.br e especialista em carreira, o candidato a uma vaga temporária deve demonstrar, na entrevista para o emprego, muita iniciativa e que tem rapidez ao aprender, esta última uma qualidade que ele considera "fundamental". "Não há muito tempo para aprender em uma vaga temporária. A pessoa tem que chegar, pegar rápido o jeito do trabalho e já sair produzindo. É isso que o empregador deste tipo de vaga procura", afirma.
Com relação a elaboração do currículo, Abrileri afirma que as experiências anteriores, no caso específico de empregos temporárias, só são positivas se forem na mesma área que o candidato está disputando a vaga, pois vão ajudar a reduzir a "curva de aprendizagem" do novo funcionário. "Tudo que estiver nessa linha no currículo (reduzir o tempo de aprendizagem) é o que o empregador busca em uma contratação para trabalho temporário", diz.
Além da necessidade de não mentir na elaboração do currículo, Jismália Oliveira Alves, diretora de comunicação da Assertem, afirma que é necessário ser objetivo, listando habilidades e qualificações e procurando ser o mais transparente e espontâneo possível em sua entrevista "(Isto) não só para emprego temporário, mas para todos os empregos que for se candidatar", diz ela.
"Batendo perna"
Apesar de reconhecer que cada vez mais empresas recorrem aos sites de emprego na internet para recrutar trabalhadores, Abrileri afirma que, para empregos temporários, a melhor estratégia ainda é percorrer ruas comerciais e shoppings distribuindo currículos.
"Para esse tipo de vaga ainda é o meio mais efetivo de conseguir uma contratação (bater perna). Cada vez mais as empresas vêm para a internet, mas no caso de vagas de fim de ano para balconista, vendedor de loja, promotor de venda, esses cargos, ainda é mais efetivo distribuir currículos", diz o especialista em carreira.
"Essas vagas são voltadas para o comércio. Então que a pessoa interessada vá até o ponto de venda e encaminhe o seu currículo. Usar os sites de empregos, agências de emprego, também é uma boa alternativa. Mas, o bater perna ainda faz parte do ritual e tem um efeito bastante positivo", disse a diretora de comunicação da Asserttem.
Procura começa agora
De acordo com Fábio Pina, a procura para os empregos temporários de fim de ano, para o segmento de enfeites de Natal e varejo específico da época, deve começar já no fim de setembro. Para o varejo comum, que vai de confecções a eletroeletrônicos, o ideal, segundo ele, é distribuir os currículos no final de novembro ou começo de dezembro.
No entanto o presidente da Curriculum.com.br diz que a procura para todos os segmentos tem que começar agora. "Já a partir de agora a pessoa tem que distribuir currículos, se cadastrar em sites de recolocação profissional, pois muitas empresas já estão contratando", diz Marcelo Abrileri. Jismália Oliveira Alves concorda e diz que as empresas devem começar seus processos de recrutamento e seleção já a partir da segunda quinzena de setembro.
Da contratação à efetivação
Pelo estudo da Assertem, a estimativa das empresas é que a taxa de efetivação dos trabalhadores temporários deve cair para 17% do total de contratos, ante os 28% estimados no Natal do ano passado. Por segmentos, a efetivação deve ser maior no varejo de rua (21%), seguido pelas lojas de departamentos (17%); supermercados e afins (16%) e shoppings (14%).
Para ser efetivado, a dica de Marcelo Abrileri é investir no bom relacionamento com patrão, demais empregados e clientes. "No mercado de trabalho sempre se diz: contrata-se por conhecimento, demite-se por comportamento. Se o temporário tiver um bom comportamento, a empresa vai estar feliz e isto já é um bom andamento (para a efetivação)", diz.
"O diferencial é quem chega na hora, sai um pouco mais tarde, sempre está disposto a ajudar, para ele não tem coisas difíceis, fez amizade com todo mundo, traz uma energia boa pro local de trabalho, os clientes gostam dele etc. Com isso, o lojista olha para o quadro de vendedores e pode mandar outro embora para ficar com esta pessoa", completa o especialista em carreira.
Segundo ele, uma boa impressão em um emprego temporário pode até render uma indicação para outro emprego. "Quando o funcionário é bom, o patrão tem amigos e pode até trabalhar para recolocar essa pessoa. Ela tem que conquistar profissionalmente os seus superiores", afirma Abrileri.
Mesmo que a efetivação não venha, a diretora de comunicação da Assertem diz que o temporário deve encarar o emprego temporário como uma chance para ganhar experiência no mercado de trabalho. Para ela, esta é uma oportunidade "excelente" de conseguir um trabalho formal.
"Quando a pessoa teve um bom desempenho, mas mesmo assim não conseguiu a efetivação, ela tem que pensar que essa boa experiência vai trazer bons frutos, como mais confiança no mercado de trabalho. Em uma situação futura de contratação, o nome dela com certeza vai ser lembrado", afirma ela.
Confira dicas para ser efetivado
Lembre-se que seu comportamento pode definir seu futuro no emprego
Chegue no horário. Fique até mais tarde
No comércio é fundamental gostar de lidar com o público
Boa educação com clientes, colegas e chefes é o mínimo
Encare as tarefas que lhe foram dadas com disposição
Procure conquistar profissionalmente colegas, clientes e chefes
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http://noticias.terra.com.br/interna/0,,OI3985893-EI8177,00.html
Fabiano Klostermann
Direto de São Paulo
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