Observando a "real politik" africana, um dos aspectos que salta ao olho é a linearidade de homens sem arte nem parte. Nomes importantes das classes políticas de vários países africanos são comparáveis a uma sequência numérica cujo determinador comum é a nulidade em termos de princípios e valores democráticos. Esta é uma das breves conclusões que qualquer observador chegaria se parasse a reflectir sobre as reformas e políticas aplicadas em vários países do nosso continente. A incompetência somada a falta de vontade política, a ausência total da paixão pelo que fazem, assim como a gestão amigável e até mesmo étnica da coisa pública, são entre outros, os elementos que mais pesam sobre o povo africano. A título de exemplo, o que dizer dos governantes empresários, que investem mais na Europa e outras partes do mundo mais desenvolidas, esquecendo-se completamente da pobreza que lhes rodeia? O que falar dos administradores livres de projectualidade e visão futurística para as áreas que governam, que por razões de insegurança convidam estrangeiros para actuarem no território com a desculpa de reconhecer neles competência inexistentes nos administrados? África, o nosso amado continente, é cheio de factos desta natureza.
Ninguém dá o que não tem. O exemplo da boa governação – em países mais avançados do ponto de vista político-cultural – nos ajuda a tirar uma primeira conclusão: em condições normais, não devemos esperar que um agricultor (sem nada tirar a esta nobre profissão) projecte pontes e estradas que durem no tempo e respondam aos actuais desafios de desenvolvimento que o mundo está vivendo. O agricultor pode servir de exemplo no que tange a dedicação no próprio trabalho, a paciência, a capacidade de reconhecer um bom terreno, mas para governar um povo, uma nação, necessitamos de homens que tenham uma visão e formação maior. Necessitamos de pessoas íntegras, que possam meter o bem-comum antes dos interesses privados. Necessitamos de homens e mulheres que saibam pensar globalmente e agir localmente. Necessitamos de patriotas que saibam reconhecer os próprios limites e envolver espertos do sector no qual operam. Isto é boa governação, aquele permeada da humildade, do querer mudar positivamente a vida dos governados. Mente aberta num mundo em contínua mudança é indispensável para crescer como nação, como país livre e democrático.
Termino repassando os três princípio/valores, que estão na base de uma boa democracia: a liberdade, a igualdade e a fraternidade. Nos próximos Canivetes vou abordar estes três elementos bases da Revolução francesa, que ao fim de contas estão na base de todas as boas democracias de estilo liberal ocidental. Até quando teremos que esperar o desenvolvimento das democracias reais em África? Respeitando e promovendo estes três valores, qualquer governante que seja, começa mudando realidade do povo que governa. Meto a fraternidade antes de tudo.
Termino repassando os três princípio/valores, que estão na base de uma boa democracia: a liberdade, a igualdade e a fraternidade. Nos próximos Canivetes vou abordar estes três elementos bases da Revolução francesa, que ao fim de contas estão na base de todas as boas democracias de estilo liberal ocidental. Até quando teremos que esperar o desenvolvimento das democracias reais em África? Respeitando e promovendo estes três valores, qualquer governante que seja, começa mudando realidade do povo que governa. Meto a fraternidade antes de tudo.
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