Defesa. Liga dos Combatentes critica escritor por afirmações distintas da "verdade histórica"
O presidente da Liga dos Combatentes (LC) convidou o escritor António Lobo Antunes a "esclarecer, confirmar, negar ou dar a sua interpretação sobre as afirmações", feitas num livro publicado há um ano, sobre a Guerra Colonial em Angola.
A posição do general Chito Rodrigues consta de uma carta aberta dirigida a Lobo Antunes e na qual o presidente da LC critica duramente o escritor por relatar situações que, segundo a Liga e muito outros antigos combatentes, não ocorreram.
Em causa está um trecho de uma entrevista (publicada em livro há um ano), citada na carta aberta, em que Lobo Antunes declara: "No meu batalhão [em Angola] éramos 600 militares e tivemos 150 baixas. Era uma violência indescritível (...) Eu estava numa zona onde havia muitos combates e para poder mudar para uma região mais calma tinha de acumular pontos. (...) E para podermos mudar, fazíamos de tudo, matar crianças, mulheres, homens. Tudo contava, e como quando estavam mortos valiam mais pontos, então não fazíamos prisioneiros."
Ao DN, Chito Rodrigues frisou: "A LC tem moral para dizer: temos boa impressão de si, agora explique lá isso" que escreveu e "não corresponde à verdade histórica".
Na carta aberta, o general sublinhou ainda que Lobo Antunes "não necessita de usar formas deturpadoras de uma realidade que sabe não ter vivido", pois "mesmo a ficção é ridícula e perigosa, quando usa desta forma uma hipotética realidade que acaba por se transformar em realidade histórica face à força de quem a usa".
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