O ministro da Agricultura, Pedro Afonso Canga, defendeu ontem, em Luanda, o surgimento de um sector empresarial agropecuário forte, para incentivar e motivar a produção para o mercado interno e promover uma visão de competição no mercado regional e internacional de produtos agrícolas.
Pedro Afonso Canga fez esta afirmação durante o discurso de abertura das jornadas técnico científicas da Fundação Eduardo dos Santos (FESA), que decorrem desde ontem, nas instalações da Assembleia Nacional, subordinadas ao tema “A agricultura no actual contexto de desenvolvimento de Angola”.
O titular da pasta da Agricultura sublinhou que para impulsionar o surgimento deste sector empresarial, o Executivo criou instrumentos de acção, como o programa “Angola Investe” e outros, através dos quais os empresários podem ter acesso aos financiamentos necessários para a realização dos seus projectos.
Pedro Afonso Canga definiu o sector da agricultura como tendo grande importância para a vida económica e social do país, enquanto produtor de alimentos, matérias-primas e de outros bens e pelos milhares de empregos que proporciona às populações.
Prioridade absoluta
No programa de governo do MPLA, o sector da agricultura é uma prioridade absoluta, que tem como objectivos garantir a segurança alimentar e nutricional, a criação de empregos e geração de riqueza, estabilização das populações no meio rural e proporcionar melhores condições de vida no campo. A agricultura familiar pelas suas características, “ocupa um lugar especial”, devendo ser apoiada e estruturada, transformada progressivamente de uma produção de subsistência para uma produção orientada para o mercado.
Para o ministro da Agricultura, é fundamental a elevação dos níveis de rendimento das explorações agrícolas e pecuárias familiares, pela utilização de técnicas e tecnologias mais eficientes, como a fertilização, correcção dos solos, sementes e espécies melhoradas, irrigação e equipamentos adequados.
A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), emitiu um relatório sobre o estado da insegurança alimentar no mundo, no qual Angola está entre os 13 países da África Subsariana que conheceram avanços no que diz respeito à segurança alimentar. O país registou progressos notáveis no combate à fome, tendo reduzido o número de pessoas subnutridas de 63, 9 porcento no período 1990/1992 para 24,4 porcento no período 2010/2012. Segundo o mesmo relatório, 870 milhões de pessoas no mundo sofrem de subnutrição no período 2010/2012.
Pedro Afonso Canga reconheceu que há um longo caminho a percorrer: “devemos aproveitar as nossas potencialidades e recursos disponíveis para consolidar os ganhos conseguidos e alcançar resultados cada vez mais positivos”. Assim, salientou, para os próximos cincos anos devemos aumentar a produção de cereais e leguminosas, de carne, ovos, raízes, tubérculos, frutas, açúcar, leite e a produção florestal.
Pedro Afonso Canga assegurou que as medidas de política e os instrumentos de acção estão inscritos no Programa de Desenvolvimento de Médio Prazo (2013/2017) e no Programa Plurianual de Investimento Público. “A geração de conhecimento, através da investigação científica e a sua disseminação e transferência, por via de formação formal ou informal são imprescindíveis, para o alcance das metas estabelecidas no sector da agricultura”, defendeu.
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