Luanda – O decano da Fundação Eduardo dos Santos (Fesa), Fernando Albuquerque Mourão, defendeu hoje, terça-feira, em Luanda, a necessidade do empresariado angolano apostar em pequenas e médias empresas agro-industriais para contribuir no desenvolvimento do sector agrícola no país.
Em declarações à Angop, por ocasião das XVI jornadas técnico-científicas, disse que, em detrimento das grandes empresas, a aposta em pequenas e médias é vantajosa, leva menos tempo para a sua implementação e é pouco dispendioso em termos de manutenção.
“O empresariado nacional pode apostar na produção de bens agrícolas enlatados”, sugeriu o interlocutor.
Questionado sobre a escolha do tema das jornadas - Agricultura no actual contexto de desenvolvimento de Angola - justificou que o objectivo é influenciar a diversificação da economia no país através do sector agrícola.
“O objectivo do tema é chamar a atenção de que em Angola não há só petróleo e diamante, e que a agricultura é um assunto que hoje preocupa a ONU e até mesmo a imprensa”, disse Fernando Mourão.
Constituem também objectivos do evento discutir a problemática da agricultura para analisar factores que não são tidos em conta, como o caso da qualidade das plantas, questões técnicas, jurídicas e de produção de inputs.
“Há centenas de variáveis que precisam de uma atenção para que a Agricultura se desenvolva e, por isso, acho que é necessário levantar problemas ou questões em torno do assunto para se encontrar soluções”, disse o professor titular da Universidade de São Paulo (USP).
No seu entender, não existe um modelo acabado para se desenvolver a agricultura, e “tenho muito medo de dar receitas sobre isso, prefiro levantar problemas para que as pessoas, como o Ministério da Agricultura, direcções e Assembleia Nacional, contribuam para solução”.
O director geral adjunto para área financeira e património da Fesa, Alberto André Magingo, reafirmou que Angola não é somente petróleo e diamantes, e a escolha do tema visa dar ênfase ao sector e elucidar o ministério de tutela, responsáveis e empresários, sobretudo do agronegócio, para a diversificação da economia e desenvolvimento da agricultura.
Relativamente a investimentos no sector da agro-indústria em Angola, disse que já existem alguns em regiões como Malanje, mas salientou a necessidade de mais, tendo em vista a diversificação da economia.
Segundo Alberto Magingo, este fórum conta com experiências de especialistas do Brasil, Espanha, Portugal e da Coreia do Sul.
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