sábado, abril 05, 2008

4 Abril 2008: Angolanos comemoram sexto aniversário da paz

4 Abril 2008: Angolanos comemoram sexto aniversário da paz em ano de eleições Num ano em que os angolanos se preparam para escolher os seus representantes no Parlamento, nas eleições legislativas de Setembro próximo, a nação angolana comemora hoje, sexta-feira, seis anos desde que o seu povo venceu a guerra e conquistou a paz definitiva para o país.
Aos 04 de Abril de 2002 as Forças Armadas Angolanas "FAA" e as forças militares da Unita rubricaram o acordo de paz que veio pôr fim ao conflito armado reinante no país há mais de duas décadas.
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Francis*PAC


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1 comentário:

Anónimo disse...

Rosa Coutinho no Holocausto em Angola




Ora vejam como um 'CANALHA' pode ser 'HERÓI'



Sede cruéis sobretudo com as crianças


Excelente artigo de António Barreto no 'PÚBLICO' de ontem sobre o livro 'HOLOCAUSTO DE ANGOLA - MEMÓRIAS DE ENTRE O CÁRCERE E O CEMITÉRIO', de Américo Cardoso Botelho. O sociólogo é categórico na sua apreciação, 'O que ali se lê é repugnante', diz. Sobre aquela a que alguns chamaram a 'descolonização exemplar', não se inibe de dizer: 'O que fizeram as autoridades portuguesas durante a transição foi crime de traição e crime contra a humanidade.'



Fala também da responsabilidade de Rosa Coutinho neste Holocausto e no caso de Manuel Ennes Ferreira, preso e torturado depois de lhe ter sido assegurada protecção na Embaixada de Portugal em Luanda.

Sobre o percurso dos responsáveis por este Holocausto e a atitude cúmplice dos políticos portugueses, diz: 'Muitos dos responsáveis pelos interrogatórios, pela tortura e pelos massacres angolanos (...) estão hoje vivos e ocupam cargos importantes. Os seus nomes aparecem frequentemente citados, tanto lá como cá. Eles são políticos democráticos aceites pela comunidade internacional. Gestores de grandes empresas com investimentos crescentes em Portugal. Escritores e intelectuais que se passeiam no Chiado e recebem prémios de consagração pelos seus contributos para a cultura lusófona. Este livro é, em certo sentido, desmoralizador. Confirma o que se sabia: que a esquerda perdoa o terror, desde que cometido em seu nome. Que a esquerda é capaz de tudo, da tortura e do assassinato, desde que ao serviço do seu poder. Que a direita perdoa tudo, desde que ganhe alguma coisa com isso. Que a direita esquece tudo, desde que os negócios floresçam. A esquerda e a direita portuguesas têm, em Angola, o seu retrato.' D.B.


Rosa Coutinho no Holocausto em Angola



O meu amigo Nonas já me havia falado no livro 'Holocausto em Angola - Memórias de entre o cárcere e o cemitério', de Américo Cardoso Botelho, e despertara a minha curiosidade. Mas depois de ler o excelente e corajoso artigo de António Barreto na edição de ontem do jornal «Público», passou a ser obrigatório.

Na sua lúcida análise e reflexão, lembrei-me do meu avô materno, oficial de Marinha que esteve colocado na Base Naval de Luanda. Fiquei com pena de ele não poder ler isto por já ter falecido. Sabia muito bem quem era Rosa Coutinho e o que tinha feito. Chocava-o um militar ser capaz de atraiçoar a Pátria que jurara defender. Sentia repulsa pelos traidores tornados 'heróis. Mas não deixei de sentir alguma felicidade em ver como as verdades incómodas começam a vir à tona. Ainda para mais, por uma pena insuspeita, como neste caso.

Diz António Barreto no seu texto: 'O livro revela os actos do Alto-Comissário Almirante Rosa Coutinho, o modo como serviu o MPLA, tudo fez para derrotar os outros movimentos e se aliou explicitamente ao PCP, à União Soviética e a Cuba. Terá sido mesmo um dos autores dos planos de intervenção, em Angola, de dezenas de milhares de militares cubanos e de quantidades imensas de armamento soviético'. O livro publica, em fac simile, uma carta do Alto-Comissário (em papel timbrado do antigo gabinete do Governador-geral) dirigida, em Dezembro de 1974, ao então Presidente do MPLA, Agostinho Neto, futuro presidente da República. Diz ele: 'Após a última reunião secreta que tivemos com os camaradas do PCP, resolvemos aconselhar-vos a dar execução imediata à segunda fase do plano. Não dizia Fanon que o complexo de inferioridade só se vence matando o colonizador? Camarada Agostinho Neto, dá, por isso, instruções secretas aos militantes do MPLA para aterrorizarem por todos os meios os brancos, matando, pilhando e incendiando, a fim de provocar a sua debandada de Angola. Sede cruéis sobretudo com as crianças, as mulheres e os velhos para desanimar os mais corajosos. Tão arreigados estão à terra esses cães exploradores brancos que só o terror os fará fugir. A FNLA e a UNITA deixarão assim de contar com o apoio dos brancos, de seus capitais e da sua experiência militar. Desenraízem-nos de tal maneira que com a queda dos brancos se arruíne toda a estrutura capitalista e se possa instaurar a nova sociedade socialista ou pelo menos se dificulte a reconstrução daquela'.' D.B.



Angola 1975




Enquanto em Luanda, sob o troar dos canhões na batalha de Kifangondo, Agostinho Neto proclama, perante a África e o Mundo, a independência de Angola, em simultâneo, em Carmona, hoje Uige, e em Nova Lisboa, hoje Huambo, os ainda aliados, Holden Roberto e Jonas Savimbi, proclamavam a efémera República Democrática de Angola. O que resultou dessa dupla e antagónica proclamação foi uma das mais sangrentas guerras fratricidas que dizimou para cima de 100.000 pessoas para só falar de angolanos.


A maior parte deles, presos, torturados e assassinados sumariamente sem culpa formada e sem um julgamento legal. Sobretudo pós 27 de Maio quando, face ao golpe Nitista, os ânimos e ódios se extremaram e Agostinho Neto, sedento de poder único e absoluto, não olha a meios, mesmo os mais sanguinários, para o conquistar e deter. As prisões e campos de concentração vão-se enchendo de cidadãos, nacionais e estrangeiros, acusados dos crimes mais diversos e inimagináveis. A terra angolana cobre-se assim de sangue numa escalada de violência e de crimes nunca vista. Com o auxílio dos soviéticos e dos cubanos, o MPLA, Agostinho Neto e as forças da ordem, Disa e militares, não poupam nenhum dos considerados opositores ou discordantes do regime ditatorial que pretendem impor e os fuzilamentos em massa começam a entrar na ordem do dia. É neste cenário terrível que o Autor deste livro, Américo Cardoso Botelho, se vê detido e mergulhado na masmorra de uma prisão onde diariamente são cometidos os maiores atentados à vida e aos direitos humanos. Durante cerca de 5 anos, Américo Cardoso Botelho conhece os horrores desse inferno prisional e mercê de uma coragem excepcional não só resiste às provações que lhe são impostas como consegue registar tudo o que vê e lhe contam outros prisioneiros, alguns deles hoje ainda vivos e citados no livro. Os casos de barbárie e crueldade humana a que assiste e lhe são transmitidos são narrados com uma isenção exemplar, não por ajuste de contas ou retaliação das penas sofridas, mas por uma assunção de justiça e julgamento dos principais autores desses crimes (alguns deles a ocuparem hoje lugares de relevo no governo de José Eduardo dos Santos), pela memória de todos quantos foram vítimas desses crimes e em respeito às famílias que ainda hoje ignoram onde param os corpos dos seus parentes para fazerem o luto e as honras funerárias.
Contextualizando as circunstâncias históricas e politicas que estão na raiz dessa luta sangrenta e fazendo eco do sofrimento, tortura e morte de muitos dos seus colegas de prisão, Américo Cardoso Botelho dá-nos um testemunho impressionante e de inestimável valor para que, à semelhança do que aconteceu em Nuremberga em relação ao holocausto nazi, as entidades internacionais se detenham nesse outro holocausto e promovam o julgamento de todos quantos estão na sua origem.


Dr. Assírio Bacelar, Edit

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