sábado, janeiro 24, 2009

ZP090123

ZENIT

O mundo visto de Roma

Serviço diario - 23 de janeiro de 2009



SANTA SÉ
Primeira mensagem de um papa aos jovens da geração digital
Papa estimula presença da Santa Sé no YouTube
Papa a sírio-católicos: que sejam «semeadores de paz» no Oriente Médio
Papa recebe presidente da Macedônia
Diálogo com anglicanos e metodistas continua apesar das dificuldades
Papa à «geração digital»: descobrir «verdadeira amizade» na rede

MUNDO
Propaganda contra Deus nos ônibus urbanos: «uma ofensa contra os crentes»
Igreja preocupada com ataques de Evo Morales ao cardeal Terrazas

DOCUMENTAÇÃO
Mensagem de Bento XVI para o Dia Mundial das Comunicações Sociais 2009

Santa Sé

Primeira mensagem de um papa aos jovens da geração digital

Dom Celli comenta a carta para o Dia Mundial das Comunicações

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 23 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- Bento XVI escreveu sua primeira mensagem aos jovens da geração digital, os que nasceram com os videogames e aprenderam a escrever com a internet, algo que constitui «um autêntico giro», constata o arcebispo Claudio Maria Celli. 

O presidente do Conselho Pontifício para as Comunicações apresentou nesta sexta-feira a mensagem de Bento XVI para a Jornada Mundial das Comunicações Sociais, que se celebrará em 24 de maio de 2009, em uma sala de imprensa do Vaticano cheia até o topo, com cerca de 200 jornalistas, com 24 emissoras fazendo a cobertura do evento. 

O tema que o Papa desenvolve nesta ocasião é «Novas tecnologias, novas relações. Promover uma cultura de respeito, de diálogo e amizade». 

«Cada mensagem que acompanha a Jornada Mundial das Comunicações Sociais tem sua história, mas não creio que exagere demais se afirmo que nos encontramos, nesta ocasião, frente a um autêntico giro», começou constatando em uma apresentação realizada com a projeção das frases mais impactantes do texto. 

«O mesmo tema nos guia no caminho da novidade, pois põe no centro não só as novas tecnologias, mas explora os efeitos e o faz dirigindo-se em particular à geração digital, interpelando assim de maneira particular os jovens», acrescentou o prelado.

Entre as particularidades desta mensagem, Dom Celli indicou «como, através do mundo da comunicação, o Santo Padre oferece um panorama amplo da vida e dos comportamentos de uma realidade juvenil cada vez mais à vontade com as novas tecnologias». 

«A mensagem sublinha os valores que se dão neste ambiente, começando pela amizade e uma nova rede de relações que as novas tecnologias tornam possível agora.»

«Mas não é só isso – acrescentou o prelado italiano: o campo dos benefícios se amplia às esferas dos afetos familiares  – as famílias podem diminuir mais facilmente as distâncias –, assim como ao estudo e à própria pesquisa científica, que se beneficia ao derrubar continuamente as barreiras do trabalho compartilhado à distância.»

«Estamos realmente diante de um mundo novo, que se explora não tanto abrindo os olhos de par em par frente às novas conquistas, mas abrindo o coração à esperança frente às grandes possibilidades que se vislumbram para o bem comum.»

«Este fato ressalta ainda mais se pensarmos que a mensagem adverte também, com realismo, frente aos perigos ligados não somente a um uso distorcido da mídia, mas ao desequilíbrio de seu possível uso; pensamos na ‘brecha digital’ que tanto preocupa, porque as novas tecnologias são recursos primários para o desenvolvimento e a promoção do ser humano.»

«Talvez nunca antes uma mensagem tenha sido tão forte e tão exigente», concluiu o prelado. 

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Papa estimula presença da Santa Sé no YouTube

Apresentado nesta sexta-feira o canal oficial vaticano no site de vídeos

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 23 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- A Santa Sé lançou nesta sexta-feira um canal oficial no YouTube (www.youtube.com/vatican), o site de compartilhamento de vídeos mais popular do mundo, com o explícito apoio de Bento XVI.

O canal difunde vídeo-notícias – por enquanto em inglês, espanhol, alemão e italiano – sobre a atividade do Papa e os eventos vaticanos, com uma duração não superior a dois minutos e que se atualizará cotidianamente (uma ou duas notícias por dia). 

Segundo explicou nesta sexta-feira em uma coletiva de imprensa o Pe. Federico Lombardi S.J., diretor do Centro Televisivo Vaticano (CTV) e da Rádio Vaticano, as duas instituições responsáveis pela iniciativa, «o Papa foi pessoalmente informado sobre o nosso projeto e o aprovou com sua costumeira gentileza e cordialidade. Para nós isso é um grandioso estímulo». 

Segundo explicou o Pe. Lombardi, que também é diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, a aventura que acaba de começar teve um período de gestação de mais de um ano e meio, ou seja, desde que a Rádio Vaticano e a CTV começaram a publicar em seus sites a produção cotidiana de imagens e textos e começaram a colocá-la à disposição de televisões na web. 

«Para esta difusão no mundo das comunicações sociais católicas foi importante a colaboração com h2Onews.org, que nasceu precisamente para trabalhar neste campo», explicou o Pe. Lombardi. 

«Estamos convencidos de que em todos os lugares há pessoas atentas e sensíveis, interessadas nas mensagens, nas propostas sobre os grandes problemas do mundo de hoje, de uma autoridade moral de alto nível, como o Papa, e em geral a Igreja Católica», explicou o Pe. Lombadi. 

«Por este motivo, escolheu-se o YouTube como site adequado para estar presentes na internet, um dos grandes areópagos da comunicação no mundo de hoje, e estar presentes com regularidade, para oferecer uma fonte de referência digna de confiança e contínua, muito além dos fragmentos de informação sobre o Papa e o Vaticano presentes na rede de maneira mais casual e dispersa.»

O canal oferece links das fontes de informação da Santa Sé para poder aprofundar ulteriormente na informação apresentadas nos vídeos, em particular as páginas do CTV, da Rádio Vaticano, o site oficial vaticano (www.vatican.va), e o novo site da Cidade do Vaticano (www.vaticanstate.va). 

«Muito importante é o link ao canal de H2Onews, que oferece outros vídeo-notícias sobre a vida da Igreja e do mundo, como resultado da colaboração com numerosos canais de televisão católicos de vários países», e que neste dia também lançou seu próprio canal, www.youtube.com/h2onews

O canal tem também a possibilidade de enviar mensagens por correio eletrônico à Santa Sé. A responsabilidade de sua leitura fica por conta do Pe. Lombardi e seus colaboradores. 

«O lançamento de um canal como este é evidentemente o início de um caminho», afirmou. Com a colaboração do Google, empresa proprietária do YouTube, «podemos planejar desenvolvimentos e melhorias tanto nos conteúdos como tecnicamente», reconheceu o porta-voz vaticano. 

«Estamos convencidos de estar fazendo uma oferta bela e construtiva para o povo da rede e empreendemos este caminho com confiança, com atitude de amizade e diálogo com todos, dispostos também nós a aprender muito», concluiu. 

No encontro com os jornalistas interveio também Henrique de Castro, Managing Director Media Solutions do Google, que garantiu que «não ganharemos dinheiro com o canal do Vaticano, como não ganhamos dinheiro com outros canais institucionais. A estratégia consiste em fazer coisas que sejam relevantes para a população que acessa nossos sites. Esperamos, dessa forma, oferecer um serviço à comunidade da Igreja». 

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Papa a sírio-católicos: que sejam «semeadores de paz» no Oriente Médio

Ao conceder a communio ecclesiastica ao novo patriarca de Antioquia dos Sírios

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 23 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- O Papa recebeu hoje em audiência o novo Patriarca de Antioquia dos Sírios, Sua Beatitude Ignace Joseph III Younan, que foi eleito esta semana como líder da Igreja sírio-católica, e a quem concedeu a comunhão eclesiástica.

Em seu discurso, o Papa pediu aos sírio-católicos que sejam «semeadores de paz na Terra Santa, no Iraque e no Líbano, onde a Igreja síria tem uma forte presença histórica». 

«Meu desejo é que no Oriente, de onde veio o anúncio do Evangelho, as comunidades cristãs continuem vivendo e dando testemunho da fé, como o fizeram ao longo dos séculos», afirmou. 

Também pediu ao novo patriarca um grande empenho evangelizador, «sem perder sua identidade própria e levando o selo da espiritualidade oriental», para que, «utilizando as palavras do Oriente e Ocidente, a Igreja fale eficazmente de Cristo ao homem contemporâneo». 

«Desta forma, os cristãos enfrentarão os desafios mais urgentes da humanidade, construirão a paz e a solidariedade universal e darão testemunho da «grande esperança» da qual são portadores incansáveis», acrescentou. 

Outra das preocupações do Papa é o fortalecimento dos laços da comunidade síria com seus fiéis migrantes em outros lugares do mundo, dos quais, recordou, o próprio novo patriarca foi até agora bispo. 

Pediu, portanto, uma «maior atenção pastoral» a estes fiéis, para que «possam manter-se frutiferamente conectados às suas raízes religiosas». 

«Assim, os laços serão ainda mais estreitos com a mãe pátria, que tantos orientais deixaram para buscar melhores condições de vida», acrescentou. 

Igreja sírio-católica

O novo patriarca foi eleito em 20 de janeiro passado pelo Sínodo Sírio-Católico, reunido em Roma sob a presidência do cardeal Leonardo Sandri, prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais. Como é tradição na Igreja sírio-antioquina, o novo patriarca escolheu como nome «Ignace», em honra de Santo Inácio de Antioquia. 

O Papa concedeu imediatamente a communio ecclesiastica ao novo patriarca, em uma carta com data de ontem. 

Sua Beatitude Ignace Joseph Younan nasceu em Hassaké (Síria) em 1944, e após sua ordenação sacerdotal foi pároco em Beirute e professor do seminário. Desde 1986 estava destinado aos Estados Unidos, na eparquia Our Lady of Deliverance in Newark, que depende do patriarcado e que assiste os cristãos libaneses e sírios residentes na América do Norte. 

Em 1995, João Paulo II o nomeou bispo desta eparquia, e visitador apostólico dos fiéis sírio-católicos da América Central.

A Igreja Sírio-Católica se separou da comunhão com Roma após o Concílio de Calcedônia, em 451, e voltou ao seio da Igreja em 1656. Suas línguas litúrgicas oficiais são o siríaco e o árabe. O patriarcado tem sua sede atualmente em Beirute (Líbano).

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Papa recebe presidente da Macedônia

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 23 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- O Papa recebeu hoje o presidente da Macedônia, Branko Crvenkovski, no Palácio Apostólico Vaticano, segundo informa um comunicado da Santa Sé. 

Posteriormente, o presidente macedônio se encontrou com o secretário de Estado, cardeal Tarcisio Bertone, e com o secretário para as relações com os Estados, Dom Dominique Mamberti, a quem expressou «seu reconhecimento pela atenção manifestada pela Santa Sé ao seu país desde a independência». 

O premier e os representantes vaticanos mostraram as boas relações existentes entre Macedônia e a Santa Sé, «das quais é sinal a visita anual de uma delegação oficial a Roma por ocasião da festa dos santos Cirilo e Metódio». 

A Macedônia se separou pacificamente da ex-Iugoslávia em 1991, ainda que manteve provisoriamente o nome de «República da ex-República Iugoslava da Macedônia» devido à objeção da Grécia ao uso de um nome que considera helênico, tema sobre o qual ambos os países continuam negociando.

Dos mais de 2 milhões de habitantes, 64% são ortodoxos, 33,3% muçulmanos e as demais confissões cristãs supõe 0,37%. A Macedônia estabeleceu relações diplomáticas com a Santa Sé em 1994.

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Diálogo com anglicanos e metodistas continua apesar das dificuldades

O ano de 2008 foi importante em contatos bilaterais

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 23 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- Continua, apesar das dificuldades, o difícil diálogo com as confissões anglicana e metodista. Assim confirma o encarregado do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Mark Langham, em artigos publicados esta semana pelo L'Osservatore Romano.

Estes artigos fazem parte de uma série publicada ao longo desta semana pelo jornal vaticano por ocasião da Semana de Oração pela unidade dos Cristãos, que concluirá no próximo domingo. 

Langham explica que 2008 foi significativo em ambos os casos pelo estabelecimento de contatos de tipo informal com destacados membros das duas confissões. 

No caso dos anglicanos, explica, foi muito significativa a participação de uma delegação católica, encabeçada pelo cardeal Kasper, presidente do Conselho Pontifício para a promoção da Unidade dos Cristãos, na Conferência de Lambeth, o encontro que reúne a Comunhão Anglicana a cada dez anos. 

Esta participação foi muito importante, dado que o diálogo entre as duas confissões se havia praticamente congelado em 2003, ao ter sido nomeado bispo da Igreja Episcopaliana de New Hampshire (EUA) um candidato abertamente homossexual. Esta decisão havia provocado também uma forte ruptura interna na Comunhão Anglicana. 

Em Lambeth, explica Langham, o cardeal Kasper «pôde falar francamente sobre o doloroso impacto que este e outros acontecimentos (a ordenação de mulheres) provocaram no diálogo ecumênico». Outras intervenções trataram também sobre a questão ecumênica, ainda que inicialmente não era o tema da conferência. 

Ainda que não tenham adotado resoluções ao respeito, explica Langham, isso foi importante frente às reuniões informais (informal talks) realizadas este ano, especialmente através do Centro Anglicano de Roma. Assegurar a unidade e a integridade da doutrina anglicana será o ponto fundamental que permitirá a reativação do diálogo oficial. 

Com relação ao diálogo com os metodistas, Langham explica que durante este ano «continuaram os encontros cordiais», e assinalou especialmente o que aconteceu em novembro, em Dublin, entre o reverendo Geoffrey Wainwright e Dom Michael Ernest Putney, bispo católico de Townsville (Austrália). 

Nesse encontro se aprovou o documento conjunto Together in Holliness (Juntos em santidade), que explica os passos dados durante os 40 anos de duração do diálogo metodista-católico. Apesar dos grandes desencontros em matéria doutrinal, ambas as partes se preparam para enfrentar uma nova etapa, de elaboração de um documento conjunto que será apresentado ao Conselho Metodista Mundial em sua próxima reunião de Durban (Austrália), em 2011. 

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Papa à «geração digital»: descobrir «verdadeira amizade» na rede

Pede aos jovens católicos que evangelizem através da internet

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 23 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- O Papa Bento XVI dirige sua mensagem para a Jornada Mundial das Comunicações deste ano, que a Santa Sé publicou hoje, às vésperas da festividade de São Francisco de Sales, padroeiro dos jornalistas, aos jovens da geração digital.

Bento XVI é consciente de que «os jovens perceberam o enorme potencial dos novos meios para facilitar a conexão, a comunicação e a compreensão entre as pessoas e as comunidades», uma descoberta «impensável para as gerações anteriores». 

«Os jovens – observa – se sentem à vontade no mundo digital, que se torna menos familiar para muitos de nós, adultos, que devemos começar a entendê-lo e valorizar as oportunidades que oferece para a comunicação.»

O Papa manifesta os «benefícios que as novas tecnologias estão oferecendo às relações humanas». 

«As famílias podem permanecer em contato, ainda que seus membros estejam muito distantes uns dos outros; os estudantes e pesquisadores têm acesso mais fácil e imediato a documentos, fontes e descobertas científicas, e podem assim trabalhar em equipe de diversos lugares; também a natureza interativa dos novos meios facilita mais dinâmicas de aprendizagem e de comunicação que contribuem para o processo social.»

O êxito destas novas tecnologias, afirma o pontífice, tem sua raiz na própria natureza humana, no «anseio de amizade» que todo homem tem dentro de si, e «são, no fundo, manifestações modernas da tendência fundamental e constante do ser humano de ir além de si mesmo para entrar em relação com os outros». 

Em último termo, este anseio do homem responde ao «chamado divino» que «está gravado em nossa natureza de seres criados à imagem e semelhança do Deus da comunicação e da comunhão». 

O Papa acrescenta, contudo, que é necessário que estes meios promovam «uma cultura de respeito, diálogo e amizade», que respeite a «dignidade e o valor da pessoa humana», evitando «compartilhar palavras e imagens degradantes para o ser humano e excluindo, portanto, o que alimenta ódio e intolerância, envelhece a beleza e a intimidade da sexualidade humana ou que explora os fracos e indefesos». 

O pontífice reflete especialmente sobre a amizade, tão em auge graças às novas redes sociais criadas pela tecnologia. 

«A amizade é uma das mais nobres conquistas da cultura humana – afirma –, uma das maiores riquezas que o ser humano pode ter. Portanto, é preciso ter cuidado por não banalizar o conceito e a experiência da amizade», e não considerá-la «um fim em si mesmo». 

Por isso, alerta especialmente os jovens contra o isolamento social, que o uso indiscriminado das novas tecnologias às vezes traz consigo. 

«Seria uma pena que nosso desejo de estabelecer e desenvolver as amizades online fosse um obstáculo para a nossa disponibilidade na família, com os vizinhos e com aqueles que encontramos em nossa realidade cotidiana», adverte. 

Evangelizar online 

O Papa dedica uma parte da mensagem aos jovens católicos, a quem pede que «levem ao mundo digital o testemunho da sua fé», como um novo «lugar de evangelização». 

«A vós, jovens, que quase espontaneamente vos sentis em sintonia com estes novos meios de comunicação, corresponde de maneira particular a tarefa de evangelizar este ‘continente digital’», acrescentou. 

Explica que ninguém como um jovem pode fazer o Evangelho chegar a outro jovem: «Vós conheceis seus temores e suas esperanças, seus entusiasmos e suas desilusões. O dom mais valioso que lhes podeis oferecer é compartilhar com eles a ‘boa notícia’ de um Deus que se fez homem, padeceu, morreu e ressuscitou para salvar a humanidade».

«O coração humano anseia por um mundo no qual reine o amor, onde os bens sejam compartilhados, onde se edifique a unidade, onde a liberdade encontre seu próprio sentido na verdade e onde a identidade de cada um seja alcançada em uma comunhão respeitosa. A fé pode dar resposta a estas aspirações: sede seus mensageiros!», conclui o Papa. 

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Mundo

Propaganda contra Deus nos ônibus urbanos: «uma ofensa contra os crentes»

Afirmam os bispos espanhóis

MADRI, sexta-feira, 23 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- Os bispos espanhóis divulgaram hoje uma nota na qual afirmam que a propaganda sobre a inexistência de Deus nos ônibus urbanos públicos de Madri «lesa» o direito à liberdade religiosa e é uma «ofensa» contra os crentes.

Criticam assim oficialmente a iniciativa de colocar nos ônibus urbanos de Madri, como se fez em outras cidades européias, o slogan «Deus provavelmente não existe. Deixe de se preocupar e curta a vida». 

Os prelados insistem em que «a liberdade de expressão é um direito fundamental» que deve «ser exercido por meios lícitos», mas argumentam que «os espaços públicos que devem ser utilizados de modo obrigatório pelos cidadãos não devem ser empregados para divulgar mensagens que ofendem as convicções religiosas de muitos deles». 

«Insinuar que Deus provavelmente seja uma invenção dos crentes e afirmar também que não lhes deixa viver em paz nem desfrutar a vida é objetivamente uma blasfêmia e uma ofensa aos que crêem», afirma a nota. 

Esta iniciativa «lesa o direito ao exercício livre da religião, que deve ser possível sem que ninguém se veja necessariamente menosprezado ou atacado», acrescentam os bispos. 

Contudo, afirmam que os católicos «respeitarão o direito de todos de expressar-se e estarão dispostos a atuar, com serenidade e mansidão frente às injúrias, e com fortaleza e valentia no amor e na defesa da verdade». 

A nota pede que as autoridades «velem pelo exercício pleno do direito de liberdade religiosa», compaginando-o com a liberdade de expressão, e propõem que se adotem alternativas como as levadas a cabo em Milão, Roma e Zaragoza. 

Nestas cidades não se permitiu o uso de espaços publicitários públicos para a campanha. 

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Igreja preocupada com ataques de Evo Morales ao cardeal Terrazas

LA PAZ, sexta-feira, 23 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- Os bispos da Bolívia manifestaram nessa quinta-feira sua profunda preocupação ao escutar os ataques do presidente Evo Morales ao cardeal Julio Terrazas.

Na quarta-feira, o mandatário acusou o arcebispo de Santa Cruz de la Sierra de ter participado da redação do projeto de nova Constituição que a Bolívia votará no domingo, texto que o próprio cardeal e os bispos criticaram em alguns pontos importantes.

As declarações do presidente têm lugar depois que a Conferência Episcopal publicou um documento em que pede um voto «consciente, livre e responsável», e analisa tanto aspectos negativos como positivos da proposta constitucional.

A Igreja Católica foi a única que sublinhou elementos negativos do texto que abre as portas ao aborto e ao casamento homossexual. Também o fizeram as Igrejas Evangélicas Unidas (IEU).

No comunicado emitido nessa quinta-feira por seu departamento de comunicação, a Conferência Episcopal Boliviana expressa «sua preocupação pelos persistentes ataques e desqualificações que a primeira autoridade do país realiza contra a pessoa do nosso cardeal Julio Terrazas».

«Trata-se de alusões e insultos que não condizem com sua alta investidura e que tentam menosprezar a autoridade moral do representante da Igreja Católica».

«A respeito das alusões que o presidente da República faz, assinalando que o senhor cardeal e os bispos seriam co-autores de alguns artigos do texto constitucional proposto, a Igreja Católica recorda que sua participação ao longo do processo constitucional foi sempre de conhecimento público, através de documentos, reflexões e exortações oportunas».

«Precisamente em seu último documento, começa assinalando 10 aspectos positivos do texto constitucional que as autoridades de governo não levam em conta na hora de questionar.»

A Conferência Episcopal «vê com preocupação que enquanto a Igreja Católica contribui com análises serenas, objetivas e respeitosas a um clima eleitoral pacífico, crítico e responsável, algumas autoridades de governo apelam ao insulto e à desqualificação».

«Frente a estas agressões, pedimos não utilizar a Igreja nem suas autoridades como recurso de propaganda política pré-eleitoral.»

«Ao tempo em que reiteramos o chamado a que a cidadania exerça seu voto de maneira consciente, livre e responsável, reafirmamos nossa proximidade e solidariedade com o presidente da Conferência Episcopal Boliviana e esperamos da parte das autoridades de governo um tratamento justo e respeitoso.»

«Em dias decisivos para nosso futuro, pedimos ao povo fiel que encomende em suas orações o bem comum e a unidade de todos os bolivianos», conclui o comunicado.

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Documentação

Mensagem de Bento XVI para o Dia Mundial das Comunicações Sociais 2009

"Novas tecnologias, novas relações. Promover uma cultura de respeito, de diálogo, de amizade."

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 23 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- Oferecemos a seguir a mensagem de Bento XVI para o próximo Dia Mundial das Comunicações Sociais, que foi apresentada nesta sexta-feira oficialmente pela Santa Sé em coletiva de imprensa.

* * *

Amados irmãos e irmãs,

Aproximando-se o Dia Mundial das Comunicações Sociais, é com alegria que me dirijo a vós para expor-vos algumas minhas reflexões sobre o tema escolhido para este ano: Novas tecnologias, novas relações. Promover uma cultura de respeito, de diálogo, de amizade. Com efeito, as novas tecnologias digitais estão a provocar mudanças fundamentais nos modelos de comunicação e nas relações humanas. Estas mudanças são particularmente evidentes entre os jovens que cresceram em estreito contacto com estas novas técnicas de comunicação e, consequentemente, sentem-se à vontade num mundo digital que entretanto para nós, adultos que tivemos de aprender a compreender e apreciar as oportunidades por ele oferecidas à comunicação, muitas vezes parece estranho. Por isso, na mensagem deste ano, o meu pensamento dirige-se de modo particular a quem faz parte da chamada geração digital: com eles quero partilhar algumas ideias sobre o potencial extraordinário das novas tecnologias, quando usadas para favorecerem a compreensão e a solidariedade humana. Estas tecnologias são um verdadeiro dom para a humanidade: por isso devemos fazer com que as vantagens que oferecem sejam postas ao serviço de todos os seres humanos e de todas as comunidades, sobretudo de quem está necessitado e é vulnerável.

A facilidade de acesso a telemóveis e computadores juntamente com o alcance global e a omnipresença da internet criou uma multiplicidade de vias através das quais é possível enviar, instantaneamente, palavras e imagens aos cantos mais distantes e isolados do mundo: trata-se claramente duma possibilidade que era impensável para as gerações anteriores. De modo especial os jovens deram-se conta do enorme potencial que têm os novos «media» para favorecer a ligação, a comunicação e a compreensão entre indivíduos e comunidade, e usam-nos para comunicar com os seus amigos, encontrar novos, criar comunidades e redes, procurar informações e notícias, partilhar as próprias ideias e opiniões. Desta nova cultura da comunicação derivam muitos benefícios: as famílias podem permanecer em contacto apesar de separadas por enormes distâncias, os estudantes e os investigadores têm um acesso mais fácil e imediato aos documentos, às fontes e às descobertas científicas e podem por conseguinte trabalhar em equipa a partir de lugares diversos; além disso a natureza interactiva dos novos «media» facilita formas mais dinâmicas de aprendizagem e comunicação que contribuem para o progresso social.

Embora seja motivo de maravilha a velocidade com que as novas tecnologias evoluíram em termos de segurança e eficiência, não deveria surpreender-nos a sua popularidade entre os utentes porque elas respondem ao desejo fundamental que têm as pessoas de se relacionar umas com as outras. Este desejo de comunicação e amizade está radicado na nossa própria natureza de seres humanos, não se podendo compreender adequadamente só como resposta às inovações tecnológicas. À luz da mensagem bíblica, aquele deve antes ser lido como reflexo da nossa participação no amor comunicativo e unificante de Deus, que quer fazer da humanidade inteira uma única família. Quando sentimos a necessidade de nos aproximar das outras pessoas, quando queremos conhecê-las melhor e dar-nos a conhecer, estamos a responder à vocação de Deus - uma vocação que está gravada na nossa natureza de seres criados à imagem e semelhança de Deus, o Deus da comunicação e da comunhão.

O desejo de interligação e o instinto de comunicação, que se revelam tão naturais na cultura contemporânea, na verdade são apenas manifestações modernas daquela propensão fundamental e constante que têm os seres humanos para se ultrapassarem a si mesmos entrando em relação com os outros. Na realidade, quando nos abrimos aos outros, damos satisfação às nossas carências mais profundas e tornamo-nos de forma mais plena humanos. De facto amar é aquilo para que fomos projectados pelo Criador. Naturalmente não falo de relações passageiras, superficiais; falo do verdadeiro amor, que constitui o centro da doutrina moral de Jesus: «Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças» e «amarás o teu próximo como a ti mesmo» (cf. Mc 12, 30-31). Reflectindo, à luz disto, sobre o significado das novas tecnologias, é importante considerar não só a sua indubitável capacidade de favorecer o contacto entre as pessoas, mas também a qualidade dos conteúdos que aquelas são chamadas a pôr em circulação. Desejo encorajar todas as pessoas de boa vontade, activas no mundo emergente da comunicação digital, a que se empenhem na promoção de uma cultura do respeito, do diálogo, da amizade.

Assim, aqueles que operam no sector da produção e difusão de conteúdos dos novos «media» não podem deixar de sentir-se obrigados ao respeito da dignidade e do valor da pessoa humana. Se as novas tecnologias devem servir o bem dos indivíduos e da sociedade, então aqueles que as usam devem evitar a partilha de palavras e imagens degradantes para o ser humano e, consequentemente, excluir aquilo que alimenta o ódio e a intolerância, envilece a beleza e a intimidade da sexualidade humana, explora os débeis e os inermes.

As novas tecnologias abriram também a estrada para o diálogo entre pessoas de diferentes países, culturas e religiões. A nova arena digital, o chamado cyberspace, permite encontrar-se e conhecer os valores e as tradições alheias. Contudo, tais encontros, para ser fecundos, requerem formas honestas e correctas de expressão juntamente com uma escuta atenciosa e respeitadora. O diálogo deve estar radicado numa busca sincera e recíproca da verdade, para realizar a promoção do desenvolvimento na compreensão e na tolerância. A vida não é uma mera sucessão de factos e experiências: é antes a busca da verdade, do bem e do belo. É precisamente com tal finalidade que realizamos as nossas opções, exercitamos a nossa liberdade e nisso - isto é, na verdade, no bem e no belo - encontramos felicidade e alegria. É preciso não se deixar enganar por aqueles que andam simplesmente à procura de consumidores num mercado de possibilidades indiscriminadas, onde a escolha em si mesma se torna o bem, a novidade se contrabandeia por beleza, a experiência subjectiva sobrepõem-se à verdade.

O conceito de amizade logrou um renovado lançamento no vocabulário das redes sociais digitais que surgiram nos últimos anos. Este conceito é uma das conquistas mais nobres da cultura humana. Nas nossas amizades e através delas crescemos e desenvolvemo-nos como seres humanos. Por isso mesmo, desde sempre a verdadeira amizade foi considerada uma das maiores riquezas de que pode dispor o ser humano. Por este motivo, é preciso prestar atenção a não banalizar o conceito e a experiência da amizade. Seria triste se o nosso desejo de sustentar e desenvolver on-line as amizades fosse realizado à custa da nossa disponibilidade para a família, para os vizinhos e para aqueles que encontramos na realidade do dia a dia, no lugar de trabalho, na escola, nos tempos livres. De facto, quando o desejo de ligação virtual se torna obsessivo, a consequência é que a pessoa se isola, interrompendo a interacção social real. Isto acaba por perturbar também as formas de repouso, de silêncio e de reflexão necessárias para um são desenvolvimento humano.

A amizade é um grande bem humano, mas esvaziar-se-ia do seu valor, se fosse considerada fim em si mesma. Os amigos devem sustentar-se e encorajar-se reciprocamente no desenvolvimento dos seus dons e talentos e na sua colocação ao serviço da comunidade humana. Neste contexto, é gratificante ver a aparição de novas redes digitais que procuram promover a solidariedade humana, a paz e a justiça, os direitos humanos e o respeito pela vida e o bem da criação. Estas redes podem facilitar formas de cooperação entre povos de diversos contextos geográficos e culturais, consentindo-lhes de aprofundar a comum humanidade e o sentido de corresponsabilidade pelo bem de todos. Todavia devemo-nos preocupar por fazer com que o mundo digital, onde tais redes podem ser constituídas, seja um mundo verdadeiramente acessível a todos. Seria um grave dano para o futuro da humanidade, se os novos instrumentos da comunicação, que permitem partilhar saber e informações de maneira mais rápida e eficaz, não fossem tornados acessíveis àqueles que já são económica e socialmente marginalizados ou se contribuíssem apenas para incrementar o desnível que separa os pobres das novas redes que se estão a desenvolver ao serviço da informação e da socialização humana.

Quero concluir esta mensagem dirigindo-me especialmente aos jovens católicos, para os exortar a levarem para o mundo digital o testemunho da sua fé. Caríssimos, senti-vos comprometidos a introduzir na cultura deste novo ambiente comunicador e informativo os valores sobre os quais assenta a vossa vida. Nos primeiros tempos da Igreja, os Apóstolos e os seus discípulos levaram a Boa Nova de Jesus ao mundo greco-romano: como então a evangelização, para ser frutuosa, requereu uma atenta compreensão da cultura e dos costumes daqueles povos pagãos com o intuito de tocar as suas mentes e corações, assim agora o anúncio de Cristo no mundo das novas tecnologias supõe um conhecimento profundo das mesmas para se chegar a uma sua conveniente utilização. A vós, jovens, que vos encontrais quase espontaneamente em sintonia com estes novos meios de comunicação, compete de modo particular a tarefa da evangelização deste «continente digital». Sabei assumir com entusiasmo o anúncio do Evangelho aos vossos coetâneos! Conheceis os seus medos e as suas esperanças, os seus entusiasmos e as suas desilusões: o dom mais precioso que lhes podeis oferecer é partilhar com eles a «boa nova» de um Deus que Se fez homem, sofreu, morreu e ressuscitou para salvar a humanidade. O coração humano anseia por um mundo onde reine o amor, onde os dons sejam compartilhados, onde se construa a unidade, onde a liberdade encontre o seu significado na verdade e onde a identidade de cada um se realize numa respeitosa comunhão. A estas expectativas pode dar resposta a fé: sede os seus arautos! Sabei que o Papa vos acompanha com a sua oração e a sua bênção.

Vaticano, 24 de Janeiro - dia de São Francisco de Sales - de 2009.

BENEDICTUS PP. XVI

[Tradução difundida pela SantaSé

© Copyright 2009 - Libreria Editrice Vaticana]

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quinta-feira, janeiro 22, 2009

ZP090122

ZENIT

O mundo visto de Roma

Serviço diario - 22 de janeiro de 2009



SANTA SÉ
Papa recorda que Nossa Senhora «nos faz irmãos e nos une»
Cresce boa relação entre Roma e Moscou

MUNDO
Vice-presidente do Parlamento Europeu condena ataques contra Igreja na Venezuela
«Embaixador» do Papa leva ajuda a Gaza
Nova onda de violência contra cristãos no Paquistão
Cáritas teme nova crise de deslocados no Congo

EM FOCO
Três erros sobre a oração pelos judeus em latim da Sexta-Feira Santa 2008
Fundamento da paz: relacionamento com Deus, diz arcebispo
Paternidade consciente, mais que paternidade responsável

ESPIRITUALIDADE
Meditação para o sexto dia da Semana pela Unidade dos Cristãos

Santa Sé

Papa recorda que Nossa Senhora «nos faz irmãos e nos une»

«O santuário de Mariazell mostra as raízes cristãs da Europa»

Por Inma Álvarez

CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 22 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- O Papa Bento XVI dedicou nesta quarta-feira um emocionado e improvisado discurso a Nossa Senhora como «promotora da unidade» entre os homens, em agradecimento por ter recebido a cidadania honorária da localidade austríaca de Mariazell, sede de um dos santuários marianos mais importantes da Europa. 

Esta distinção lhe foi conferida na presença do prefeito, Helmut Pertl, do bispo de Graz-Seckau, Dom Egon Kapellari, e do reitor do Santuário de Mariazell, Pe. Karl Schauer, O.S.B. Diante deles, o Papa expressou vivamente seu agradecimento. 

«Segundo as previsões humanas, nesta vida não poderei voltar a peregrinar até lá fisicamente, mas agora vivo lá de verdade e neste sentido estou presente sempre», afirmou. «Estou contente por ser de casa com o coração, e também agora de direito, por assim dizer, em Mariazell.»

O Papa recordou duas visitas anteriores ao Santuário e contou algumas histórias vividas com o bispo e o reitor lá presentes, especialmente em sua última visita, por causa da chuva torrencial que os surpreendeu. 

Por outro lado, manifestou a importância que este santuário, muito venerado pelos católicos alemães, teve na história européia: «Mariazell é muito mais que um ‘lugar’: é a atualização da história viva de uma peregrinação de fé e de oração durante os séculos», explicou. 

Nesta peregrinação, acrescentou o Papa, «não estão somente as orações e as invocações dos homens, mas também está presente a realidade de uma resposta: sentimos que a resposta existe, que não estendemos a mão para algo desconhecido, mas que Deus existe, e que através de sua Mãe Ele quer estar particularmente próximo de nós». 

Mariazell também expressa «o que a Europa foi capaz de construir e de onde procede tudo aquilo que hoje compõe sua identidade, e através de que a Europa poderá voltar a ser ela mesma: através do encontro com o Senhor, ao qual sua Mãe nos conduz», acrescentou o Papa. 

A verdadeira grandeza

Bento XVI recordou que Nossa Senhora de Mariazell recebeu importantes títulos durante a história, como «grande mãe» da Áustria e dos povos eslavos, neste santuário visitado por milhares de pessoas durante os séculos, até o ponto de Mariazell ter sido consideda o centro espiritual do Império Austro-húngaro. 

Contudo, acrescentou, a Virgem «nos ensina que o que é verdadeiramente ‘grande’ não é o fato de ser ‘inalcançável’». 

Maria «manifesta sua grandeza precisamente no fato de que Ela se dirige aos pequenos e está presente para os pequenos; que podemos recorrer a ela em qualquer momento, sem ter de pagar nenhum ingresso de entrada, simplesmente levando o coração», explicou o Papa.

Esta grandeza, portanto, não tem a ver com «a majestade exterior», acrescentou, mas com «a bondade do coração que oferece a todos a experiência do que significa estar juntos». 

«Nos passeios que faço nas paisagens das lembranças, volto sempre a fazer uma parada em Mariazell, precisamente porque sinto que lá a Mãe sai ao nosso encontro e reúne todos nós», concluiu o Papa. 

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Cresce boa relação entre Roma e Moscou

A amizade pessoal com cristãos ortodoxos, chave para o diálogo ecumênico

CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 22 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- A Igreja Católica melhorou significativamente suas relações com a Igreja Ortodoxa Russa nos últimos anos, sobretudo graças ao estabelecimento de laços de amizade pessoal com o Patriarcado de Moscou por parte de altos dignitários da Santa Sé. 

Assim explica o Pe. Milan Zust S.J., secretário do Comitê católico para a colaboração cultural com as Igrejas Ortodoxas e as Igrejas Ortodoxas orientais diante do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, em um artigo publicado por L'Osservatore Romano em sua edição desta quinta-feira. 

Zust, que acompanhou no mês de maio passado o presidente deste dicastério, cardeal Walter Kasper, em sua visita oficial a Moscou, ressaltou a importância destes encontros pessoais com altos dignitários ortodoxos, que se intensificaram nos últimos tempos. 

«As relações entre os cristãos são um meio eficaz para promover a comunhão. Com isso não se pretende substituir ou relegar o diálogo teológico, mas sim aumentar a confiança recíproca, necessária para que este diálogo aconteça», explica. 

Neste sentido, o subsecretário destacou a importância da visita do cardeal Kasper a Moscou, no final do mês de maio passado, por ocasião da festividade dos santos Cirilo e Metódio, tão venerados pela Ortodoxia. 

Esta visita, explica Zust, «tinha como fim aprofundar no conhecimento da Igreja Ortodoxa Russa e em sua rica tradição espiritual e cultural». 

«Esta questão é muito importante, porque a contínua ausência até agora da delegação ortodoxa russa no diálogo teológico oficial estava afetando os trabalhos da comissão», explica Zust. 

O cardeal Kasper também teve a oportunidade de encontrar durante mais de uma hora o Patriarca Alexis II, com quem teve um diálogo «cordial». De fato, o purpurado encabeçou a delegação da Santa Sé que participou dos funerais do patriarca, falecido há poucas semanas.

Também com a Igreja Ortodoxa ucraniana se abriu um diálogo frutífero, com a visita do cardeal Kasper ao Metropolita Volodymyr de Kiev, em dezembro de 2007. Esta visita foi importante, já que a relação entre ambas as confissões havia atravessado momentos difíceis em épocas passadas, após a perseguição comunista. 

Além destes gestos de amizade, Zust explica a importância do trabalho do Comitê cultural do qual ele faz parte e que tem como tarefa fundamental a de oferecer bolsas de estudo a seminaristas ortodoxos que vão a Roma para estudar nas faculdades pontifícias. 

«Este crescimento da confiança mútua entre os cristãos divididos  pelos tristes acontecimentos da história e pelo pecado humano está sendo muito significativo», conclui Zust. 

Com frequência, estes contatos acontecem com grande discrição. Manter este caráter «privado» supõe, segundo Zust, «aumentar sua força, que, unida à de Cristo, pode fazer milagres, ainda quando se tenha a impressão de que o caminho da comunhão avança muito lentamente». 

«Os sacrifícios pessoais, as renúncias íntimas, escondidas aos outros mas conhecidas pelo Senhor, são o meio que temos para rezar pela unidade. O Senhor sabe como transformá-los em elementos de comunhão», acrescenta. 

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Mundo

Vice-presidente do Parlamento Europeu condena ataques contra Igreja na Venezuela

Após o atentado contra a Nunciatura Apostólica

Por Inma Álvarez

BRUXELAS, quinta-feira, 22 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- O vice-presidente do Parlamento Europeu, Mario Mauro, expressou nesta quinta-feira sua condenação do atentado ocorrido em 19 de janeiro passado na Nunciatura Apostólica de Caracas, e mostrou sua preocupação pela situação deste país sul-americano, onde teme um «corte das liberdades». 

Na madrugada da segunda-feira, cinco bombas lacrimogêneas foram lançadas contra a sede da nunciatura tem na capital venezuelana. O atentado foi reivindicado por um grupo pró-governo chamado «La Piedrita-23 enero», com insultos à hierarquia local da Igreja Católica. 

Os repetidos atentados contra a nunciatura podem ter a ver com a proteção diplomática a um refugiado, tradição em todas as embaixadas do mundo, concedida ao estudante Nixon Moreno, acusado há dois anos, à espera de que o governo do presidente Hugo Chávez lhe permita abandonar o país em sua condição de perseguido político. 

«Expresso minha solidariedade e minha proximidade à nunciatura e a toda a comunidade católica venezuelana, que é continuamente alvo da intolerância religiosa e do fanatismo dos grupos próximos ao presidente Chávez», afirmou Mauro. 

Mario Mauro, que desde a semana passada é o representante da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) para a perseguição religiosa, afirma que «a proliferação de episódios similares no futuro piorará uma situação já difícil na Venezuela, onde os cidadãos estão pouco a pouco perdendo todas as liberdades fundamentais». 

Segundo o vice-presidente europeu, «estamos frente a uma verdadeira emergência», pois o referendum convocado por Chávez sobre o prolongamento ilimitado do mandato, para o próximo dia 15 de fevereiro, poderá constituir a «pedra funerária do Estado de direito e para a liberdade religiosa do povo venezuelano». 

Neste sentido, Mauro pediu «uma intervenção imediata da comunidade internacional para restabelecer dentro do país um clima de tolerância e de paz». 

A Conferência Episcopal Venezuelana expressava, em seu último documento pastoral, sua postura crítica frente a este referendum, como «contrário» à vontade do povo.

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«Embaixador» do Papa leva ajuda a Gaza

O delegado apostólico em Jerusalém não perde a esperança de paz

JERUSALÉM, quinta-feira, 22 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- O delegado apostólico em Jerusalém, Dom Antonio Franco, visitou Gaza nesta quarta-feira para distribuir entre os centros de assistência católicos as ajudas à população, enviadas por Bento XVI. 

«Visitei o centro de Gaza, onde vi muita destruição. Os danos mais graves, contudo, encontram-se nas regiões periféricas. Pelo que vejo, parece também que a retirada do exército israelense está sendo completada», revelou Dom Franco à agência SIR, do episcopado italiano. 

«Celebramos a missa na paróquia da Sagrada Família, cheia de fiéis – revela o prelado. Levei a proximidade, a oração e a solidariedade do Papa, também através de uma ajuda pessoal dirigida a aliviar os sofrimentos destes dias. A solidariedade é fundamental neste momento, pois é instrumento útil para criar as condições de paz e de reconciliação.»

O arcebispo teve encontros com o Pe. Manuel Musallam, pároco da Igreja da Sagrada Família, com as Missionárias da Caridade e outras religiosas, que prestam seu serviço aos mais vulneráveis. 

«Muitas pessoas me confessaram seu medo e seu sofrimento», acrescenta o núncio apostólico em Israel e delegado diante da Autoridade Palestina. 

O prelado considera que a chegada de Barack Obama à Casa Branca pode trazer uma mudança. 

«Esperamos que a política trate, pelo menos um pouco, de concentrar-se nos sofrimentos das pessoas, buscando dar suas respostas, sem cair em jogos de poder e interesses. É urgente ocupar-se dos direitos, das exigências e das aspirações do povo. E creio que Obama sublinhou isso no discurso inaugural: são necessárias soluções aos problemas que afligem a humanidade.»

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Nova onda de violência contra cristãos no Paquistão

Escolas, igrejas e lares foram vítimas dos ataques

ISLAMABAD, quinta-feira, 22 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- A violência contra os cristãos na Índia superou as fronteiras. Seu país vizinho, Paquistão, também se viu gravemente afetado.

Um artigo publicado nesta quinta-feira no jornal L'Osservatore Romano dá a conhecer como as igrejas, escolas e instituições privadas, assim como dezenas de lares cristãos foram vítimas dos ataques no Paquistão. 

A violência chega às escolas 

Além das 170 escolas que sofreram assaltos ou destruições nos últimos dois anos, mais de 400 centros educativos se viram obrigados a fechar suas portas ou a suspender as atividades acadêmicas. 

A razão desta medida é que em 15 de janeiro passado foi anunciado em uma das emissoras locais um edito que ameaçava com atentados e represálias as escolas que estivessem funcionando depois da data. 

Diretores, professores e pais de família de instituições dirigidas por associações cristãs ou por outras comunidades e etnias independentes, decidiram fechar suas instalações até que não seja revogado este edito. 

O artigo descreve um «clima de terror» que estão os habitantes vivendo no deserto de Swat, no interior da província de fronteira do Noroeste: «Trata-se de um território onde, de fato, governam os bandos dos talibãs, que tomaram como alvo os institutos de educação femininos». 

Também foi destruído, com o lançamento de bombas rudimentares, um colégio que era dirigido por uma comunidade de irmãs carmelitas apostólicas, originárias do Sri Lanka; o colégio contava com cerca de mil estudantes. 

O fechamento das escolas prejudicou cerca de 125 mil crianças e jovens estudantes que tiveram de interromper seus estudos de maneira indefinida. 

Pânico nas igrejas e em vários lares 

A violência atingiu também vários templos e lares na província de Punjab: «Um número indeterminado de muçulmanos assaltou a Igreja e quatro lares de cristãos na vila de Kot Lakha Singh, realizando também atos de tortura». 

O primeiro lar em sofrer um assalto deste tipo foi o de um cidadão católico chamado William Masih. Os delinquentes torturaram quem se encontrava lá nesse momento, inclusive mulheres e crianças. Também roubaram dinheiro e objetos de ouro. 

Os assaltantes atacaram outros lares cristãos. Entraram em igrejas católicas e protestantes, onde destruíram textos sagrados e causaram danos aos móveis.

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Cáritas teme nova crise de deslocados no Congo

Diante do perigo de novos conflitos

CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 22 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- Em um comunicado difundido esta quinta-feira, Cáritas Diocesana de Goma, na República Democrática do Congo, alerta do grave risco de uma nova crise de deslocados na região de Kivu Norte, em vista dos movimentos de grupos armados registrados nos últimos dias.

Segundo a nota, as tropas ruandesas que entraram no país no dia 20 de janeiro chegaram nesta manhã a Rutshuru e Tongo, ao norte de Goma, assim como a Sake, no território de Mushaki, feudo do CNDP, o Congresso Nacional para o Progresso do Povo, liderado pelo general Laurent Nkunda.

A missão das Nações Unidas no Congo (MONUC) calcula entre 3.500 e 4.000 o número de efetivos ruandeses que se encontram nas áreas de Kiwanja e Rutshuru, localidades  de onde foram expulsos em outubro de 2008 pelos rebeldes do CNDP.

Em vista da precária situação de segurança que se desenha no contexto destes movimentos de grupos armados, a Cáritas alerta para uma nova crise na região que nos últimos seis meses viveu o deslocamento de mais de 300 mil pessoas.

De fato, o Departamento de Coordenação de Assuntos Humanitários das Nações Unidas recomenda a suspensão de qualquer movimento fora de Goma e ordenou seus funcionários a abandonarem as bases de operação próximas às posições dos guerrilheiros.  

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Em foco

Três erros sobre a oração pelos judeus em latim da Sexta-Feira Santa 2008

Declaração do Pe. Remaud, especialista em estudos hebreus

ROMA, quinta-feira, 22 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- A oração pelos judeus da Sexta-Feira Santa segundo o rito de João XXIII, não diz «oremos pela conversão dos judeus» mas «oremos pelos judeus», aponta a ZENIT o Pe. Michel Remaud, diretor do Instituto Cristão de Estudos Judeus e de Literatura Hebraica de Jerusalém. 

Por ocasião do Oitavário pela Unidade dos Cristãos, de 18 a 25 de janeiro, a Conferência Episcopal Italiana (CEI) havia instituído uma jornada de diálogo com o judaísmo em 17 de janeiro. Os rabinos italianos não participaram, devido à aprovação por parte do Papa desta oração. 

O texto do Ofício de Paixão da Sexta-feira Santa em latim, autorizado para seu uso «extraordinário» por Bento XVI, que se usou pela primeira vez na oração universal da Sexta-feira Santa de 2008, não diz «Oremus pro conversione Judaeorum» mas «Oremus et pro Judaeis», após a supressão de «perfidis», há quase cinquenta anos, pelo Papa Angelo G. Roncalli. 

«Em um terreno tão delicado», como é o das relações entre cristãos e judeus, o Pe. Remaud recomenda «ser rigorosos». 

Para o Pe. Remaud, a questão é a seguinte: «o cristão que expressa sua fé utilizando as fórmulas do Novo Testamento deve ser acusado de vontade de conversão quando dialoga com os judeus?». 

Também, o especialista considera que é importante ter em conta os elementos litúrgicos do debate. Neste sentido, afirma, os jornais com frequência comentaram três erros. 

Não é uma questão ligada à missa em latim

Antes de tudo, não é uma questão ligada à «missa em latim», pois a missa em latim também se celebra segundo o rito posterior ao Concílio Vaticano II, aprovado por Paulo VI.

É uma versão que se usa muito nas assembléias internacionais, em Lourdes e em Roma, por exemplo. Não se trata, portanto, de eleger entre a «missa em latim» ou a língua vernácula. Este é um alarme falso, declara. 

«Para denominar o rito anterior à reforma de 1969 – sublinha o Pe. Remaud –, os jornalistas criaram a expressão, cômoda mas inadequada, de "missa em latim"». 

Na realidade, adverte, o que distingue o antigo rito não é o uso do latim, porque o missal promulgado em aplicação da reforma conciliar está redigido originalmente em latim, e se usa contemporaneamente às suas traduções em línguas vivas». 

Não é uma questão ligada à missa 

Tampouco é um problema de «missa», acrescenta, porque na Sexta-feira Santa não se celebra a «missa», mas o Ofício da Paixão. Portanto, trata-se de outro alarme falso. 

Quando não se celebra a «missa», a liturgia introduz, entre outras, uma oração por nossos «irmãos mais velhos», segundo a fórmula de João Paulo II, na sinagoga de Roma, em 13 de abril de 1986. 

«É uma oração ‘universal’, por toda a humanidade – explica o especialista. O ofício próprio desse dia inclui uma longa série de orações nas quais se encomendam a Deus todas as categorias de crentes (também os não crentes) que integram a humanidade», precisa o Pe. Remaud. 

E acrescenta que «até 1959 se rezava, entre outras intenções, em latim, ‘pro perfidis judaeis’. Mas, inclusive depois da supressão feita por João XXIII do adjetivo ‘pérfidos’, a oração continuou empregando fórmulas que se podiam considerar prejudiciais aos judeus». 

«Pérfidos» não tinha em latim o sentido pejorativo que depois assumiu nas línguas vernáculas. Procede literalmente de «per» e «fides», ou seja, o que persiste ou permanece em sua fé. 

A fórmula «caiu em desuso alguns anos depois, com a promulgação do missal chamado ‘de Paulo VI’», em parte, por causa do pejorativo significado que a fórmula assumiu. 

Assim, a autorização de Bento XVI para utilizar este antigo missal com a fórmula emendada se usou pela primeira vez na liturgia do Ofício de Paixão da Sexta-Feira Santa de 2008. 

João Paulo II, em 1984, autorizou o uso do antigo missal para os seguidores do arcebispo Marcel Lefebvre que haviam retornado à comunhão com Roma. 

A antiga fórmula, portanto, foi usada durante 24 anos por algumas comunidades católicas sem que ninguém protestasse, sublinha o Pe. Remaud. 

O «motu próprio» Ecclesia Dei remete, com efeito, à carta Quattuor Abhinc Annos, que diz claramente: «O soberano pontífice, desejando satisfazer estes grupos, oferece aos bispos diocesanos a faculdade de usar um indulto, para permitir aos sacerdotes e aos fiéis enumerados explicitamente no pedido apresentado a seus bispos, celebrar a Missa usando o Missal Romano editado oficialmente em 1962», observando quatro normas, entre elas que «esta celebração deverá fazer-se seguindo o Missal Romano de 1962 em latim». 

Antes de dar sua autorização, Bento XVI pediu outra modificação, «proibindo inclusive a quem usa a título excepcional o missal anterior ao Concílio, tornar a utilizar já estas expressões». 

«Paradoxalmente – faz notar o especialista –, é justamente a decisão de corrigir uma fórmula, julgada inaceitável e utilizada por um número muito restringido de católicos [uma vez ao ano], o que suscitou toda esta indignação.»

Não existe a palavra conversão

Há um último alarme falso surgido no debate em torno da oração: a palavra «conversão». 

O Pe. Remaud destaca que «todo o debate suscitado por esta decisão se concentrou em uma palavra que não aparece no texto, ‘conversão’», e que «pedir a Deus que ilumine os corações é uma coisa, e pressionar as pessoas para tentar convencê-las é outra. A diferença é mais que de matiz». 

Por isso, propõe este questionamento «mais fundamental»: se o cristão considera Jesus como «o Salvador de todos os homens» e expressa esta convicção em sua liturgia, pode-se impedir seu diálogo com quem não compartilha sua fé? 

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Fundamento da paz: relacionamento com Deus, diz arcebispo

Segundo Dom Walmor Oliveira de Azevedo, paz é valor e dever universal

BELO HORIZONTE, quinta-feira, 22 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- O arcebispo de Belo Horizonte (Brasil) considera que «o relacionamento de cada ser humano com Deus é o fundamento verdadeiro da paz».

«Na compreensão de si mesmo como instrumento na construção da paz, cada pessoa tem que ter presente que a paz é um dom e mais do que um projeto humano.»

«A paz é primeiramente um atributo essencial de Deus», destaca Dom Walmor Oliveira de Azevedo, em artigo semanal aos fiéis. 

Como valor e dever universal e fruto da justiça –explica o arcebispo–, a paz corre perigo «quando ao homem não lhe é reconhecido o que lhe é devido enquanto homem, quando não é respeitada a sua dignidade e quando a convivência não é orientada ao bem comum».

«Assim como é fruto da justiça, a paz é fruto também do amor» –assinala. «Justiça e amor, transformado em compromisso caritativo, são pilares insubstituíveis na construção da paz. A justiça e o amor iluminam a realidade contemporânea exigindo compromissos nesta construção da paz».

Dom Walmor recorda a mensagem de Bento XVI para o Dia Mundial da Paz 2009, em que o Papa destaca alguns compromissos particulares, diante da chaga da pobreza, na consecução da paz.

Segundo o arcebispo, a situação das crianças é um «compromisso moral». «Quando a pobreza atinge uma família, as crianças são as vítimas mais vulneráveis. Atualmente, metade dos que vivem em pobreza absoluta é de crianças».

Outro compromisso na construção da paz «é apontado na consideração da relação existente entre o desarmamento e o progresso».

«A corrida armamentista tem sido um problema sério trazendo comprometimentos como instabilidade, tensão, conflito, além da perpetuação de subdesenvolvimento e desesperos. É urgente o compromisso de tomar providências para que se reduzam as despesas com armamentos.»

Não menos importante –destaca Dom Walmor baseando-se na mensagem do Papa– «é o enfrentamento e solução para a atual crise alimentar».

«Nesta crise o problema não é só a falta de alimento, mas também a dificuldade de acesso a ele», afirma. 

«A construção da paz tem como tarefa diminuir o vergonhoso fosso entre ricos e pobres que cresceu assustadoramente nos últimos decênios, em detrimento do crescimento econômico e dos avanços tecnológicos.»

Segundo o arcebispo, esta crise econômica atual «precisa desafiar a humanidade, particularmente os governantes e construtores da sociedade pluralista, na intuição de um modelo novo de convencia social e política, organizacional e produtiva.»

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Paternidade consciente, mais que paternidade responsável

Janet Smith discute a verdadeira natureza do sexo

Por Edward Pentin

ROMA, quinta-feira, 22 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- Quantas vezes somos plenamente conscientes de que uma relação amorosa poderia levar à impressionante responsabilidade da paternidade? Ou, por exemplo, quando temos esta relação com outra pessoa, nós nos perguntamos se poderíamos ser pais juntos? 

E, contudo, a consciência da paternidade deveria ser algo central na relação. Esta é uma verdade que a Igreja sempre ensinou, e constitui a essência da Humanae Vitae. Mas a assinalada encíclica de Paulo VI nem sempre foi lida nesse sentido.

Segundo a doutora Janet Smith, professora de teologia moral no Seminário Maior do Sagrado Coração, em Detroit, isto se deve a que a seção do documento que se centra na «conscia paternitas» se traduziu mal, como «paternidade responsável». 

«Paternidade consciente» seria uma tradução mais correta, segundo ela, algo que João Paulo II também tentou transmitir em seus escritos, especialmente em seu livro «Amor e Responsabilidade». 

Falando na Universidade Pontifícia da Santa Cruz no mês passado, Smith afirmava que ainda que «paternidade responsável» está bem em si, tem um significado utilitarista, associado com levar a cabo deveres de um pai, ou manter a família em um tamanho manejável. 

Ao substituí-lo por «paternidade consciente» se transmite melhor a verdadeira natureza da relação conjugal. 

«Se as pessoas fossem conscientes do fato de que o sexo não leva só a um bebê, mas a ser pais com alguém, seriam muito mais responsáveis em suas relações sexuais», explica Smith. 

«Se vou ser pai com alguém, devo amar claramente esta pessoa e devo querer estar seguro com relação a ela. Por isso, escolho como futuro esposo ou esposa alguém capaz de ser pai. Escolhi esta pessoa porque penso mais em suas virtudes e sua bondade que em meus desejos sexuais.»

Smith destacava que João Paulo II considerava o desejo sexual como uma parte muito importante na busca de um esposo ou esposa (o que ele chamava a parte material do amor), mas acrescentava que deveria «comprovar-se a virtude da pessoa», porque os dois poderiam se converter em pais juntos. 

Ser conscientes da paternidade, afirmava «guiará as decisões do casal em matéria sexual, ajudando-lhes a experimentar muitos bens pessoais, entre eles o crescimento no domínio de si mesmo e a capacidade de selecionar a um bom esposo». 

O termo «paternidade consciente» também afeta a atenção de si mesmo, para orientá-la para o impressionante chamado a ser pai. 

«Significa que se compreende verdadeiramente quão fantástico é ser capaz de trazer à existência um novo ser humano – continuava Smith –, que é basicamente o que (João Paulo II) chama um procriador com Deus, que está levando adiante algo de valor infinito, e que se escolheu esta pessoa, este esposo ou esposa, para serem pais juntos.»

Estes ensinamentos são especialmente comoventes para a sociedade de hoje, na qual o sexo se separou de seu verdadeiro significado e propósito, convertendo-se em um meio de entretenimento, mais que de procriação. 

Como muitos outros, Smith culpa por esta ruptura a mentalidade de promoção da anticoncepção, que leva à errônea crença de que fazer sexo e ter filhos são duas atividades inteiramente diferentes.

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Espiritualidade

Meditação para o sexto dia da Semana pela Unidade dos Cristãos

Os cristãos diante da doença e do sofrimento

CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 22 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- Publicamos o comentário aos textos bíblicos escolhidos para o sexto dia da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, 23 de janeiro.

O texto forma parte dos materiais distribuídos pela Comissão Fé e Constituição do Conselho Ecumênico das Igrejas e o Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos. A base do texto foi redigida por uma equipe de representantes ecumênicos da Coréia.

* * * 

Os cristãos diante da doença e do sofrimento

2 Rs 20, 1-6

Ah, Senhor, digna-te lembrares de mim

Sl 22 (21), 1-11

Por que me abandonaste?

Tg 5, 13-15

A oração com fé salvará o enfermo

Mc 10, 46-52

Que queres que eu te faça?

Comentário

Quantas vezes Jesus encontrou os doentes e quis curá-los! Todas as nossas Igrejas, ainda que divididas, têm uma clara consciência da compaixão do Senhor pelos que sofrem. No que toca às doenças, os cristãos sempre procuraram seguir o exemplo do Mestre, cuidando dos enfermos, construindo hospitais e dispensários, organizando “mutirões de saúde”, não se preocupando apenas com “a alma”, mas também dos corpos dos pequeninos de Deus.

Contudo, isto nem sempre é tão evidente. As pessoas saudáveis tendem a considerar a saúde como uma conquista sua, e esquecem aqueles que não podem participar plenamente da comunidade por causa da sua enfermidade ou limitação. Quanto aos enfermos, muitos deles se sentem esquecidos por Deus; distantes de sua presença, de sua graça e de sua força salvadora.

A profunda fé de Ezequias o sustenta na doença. Nos momentos de dor, ele encontra os termos certos para recordar a Deus sua promessa misericordiosa. Sim, aqueles que sofrem às vezes tomam da Bíblia as palavras inspiradoras para clamar por suas dores e confrontar o desígnio de Deus: “Por que me abandonaste?” Se nossa relação com Deus é sincera, profunda, e se diz com palavras de fé e reconhecimento, ela poderá também expressar na oração a nossa aflição, nossa dor e até mesmo nossa ira, quando esta última for necessária.

Os doentes não são apenas objeto de cuidados. Ao contrário, são sujeitos de viva experiência de fé, como descobriram os discípulos de Jesus certa vez – no relato que lemos no Evangelho de Marcos. Aconteceu que os discípulos queriam fazer seu próprio caminho ao seguir Jesus, ignorando o homem doente marginalizado pela multidão. Quando Jesus os interpela, ele os desvia de seus objetivos individualistas. Conosco pode acontecer algo parecido: estamos dispostos a cuidar dos doentes, desde que eles não reclamem e nos perturbem. Hoje, freqüentemente, são os doentes dos países pobres que gritam para nós pedindo medicamentos; isto que nos leva a refletir sobre a concessão de patentes e do lucro. Os discípulos que antes queriam impedir o cego de se aproximar de Jesus são interpelados pelo mesmo Jesus a levar a ele sua mensagem de cura; uma mensagem de amor que soa completamente nova: “Coragem! Levanta-te, ele te chama”.

Somente quando os discípulos conduzem o doente até Jesus é que eles finalmente entendem o que quer o Senhor: dedicar o tempo para encontrar-se com o doente, para lhe falar e ouvir, perguntando-lhe o que deseja e do que necessita. Uma comunidade de reconciliação só pode florescer quando os enfermos experimentam a presença de Deus nas suas relações com os irmãos e as irmãs em Cristo.

Oração

Senhor, escuta teu povo quando este grita por ti, aflito pela doença e pela dor. Que aqueles que são saudáveis se façam dom pelo bem-estar dos outros; que eles possam servir os que sofrem com coração generoso e mãos abertas. Senhor, dá-nos viver na tua graça e pela tua providência, tornando-nos uma comunidade de reconciliação onde todos te louvem unidos. Amém.

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quarta-feira, janeiro 21, 2009

ZP090121

ZENIT

O mundo visto de Roma

Serviço diario - 21 de janeiro de 2009



SANTA SÉ
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MUNDO
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EM FOCO
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ENTREVISTAS
Em plena crise, cardeal Ouellet pede ajuda para famílias
Família, onde se aprende a solidariedade

ESPIRITUALIDADE
Meditação para o quinto dia da Semana pela Unidade dos Cristãos

AUDIÊNCIA DE QUARTA-FEIRA
Bento XVI: «Não pode haver diálogo ecumênico sem conversão interior»

Santa Sé

Papa convida cristãos a trabalharem pelo ecumenismo

«A unidade está conectada com a própria missão da Igreja no mundo»

Por Inma Álvarez

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 21 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- O Papa Bento XVI interrompeu nesta quarta-feira o ciclo de catequeses que vem realizado sobre a vida e os ensinamentos do apóstolo São Paulo e dedicou a audiência de hoje a falar sobre o diálogo ecumênico, dada a coincidência com a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. 

O Papa dedicou a catequese de hoje a refletir sobre a passagem de Ezequiel que se escolheu como lema desta semana e na qual o profeta toma os lenhos, símbolo do Israel dividido, para realizar uma profecia sobre sua reunião futura. 

Em primeiro lugar, destacou que a questão da unidade dos cristãos não é secundária, mas que «está conectada com a vida e a própria missão da Igreja no mundo», como o próprio Cristo assinalou na Última Ceia. 

A Igreja, afirmou, «deve viver uma unidade que só pode derivar de sua unidade com Cristo, com sua transcendência, como sinal de que Cristo é a verdade. Esta é nossa responsabilidade: que seja visível para o mundo o dom de uma unidade em virtude da qual nossa fé se torne crível». 

Por isso, convidou reiteradamente os cristãos a que tomem «consciência da urgência de trabalhar de todas as formas possíveis para chegar a este grande objetivo». 

Contudo, esta unidade plena necessita como condição prévia a «purificação» dos cristãos dos «elementos estranhos à fé» e uma «maior fidelidade à vocação de Deus». 

«Na dispersão entre os gentios, os israelenses haviam conhecido cultos errôneos, haviam assimilado concepções de vida equivocadas, haviam assumido costumes alheios à lei divina», explicou o Papa. «A esta renovação devemos estar abertos também nós, porque também nós, dispersos entre os povos do mundo, aprendemos costumes muito distantes da Palavra de Deus.»

«O ecumenismo verdadeiro não existe sem a conversão interior, porque o desejo da unidade nasce e amadurece na renovação da mente, na abnegação de si mesmo e no exercício pleno da caridade», acrescentou. 

Passos realizados 

O Papa assinalou também os «importantes gestos e passos» levados a cabo no caminho ecumênico. 

«As relações entre as Igrejas e os diálogos teológicos continuaram dando sinais de convergências espirituais alentadoras», afirmou. 

Por outro lado, destacou a transcendência das visitas de bispos e patriarcas ortodoxos e orientais a Roma, e especialmente a participação no passado Sínodo do patriarca ecumênico Bartolomeu I. 

Também manifestou sua proximidade ao Patriarcado de Moscou, pela morte de Alexis II e a próxima eleição de seu sucessor. 

Com relação às Comunhões Cristãs do Ocidente, o pontífice assinalou que «prossegue o diálogo sobre o importante testemunho que os cristãos devem dar hoje de forma concorde, em um mundo cada vez mais dividido e enfrentado tantos desafios de caráter cultural, social, econômico e ético». 

Por último, o Papa convidou a tomar como modelo o apóstolo São Paulo, especialmente «seu anseio e dedicação ao único Senhor e à unidade de seu Corpo místico, a Igreja». 

«Seguindo seu exemplo e contando com sua intercessão, que cada comunidade cresça no empenho da unidade, graças às diversas iniciativas espirituais e pastorais e às assembléias de oração comum, que costumam ser mais numerosas e intensas nesta ‘Semana’, fazendo-nos já saborear antecipadamente, de certa forma, o gozo da unidade plena», concluiu. 

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Papa propõe Santa Inês como modelo para jovens

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 21 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- Ao coincidir a audiência geral de hoje com a festa litúrgica de Santa Inês, uma das mais veneradas mártires romanas dos primeiros séculos, Bento XVI aproveitou para propô-la como modelo de vida cristã. 

Durante as saudações aos peregrinos após a audiência geral, que aconteceu nesta manhã na Sala Paulo VI, o Papa quis recordar Santa Inês, «virgem e mártir que, apesar de sua jovem idade, enfrentou valentemente a morte por amor ao Senhor, tendo nela os mesmos sentimentos de Cristo Jesus, o Cordeiro imolado e vencedor». 

Em sua costumeira saudação aos jovens, aos recém-casados e aos doentes, o Papa quis propor a santa como modelo nesta ocasião. 

«Que por intercessão de Santa Inês possais viver vossa vocação e as condições concretas em que vos encontrais como autênticos caminhos de santidade», exortou o pontífice. 

Precisamente nesta quarta-feira, em cumprimento de uma antiquíssima tradição cristã, apresentaram-se ao Papa, no final da audiência, dois cordeiros abençoados nesta manhã na basílica da santa, que está na Via Nomentana. 

Com a lã destes cordeiros se elaborarão os pálios dos novos arcebispos metropolitanos nomeados este ano, que lhes será entregue pelo Papa na solenidade de São Pedro e São Paulo, em 29 de junho. 

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Dor do Papa pela morte do patriarca Stephanos

De Alexandria dos Coptos

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 21 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- O Papa Bento XVI fez chegar ao patriarca de Alexandria dos Coptos, Antonios Naguib, seu pesar pelo falecimento do emérito desta mesma sede, o cardeal Stephanos II Ghattas, que morreu ontem no Cairo. 

O Papa quis expressar sua «união na oração» a esta igreja patriarcal, assim como suas condolências à família do falecido, aos sacerdotes e fiéis do patriarcado e aos religiosos vicentinos, aos quais o falecido pertencia. 

O patriarca Ghattas foi, afirma, «um servidor fiel da Igreja em seu trabalho como missionário na Congregação da Missão, depois como bispo de Luxor e finalmente como patriarca, que levou a cabo com zelo e simplicidade ao serviço do Povo de Deus, em um espírito de diálogo e de convivência com todos». 

O patriarcado copto-católico de Alexandria é a cabeça da Igreja Católica copta, uma das Igrejas orientais que está sob a autoridade do Papa de Roma, ainda que mantenha seu rito e sua organização próprios. 

O cardeal egípcio tinha nascido em Cheick Zein-el-Dine, eparquia de Sohag, no Egito. Entrou no seminário menor do Cairo em agosto de 1929 e concluiu os estudos clássicos no colégio da Santa Família dos Jesuítas, em 1938. Foi enviado ao colégio De Propaganda Fide de Roma, onde se licenciou em Filosofia e Teologia. 

Ordenado sacerdote em Roma em 1944, voltou ao Egito como professor do seminário maior de Tahta. Em 1952, entrou na Congregação da Missão de São Vicente de Paulo (Vicentinos ou Lazaristas), realizando o noviciado em Paris. 

Em 8 de maio de 1967, o Sínodo copto-católico o elegeu como bispo de Luxor dos Coptos, e em 1984 foi nomeado administrador apostólico do Patriarcado de Alexandria, para substituir Sua Beatitude Stephanos I Sidarous, a quem substituiu definitivamente em 1986.  

Durante a visita de João Paulo II ao Monte Sinai, em fevereiro de 2000, ele acolheu o Papa e o acompanhou durante toda a peregrinação. No mesmo ano, o patriarca conduziu uma peregrinação do Patriarcado a Roma, onde celebrou uma divina liturgia de rito copto-alexandrino na Basílica de Santa Maria a Maior. 

Foi presidente do Sínodo da Igreja Copto-católica e da assembléia da hierarquia católica do Egito. João Paulo II o criou cardeal em 21 de fevereiro de 2001.

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Papa torna-se cidadão de honra da localidade austríaca de Mariazell

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 21 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- O Papa foi nomeado hoje cidadão honorário da localidade austríaca de Mariazell, sede de um dos dois santuários marianos mais importantes da Europa. 

A cerimônia aconteceu em uma sala anexa à Sala Paulo VI, ao término da audiência geral. No ato estiveram presentes o prefeito da cidade, Helmut Pertl, o bispo de Graz-Seckau, Dom Egon Kapellari, e o reitor do Santuário de Mariazell, Pe. Karl Schauer, O.S.B. 

Em Mariazell tem sua sede a Basílica do Nascimento da Virgem Maria, onde há uma escultura milagrosa da Virgem, e que constitui há séculos o centro espiritual mais importante da Áustria e um dos lugares de peregrinação mais importantes da Europa. 

Atualmente, cerca de um milhão de pessoas por ano visitam o santuário. Bento XVI entregou a esta invocação da Virgem em 2007 a Rosa de Ouro, uma das mais importantes distinções pontifícias.

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Mundo

Cáritas pede aos governos que reconheçam fracasso na luta contra fome

Diante da reunião de alto nível sobre Segurança Alimentar para Todos

MADRI, quarta-feira, 21 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- A organização católica de ajuda Cáritas Espanha pediu que os governos reconheçam e analisem as causas do fracasso na luta contra a fome diante da Reunião de Alto Nível sobre Segurança Alimentar para Todos (RANSA), que acontecerá em Madri nos dias 26 e 27 de janeiro. 

Enquanto se prepara este encontro, que pretende dar continuidade ao Plano Global de Ação das Nações Unidas, a Cáritas considera que se no último ano a fome aumentou, isso se deve à adoção de modelos de desenvolvimento inadequados. 

A instituição de ajuda divulgou nesta quarta-feira um comunicado enviado à Zenit, que conta com o respaldo também das instituições que aderem à campanha «Direito à alimentação. Urgente», na qual solicita «aos governos que assumam com honestidade a incoerência e ineficácia das políticas das últimas décadas e que se comprometam a reconhecer realmente a crise alimentar, ecológica e energética originadas pelo atual modelo de desenvolvimento». 

Segundo a FAO, em 2007 viviam no mundo 923 milhões de pessoas famintas, número que aumentou em 2008, até alcançar os 963 milhões, por ser este o ano no qual se produziu o maior aumento dos preços dos alimentos. 

«Já ninguém se atreve a dizer que a fome é consequência da falta de alimentos – afirma a Cáritas no comunicado, junto aos adeptos da campanha. A fome do século XXI tem suas raízes na discriminação e marginalização na qual vivem milhões de pessoas, e na supremacia dos interesses comerciais e econômicos frente aos direitos humanos.»

Por este motivo, diante da Reunião de Alto Nível sobre Segurança Alimentar, o documento pede: «orientar a luta contra a fome a partir do enfoque da realização do direito humano à alimentação». 

Por outro lado, propõe «identificar quem são os famintos e por que o são, assim como eliminar as condições que geram a vulnerabilidade». 

Sugere «colocar em um lugar central nos programas de desenvolvimento econômico uma agricultura cuja finalidade seja garantir a segurança alimentar». 

O documento pede «reformar o sistema de produção de alimentos e garantir uma produção estratégica dirigida a cobrir as necessidades da população, de modo que não esteja submetida às flutuações dos mercados». 

A nota sugere «propor uma mudança de paradigma quanto ao uso de fontes de energia que evolui para a cobertura da demanda através de fontes de energia renováveis». 

Desta forma, considera necessário «reformar a ajuda alimentar, inovando os instrumentos e estratégias, assim como incorporar novas fórmulas no tratamento da desnutrição aguda». 

Por último, anima a «proteger os pequenos produtores e fomentar o mercado dos produtos locais». 

«A Reunião de Alto Nível sobre Segurança Alimentar, convocada em Madri, é uma oportunidade excelente para demonstrar que dessa vez se seguirá seriamente, que a erradicação da fome é uma prioridade para os governos e que os compromissos serão cumpridos», concluem os promotores da campanha. 

Desde 2003, a campanha «Direito à alimentação. Urgente», das organizações não-governamentais Prosalus, Cáritas e Engenharia Sem Fronteiras, reivindica a realização efetiva do direito humano à alimentação para todos os habitantes do planeta. 

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Cessar-fogo em Gaza permite à Cáritas desempenhar seu trabalho de ajuda

JERUSALÉM, quarta-feira, 21 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- O cessar-fogo na Faixa de Gaza permitiu à rede Cáritas na área retomar, nas mínimas condições de segurança, seus trabalhos de ajuda humanitária às vítimas que se encontram em situação mais precária.

De acordo com as primeiras estimativas de Cáritas Jerusalém, ao menos um sexto dos edifícios de Gaza foram destruídos pelos bombardeios israelenses, incluídas moradias particulares, escolas e centros de saúde, como no caso da clínica de Cáritas em Al Maghazi, arrasada por um ataque aéreo no dia 9 de janeiro.

As necessidades das vítimas são urgentes. Cáritas Jerusalém estima que quatro em cada cinco habitantes de Gaza (1,5 milhão de pessoas) necessitam sem demora de algum tipo de ajuda humanitária procedente do exterior da Faixa. 

A este estado crítico no campo material soma-se o grave impacto psicológico que a ação militar impôs para um número imenso de famílias que sofreram a perda de alguns de seus entes queridos.

De acordo com as prioridades estabelecidas por Cáritas Jerusalém no seu plano de resposta humanitária, os esforços de toda equipe local se dirigem, neste momento, a proporcionar atenção médica e produtos de primeira necessidade a 4 mil famílias (cerca de 25 mil pessoas) das comunidades mais vulneráveis.

Atualmente, Cáritas mantém operando em Gaza cinco centros médicos de atenção primária e uma unidade móvel.

O plano de emergência lançado por Cáritas Jerusalém conta com um orçamento de 2 milhões de dólares, no qual, junto com as ações assinaladas, contempla-se também a distribuição de material médico de urgência a quatro dos hospitais da Faixa mais afetados pela carência de material provocada pelo bloqueio.

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Washington se prepara para marcha pela vida

Milhares de norte-americanos protestam anualmente contra o aborto neste país

Por Carmen Elena Villa

WASHINGTON, quarta-feira, 21 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- Milhares de pessoas chegaram à capital dos Estados Unidos para participar mais uma vez da «Marcha pela Vida», que se realizará em Washington amanhã, a partir das 9h. 

Este evento acontece desde 1974, todo dia 22 de janeiro, dia em que a Corte Suprema de Justiça deu via livre à lei Roe versus Wade, a qual legalizou o aborto neste país. Cerca de 200 mil manifestantes levantarão sua voz a favor dos não nascidos diante do Capitólio de Washington. 

Este ano, os participantes pedirão ao novo presidente, Barack Obama, que cessem as políticas que sutilmente geram uma cultura de morte na sociedade americana. 

«Temos um novo presidente que tem um poder gigante de mudar o rumo pró-vida dos Estados Unidos. Nosso país precisa dizer que o aborto é um crime terrível que mata humanos inocentes e temos de rezar para que esta nova administração tenha a previsão de assumi-lo», disse a Zenit Eileen Picket, uma professora do Ensino Fundamental que viajou de Connecticut para participar deste evento. 

Apesar do frio (estima-se para amanhã uma temperatura de 6°), cerca de 200 mil pessoas de diferentes credos preparam cartazes e mensagens para sair às ruas e clamar pela defesa da vida no ventre materno. 

À «Marcha pela vida» se une de maneira especial a Conferência de Bispos católicos dos Estados Unidos. 

Orações pela defesa da vida

Como atividade prévia a este evento, estava prevista nesta quarta-feira, às 19h, na basílica da Imaculada Conceição, uma missa solene que dará início à «Vigília pela vida». Será presidida pelo cardeal Justin Francis Rigali, arcebispo da Filadélfia, presidente do comitê de atividades pró-vida da Conferência de Bispos dos Estados Unidos. 

A jornada de oração, que durará toda a noite, terminará amanhã com uma Eucaristia celebrada por Dom Paul Loverde, bispo de Arlington, às 7h30. 

Geralmente, durante a Marcha, centenas de participantes distribuem estampas com orações pela proteção dos não-nascidos, entre elas uma chamada de «Oração da Evangelium Vitae». 

«Vede, Mãe, o número imenso de crianças a quem se impede nascer, de pobres a quem viver se torna difícil, de homens e mulheres vítimas de violência inumana, de idosos e doentes mortos por causa da indiferença ou de uma suposta piedade», diz a oração que foi composta por João Paulo II. 

Os princípios defendidos na marcha 

No site deste evento, www.marchforlife.org, encontram-se os principais postulados que se defendem: a igualdade entre todos os seres humanos e seu direito inalienável à vida, que deve ser «preservada e protegida pela sociedade desde sua concepção até sua morte natural».

Este evento clama para que cada ser humano seja defendido em qualquer etapa de sua vida «com todos os meios disponíveis e todos os esforços razoáveis» e assegura que a vida deve ser protegida em cada ser humano «independentemente de seu estado de saúde e de sua condição de dependência». 

Quando há alguma dúvida sobre se há ou não vida humana, «esta sempre deve ser resolvida a favor da vida». 

Em caso de que uma ou mais vidas estejam em situação de perigo mútuo de morte devem ser garantidos «todos os meios habituais disponíveis e os esforços necessários para preservar e proteger a vida de cada ser humano», conclui o documento que convoca a Marcha pela Vida. 

Mais informação em http://www.usccb.org/prolife/prayervigil/index.shtml

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Em foco

Profecia sobre família nos olhos de Nossa Senhora de Guadalupe

Segundo o jornalista e escritor italiano Renzo Allegri

Por Inma Álvarez

ROMA, quarta-feira, 21 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- Nos olhos de Nossa Senhora de Guadalupe foi descoberta uma imagem que pode ser considerada como uma profecia sobre a família: é o que afirma o jornalista e escritor italiano Renzo Allegri, especialista em crítica musical e religião, e autor de vários trabalhos relacionados com aparições de Nossa Senhora. 

Em algumas declarações à Zenit, Renzo Allegri explica o significado das imagens descobertas pelo engenheiro José Aste nas pupilas da imagem de Nossa Senhora, milagrosamente impressa no manto do índio Juan Diego, e que se venera no santuário de Nossa Senhora de Guadalupe. 

O jornalista se refere à conhecida história da aparição de Nossa Senhora ao índio Juan Diego, ocorrida no México na época em que havia sido conquistado pelos espanhóis, em 1531. Uma jovem muito bela apareceu a este índio lavrador, apresentando-se como a Virgem Maria, e lhe pediu que se construísse um santuário em sua honra. 

Referido o episódio ao bispo Juan de Zumárraga, e ao não crer-lhe este, a jovem lhe indicou que lhe levasse algumas flores da montanha (era o mês de dezembro). Juan Diego encontrou no lugar indicado algumas rosas e as recolheu em sua tilma (espécie de avental de fibras vegetais usado pelos indígenas). 

Ao apresentar-se novamente diante do bispo, Juan Diego abriu a tilma para mostrar as flores, e para surpresa dos presentes, nela se havia impresso de forma milagrosa a imagem de Maria, que se venera desde então na basílica de Nossa Senhora de Guadalupe. 

Mas Renzo Allegri se refere sobretudo ao encontro de algumas misteriosas imagens nos olhos da Virgem, que poderiam referir-se a uma família composta pelos pais, avós e três crianças. 

Os olhos de Nossa Senhora 

A forma em que ficou impressa a imagem da Virgem na tilma de Juan Diego é milagrosa, já que a natureza do tecido tornava impossível a realização de uma pintura tão delicada em seus detalhes. 

Em 1936, o professor Richard Kuhn, Nobel de química em 1938, demonstrou cientificamente que não existem traços de corante algum na tilma que expliquem a formação desta imagem por procedimentos humanos. 

Mas a descoberta mais impressionante se produziu em 1979, quando o engenheiro peruano José Aste Tonsmann, residente nos Estados Unidos, mostrou que nas pupilas da imagem da Virgem haviam ficado registradas algumas imagens. 

Utilizando uma série de aparelhos eletrônicos, Aste conseguiu reconstruir a imagem, que foi impressa misteriosamente no momento de abrir a tilma, identificando o índio Juan Diego, o bispo Juan de Zumárraga, o jovem intérprete do bispo, Juan Gonzáles e uma mulher negra, provavelmente a servente do bispo. 

Mas junto a estes personagens, explica Renzo Allegri, Aste descobriu uma segunda cena, em segundo plano, composta por pessoas desconhecidas, e que representa uma família asteca, composta pelo pai, mãe, avós e três crianças. 

«Refletindo sobre estas extraordinárias descobertas científicas, o Dr. Aste oferece, como crente, uma hipótese sugestiva. Diz que as cenas das pupilas poderiam constituir uma ‘mensagem’ da Virgem», explica o jornalista. 

Esta mensagem, acrescenta, «estaria destinada ao nosso tempo, já que só nela poderia decifrar-se, graças à tecnologia, o segredo dos olhos de Nossa Senhora». 

Esta mensagem «indicaria a importância da união da família e de seus valores; a presença, no olhar da Virgem, de pessoas de etnia diferente poderia ser uma mensagem antirracista; a tilma, que para os astecas era um autêntico instrumento de trabalho, poderia ser um convite a utilizar a tecnologia para difundir a palavra de Cristo», acrescenta Allegri. 

O jornalista faz notar que as sessões dos últimos dois dias do encontro mundial das famílias, realizado na semana passada na Cidade do México, aconteceram no Santuário de Guadalupe. 

Este encontro, acrescenta, «registrou uma participação imponente, demonstrando quão vivo é, no povo cristão, o valor da família também em nosso tempo», conclui. 

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Entrevistas

Em plena crise, cardeal Ouellet pede ajuda para famílias

O primaz do Canadá comenta as conclusões do Encontro Mundial das Famílias

Por Gilberto Hernández García

CIDADE DO MÉXICO, quarta-feira, 21 de janeiro de 2009 (ZENIT.org-El Observador).- O papel dos latinos na América do Norte e a necessidade de que os governos apoiem as famílias neste momento de crise econômica e social são dois dos temas que o cardeal Marc Ouellet, arcebispo de Québec e primaz do Canadá, aborda nesta conversa.

O encontro com Zenit-El Observador aconteceu dentro do VI Encontro Mundial das Famílias, realizado de 14 a 18 de janeiro no México, em particular no Congresso Teológico Pastoral, no qual interveio com a palestra «Quais são os valores por descobrir e redescobrir?». 

– A presença dos católicos latino-americanos nos Estados Unidos revitaliza a Igreja americana; como se dá esta dinâmica no Canadá? Qual é o papel evangelizador dos latinos na Igreja canadense? 

– Cardeal Marc Ouellet: Nos últimos anos, nos Estados Unidos nota-se um crescimento na consciência da Igreja desta realidade; nos seminários dos Estados Unidos – Flórida, Califórnia e em outros lugares – há uma preocupação por que os sacerdotes aprendam espanhol e há uma boa parte deles que o faz, para poder atender as comunidades que vêm de outras regiões. Isso é um fato cultural novo que indica o peso da comunidade latino-americana nos Estados Unidos. 

Creio que não podemos dizer exatamente o mesmo sobre o Canadá, mas esta abertura vai crescendo, esta acolhida, o testemunho da América Latina; em particular desde Aparecida eu vejo uma Igreja continental que se une mais e que tem mais clareza quanto à sua missão evangelizadora, e com o lema muito claro de que temos de formar discípulos missionários; isso é uma força extraordinária. A missão continental que começa com este impulso dado por Aparecida promete frutos, não só para a América Latina, mas também para o Norte (da América) e para toda a Igreja. 

– É fato que existem famílias divididas: casais divorciados que voltam a se casar, famílias monoparentais, entre outras situações. Quais são os caminhos para fortalecer a instituição familiar? 

– Cardeal Marc Ouellet: Parece-me interessante o que o presidente do México falou na inauguração: que o Estado deveria apoiar e considerar a família como patrimônio muito importante. Disse também que nem todos têm a oportunidade ou a sorte de ter uma família, com um pai, uma mãe, filhos e uma boa educação. Neste caso, os cristãos não são indiferentes com relação a estas situações difíceis. 

Hoje em dia é preciso fortalecer a família como tal e não somente de maneira individual, como família, mas suscitar associações de famílias para que tenham uma força pública, de maneira que sejam mais escutadas pelo Estado e que sejam reconhecidas como sujeito social, porque não são somente os indivíduos que têm direitos. Se quisermos resolver a longo prazo os problemas de famílias monoparentais etc., a melhor estratégia é a prevenção, ou melhor dito, ajudar as famílias a terem consistência, estabilidade e assim ajudaremos a diminuir os fatores e fenômenos particulares. 

– Como você considera que a crise econômica mundial impacta a família? Que esperanças o Encontro Mundial das Famílias ofereceu neste sentido? 

– Cardeal Marc Ouellet: Há muitas famílias que vivem em condições econômicas difíceis; há um ano, quando os preços do petróleo estiveram a 140 dólares, isso foi uma tragédia. Vimos em várias partes grupos e pessoas gritando que já não podiam comprar os alimentos básicos porque o preço do petróleo fez os demais preços subirem demais. A crise econômica mundial – que não depende só do petróleo agora, e sim de uma má administração – impacta a família nos elementos básicos de sua vida, o alimento e a educação, porque é preciso investir o dinheiro nos alimentos, ou então como fazem para sustentar a educação, o colégio? Os problemas se multiplicam. 

Creio que a reflexão deste encontro mundial é riquíssima. Falou-se da influência da comunicação na vida familiar, na cultura em geral. Isso é importante para os que trabalham neste campo e têm uma responsabilidade social. É importante que desenvolvamos atitudes favoráveis à família e não somente à liberdade individual, como acontece atualmente na cultura; que se pense na família, em sua estabilidade, em sua unidade. Ajudar para que se possam educar os filhos com paz, e não que tenham todas estas mensagens que complicam o trabalho dos pais e das mães no lar. 

Há muita coisa que se pode transmitir como uma boa notícia da família cristã ao mundo inteiro. Este é o testemunho da Igreja Católica. Espero que este testemunho belo da Igreja seja cada vez mais reconhecido, porque é uma contribuição extraordinária para a paz e a civilização. 

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Família, onde se aprende a solidariedade

Entrevista com Carl Anderson, cavaleiro supremo de Colombo

Por Karna Swanson

CIDADE DO MÉXICO, quarta-feira, 21 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- O futuro da sociedade depende do forte, autêntico e visível testemunho das famílias católicas, afirma o cavaleiro supremo dos Cavaleiros de Colombo.

Carl Anderson falou com Zenit do conteúdo de sua intervenção acerca do conceito de solidariedade, no recente Encontro Mundial das Famílias, no México, e qual considera ser o maior desafio para a família cristã.

–O tema de sua conferência no Encontro das Famílias foi «Família e solidariedade». Por que solidariedade?

–Anderson: A resposta mais breve seria que o tema me foi proposto. Ainda que foi um termo importante para João Paulo II. Obviamente pelo que sucedeu na Polônia e Europa oriental, nos anos 80 e 90 do século XX, mas especialmente penso que foi parte de sua visão de renovação para a Igreja e a sociedade.

Entender dita solidariedade em sentido cristão é realmente compreendê-la como uma comunhão do ser para os outros, e esta foi uma questão nuclear para João Paulo II, quanto à teologia do corpo, e a sua inteira compreensão da pessoa humana como ser em relação com outros. Portanto, esta é a ideia de solidariedade na família, e da família como modelo para a sociedade mais ampla; de testemunho de comunhão e solidariedade e de uma vida para os outros: primeiro na família, mas também fora, na comunidade da sociedade mais ampla.

–O senhor passou da ideia de unidade à de solidariedade, descrevendo o pensamento de João Paulo II e de Bento XVI. Como chegou a esta conclusão?

–Anderson: O que para mim é mais notável, ainda que talvez na sabedoria da Providência é justo o que deve ser, é que obviamente João Paulo II e Bento XVI são pessoas diferentes –têm diferentes especializações e interesses– mas há um grande paralelismo entre seus dois modos de pensar.

Ver Bento XVI completar e construir ao redor das ideias que João Paulo II introduziu enquanto solidariedade, unidade e comunhão de pessoas e o que isso significa, e vê-lo fazer progredir esta ideia, ampliá-la e aprofundá-la, manifesta precisamente a continuidade do ensinamento da Igreja, e a tradição e vida da Igreja. Portanto, é algo bom e penso que somos afortunados com estes dois grandes papas da história da Igreja.

–A ideia de solidariedade na família parece algo que deveria dar-se espontaneamente. Pensa que a solidariedade é algo natural na sociedade e nunca algo desintegrador? 

–Anderson: Penso que uma das maiores contribuições de João Paulo II é a concepção de que isto não são ideias, mas que atualmente constroem a verdadeira estrutura da existência humana como parte do plano do Criador. Se pensamos nos dois grandes mandamentos –amor a Deus e ao próximo–, o amor se integra na verdadeira vocação da pessoa humana, em seu verdadeiro centro. E então não deveria surpreender-nos que a estrutura da existência humana esteja desenhada de tal maneira que nos leva a este tipo de relação entre nós. Esta é uma das mais importantes contribuições, penso, que João Paulo II deu ao magistério da Igreja, e creio que agora estamos só começando a ver o quão importante é e as amplas implicações que tem.

–Quais são os maiores desafios para a família hoje nos EUA?

–Anderson: É difícil saber por onde começar. Certamente, há óbvias pressões econômicas, sociais e culturais. Mas penso que o grande desafio que a família cristã enfrenta hoje é descobrir o que significa ser cristão. O que significa dizer que Jesus é o Senhor. Crer no que dizemos no Credo e viver esta vida primeiro na família e, em seguida, na sociedade. Ser verdadeiros testemunhos.

Há quarenta anos, o padre Joseph Ratzinger, falando a um grupo de estudantes, disse que o atormenta muitos cristãos, mais que a questão da existência de Deus, é a questão de se o cristianismo supõe uma diferença distintiva, se há algo novo na sociedade que vemos ao nosso redor que provenha do cristianismo. E este tipo de  testemunho distintivo é um desafio que a família cristã enfrenta fundamentalmente.

Há diferença entre a sociedade secular e o modo em que os cristãos contraem o matrimônio, geram seus filhos, educam seus filhos, no modo como trabalham, como tratam seus empregados, no modo como tratam seus clientes, como votam? O não se distinguem da sociedade secular? 

Se não há diferença, voltamos à grande questão do padre Ratzinger, então o que foi de novo que Jesus trouxe? Penso que este é o desafio das famílias cristãs.

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Espiritualidade

Meditação para o quinto dia da Semana pela Unidade dos Cristãos

Os cristãos diante das discriminações e dos preconceitos sociais

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 21 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- Publicamos o comentário aos textos bíblicos escolhidos para o quinto dia da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, 22 de janeiro.

O texto forma parte dos materiais distribuídos pela Comissão Fé e Constituição do Conselho Ecumênico das Igrejas e o Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos. A base do texto foi redigida por uma equipe de representantes ecumênicos da Coréia.


* * * 


Os cristãos diante das discriminações e dos preconceitos sociais

Is 58, 6-12

Não te esquives daquele que é tua própria carne

Sl 133

Que prazer encontrar-se entre irmãos

Gl 3, 26-29

Todos vós sois um só em Cristo

Lc 18, 9-14A estes, convencidos de serem justos

Comentário

No início do mundo, os seres humanos criados à imagem de Deus constituíam uma só humanidade “unidos em tua mão”.

No entanto, o pecado interferiu no coração do homem... Desde então, não cessamos de construir categorias discriminatórias. Neste mundo, muitas escolhas são feitas com base na raça ou etnia; há casos em que a identidade sexual ou o simples fato de ser homem ou mulher alimenta os preconceitos; em outros lugares, ainda, o obstáculo é a religião, usada como feitora de exclusão. Todas estas discriminações são desumanas. Elas são fontes de conflito e de grande sofrimento.

No seu ministério terrestre, Jesus mostrou-se particularmente sensível à humanidade comum, a todos os homens e mulheres. Ele denunciou sem cessar as discriminações de toda espécie e as vantagens que alguns podiam tirar disso. Jesus mostra que nem sempre os “justos” são aqueles que parecem sê-lo, e alerta que o desprezo não tem lugar no coração dos verdadeiros crentes.

Como os benefícios do óleo precioso ou do orvalho do Hermon, o Salmo 133 canta a felicidade da vida fraternalmente partilhada. Quão prazeroso e alegre é viver juntos como irmãos e irmãs: é esta a graça que saboreamos no fundo do coração em nossos encontros ecumênicos, quando renunciamos às discriminações confessionais.

Restaurar a unidade da família humana é missão comum de todos os cristãos. Importa agirmos unidos contra toda sorte de discriminação. Esta é a esperança que partilhamos: não há judeu, nem grego; nem escravo, nem livre; nem homem, nem mulher, pois todos somos “um” em Cristo Jesus.

Oração

Senhor, faz-nos perceber as discriminações e exclusões que marcam nossa sociedade. Conduze nosso olhar e ajuda-nos a reconhecer os preconceitos que habitam em nós. Ensina-nos a expulsar todo desprezo de nosso coração, para apreciarmos a alegria de viver jutos em unidade. Amém.

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Audiência de quarta-feira

Bento XVI: «Não pode haver diálogo ecumênico sem conversão interior»

Intervenção hoje durante a audiência geral

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 21 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- Oferecemos a seguir o discurso completo pronunciado nesta quarta-feira por Bento XVI aos milhares de peregrinos congregados na Sala Paulo VI para a audiência geral, dentro da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos.

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Queridos irmãos e irmãs

No domingo passado começou a «Semana de oração pela unidade dos cristãos», que concluirá no próximo domingo, festa da Conversão de São Paulo Apóstolo. Trata-se de uma iniciativa espiritual belíssima, que está se estendendo cada vez mais entre os cristãos, em sintonia, e poderíamos dizer, em resposta à importante invocação que Jesus dirigiu ao Pai no cenáculo, antes de sua Paixão: «Que sejam uma só coisa, para que o mundo creia que tu me enviaste» (João 17, 21). Em quatro ocasiões, durante esta oração sacerdotal, o Senhor pede a seus discípulos que sejam «uma só coisa», segundo a imagem da unidade entre o Pai e o Filho. Trata-se de uma unidade que só pode crescer no exemplo da entrega do Filho ao Pai, ou seja, saindo de si e unindo-se a Cristo. Por duas vezes também, nesta oração Jesus acrescenta como fim desta unidade: para que o mundo creia. A unidade plena está conectada, portanto, à vida e à própria missão da Igreja no mundo. Esta deve viver uma unidade que só pode derivar de sua unidade com Cristo, com sua transcendência, como sinal de que Cristo é a verdade. Esta é nossa responsabilidade: que seja visível para o mundo o dom de uma unidade em virtude da qual nossa fé se torne crível. Por isso, é importante que cada comunidade cristã tome consciência da urgência de trabalhar de todas as formas possíveis para chegar a este grande objetivo. Mas sabendo que a unidade é antes de tudo «dom» do Senhor, é importante ao mesmo tempo implorá-la com oração incansável e confiada. Só saindo de nós mesmos e dirigindo-nos a Cristo, só na relação com Ele podemos chegar a estar realmente unidos entre nós. Este é o convite que, com a presente «Semana», recebemos como crentes em Cristo de toda igreja e comunidade eclesial; a ele, queridos irmãos e irmãs, devemos responder com generosidade. 

Este ano, a «Semana de oração pela unidade dos cristãos» propõe para a nossa meditação e oração estas palavras tomadas do livro do profeta Ezequiel: «Estarão unidos em tua mão» (37, 17). O tema foi escolhido por um grupo ecumênico da Coreia, e revisado depois para sua divulgação internacional pelo Comitê Misto de Oração, formado por representantes do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos e pelo Conselho Ecumênico das Igrejas de Genebra. O mesmo processo de preparação foi um estimulante e fecundo exercício de autêntico ecumenismo. 

Na passagem do livro do profeta Ezequiel da qual se tirou o tema, o Senhor ordena ao profeta que tome duas madeiras, uma como símbolo de Judá e suas tribos, e a outra como símbolo de José e de toda a casa de Israel unida a ele, e lhes pede que as «aproxime», de modo que formem uma só madeira, «uma só coisa» em sua mão. É transparente a parábola da unidade. Aos «filhos do povo», que pedirão explicação, Ezequiel, iluminado desde o Alto, dirá que o próprio Senhor toma as duas madeiras e as aproxima, de forma que os dois reinos com suas respectivas tribos, divididas entre si, sejam «uma só coisa em tua mão». A mão do profeta, que aproxima os dois lenhos, é considerada como a mão do próprio Deus que recolhe e unifica seu povo e finalmente a humanidade inteira. Podemos aplicar as palavras do profeta aos cristãos, como uma exortação a rezar, a trabalhar, fazendo todo o possível para que se cumpra a unidade de todos os discípulos de Cristo; trabalhar para que nossa mão seja instrumento da mão unificadora de Deus. Esta exortação é particularmente comovedora e importante nas palavras de Jesus após a Última Ceia. O Senhor deseja que seu povo inteiro caminhe – e vê nele a Igreja do futuro, dos séculos futuros – com paciência e perseverança para a realização da unidade plena, atitude esta que comporta a adesão dócil e humilde ao mandato do Senhor, que o abençoa e o torna fecundo. O profeta Ezequiel nos assegura que será precisamente Ele, nosso único Senhor, o único Deus, que nos colherá em «sua mão». 

Na segunda parte da leitura bíblica se aprofunda no significado e nas condições da unidade das diversas tribos em um só reino. Na dispersão entre os gentios, os israelenses haviam conhecido cultos errôneos, haviam assimilado concepções de vida equivocadas, haviam assumido costumes alheios à lei divina. Agora o Senhor declara que já não se contaminarão mais com os ídolos dos povos pagãos, com suas abominações, com todas suas inquietudes (cf. Ezequiel 37, 23). Exige a necessidade de libertá-los do pecado, de purificar seu coração. «Eu os livrarei de todas as suas rebeldias – afirma –, e os purificarei». E assim «serão meu povo e eu serei seu Deus» (ibidem). Nesta condição de renovação interior, estes «seguirão meus mandamentos, observarão minhas leis e as porão em prática». E o texto profético termina com a promessa definitiva e plenamente salvífica: «Farei com eles uma aliança de paz... Porei meu santuário, ou seja, minha presença, no meio deles» (Ezequiel 37, 26). 

A visão de Ezequiel é particularmente eloquente para todo o movimento ecumênico, porque manifesta a exigência imprescindível de uma renovação interior autêntica em todos os componentes do Povo de Deus, que só o Senhor pode realizar. A esta renovação devemos estar abertos também nós, porque também nós, dispersos entre os povos do mundo, aprendemos costumes muito distantes da Palavra de Deus. «Assim como hoje a renovação da Igreja – lê-se no Decreto sobre o ecumenismo do Concílio Vaticano II – consiste essencialmente no crescimento da fidelidade à sua vocação, esta é sem dúvida a razão do movimento rumo à unidade» (UR, 6), ou seja, uma maior fidelidade à vocação de Deus. O decreto sublinha também a dimensão interior da conversão do coração. «O ecumenismo verdadeiro – acrescenta – não existe sem a conversão interior, porque o desejo da unidade nasce e amadurece na renovação da mente, na abnegação de si mesmo e no exercício pleno da caridade (UR, 7).» A «Semana de oração pela unidade» se converte, desta forma, para todos nós, em estímulo a uma conversão sincera e a uma escuta cada vez mais dócil à Palavra de Deus, a uma fé cada vez mais profunda. 

A «Semana» é também uma ocasião propícia para agradecer ao Senhor por tudo o que nos concedeu fazer até agora «para aproximar» uns dos outros, os cristãos divididos, e as próprias Igrejas e comunidades eclesiais. Este espírito animou a Igreja Católica, a qual, durante o ano passado, prosseguiu, com firme convicção e segura esperança, mantendo relações fraternas e respeitosas com todas as igrejas e comunidades eclesiais do Oriente e do Ocidente. Na variedade das situações, às vezes mais positivas e às vezes com mais dificuldades, esforçou-se por não decair nunca no empenho de realizar todos os esforços para a recomposição da unidade plena. As relações entre as Igrejas e os diálogos teológicos continuaram dando sinais de convergências espirituais alentadoras. Eu mesmo tive a alegria de encontrar, aqui no Vaticano e ao longo das minhas viagens apostólicas, cristãos procedentes de todos os horizontes. Acolhi com viva alegria por três ocasiões o Patriarca Ecumênico Sua Santidade Bartolomeu I e, como acontecimento extraordinário, nós o ouvimos tomar a palavra, com calor eclesial fraterno e com confiança convencida no porvir, durante a recente assembléia do Sínodo dos Bispos. Tive o prazer de receber os dois Catholicoi da Igreja Apostólica Armênia: Sua Santidade Karekin II, de Etchmiazin, e Sua Santidade Aram I, de Antelias. E, finalmente, compartilhei a dor do Patriarcado de Moscou pela partida do amado irmão em Cristo, o Patriarca Sua Santidade Alexis II, e continuo permanecendo em comunhão de oração com estes irmãos nossos que se preparam para eleger o novo Patriarca da venerada e grande Igreja Ortodoxa. Igualmente, foi-me dado encontrar representantes das diversas Comunhões cristãs do Ocidente, com os quais prossegue o diálogo sobre o importante testemunho que os cristãos devem dar hoje de forma concorde, em um mundo cada vez mais dividido e enfrentado tantos desafios de caráter cultural, social, econômico e ético. Por isso e por tantos outros encontros, diálogos e gestos de fraternidade que o Senhor nos permitiu poder realizar, agradecemos-lhe juntos com alegria. 

Queridos irmãos e irmãs, aproveitemos a oportunidade que a «Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos» nos oferece para pedir ao Senhor que prossigam e, se for possível, que se intensifiquem, o compromisso e o diálogo ecumênicos. No contexto do Ano Paulino, que comemora o bimilênio do nascimento de São Paulo, não podemos não referir-nos ao que o Apóstolo Paulo nos deixou escrito a propósito da unidade da Igreja. Cada quarta-feira dedicarei minha reflexão às suas cartas e ao seu precioso ensinamento. Retomo aqui simplesmente quando escreveu dirigindo-se à comunidade de Éfeso: «Um só corpo e um só espírito, como uma só é a esperança à qual fostes chamados, a da vossa vocação. Um só Senhor, uma só fé, um só batismo» (Ef 4, 4-5). Façamos nosso o anseio de São Paulo, que dedicou sua vida inteiramente ao único Senhor e à unidade de seu Corpo Místico, a Igreja, dando, com o martírio, um supremo testemunho de fidelidade e de amor a Cristo. 

Seguindo seu exemplo e contando com sua intercessão, que cada comunidade cresça no empenho da unidade, graças às diversas iniciativas espirituais e pastorais e às assembléias de oração comum, que costumam ser mais numerosas e intensas nesta «Semana», fazendo-nos já saborear antecipadamente, de certa forma, o gozo da unidade plena. Oremos para que entre as Igrejas e Comunidades eclesiais continue o diálogo da verdade, indispensável para dirimir as divergências, e o da caridade, que condiciona o próprio diálogo teológico e ajuda a viver unidos para um testemunho comum. O desejo que habita em nossos corações é de que chegue logo o dia da comunhão plena, quando todos os discípulos do único Senhor nosso poderão finalmente celebrar juntos a Eucaristia, o sacrifício divino para a vida e a salvação do mundo. Invocamos a intercessão maternal de Maria, para que ajude todos os cristãos a cultivarem uma escuta mais atenta da Palavra de Deus e uma oração mais intensa pela unidade. 

[Tradução: Élison Santos. Revisão: Aline Banchieri

© Copyright 2009 - Libreria Editrice Vaticana]

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