quarta-feira, maio 30, 2012

Inflação em Angola continua em queda, “Perspectivas Económicas em África 2012”,


30-05-2012 | Fonte: JA
A economia angolana deve crescer 8, 2 por cento este ano, ajudada pela retomada das operações petrolíferas, de acordo com o relatório “Perspectivas Económicas em África 2012”, que igualmente projecta uma queda da inflação de 13,5 por cento para dez por cento.
O relatório, produzido em conjunto pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), pela Comissão Económica da ONU para a África (UNECA) e pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), foi divulgado no início da assembleia anual do BAD em Arusha, Tanzânia, que decorre até sexta-feira.
“Em 2011, o forte crescimento do sector não petrolífero foi contrabalançado por uma descida nas receitas do petróleo, como resultado da baixa produção e das exportações. Mas espera-se que o Produto Interno Bruto (PIB) real cresça substancialmente, porque os campos petrolíferos estão a retomar a actividade normal e novos projectos começam a produzir”, refere o relatório.
De acordo com o documento, a inflação cai de 13,5 por cento para dez por cento em 2012 e para apenas um dígito no próximo ano.
A maior parte do desemprego, que o relatório estima em 26 por cento da população, afecta a mão-de-obra não qualificada, mas surge agora um número crescente de jovens desempregados com formação que não corresponde às necessidades do país, refere o relatório.
Um crescimento económico, na ordem dos 10,38 por cento, é a previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI) para Angola, este ano.
Empreendedorismo
Angola também tem os olhos virados para o empreendedorismo e a inovação. Porque à medida que fortalece o sistema universitário, aspira a padrões de negócios e competitividade que vão além dos negócios tradicionais e abraçam os desafios da tecnologia.
O Observatório da Emigração dá nota de que nos últimos seis anos, mais de 70 mil portugueses emigraram para encontrar emprego. Angola foi um dos destinos escolhidos pelos portugueses e são inúmeras as empresas que têm nascido neste país e que têm criado postos de trabalho.
A única contrariedade é que investir em Angola continua a ser complicado porque a burocracia é muita e os contractos levam tempo a ser firmados. Mesmo assim, são cada vez mais os que arriscam.

Militantes do MPLA devem ser activistas políticos eleitorais

Huambo – Os militantes do MPLA no município do Huambo devem se transformar em activistas políticos eleitorais, para se alcançar os objectivos preconizados pela direcção central, afirmou hoje (quarta-feira) nesta cidade o coordenador adjunto do grupo de acompanhamento, José Manuel dos Santos.

O responsável que falava no encerramento da I conferência municipal ordinária de balanço, realizada hoje, frisou que tal activismo político deve centrar-se no civismo, na disciplina, na organização e no respeito pela diferença de opinião e cumprimento das normas legais que regem o país.

“Apelo a todos os militantes do partido, da OMA e JMPLA a se transformarem em activistas políticos eleitorais, trabalhando arduamente para o alcance dos objectivos preconizados pela direcção central do partido”, sublinhou.

O coordenador adjunto do grupo de acompanhamento do MPLA ao município do Huambo, José Manuel dos Santos, exortou igualmente a população do Huambo para se manter vigilante e confiante no futuro cada vez melhor do pais, que tem conhecido grande evolução nos variados domínios.

Disse ser importante ter consciência de que é necessário trabalhar para dirimir as dificuldades ainda existentes, associando-se aos grandes esforços do governo angolano e do Presidente da República, José Eduardo dos Santos.

A I conferência municipal ordinária de balanço, que contou com a participação de 363 delegados, analisou, entre várias questões, as actividades desenvolvidas no âmbito do programa integrado de desenvolvimento rural e combate à fome e à pobreza.

terça-feira, maio 29, 2012

A IMPORTÂNCIA DAS LINGUAS ANGOLANAS NA UNIDADE DA FAMILIA ANGOLANA por Amélia Arlete Mingas

a linguas nacionais angolanas
O título da nossa intervenção pode parecer controverso na medida em que refere-se à possibilidade de, a partir da nossa pluralidade linguística, podermos construir a nossa unidade.
O título da nossa intervenção pode parecer controverso na medida em que refere-se à possibilidade de, a partir da nossa pluralidade linguística, podermos construir a nossa unidade. Com efeito, se tivermos presente a lição que nos dá a Bíblia, ao referir-se à construção da Torre de Babel, inviabilizada pela utilização, na fase final, de línguas diferentes pelos seus obreiros, ser-nos-á difícil admitir ser possível aliar-se a pluralidade linguística à harmonia social. Na verdade e, em termos gerais, toda a harmonia social pressupõe/implica a existência de uma consequente intercompreensão linguística. Por conseguinte, pode parecer um exercício macabro pensar na aliança plurilinguismo/harmonia social, num país como o nosso, caracterizado por um desconhecimento geral da nossa realidade sociocultural e linguística.
Por outro lado, é preciso ter presente que esse desconhecimento foi, durante longos anos, potencializado por inevitáveis tensões internas, advindas do período de lutas fratricidas, cuja conflictualidade latente cria um ambiente de desconfiança, que se reflecte numa reacção instintiva de criar pequenos grupos, mesmo quando em reuniões sociais.
Nesta perspectiva, falar de harmonia/unidade, não é fácil, quando essa questão não pode ser discutida usando, todo o conjunto do país, um mesmo veículo de comunicação. A questão assume, por tal, particular acuidade nas relações entre as suas distintas comunidades.
Mas a harmonização do multilinguismo, que caracteriza a nossa sociedade, é justamente uma questão cuja solução, pensamos nós, a todos deve interessar e preocupar porque essa harmonia é-nos necessária e imprescindível, se quisermos ter uma Nação coesa e próspera. Daí a nossa aceitação da desafiante proposta para apresentar uma intervenção sobre o tema. As Línguas Nacionais
Esta designação generalizada, atribuída às nossas línguas de origem africana, é outra das questões que deve merecer uma reflexão cuidada, pelo menos por parte daqueles cuja formação permite um maior aprofundamento desta problemática. É que, pensamos que existe, no nosso país, uma tendência bastante grande para confundir Etnia com Nação, o que pode induzir em erro, alguns de nós.
A etnia constitui um ambiente natural de integração dos elementos de uma determinada comunidade. Não se pertence a uma etnia porque se quer. A Nação/Estado, ao contrário, não é natural, espontânea, porquanto resulta de uma vontade expressa de reunir, sob uma mesma direcção, indivíduos, comunidades, de acordo com interesses diversos que vão dos económicos aos da defesa/segurança.
No nosso caso, a Nação não foi criada por decisão dos Angolanos. Em consequência, a língua dominante foi a portuguesa, porque interessava juntar as comunidades africanas sob a bandeira portuguesa e, obviamente, as línguas locais foram relegadas para segundo plano. Consequentemente, a sua zona de influência, no conjunto do país, é largamente periférica relativamente à da LP, sendo igualmente periférica a participação dos seus locutores nas tarefas do desenvolvimento nacional.
Numa tentativa de reverter a situação, decidiu-se designá-las, após a independência, como nacionais. Mas, para que fossem efectivamente nacionais, necessário seria, que se fizesse um esforço no sentido de massificar o seu ensino/aprendizagem, o que teria como resultado um fenómeno de apropriação dessas línguas, pelo nosso povo e, nessa acepção, poderíamos falar de línguas nacionais, porque reconhecidas, como tal, por todos os Angolanos.
Mas, como isso não se verificou, o que nos resta, na realidade, são, tão somente “línguas étnicas”. Daí não nos ser estranha a tendência para se pensar, maioritariamente, muito mais como Ambundos ou Bakongos do que como Angolanos.
As Línguas Angolanas
O acima exposto viabiliza a utilização da expressão “Língua angolana” que, a seu turno exige que seja dada uma explicação. Temos que reconhecer que ainda não está suficientemente claro para todos nós, Angolanos, o que será uma língua angolana. Em nossa opinião, esse termo aplica-se a todo o meio de comunicação, usado no país, de origem local ou não local mas que, como acontece com a língua portuguesa, ganhou esse direito, pelo seu percurso histórico no nosso país.
Partindo desta premissa, uma vez que a língua portuguesa é a única que tem uma cobertura a nível nacional, na medida em que é a única das línguas usadas por uma grande parte do nosso povo, que é utilizada como veículo e matéria de ensino na educação formal, a nossa preocupação tem/deve, obviamente, centrar-se em todas as outras que, porque de origem continental e maioritárias, os seus conhecimento e domínio devem ser priorizados. Referimo-nos, obviamente, às línguas angolanas de origem africana.
Poderão ser levantadas questões como as de saber que línguas devem ser priorizadas, ao nível do ensino, como se pode pensar em ensinar/aprender línguas que não possuem uma base científica de sustentação, pois não estão descritas, não possuem um alfabeto, não contêm léxicos que se adaptem à modernidade.
Todas estas questões, embora possam reflectir uma preocupação legítima, estão eivadas do receio de encarar, frontalmente, uma questão chave: é que cada comunidade só cria os termos necessários ao contacto entre os seus membros; que o conhecimento e experiência de qualquer comunidade não são completos em si mesmos; que todas as línguas do mundo criaram o seu acervo lexical com base na sua experiência local; que todas as línguas beneficiaram e continuam a beneficiar do contributo linguístico de outras comunidades; que todas elas contêm mecanismos próprios de adopção de novos termos; que as experiências vividas pelos diversos povos do planeta devem ser partilhadas por todos, constituindo o seu património comum; que todo o saber deve contribuir para o bem estar da humanidade.
Qual a importância dessas línguas no contexto sociolinguístico local?
A discussão sobre a importância das línguas angolanas na unidade da família angolana é de uma pertinência lógica porque tem como premissas a harmonia/concórdia nacionais, alcançadas através da convergência linguística que, por sua vez, se deve consubstanciar no conhecimento, apropriação e domínio dos mesmos veículos de comunicação.
De recordar, que a língua portuguesa foi a escolhida para a colónia de Angola, na época, eufemisticamente chamada “Província portuguesa de Angola”. O Estado/Nação de Angola, independente, continua a ter a língua portuguesa como única língua oficial. É caricatural esta constatação.
Por outro lado, interessa sublinhar que as línguas, para além de permitirem o contacto entre os elementos de uma comunidade específica, possibilitam, de igual modo, que esses mesmos elementos se reconheçam, uns aos outros, através da e pela língua. É por isso que, se tivermos, como objectivo primeiro, a união da nossa família, urge que se defina o estatuto de cada uma das línguas faladas no país, que línguas deverão ser ensinadas e, dentre as últimas, aquelas cujo ensino deve ser prioritário, tendo em conta critérios que sejam explicados a todo o povo e aceites por ele; que tenhamos, enfim, sempre presente que, quanto menos línguas forem utilizadas, tanto mais forte será a sua operatoriedade.
A relação que fazemos entre o número e a operatoriedade do ensino das línguas é pertinente pois não é possível ensinar todas as línguas a todos nós, por razões óbvias. Contudo, já é possível ensinar as maioritárias ao nível de todo o país e as minoritárias nas respectivas zonas de implantação. Daí a importância da definição de critérios que estariam na base da escolha das línguas a ensinar.
Toda esta acção deve/tem de ser dotada de sentido para que, não só os processos, como os objectos, sejam não apenas aceites, mas, de igual modo, viabilizados pelos seus sujeitos. Nesta perspectiva, variáveis como “tradição”, “afectividade”, “experiência vivencial”, “investigação” enfim, não podem/devem ser dispensadas, sempre que se apresentem situações em que esteja em causa a viabilidade de uma concertação ao nível de toda a Nação.
O conhecimento e domínio das nossas línguas maioritárias consubstanciará a ruptura com o passado próximo, porquanto o contrário nada mais é do que estagnação. Por tal, o que interessa, neste momento, é renovar, evoluir; ultrapassar o período que se caracterizou por um esforço de relegar as nossas línguas e culturas a um nível de sub utilização; que possamos contactar, abertamente, uns com outros para que nos conheçamos melhor, para que nos amemos, para que nos aceitemos uns aos outros, sem rancores, nem mágoas.
Para que tal aconteça, é forçoso, urgente, necessário e óbvio que sejam corajosa e definitivamente definidas as metas a alcançar, para o real desenvolvimento do nosso país, (das quais a principal é a unidade da nossa família), unidade que só será viável quando podermos falar, livremente, uns com os outros, usando uma mesma língua.
Contudo, uma vez definidas as metas, dever-se-ão também definir as etapas e métodos necessários para que sejam atingidas essas metas. E então sim, teremos a possibilidade de incentivar a criatividade, a inovação e, acima de tudo, viabilizar a nossa Nação/Estado.
Texto apresentado nas jornadas Científicas da Universidade Jean Piaget, Angola, de 7, 8 e 9 de Novembro de 2002

segunda-feira, maio 28, 2012

PIB de Angola pode crescer 8,2% este ano

EconomiaAngola-1

O PIB de Angola pode crescer 8,2 por cento, empurrado pelo retorno das operações petrolíferas, segundo o relatório Perspetivas Económicas em África 2012, que projeta uma queda da inflação de 13,5 para 10 por cento.

O relatório, produzido em conjunto pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), pela OCDE, pela Comissão Económica da ONU para a África (UNECA) e pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), foi divulgado hoje no arranque da assembleia anual do BAD em Arusha, Tanzânia.

“Em 2011, o forte crescimento do setor não petrolífero foi contrabalançado por uma descida nas receitas do petróleo, como resultado da baixa produção e das exportações. Mas espera-se que o Produto Interno Bruto (PIB) real cresça substancialmente, quando os campos petrolíferos estão a voltar às operações e novos projetos começam a produzir”, refere o relatório.

De acordo com o documento, a inflação deverá cair de 13,5 para 10% em 2012 e para apenas um dígito em 2013.

Angola enfrenta a necessidade de melhorar o sistema cambial e a gestão financeira pública e “os pesados desafios de reduzir a pobreza e o desemprego”, assinala o documento.

A maior parte do desemprego, que o relatório estima em 26% da população, afeta a mão-de-obra não qualificada mas surge agora um número crescente de jovens desempregados com competências que não estão à medida das necessidades do país”, refere o relatório.

Con DN

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