sábado, janeiro 17, 2009

Últimas atualizações no acervo: 16/01/2009

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Seguem as últimas atualizações em nosso acervo no dia 16/01/2009.

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Christopher Paolini - A Herança 1 - Eragon - Eragon, de Christopher Paolini, é o primeiro volume da Trilogia da Herança. Lançado com estrondoso sucesso nos Estados Unidos e Canadá, onde foram comercializados 2,5 milhões de exemplares, o romance de estréia de Christopher Paolini já foi vendido para 38 países e licenciado para o cinema. Eragon é uma história repleta de ação, perigosos vilões e locais fantásticos. Com dragões e elfos, cavaleiros, lutas de espadas, inesperadas revelações e, claro, uma linda donzela que é muito bem capaz de cu [...]
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Christopher Paolini - A Herança 2 - Eldest - Eragon e o seu dragão, Saphira, acabam de salvar o estado rebelde da destruição pelas forças poderosas do Rei Galbotorix, cruel governante do Império. Eragon deverá rumar agora a Ellesmera, terra dos Elfos, onde treinará ainda mais os seus poderes de Cavaleiro do Dragão: a magia e a destreza no manejo da espada. Muito em breve estará a caminho, na viagem da sua vida: os seus olhos abrem-se a novos lugares e a personagens terríveis, os seus dias enchem-se de novas aventuras. Mas o caos e a traiçã [...]
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Christopher Paolini - A Herança 3 - Brisingr - Eragon e seu dragão, Saphira, conseguiram sobreviver à batalha colossal na Campina Ardente contra os guerreiros do Império. No entanto, Cavaleiro e dragão ainda terão de se deparar com inúmeros desafios? Eragon se vê envolvido numa série de promessas que talvez não consiga cumprir, como o juramento a seu primo, Roran, de ajudá-lo a resgatar sua amada Katrina das garras de Galbatorix. Todavia, Eragon deve lealdade a outros também. Os Varden precisam desesperadamente de sua habilidade e força, ass [...]
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sexta-feira, janeiro 16, 2009

ZP090116

ZENIT

O mundo visto de Roma

Serviço diario - 16 de janeiro de 2009



SANTA SÉ
Papa convida cristãos do Irã a dialogar com autoridades islâmicas
Coréia inspira Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos de 2009
Representante do Google na apresentação de uma mensagem do Papa

ESPECIAL: ENCONTRO MUNDIAL DAS FAMÍLIAS
Esclarecimento do cardeal Antonelli sobre homossexualidade
Povos indígenas no encontro das famílias
Encontro sabor Família
É imperativo dar carta de cidadania à família nas sociedades modernas
Casamento sem compromisso não funciona

MUNDO
Arquidiocese do Rio de Janeiro prepara festa de São Sebastião

ENTREVISTAS
Congresso das famílias já dá primeiros frutos
Representante vaticano: família migrante pode e deve ser missionária

DOCUMENTAÇÃO
Bento XVI aos cristãos do Irã

Santa Sé

Papa convida cristãos do Irã a dialogar com autoridades islâmicas

Indica-lhes duas vias: o diálogo cultural e a ação caritativa

Por Inma Álvarez

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 16 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- Bento XVI agradeceu o trabalho dos cristãos na República Islâmica do Irã e lhes indicou duas vias para aprofundar em sua relação com as autoridades do país: o diálogo cultural e o exercício da caridade. 

Em seu discurso aos bispos deste país do Oriente Médio, que foram a Roma por ocasião da quinquenal visita ad limina apostolorum, o Papa manifestou a «antiga presença» dos cristãos no Irã, em suas três comunidades, armênia, caldéia e latina, uma presença que se «desenvolveu e manteve ao longo do tempo». 

O pontífice pôs de manifesto a importância do testemunho de «unidade na diversidade» que as três comunidades oferecem dentro da Igreja. 

Também explicou a transcendência do testemunho da caridade que os sacerdotes, religiosos e religiosas estão dando através da assistência aos mais necessitados e aos idosos, e especialmente «a bela contribuição da Igreja Católica, em particular através da Cáritas, na obra de reconstrução após o terrível terremoto que abalou a região de Bam». 

«Não quero esquecer todos os católicos, cuja presença na terra de seus antepassados traz à mente a imagem bíblica do fermento na massa, que faz crescer o pão, lhe dá sabor e consistência.», acrescentou. 

O Papa animou os cristãos a «permanecerem fiéis à fé de vossos pais e permanecer unidos à voss terra, para trabalhar conjuntamente no desenvolvimento da nação». 

Para isso é necessário, explicou, «desenvolver relações harmoniosas com as instituições públicas, com a graça de Deus, que se aprofundem gradualmente e lhes permita desempenhar melhor sua missão de Igreja no respeito mútuo pelo bem de todos». 

Para isso, o Papa lhes indicou dois caminhos, «o do diálogo cultural, riqueza plurimilenar do Irã, e o da caridade. Esta última iluminará a primeira e será seu motor». 

Também pediu aos pastores que cuidem das vocações, que não são muito numerosas devido ao exíguo número de cristãos, e que fortaleçam os laços com os cristãos iranianos que migraram a outros países. 

«O caminho que se abre perante vós requer muita paciência e constância. O exemplo de Deus, que é paciente e misericordioso com seu povo, será vosso modelo e vos ajudará a abrir o espaço necessário para o diálogo», acrescentou. 

O Papa assegurou, por último, seu afeto e oração pelos cristãos iranianos: «Em minha oração, nunca esqueço vosso país e as comunidades católicas presentes em vosso território, e peço a Deus que as abençoe e auxilie». 

«Eu agradeceria que, em vosso retorno, transmitais aos vossos sacerdotes, religiosos, religiosas e a todos os fiéis que o Papa está próximo deles e reza por eles», concluiu. 

Dos mais de 65 milhões de habitantes do Irã, 98% são muçulmanos e 0,04% católicos (caldeus, armênios e latinos). 

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Coréia inspira Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos de 2009

«Serão um, em tuas mãos», é o lema extraído do livro de Ezequiel

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 16 de janeiro de 2008 (ZENIT.org).- Este ano, o projeto da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, de 18 a 25 de janeiro, foi elaborado pelos cristãos que sofrem em sua própria carne a divisão, na Coréia.

Como se fosse ontem, seus redatores sentem o drama da guerra que dividiu o país (1950-1953) e que, além de uma quantidade enorme de mortos, deixou 10 milhões de famílias divididas nos dois lados, sem poder se comunicar.

O lema que estes cristãos escolheram para propor reflexões aos dois bilhões de cristãos do planeta foi tomado do profeta Ezequiel: «Serão um, em tuas mãos» [as duas partes de uma mesma madeira].

Após a escolha do lema, o Conselho Pontifício para a Unidade dos Cristãos e a Comissão «Fé e Constituição» do Conselho Ecumênico das Igrejas, acolheram o projeto coreano e o lançaram a todas as Igrejas locais para alimentar a oração que se eleva em todos os lugares do planeta pelos cristãos para que «sejam todos um».

Frente à divisão de seu país, representantes das Igrejas na Coréia «buscaram a inspiração no profeta Ezequiel, que também viveu em um país tragicamente dividido e que desejava a unidade para seu povo», explica a apresentação dos Subsídios para a Semana de Oração.

«Em 2009, os cristãos do mundo inteiro rezarão pela unidade ‘para que estejam unidos em tua mão’ (cf. Ez 37,17) – acrescenta o documento –. Ezequiel – cujo nome significa ‘Deus o faz forte’ – foi chamado para restituir esperança a seu povo, numa situação política e religiosa desesperada que perdurou depois da queda e ocupação de Israel, com o exílio de grande parte de seu povo».

Os membros do grupo local da Coréia viram que o texto de Ezequiel mostrava «semelhanças notáveis com a situação que eles viviam no seu país dividido, bem como a situação mais ampla dos cristãos desunidos».

«A palavra de Ezequiel lhes confirmou a esperança de que Deus reunirá novamente o seu povo, para fazer apenas um: o povo de sua pertença, que Ele abençoará e fortalecerá. Da Palavra brotou uma nova e suprema esperança: Deus criará um mundo novo».

O projeto de base dos textos para a oração foi preparado por um grupo de representantes da Conferência dos Bispos Católicos da Coréia (CBCK) e do Conselho Nacional das Igrejas da Coréia (NCCK).

Os materiais para a oração servem para denunciar a divisão da península coreana, «onde seus habitantes estão na impossibilidade de se comunicar com seus pais, filhos, irmãos e irmãs, famílias e amigos que vivem do outro lado».

«O sistema político norte-coreano que proíbe seus habitantes de pertencerem à tradição religiosa de sua escolha é um regime autoritário que limita a liberdade de consciência», continuam denunciando os cristãos das diferentes confissões.

Também esclarecem que tais antagonismos, conflitos, violências e guerras que nascem de hostilidades religiosas, raciais e étnicas não existem unicamente na Península coreana mas atualmente existem em numerosas regiões do mundo».

Por isso, concluem, «a situação de divisão e os sofrimentos que os coreanos vivem interpelam certamente aos cristãos e às sociedades do mundo inteiro».

«Os cristãos da Coréia (católicos, protestantes e ortodoxos) trabalham juntos pelo bem comum – para levar a paz autêntica à península coreana – com seus irmãos de outras religiões (Budismo, Confucionismo e outras religiões tradicionais, incluindo o Budismo Won e o Taoísmo Chon-Chon Do Gyo)», conclui o documento.

O programa redigido pelos cristãos coreanos oferece orações para cada um dos dias da semana em que representantes cristãos do mundo se reunirão em encontros ecumênicos.

A Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos tem sua origem no movimento pentecostal na Escócia com vínculos nos Estados Unidos.

Em 1820, o reverendo James Haldane Stewart publicou «Conselhos para a união geral dos cristãos com vista a uma efusão do Espírito» (Hins for the outpouring of the Spirit). Em 1894, o Papa Leão XIII já animava a prática do Oitavário de oração pela unidade no contexto de Pentecostes.

Mais informação em http://www.vatican.va/roman_curia/pontifical_councils/chrstuni/weeks-prayer-doc/rc_pc_chrstuni_doc_20080630_week-prayer-2009_po.html

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Representante do Google na apresentação de uma mensagem do Papa

"Novas tecnologias, novas relações. Promover uma cultura do respeito, diálogo e amizade"

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 16 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- Um representante do Google estará presente na coletiva de imprensa de apresentação da mensagem de Bento XVI para o Dia Mundial das Comunicações Sociais.

Segundo informa esta sexta-feira a Sala de Imprensa da Santa Sé, a mensagem do quadragésimo terceiro Dia Mundial das Comunicações Sociais tem como tema «Novas tecnologias, novas relações. Promover uma cultura de respeito, de diálogo, de amizade».

A coletiva de imprensa terá lugar na sexta-feira 23 de janeiro. Nela participarão o arcebispo Claudio Maria Celli, presidente do Conselho Pontifício das Comunicações Socias, mons. Paul Tighe, secretário desse mesmo Conselho vaticano, e o padre Federico Lombardi, S.J., diretor da Rádio Vaticano, do Centro Televisivo Vaticano e da Sala de Informação da Santa Sé.

Também falará Henrique de Castro, Managing Director Media Solutions do Google.

Segundo informa a Sala de Imprensa da Santa Sé, «na roda de imprensa se apresentará uma nova iniciativa do Centro Televisivo Vaticano e de Rádio Vaticano em colaboração com o Google».

O Dia Mundial das Comunicações Sociais é o único dentre esse tipo de jornada que foi estabelecido pelo Concílio Vaticano II (Inter mirifica, 1963). Celebra-se em muitos países, animado pelos bispos do mundo, no domingo anterior ao Pentecostes.

A mensagem do Santo Padre para esse dia se publicará na véspera do dia de São Francisco de Sales, patrono dos jornalistas.

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Especial: Encontro Mundial das Famílias

Esclarecimento do cardeal Antonelli sobre homossexualidade

Nota emitida pelo Conselho Pontifício para a Família

CIDADE DO MÉXICO, sexta-feira, 16 de janeiro de 2009 (ZENIT.org-El Observador).- Publicamos a nota esclarecedora sobre a homossexualidade emitida em nome do cardeal Ennio Antonelli, presidente do Conselho Pontifício para a Família, pelo sacerdote Carlos Simón Vázquez, subsecretário desse dicastério vaticano.

* * *

Deram-se diversas interpretações à referência à homossexualidade feita pelo cardeal Ennio Antonelli, presidente do Conselho Pontifício para a Família, em seu discurso de abertura do Congresso de Teologia Pastoral do México. O cardeal quis sublinhar três aspectos importantes:

1) A homossexualidade não é um componente necessário da sociedade, como a família. A sociedade se organiza em torno da relação de casal formada por um homem e uma mulher. Eles se encontram na origem da vida conjugal e da vida familiar. Neste sentido, o casal e a família entram no campo da vida social e, portanto, da lei civil. A relação entre duas pessoas do mesmo sexo não é equivalente a uma relação de casal, que se baseia na diferença sexual. A relação homossexual não entra neste campo social. É, portanto, uma questão privada. O legislador comete um erro antropológico quando quer organizar socialmente a homossexualidade. Corre o risco de provocar uma confusão intelectual, de identidade e relacional. Não se deve esquecer que a confusão favorece frequentemente a insegurança, a instabilidade das relações e a violência quando o legislador não respeita o sentido fundamental das relações humanas. A família é um bem comum da humanidade que não se encontra à livre disposição do legislador para responder às reivindicações subjetivas e problemáticas da época atual. O desejo individual não pode estar na origem da lei. Aqui nos encontramos em presença de uma confusão entre o direito, que é de domínio público, e o desejo, que depende do sujeito. 

2) Afirmando que a homossexualidade é um fato privado, o presidente do Pontifício Conselho para a Família não pretendeu justificá-la. O cardeal simplesmente sublinhou que a homossexualidade não contribui favoravelmente para a estruturação das pessoas e da sociedade. O exercício da homossexualidade não reflete a verdade da amizade. A amizade é inerente à condição humana, na qual se dão relações de proximidade, apoio e cooperação, em um clima cortês e afável. A amizade deve ser vivida na castidade. 

3) A Igreja mantém a preocupação de acolher e acompanhar as pessoas homossexuais. Toda pessoa que tem dificuldade para viver retamente a sexualidade está chamada a encontrar-se com Cristo e a viver, em consequência, de acordo com as exigências da liberdade e a responsabilidade da fé, da esperança e da caridade. Ao contrário, é contrário à verdade da identidade humana e ao desígnio de Deus viver uma experiência homossexual, uma relação deste tipo, e mais ainda pretender reivindicar o casamento entre pessoas do mesmo sexo. São contrários aos verdadeiros interesses das pessoas e às necessidades da sociedade. Constituem uma transgressão do sentido do amor tal como Deus nos revelou através da mensagem de Cristo, da qual a Igreja é servidora, como expressão da caridade aos homens e mulheres do nosso tempo. 

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Povos indígenas no encontro das famílias

Em sua V Assembléia Nacional, promoveram valores como respeito, dignidade e fraternidade

Por Sergio Estrada

CIDADE DO MÉXICO, sexta-feira, 16 de janeiro de 2009 (ZENIT.org-El Observador).- No contexto do VI Encontro Mundial das Famílias, levou-se a cabo a V Assembléia Nacional de Pastoral Indígena, organizada pela Dimensão de Pastoral Indígena da Comissão Episcopal para a Pastoral Social da Conferência do Episcopado Mexicano. 

Encabeçada por Dom Felipe Arizmendi, bispo de San Cristóbal de las Casas e titular da pastoral indígena no México, a reunião teve o objetivo de tratar do tema familiar a partir de quatro perspectivas: as famílias indígenas no contexto dos valores humanos; compartilhar as experiências de trabalho e fazer as propostas das linhas de ação desde as famílias indígenas; e a preparação do VI Encontro de Pastoral Indígena. 

Segundo informou em entrevista à Zenit – El Observador o Pe. Ramón Sánchez, secretário da Comissão, os indígenas são conscientes que recebem seus valores na família: como o respeito aos idosos e a solidariedade integral. 

«Vamos a Deus a partir da visão hebraica como totalidade. Vivemos em contato com Deus que vive e caminha conosco», explica. 

O sacerdote explica que no atual contexto de crise econômica «parece que os programas de governo favorecem os indígenas; contudo, é no setor dos indígenas onde vai recair a crise econômica, já que tem menos possibilidades e oportunidades de sobressair». 

A predisposição dos indígenas a se sentirem os mais afetados – assinalou o sacerdote – os obriga a regressar às suas terras e a produzir seus frutos. Neste momento, desde este lugar, estamos propondo a fraternidade e a solidariedade, «mas não tornar-nos dependentes dos sistemas de apoio e que não devemos estar sobrevivendo do que lhes estão dando. Temos de ser diligentes conosco mesmos e com nossas comunidades», reconhece. 

Solidariedade e subsidiariedade

O presbítero enumerou as ações que os indígenas devem empreender para tornar a situação econômica menos difícil: «Temos de ser solidários entre as comunidades; há apoio entre nós e nos reconhecemos. Portanto, nós nos consideramos como membros e irmãos de uma comunidade e, por conseguinte, há solidariedade e subsidiariedade entre os indígenas».

Entre as conclusões desta Assembléia de Pastoral Indígena, o sacerdote destaca a de «impulsionar os valores das famílias, tomar consciência dos valores e renová-los para conservá-los como missão de famílias indígenas, entre a espiritualidade, solidariedade e o respeito para reconhecer-nos e respeitar-nos como irmãos indígenas e não envergonhar-nos, porque cada ser humano tem sua cultura». 

Nesta assembléia estiveram membros de diversas comunidades e etnias dos estados de Oaxaca, Chiapas, Chihuahua, Toluca, Veracruz, Puebla, Distrito Federal, Querétaro e Nayarit, entre outros. 

Em um dos informes finais da Assembléia, foi dito que correm risco de extinção 100 línguas indígenas do México, por falta de falantes delas. 

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Encontro sabor Família

Novo Pentecostes na capital mexicana

Por Gilberto Hernández García

CIDADE DO MÉXICO, sexta-feira, 16 de janeiro de 2009 (ZENIT.org-El Observador).- São 8h15 da manhã na Cidade do México. O sol quer aparecer para saudar a mais populosa metrópole latino-americana, mas as nuvens o impedem. Uma leve chuva se deixa sentir na região de Santa Fé, ao oeste da capital mexicana, que contribui para que a temperatura caia para 6º.

O clima é frio, mas não no interior da sede do Congresso Teológico Pastoral do VI Encontro Mundial das Famílias (EFM). Aqui dentro o calor não tem a ver com os termômetros. O calor do encontro fraterno vence qualquer temperatura baixa. 

Pouco a pouco as instalações vão se enchendo. Não há um sino que indica a hora da missa, mas os congressistas sabem que têm um encontro às 8h30 com Deus, Pai amoroso, na Eucaristia, na mesa onde todos têm lugar e ninguém se sente estranho nem estrangeiro. 

Ao caminhar pelo grande corredor do centro de exposições Santa Fé e ao andar pelos salões, é possível observar rostos brancos, negros, amarelos, diferentes; contudo, há algo em comum: o sorriso nos lábios. 

Neste lugar se encontram cerca de 10 mil pessoas, segundo dados atualizados pelos organizadores, provenientes de 98 países. Seria fácil intuir que esta diversidade converteria o Encontro em uma pequena Babel, mas é um novo Pentecostes, pois o Espírito Santo suscita formas de entendimento: gestos amáveis, sorrisos, sinais simpáticos, intentos de expressão em um idioma que pouco se conhece e torna engraçado o «diálogo». 

Contudo, todos os que se encontram no lugar sentem de maneira viva sua pertença à Igreja, e a oportunidade do encontro com outras culturas ajuda a perceber a catolicidade da Igreja: «Agora entendo o que significa ser católico», diz Laura, uma mulher equatoriana, levantando a voz para fazer-se ouvir em meio à correria que reina no longo corredor do edifício. 

«Por que estou aqui? Porque amo minha família, porque a família vale a pena», diz Adilson, um jovem brasileiro, em um raro «portunhol», quando questionado acerca de sua presença no EMF. 

Ao avançar pelo edifício, é possível ver os grupos nacionais, alguns com seus trajes típicos, o que imprime um belo toque autóctone ao encontro. Os cantos populares se deixam ouvir e pouco a pouco se vão formando coros ao redor dos artistas emergentes. 

Os seminaristas, as religiosas – de todas as cores e carismas – perambulam pelo lugar testemunhando sua vocação – nascida no seio de uma família – com sua simples presença, inquietando os jovens que foram à reunião «para ver o que pescavam» e talvez aqui «sejam pescados». 

Mais adiante, uma delegação de cubanos atrai a atenção de muitos assistentes. «Foto, foto!», pedem alguns. E os irmãos cubanos, como se já tivessem ensaiado, posicionam-se para atender ao pedido. Mais que simpatia, os irmãos da ilha recebem demonstrações de solidariedade. «Ânimo, irmãos, Cristo é o caminho», escuta-se de repente. 

Talvez tudo se reduzisse a uma manifestação pública de apoio aos cubanos, se não fosse uma voz dizendo: «Aí vem Nossa Senhora de Guadalupe!». Tanto nos corredores como no salão de plenárias – onde os moderadores do dia dão indicações para a recepção da imagem da Guadalupana – os congressistas irrompem em aplausos e vivas. Espontaneamente, brota o universal canto: «Desde el cielo, una hermosa mañana...», e tudo se converte em loucura: loucos de amor, loucos por Cristo, loucos pela Moreninha do Tepeyac, claro. 

E esse é o clima que impera em todo momento. Começam as conferências e os participantes fazem silêncio e procuram imitar a Santíssima Virgem, guardando no coração tudo o que escutam, para depois compartilhá-lo como «discípulos e missionários». 

Passam as horas e o ânimo não decai. Chegam os intervalos organizados, a refeição, o momento de passear pela Expo Família, a oportunidade de compartilhar tudo com outras famílias na hora das refeições. 

Hoje, como ontem ou como no terceiro dia do congresso, as atividades terminarão, as vozes irão se apagando, os salões ficarão vazios, as luzes deixarão seu lugar à escuridão, mas nos corações de cada um dos assistentes a presença dos irmãos, que também é de Deus, permanecerá viva; o ideal da família, motivo de reunião, será motor para voltar à vida cotidiana. Depois de tudo, o Encontro fez todos sentirem que somos família, família de Deus.

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É imperativo dar carta de cidadania à família nas sociedades modernas

Adverte o sociólogo italiano Pierpaolo Donati

Por Gilberto Hernández

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 16 de janeiro de 2009 (ZENIT.org-El Observador).- A sociedade espera que os indivíduos sejam bons cidadãos e que contribuam para que a própria sociedade humana cresça e se fortaleça, mas de onde vêm os indivíduos, se não é da família?

Mundial das Famílias, no qual tratou da questão da família como geradora de virtudes sociais. 

Sua resposta foi clara: se a sociedade não é capaz de reconhecer a família e de ajudá-la a ser fiel à sua vocação, como instituição fundante da sociedade, dificilmente poderá haver indivíduos íntegros. 

Donati, fundador da sociologia relacional, assegurou que a família se concebe como um lugar de harmonia, mas pouco se valorizam as contribuições que oferece realmente à sociedade. 

«Devemos entender que a família é operadora na sociedade, que transforma as virtudes pessoais em virtudes sociais», assinalou o catedrático de sociologia da Faculdade de Ciências Políticas da Universidade de Bolonha. 

É evidente que muitas vezes as virtudes que se vivem dentro da família nem sempre transcendam à esfera pública, advertiu Donati, que dirigiu o Observatório Italiano sobre a Família. «Uma família pode ser acolhedora, mas se não é consciente da função pública que esta virtude tem para a sociedade, não será capaz de transmiti-la à própria sociedade», assinalou o palestrante, membro da Academia Pontifícia de Ciências Sociais. 

A família não é uma mercadoria

Na família, indicou, aprende-se a reconhecer o outro e se entrega o dom da própria presença. «O exercício das virtudes pessoais no interior da família leva a viver instintivamente as virtudes que beneficiarão a sociedade em seu conjunto», afirmou Donati. 

O palestrante expressou que a sociedade atual nega esta função social da família, e mais ainda, diz que não é fonte de virtudes, mas de vícios, abusos e violência. Por tal motivo, afirmou, é importante que se reconheça de onde nascem estas críticas e como responder a elas. 

«É verdade que muitas vezes algumas famílias não são fonte de virtudes, e sim núcleo de problemas», reconheceu Donati, que também é diretor do Centro de Estudos de Política Social e Sociologia Sanitária da Itália (CEPOSS). 

A sociedade contemporânea, sublinhou, faz da família uma mercadoria, a privatiza e a reduz e, por outro lado, o Estado não ajuda a família porque subtrai dela sua função educativa, para depois culpá-la de ter uma crise educativa. 

Outro problema, mencionou Donati, é a pouca conciliação que existe entre o trabalho e a família, pois o tempo para ajudar os filhos se vê reduzido. 

O catedrático, autor de mais de 600 publicações em vários idiomas, expressou que uma família virtuosa não implica só a virtude dos particulares, mas também inclui a da família como uma pessoa moral. 

Do mesmo modo, mencionou que a família é a base primária para o desenvolvimento das virtudes sociais, devido à confiança que gera, à capacidade de cooperar e à reciprocidade, e isso é o que a converte em «capital social». 

Dessa forma, assinalou, é importante entender que este «capital social» não vem só de uma família, mas que surge da inter-relação destas. 

Uma nova reflexão

Pierpaolo Donati convidou a desenvolver uma nova reflexão familiar, já que a família não só cria virtudes pessoais e privadas, mas também sociais, pois é a que nos dá a capacidade de relacionar-nos. 

O sociólogo italiano concluiu sua participação falando da importância que a família tem como nexo entre a felicidade privada e pública, ao mesmo tempo em que afirmou que a família é a única capaz de gerar as virtudes que são bem relacionadas e que é necessário fazer um pacto entre sociedade e família e reconhecer o papel da família na sociedade. 

Insistiu na idéia de que deve existir uma «cidadania da família»; assim como existe uma relação entre indivíduo e Estado, deve existir entre o Estado e a família, direitos e deveres da família como sujeito social. 

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Casamento sem compromisso não funciona

Comunicações na Expo Família do Encontro Mundial das Famílias

Por Gilberto Hernández

CIDADE DO MÉXICO, sexta-feira, 16 de janeiro de 2009 (ZENIT.org-El Observador).- Paralelamente às conferências do Congresso Teológico Pastoral do Encontro Mundial das Famílias, a Expo Família traz uma série de atividades de livre acesso ao público, onde se abordam temas como saúde, superação, noivado, violência, entre outros, em sua relação com a família.

A entrada é gratuita e nesse lugar os visitantes podem encontrar desde assessoria para o bom manejo da economia familiar até informação sobre agrupamentos que trabalham e promovem a família.

Participam mais de cem movimentos, associações, editoras e instituições educativas. Neste contexto, apresentam-se também na Expo Família conferências de participantes no encontro, gente comum, com experiência familiar, que partilha suas preocupações ou experiências.

José Ángel Rivero, falando sobre a família como ambiente de vida e de amor, assinalou que «é preocupante a falta de compromisso por parte das pessoas que optam pelo matrimônio, pois não sabem o que esperar e não têm as bases e os valores suficientes para sustentar uma relação comprometida cem por cento».

Esta falta de compromisso, afirmou Rivero, «leva a eleger o caminho fácil quando as coisas não funcionam no casamento: o divórcio. Este destrói famílias inteiras e fere fortemente os esposos e filhos. Tudo isso se deve a que muitas vezes se deixa de lutar e já não se quer seguir adiante, fazendo que o amor não cresça».

O palestrante assinalou que hoje em dia a cultura dominante tem grande influência sobre todas as pessoas. «Desde telenovelas até revistas mostram uma sociedade que perdeu seus valores e que põe em dúvida o sentido verdadeiro do matrimônio, mostrando-o como algo passageiro e que não pode durar para toda a vida».

Por sua vez, José Luis Guerrero, ao falar de violência e insegurança, considerou que a crise que a instituição familiar passa é um grave problema que desestabiliza a sociedade e por isso se devem unir esforços, provenientes de todos os atores sociais, para resgatá-la e consolidá-la. 

«Violência, corrupção, pobreza, baixo rendimento escolar e emigração são apenas alguns dos fatores que incidem na crise da família. Ademais, a legalização do aborto, o aumento de divórcios e separações e a indiferença religiosa influenciam», assinalou.

Guerrero citou palavras de Bento XVI: «O Ocidente está cansado de sua própria cultura», para fazer notar que a «cultura light» dominante não só consome comida com poucas calorias, «mas nos torna medíocres e nos leva a cruzar os braços diante do aumento do número de divórcios, suicídios, prostituição e abortos».

O palestrante afirmou que no México «vivemos imersos no medo, com um sinal de perigo constante e incapacitados pela violência para atuar». Perante isso, a única solução é atacar a problemática na raiz. «Isso significa ir aos núcleos onde se apresenta com maior frequência a delinquência, quer dizer, os pobres e os marginalizados; e combater o problema antes que se desenvolva. «A família é o agente privilegiado para tal solução», destacou.

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Mundo

Arquidiocese do Rio de Janeiro prepara festa de São Sebastião

RIO DE JANEIRO, sexta-feira, 16 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- Para comemorar o Dia de São Sebastião, 20 de janeiro, a arquidiocese do Rio de Janeiro organizou uma programação especial para os fiéis.

De acordo com o departamento de imprensa arquidiocesano, a festa ao Padroeiro da cidade terá início na manhã da terça-feira, às 10h, com uma Santa Missa presidida pelo Cardeal Eusébio Oscar Scheid, na Igreja dos Capuchinhos (Tijuca).

No mesmo horário Dom Edson de Castro Homem celebrará outra Missa na Catedral de São Sebastião (Centro).

Às 15 horas uma Procissão em honra ao santo sairá da Igreja dos Capuchinhos em direção à Catedral Metropolitana.

A imagem e a relíquia de São Sebastião serão conduzidas no carro andor, precedidos pelos coroinhas, associações, diáconos, padres, pelo paróco da Igreja dos Capuchinhos, Frei William Araujo e por Dom Wilson Tadeu Jönck.

Durante a caminhada serão feitas três paradas, seguidas de três meditações inspiradas em textos de São Paulo. A primeira meditação, iniciando a procissão, será sobre Caridade e Dom Wilson Tadeu Jönck falará.

Diante da Igreja do Divino Espírito, no Estácio, Dom Assis Lopes ministrará uma meditação sobre Esperança. A terceira parada será junto ao INCA, e o cardeal Scheid meditará sobre a Fé.

Já adiante na chegada da Procissão a seu destino final, às 17h, será apresentado o “Auto de São Sebastião”, escrito por Walcyr Carrasco e promovido pela Associação Cultural da Arquidiocese do Rio.

Às 18h30 haverá a procissão de regresso da imagem do Padroeiro à Igreja dos Capuchinhos. E às 19h, na Catedral, será celebrada a Missa de encerramento das festividades em homenagem ao santo, presidida por Dom Edney Gouvêa Mattoso, bispo auxiliar.

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Entrevistas

Congresso das famílias já dá primeiros frutos

Segundo o Pe. Sergio Omar Sotelo Aguilar

Por Karna Swanson

CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 15 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- Reflexão sobre os problemas da família, nova colaboração entre especialistas e associações familiares, compromisso por promover os valores: estes são alguns dos frutos que já está dando o Congresso Teológico Pastoral que prepara o Encontro Mundial das Famílias. Assim constata nesta entrevista o Pe. Sergio Omar Sotelo Aguilar SSP, secretário executivo da Comissão da Conferência do Episcopado Mexicano (CEM). 

– Como foi o segundo dia do VI Congresso Mundial das Famílias? 

–Pe. Omar Sotelo: Iniciamos o dia com a entronização de uma réplica fiel da imagem de Nossa Senhora de Guadalupe, que em 1531 ficou impressa no ayate de São Juan Diego e até hoje se conserva intacta. Com este ato, a Virgem Morena continua se fazendo presente com esse amor maternal que tem pelo povo do México e pelas famílias do mundo inteiro.

Desde as primeiras horas da manhã, os mais de 10 mil congressistas do mundo inteiro começaram a reunir-se na sala de conferências, na Expo Família, nas capelas e confessionários, na adoração ao Santíssimo e nos encontros, com toda a riqueza de sacerdotes, bispos, cardeais, seminaristas, religiosas e voluntários que participam deste evento. É impressionante ver milhares de almas em um ambiente de tanta proximidade e comunhão. 

– Quais foram os temas mais relevantes na mesa redonda de ontem? 

– Pe. Omar Sotelo: A mesa redonda referente aos organismos que ajudam a família na formação dos valores foi presidida pelo cardeal Stanislaw Rylko, presidente do Conselho Pontifício para os Leigos. 

A primeira intervenção foi a do Pe. Saúl Ragoitia, pároco da diocese de Querétaro, que comentou que atualmente os valores são dificilmente transmitidos, pelo que as famílias precisam de apoio para educar seus filhos e é precisamente a paróquia um dos principais suportes para esta tarefa. 

Por sua parte, a Sra. Marilyn Barrio, representante do Movimento dos Focolares, assegurou que a família tem uma função fundamental e insubstituível como transmissora de valores às novas gerações e afirmou que atualmente «a família também contém o DNA de todas as feridas e os dramas do nosso tempo». 

O Pe. Álvaro Corcuera, diretor geral do Regnum Christi e dos Legionários de Cristo, declarou que sua congregação e movimento de apostolado não buscam ser protagonistas, mas servir e colaborar com todas as demais realidades eclesiais. 

Em representação do Caminho Neocatecumenal, Giovanni Stirati explicou que o neocatecumenato busca evangelizar a família que vive em meio a múltiplos desafios na sociedade atual. 

Por sua parte, o movimento de Schoenstatt expôs testemunhos muito positivos da forma de vida em que o amor de Maria é o centro das famílias. 

O Dr. Eduardo Zainos, representante do Instituto Superior de Estudos para a Família e da Rede de Universidades Anáhuac, comentou que a educação não é só uma ferramenta para adquirir conhecimentos, para conhecer aquilo que nos rodeia, mas um método de ensino na vida, já que a transmissão de valores fundamentais se dá mediante o valor supremo e pelo qual se deve viver: o amor. 

– Que frutos concretos você acha que se obterão nestes dias? 

– Pe. Omar Sotelo: O fruto dependerá da consciência e generosidade assumidas por cada um de nós, responsáveis por formar hoje em dia as presentes e futuras gerações. 

Como frutos imediatos temos a reflexão profunda sobre temas e problemáticas que afetam a família no mundo de hoje, a possibilidade de interagir e conhecer realidades de famílias e especialistas de todo o mundo e sobretudo o compromisso, como mencionou o presidente Felipe Calderón, de dar testemunho, de ser famílias capazes de formar uma sociedade mais justa e mais humana, baseada nos valores universais e cristãos. 

– Vieram representantes de muitos países ao Encontro? 

– Pe. Omar Sotelo: Aproximadamente 80 países; este aspecto é talvez um dos mais notórios, além de que houve uma nutrida participação, as famílias e os congressistas vêm dos cinco continentes. A participação de famílias e assistentes da África é particularmente destacável e demonstra que, sem importar a distância e a diversidade cultural, o valor da família e da formação dos filhos é uma constante em todas as culturas do mundo. 

– Mencionou-se muito a Expo Família; o que você pode nos dizer ao respeito?

– Pe. Omar Sotelo: A Expo Família do VI Encontro Mundial das Famílias reúne mais de 150 expositores que se encontraram para compartilhar diversos carismas e ferramentas de apoio para conseguir um desenvolvimento saudável e harmônico em família, tanto no âmbito econômico como no cultural e espiritual. 

Nela se levam a cabo relações de contato entre expositores, movimentos religiosos, congregações, apostolados, programas de pastoral e patrocinadores, gerando uma sinergia que nos manifesta que não estamos sozinhos neste caminho rumo à consolidação de autênticas famílias católicas.

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Representante vaticano: família migrante pode e deve ser missionária

Fala Dom Marchetto, secretário do Conselho Pontifício da Pastoral para os Migrantes e Itinerantes

Por Gilberto Hernández

CIDADE DO MÉXICO, sexta-feira, 16 de janeiro de 2009 (ZENIT.org-El Observador).- As numerosas famílias migrantes de países católicos que buscam em outras nações um futuro melhor constituem uma oportunidade missionária extraordinária para anunciar a mensagem do Evangelho em sociedades nas quais está ausente, considera um representante da Santa Sé. 

O arcebispo Agostino Marchetto, secretário do Conselho Pontifício da Pastoral para os Migrantes e Itinerantes, comenta em exclusiva para Zenit-El Observador, dentro do VI Encontro Mundial da Família que se realiza no México, a oportunidade histórica que se abre diante da Igreja no mundo globalizado. 

Dom Marchetto, de 68 anos, fala por experiência, pois foi núncio em Madagascar, Ilhas Maurício, Tanzânia (Belarus), e colaborou com o Papa na Secretaria de Estado. É também um dos maiores especialistas do mundo sobre o Concílio Vaticano II, ao qual dedicou um livro de referência. 

Colaborou com João Paulo II e Bento XVI como secretário do conselho vaticano desde 2001. 

– Em sua conferência, o senhor mostrou como o migrante é um potencial missionário, capaz de compartilhar sua fé nos lugares onde chega. Isso não é algo utópico?

– Dom Agostino Marchetto: Os migrantes estão levando a um mundo secularizado um brotar de fé, esperança e caridade. Muitas Igrejas na Europa, por exemplo, se alegram com a presença dos migrantes, porque é vida que chega. Têm uma fé que na Europa não é tão forte, não tão calorosa e é verdade que o gênio cultural dos migrantes ajuda nas celebrações. Eu sou testemunha desta capacidade que eles têm de dar vida às nossas comunidades, de ser testemunhas do Evangelho, testemunhas de Jesus Cristo. 

– Contudo, o que para as comunidades receptoras, no âmbito da fé, é um lucro, para as famílias do migrante, as que ficam em seus povos, este movimento entranha uma perda. Inclusive no próprio campo da fé, muitos migrantes acabam renunciando a ela e adotando outra. 

– Dom Agostino Marchetto: É uma das grandes questões que a migração acarreta, a dissolução das famílias; em muitos casos, é uma grande lástima. Deve-se dizer que esta convicção de perda estava presente na Igreja desde o início do século passado, por isso a Igreja não animava a ir como migrantes ao exterior. 

É verdade que a migração é um fenômeno estrutural e que não se pode anular este movimento, que é parte do mundo de hoje, das necessidades econômicas dos países que têm uma velhice bastante notável. Há que fazer todo o possível para evitar o dano e aproveitar o que se possa por obter coisas boas deste fenômeno. 

– No mundo das migrações, os Estados Unidos representam um paradigma. Como o senhor contempla esta realidade? 

– Dom Agostino Marchetto: Devemos dizer que nos Estados Unidos a migração é um fenômeno muito grande e que o fenômeno também tem aspectos de irregularidade; por esta razão, compreendo que os governantes dos Estados Unidos têm dificuldades diante deste fenômeno. Espero vivamente que a entrada do novo presidente, pela maneira em que encarou este problema no passado, possa levar a uma compreensão da situação de milhões de migrantes irregulares e especialmente no trato que se deve ter com eles, no respeito de seus direitos humanos e também no que diz respeito aos lugares onde são detidos, a fim de que haja possibilidade de visitá-los. É necessário atenção pelos menores, que não podem ser tratados como os adultos, assim como pelas mães que têm filhos pequenos. Toda esta questão de direitos tem de ser pensada nos efeitos anti-humanos que acarreta. 

– O que o senhor opina sobre a atuação dos bispos dos Estados Unidos e do México frente à migração? 

– Dom Agostino Marchetto: Elogio os bispos dos Estados Unidos por suas atitudes muito valentes em relação a este fenômeno e também aos bispos mexicanos por todo o diálogo que promoveram entre eles para encarar esta realidade da melhor maneira, do ponto de vista eclesial. 

Como comunidade cristã, temos a instrução Erga migrantes caritas Christi, que é uma guia que pode ajudar a compreender muitas coisas referentes à migração e a dar ânimo às igrejas locais para que façam o que devem fazer em relação à defesa dos migrantes e de seu cuidado pastoral. 

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Documentação

Bento XVI aos cristãos do Irã

Audiência aos bispos em visita "ad limina"

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 16 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- Oferecemos a seguir o discurso do Papa aos bispos da Conferência Episcopal do Irã que foram a Roma para a visita "ad limina apostolorum".

* * *

Queridos e venerados irmãos no episcopado:

Eu vos recebo com alegria e afeto nesta manhã. Saúdo particularmente Sua Excelência Dom Ramzi Garmou, arcebispo de Teerã dos Caldeus e presidente da Conferência Episcopal Iraniana, que acaba de me dirigir este belo discurso em vosso nome. Vós sois Ordinários das Igrejas armênia, caldeia e latina. Representais, portanto, queridos irmãos, a riqueza da unidade na diversidade que existe no seio da Igreja Católica e do que vós dais testemunho dia a dia na República Islâmica do Irã. Aproveito a ocasião para expressar a todo o povo iraniano minha saudação cordial, de que vós vos fareis intérpretes nas comunidades. Hoje, como ontem, a Igreja Católica não deixa de animar todos aqueles que levam no coração o bem comum e a paz entre as nações. Por sua parte, o Irã, ponte entre o Oriente Médio e a Ásia subcontinental, não deixará de levar a cabo esta vocação.

Também me agrada expressar-vos pessoalmente meu profundo agradecimento pelo serviço que fazeis em uma terra onde a presença cristã é antiga, e onde se desenvolveu e manteve nas diversas circunstâncias da história iraniana. Meu reconhecimento se dirige igualmente aos sacerdotes, aos religiosos e religiosas que trabalham neste vasto e formoso país. Sei quão é necessária sua presença e quão preciosa e que belo testemunho oferecem a todos, a assistência espiritual e humana que asseguram aos fiéis, através de um contato diário e direto. Penso de maneira particular nos cuidados que dedicam aos anciãos, assim como a assistência aos grupos sociais mais necessitados. Saúdo assim, através de vós, todas as pessoas encarregadas das obras da Igreja. Gostaria de evocar também a formosa contribuição da Igreja Católica, em particular através da Cáritas, na obra de reconstrução após o terrível terremoto que abalou a região de Bam. Não quero esquecer todos os católicos, cuja presença na terra de seus antepassados traz à mente a imagem bíblica do fermento na massa, que faz crescer o pão, lhe dá sabor e consistência. Através de vós, queridos irmãos, gostaria de dar graças a todos por sua constância e perseverança, e animá-los a permanecer fiéis à fé de seus pais e permanecer unidos a sua terra, para trabalhar conjuntamente no desenvolvimento da nação.

Ainda que vossas diferentes comunidades vivam em contextos distintos, certos problemas  são comuns. Necessitam desenvolver relações harmoniosas com as instituições públicas, com a graça de Deus, que se aprofundem gradualmente e lhes permita desempenhar melhor sua missão de Igreja no respeito mútuo pelo bem de todos. Animo-vos a promover todas as iniciativas que favoreçam um maior conhecimento recíproco. Podem-se explorar dois caminhos: o do diálogo cultural, riqueza plurimilenar do Irã, e o da caridade. Esta última iluminará a primeira e será seu motor. “O amor é paciente; o amor é serviçal... o amor não passará nunca...” (1 Cor 13, 4 e 8). Para desempenhar este objetivo, e sobretudo para o progresso espiritual de vossos respectivos fiéis, é necessário enviar trabalhadores que semeiem e que colham: sacerdotes, religiosos e religiosas. Vossas comunidades, reduzidas em número, não permitem o surgimento de muitas vocações locais, as quais devem ser animadas. Ademais, a difícil missão dos sacerdotes e dos religiosos os obriga a se deslocar para visitar as diferentes comunidades cristãs disseminadas no conjunto do país. Para superar esta e outras dificuldades, a criação de uma comissão bilateral com as autoridades de seu país é importante porque permitirá desenvolver as relações e a compreensão mútua entre a República Islâmica do Irã e a Igreja Católica.

Gostaria de mencionar outro aspecto de vosso dia-a-dia. Às vezes, os cristãos em vossas comunidades também buscam oportunidades mais favoráveis para suas vidas e a educação de seus filhos. Este desejo encontra-se em pessoas de muitos países e se baseia na condição humana que sempre está buscando melhorar. Isso vos incita a que, como pastores de vosso rebanho, ajudeis especialmente os fiéis que permanecem no Irã, e os alenteis a se manter em contato com os membros de suas famílias que elegeram um destino diferente. Eles serão capazes de manter sua identidade e sua fé ancestral. O caminho que se abre perante vós requer muitas paciência e constância. O exemplo de Deus, que é paciente e misericordioso com seu povo, será vosso modelo e vos ajudará a abrir o espaço necessário para o diálogo. 

Vossas Igrejas são herdeiras de uma nobre tradição e de uma longa presença cristã no Irã. Contribuíram, cada uma a sua maneira, para a vida e a edificação do país. Elas desejam prosseguir com sua obra de serviço no Irã mantendo sua própria identidade e vivendo livremente sua fé. Em minha oração, nunca esqueço vosso país e as comunidades católicas presentes em seu território, e peço a Deus que as abençoe e auxilie. 

Queridos irmãos no episcopado, desejo assegurar meu afeto e meu apoio. Agradeceria que, em vosso retorno, transmitais a vossos sacerdotes, religiosos e religiosas e a todos os fiéis que o Papa está próximo deles e reza por eles. Que a ternura maternal da Virgem Maria vos acompanhe em sua missão apostólica e que a Mãe de Deus apresente vossas intenções a seu divino Filho, todas as preocupações e as alegrias de todos os fiéis de sua comunidade. Invoco sobre vós neste ano dedicado a São Paulo, apóstolo das nações, uma bênção particular.

[Traduzido por Zenit

© Copyright 2009 - Libreria Editrice Vaticana]

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ZENIT

O mundo visto de Roma

Serviço diario - 15 de janeiro de 2009



SANTA SÉ
Papa a policiais vaticanos: trabalho como serviço ao próximo
Primeiro festival mundial «Caminhos do Espírito» em Roma

ESPECIAL: ENCONTRO MUNDIAL DAS FAMÍLIAS
Meios de comunicação, novos (des)educadores
É a família que deve educar sexualidade dos filhos, segundo especialista
Helen Alvaré: Igreja não se escandaliza com sexualidade

MUNDO
Brasil: bispo destaca potencial dos jovens para Igreja
Perseguição religiosa na Índia: tribunal supremo decepciona

ENTREVISTAS
Cidade do México, capital mundial do movimento pela vida
Cardeal Bertone será testemunha de nova primavera cultural no México
Zélie e Louis Martin: filhos não são propriedade dos pais

DOCUMENTAÇÃO
Terra Santa: comunicado pela paz dos bispos americanos e europeus

Santa Sé

Papa a policiais vaticanos: trabalho como serviço ao próximo

«À luz da Boa Notícia, o trabalho cotidiano tem um sentido novo»

Por Inma Álvarez

CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 15 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- Bento XVI recebeu em audiência nesta quinta-feira os agentes de segurança que trabalham no Estado vaticano para felicitá-los pelo novo ano e os convidou a fazer do seu trabalho um «sacrifício agradável a Deus» e um «serviço aos demais».

Em um breve e cordial discurso, o Papa expressou seu agradecimento aos agentes e garantiu-lhes que conhece as circunstâncias do seu trabalho e «os sacrifícios que este comporta» para as suas famílias, devido aos turnos de vigilância que devem realizar.

«Lembro que eu costumava me encontrar com alguns de vós quando, sendo cardeal, atravessava todos os dias a Praça de São Pedro», recordou.

O Papa recordou que para os cristãos, «a esperança trazida pelo nascimento, morte e ressurreição de Cristo das que nosso trabalho cotidiano, seja qual for, assume um valor e um significado diferentes».

Ele convidou os agentes a «ancorar» sua tarefa diária «nesses valores permanentes humanos e espirituais que tornam nossa existência mais serena e útil aos irmãos», e a transformá-la em uma «missão de serviço aos demais».

Este serviço, explicou, «concerne à ordem e à segurança», mas também deve ser «uma ascese pessoal, por assim dizer, uma constante vigilância interior que exige harmonizar bem a disciplina e a cordialidade, o controle de si mesmo e a acolhida vigilante dos peregrinos e dos turistas que chegam ao Vaticano».

Segundo o Papa, quando este serviço é feito com amor, «ele se converte em oração, oração ainda mais agradável a Deus quando o vosso trabalho é pouco gratificante, monótono e fatigoso, especialmente nas horas noturnas e nos dias em que o clima se torna duro».

«É cumprindo bem o próprio dever que cada batizado realiza sua vocação própria à santidade».

Por último, o pontífice lembrou especialmente das famílias dos agentes, «com um pensamento especial aos que se casaram recentemente ou estão a ponto de dar este passo».

«O caráter familiar deste tradicional encontro, tão querido para mim, oferece-me a oportunidade de dirigir-vos uma saudação especial e expressar-vos meu vivo e grato apreço pelo trabalho que levais a cabo com o reconhecido profissionalismo e grande dedicação», concluiu.

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Primeiro festival mundial «Caminhos do Espírito» em Roma

Uma iniciativa da Obra Romana para as Peregrinações

ROMA, quinta-feira, 15 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- Com a presença do cardeal Agostino Vallini, vigário do Papa para a diocese de Roma, inaugurou-se na manhã da quinta-feira, na Cidade Eterna, o Journeys of the Spirit Festival (Josp Fest), primeiro Festival Internacional de «Caminhos do Espírito».

O encontro, cujo lema é a frase de Santo Agostinho «Canta e Caminha», se estenderá até o próximo domingo e tem como lugar a Nova Feira de exposições, perto do aeroporto Leonardo Da Vinci de Roma. Conta com a presença de 150 expositores procedentes de quatro continentes e espera congregar cerca de 40 mil pessoas. 

O evento está organizado pela Obra Romana de Peregrinações, dependente do Vicariato de Roma, órgão da Santa Sé, e conta com o apoio da Prefeitura e da Província de Roma, assim como da Região do Lazio (à qual pertence a capital italiana). 

Segundo deu a conhecer Dom Libero Andreatta, vice-presidente da Obra Romana de Peregrinações, o evento pretende substituir o termo «turismo religioso» por «caminhos do espírito». 

«A peregrinação é uma experiência que nos leva a mover o corpo, mas o movimento exterior não basta se não estiver acompanhado de um movimento interior» assegurou o Pe. Caesar Atuire, administrador delegado da Obra Romana de Peregrinações. 

«O tema da viagem é importante para garantir que os itinerários da fé sejam diferentes das múltiplas ofertas de turismo que com frequência não dão a possibilidade fazer uma experiência interior, do coração, para buscar a verdade sobre nós mesmos, sobre Deus e sobre o nosso mundo», acrescentou. 

Lugares de peregrinação 

Desde esta quinta-feira, centenas de visitantes passaram pelos diferentes stands para conhecer, graças à ajuda das novas tecnologias, três importantes pontos de peregrinação: Roma, Santiago de Compostela e Jerusalém. 

Em outro dos pavilhões, expõem outros lugares de peregrinação no mundo: Guadalupe (com 10 milhões de peregrinos ao ano), Lourdes (9 milhões) e São Pedro, no Vaticano (7 milhões), entre outros. 

A feira conta também com uma praça medieval, em cujo centro há um mapa interativo gigante da Itália, que oferece a seus assistentes a possibilidade de descobrir as riquezas naturais, históricas, religiosas e artísticas do país. 

Existe também outro pavilhão, com a participação da Agência Nacional Italiana do Turismo (ENIT), no qual se mostram os lugares espirituais mais representativos que caracterizaram a história do país e seu patrimônio artístico, o mais importante do mundo.

Experiências do festival 

Além das exibições, o festival oferece outros eventos, como leituras em voz alta, interpretadas por alguns artistas internacionais que compartilham, por meio da arte, lugares de peregrinação e a experiência de pessoas que se sentiram tocadas com a visita a algum dos lugares santos. 

Igualmente, há uma sala de projeção na qual se apresentam diferentes documentários e vídeos de diversos destinos religiosos no mundo. Oferece também uma sala de leitura onde os assistentes podem selecionar seu título preferido, relacionado com alguns lugares de peregrinação. 

Outra das áreas, denominada «Meeting and performances» está dedicada a espetáculos artísticos de música, teatro e dança. Lá, alguns artistas dão a conhecer ao público da Josp Fest suas experiências pessoais relacionadas com o tema do festival. 

Dentro do evento se realiza também um seminário com conferências, fóruns, mesas redondas e trabalhos em grupo, nos quais especialistas provenientes de diferentes santuários expõem diferentes lugares de peregrinação. 

Mais informação em http://www.jospfest.com  

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Especial: Encontro Mundial das Famílias

Meios de comunicação, novos (des)educadores

Conferência de Norberto González no Congresso da família

CIDADE DO MÉXICO, quinta-feira, 15 de janeiro de 2009 (ZENIT.org-El Observador).- O trabalho educativo da família está sendo suplantado ou complementado cada vez mais pelos meios de comunicação, explicou Norberto González Gaitano, doutor em jornalismo, no segundo dia do Congresso Teológico Pastoral do VI Encontro Mundial das Famílias.

O antigo decano da Faculdade de Comunicação Institucional da Universidade Pontifícia da Santa Cruz, em Roma, dedicou sua intervenção ao tema “A família e os meios de comunicação”.

A análise do professor de Opinião Pública serviu para fundamentar sensações dos participantes no congresso: a decisiva influência que os meios de comunicação têm na educação das crianças e jovens.

Chegou a uma conclusão clara: não se trata de condenar a mídia, mas de aprender a discernir.

O catedrático iniciou sua exposição constatando que uma criança norte-americana vê quase oito horas diárias de televisão.

A respeito dos novos meios que a tecnologia oferece (desde a web e o ipod, iphone, skype...) esclareceu que “em si mesmos, não são bons nem maus, mas cada novo meio de comunicação introduz uma ganância cultural e implica simultaneamente uma perda, como mostrou Marshall McLuhan”.

Assim, por exemplo, disse, “a imprensa levou a leitura a todos os extratos sociais e possibilitou o ensino universal obrigatório; por sua vez, obscureceu toda uma cultura oral com sua enorme riqueza; a televisão mudou o modo de imaginar, de aprender e de pensar da geração audiovisual; assim como a internet está mudando os hábitos de consumo dos meios e os circuitos mentais da geração digital”, explicou o professor.

Constatou como “cada geração tem de aprender a incorporar estes avanços, ainda que às vezes paguem um alto preço, como nos EUA, onde as crianças diagnosticadas com desordem de déficit de atenção eram 150 mil em 1970 e em 2000 eram 6 milhões”.

“Se bem que a televisão não é a única responsável pela mudança, pois também influem outros fatores, como a desestruturação da família (aumento de divórcios, trabalho fora do lar dos cônjuges, etc.), o certo é que os pediatras e especialistas que aconselham pouca ou nenhuma televisão obtêm melhoras notáveis na conduta dos pequenos acometidos dessas disfunções”, afirmou o especialista espanhol.

Gaitano mostrou como os conteúdos de violência promovem comportamentos violentos, e propôs ao auditório numerosos exemplos extraídos de pesquisas acadêmicas.

“A nova identidade cultura que a mídia está propagando se caracteriza pela banalização da morte e da sexualidade, assim como pela comercialização do erotismo”, afirmou.

Diante desse panorama, o professor questionou se a mídia vai procurar um mundo feliz, e respondeu citando uma frase de Albert Einstein: “o problema não é a bomba atômica, o problema é o coração dos homens”.

“Não se trata –assegurou– de condenar os meios de comunicação, mas de aprender a discernir acerca deles”.

Finalizou dizendo que o desafio para os pais de família encontra-se em responder à emergência educativa de que fala Bento XVI.

Cada geração apresenta um novo desafio para a família. Nesta geração, o desafio está em ensinar a discernir frente à poderosa maquinaria dos meios de comunicação de massa, afirmou.

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É a família que deve educar sexualidade dos filhos, segundo especialista

«A castidade é a energia espiritual que defende o amor do egoísmo»

Por Inma Álvarez 

CIDADE DO MÉXICO, quinta-feira, 15 de janeiro de 2009 (ZENIT.org-El Observador).- Educar a sexualidade é educar na castidade, e isso é tarefa fundamentalmente da família, onde se dá um «clima favorável» frente a «uma cultura fortemente condicionada pelos efeitos da onda de longo alcance da revolução sexual».

Assim afirmou a doutora italiana Maria Luisa Di Pietro, professora associada de Bioética na Universidade Católica do Sagrado Coração de Roma e presidente da associação Scienza & Vita (Ciência e Vida), durante sua intervenção desta quinta-feira no Congresso Mundial das Famílias que está acontecendo no México. 

Antes de tudo, é necessário, argumentou, «esclarecer o conceito de castidade», que é a «energia espiritual, que sabe defender o amor dos perigos do egoísmo e da agressividade, e sabe promovê-lo à sua plena realização». 

«A redução da sexualidade a uma mera dimensão do instinto favoreceu também, em suas manifestações mais extremas e ínfimas, a difusão da pornografia e da violência sexual», acrescentou. 

É urgente, portanto – explicou –, que as famílias assumam o papel primordial que têm na formação afetiva e moral de seus filhos. 

«A pressa por pular etapas está tornando cada vez mais difícil o amadurecimento afetivo dos jovens e está pondo em risco inclusive sua saúde», afirmou. 

Segundo a doutora Di Pietro, a educação da sexualidade «deve ter como principal objetivo indicar e motivar a que se alcancem grandes metas», entre elas «a afirmação do eu, da autoestima, do senso de dignidade própria, da capacidade de autoposse e autodomínio, da abertura de projeto, da coerência e equilíbrio interior; a aquisição de uma grande atenção para os valores da procriação, da vida e da família». 

«É necessária uma verdadeira formação dirigida à educação da vontade, dos sentimentos e das emoções – acrescentou. Conhecer-se equivale a ter um motivo a mais para aceitar com serenidade a própria realidade de homem ou de mulher e para exigir maior respeito e consideração por si mesmo e pelos demais.»

Os pais têm «a obrigação moral de educar a pessoa em sua masculinidade e feminilidade, em sua dimensão afetiva e de relação: educar a sexualidade como dom de si mesmos no amor, esse amor verdadeiro que sabe custodiar a vida». 

Os pilares de toda educação baseada no amor à pessoa, segundo a doutora, são: por um lado, «que idéia se tem do homem», e por outro, «que projeto de homem se pretende realizar». 

«Quando se renuncia à verdade sobre o homem (ao amor pela verdade), corre-se o risco de comprometer justamente a obra educativa. Se a liberdade não se introduz e arraiga em uma verdade integral da pessoa, pode conduzir o próprio homem a condutas e escolhas que reduzem o humano, ou pode converter-se em instrumento de prevaricação e de puro arbítrio ou levar a atitudes de resignação e perigoso ceticismo». 

Neste sentido, acrescentou que é necessário educar a afetividade ao mesmo tempo que o sentimento moral, ou, o que é o mesmo, a «educação para a liberdade». 

«A pessoa só se forma quando é capaz de responder à pergunta sobre qual pessoa deveria eu ser. O compromisso deve ser, então, o de ajudar o sujeito a crescer como pessoa virtuosa, ou seja, a adquirir uma aptidão permanente para fazer o bem e para fazê-lo bem.»

Os pais, especialmente durante a adolescência, devem «ajudar seus filhos a discernirem sua vocação pessoal, a descobrir o projeto que Deus tem para eles», acrescentou. 

Devem também ser conscientes de que o dever de educar moralmente os filhos é «inalienável» e que não pode ser «nem totalmente delegado a outros nem usurpado por outros». 

«De fato, não oferecer aos filhos um ambiente familiar que possa permitir uma adequada formação ao amor e à castidade significa faltar a um dever preciso», acrescentou. 

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Helen Alvaré: Igreja não se escandaliza com sexualidade

Seu valor é entendido à luz da vida humana

Por Gilberto Hernández

CIDADE DO MÉXICO, quinta-feira, 15 de janeiro de 2009 (ZENIT.org-El Observador).- Ao contrário do que se pensa e diz nos âmbitos seculares, a Igreja não evita falar da dimensão corporal do homem e da mulher, particularmente da sexualidade. Foi assim que se expressou a Dra. Helen Alvaré, catedrática da Universidade George Mason em sua conferência durante a 3ª sessão do Congresso Teológico Pastoral, dentro da VI Encontro Mundial das Famílias.

A principal razão que permite à Igreja valorizar a dimensão corporal radica em que no cristianismo, de uma forma muito rica, «expressa seus mistérios através da corporeidade, como no caso da Encarnação e da Ressurreição», indicou a especialista.

E lembrou que este valor adquire toda a sua profundidade quando «os fiéis têm a consciência de pertencer ao Corpo Místico de Cristo através da sua própria pessoa».

A catedrática, proveniente dos Estados Unidos, afirmou que para entender o valor da vida humana não se deve evadir o tema da sexualidade. Disse também que a Igreja deve aproveitar seu profundo conhecimento sobre a corporeidade humana para falar e manifestar sua posição sobre o tema.

A também assessora do Conselho Episcopal dos Estados Unidos destacou que o exercício e a experiência da própria sexualidade não estão limitados ao âmbito físico, mas encontram sua razão e propósito divino através da vida espiritual e da fé.

A Dra. Alvaré expressou que «o corpo humano não está carente de significado, ainda quando falamos da criança não nascida ou do homem e da mulher e sua relação de intimidade. Toda a informação ética, testemunhal e científica nos indica que temos de respeitar o corpo não como um mero determinismo biológico. Simplesmente não podemos contradizer tão violentamente o corpo humano».

E disse que um dos aspectos mais interessantes da Igreja Católica é seu entendimento tão profundo do físico: «não nos dá medo nem vergonha falar sobre a sexualidade humana; isso é, pelo contrário, uma bênção». 

A estudiosa do tema da família assinalou que quando o Santo Padre fala do matrimônio como o lugar onde encontramos Jesus Cristo nos cônjuges, podemos chegar a imaginar que esta realidade vive em cada pessoa, na vida de cada casal. «Nem todo o mundo se casa, mas a maioria das pessoas sim, e por isso esta teologia é muito digna de consideração», indicou. 

Para exemplificar a cotidianidade e importância da corporeidade na vida religiosa dos fiéis, a Dra. Alvaré fez um elenco de ritos e práticas que implicam manifestações físicas: «tocamos as relíquias, beijamos as estátuas, tocamos nossos terços, damos a mão. Isso fala de dar uma mensagem importante, de que cada pessoa é um indivíduo importante. O Corpo de Cristo não está formado, nós temos de formá-lo e devemos começar com o que temos».

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Mundo

Brasil: bispo destaca potencial dos jovens para Igreja

Responsável da CNBB no encontro da Pastoral da Juventude

BRASÍLIA, quinta-feira, 15 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- O bispo responsável pelo setor juventude na CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), Dom Eduardo Pinheiro, destacou o potencial dos jovens para o presente e futuro da Igreja.

«Conhecer os jovens é condição prévia para evangelizar os jovens», afirmou, citando o Documento 85 da CNBB –Evangelização da Juventude: Desafios e Perspectivas–, em sua palestra sobre «os jovens nos documentos da Igreja», ministrada ontem no 9° Encontro Nacional da Pastoral da Juventude, que acontece em Natal (RN), com a participação de 415 jovens.

Segundo informa a Sala de Imprensa da CNBB, além do Documento 85, Dom Eduardo citou também o Documento de Aparecida e as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil.

«Os jovens representam um enorme potencial para o presente e o futuro de nossos povos e de nossa Igreja», disse, citando o Documento de Aparecida. Já das Diretrizes, ele extraiu a preocupação dos bispos com a acolhida aos jovens. «Os jovens merecem melhor acolhida e sincero amor nas comunidades eclesiais e maior espaço para a ação», destacou.

Segundo Dom Eduardo, os documentos da Igreja reconhecem que os jovens são «cheios de dons» e que «eles fazem a diferença na Igreja e na sociedade», além de serem «amigos de Deus».

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Perseguição religiosa na Índia: tribunal supremo decepciona

Sentença sobre as atrocidades cometidas contra os cristãos do Estado de Orissa

NOVA DÉLI, quinta-feira, 15 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- O arcebispo de uma das dioceses indianas mais afetadas pela sangrenta perseguição anticristã dos últimos meses expressou sua «profunda decepção» pela resolução do Tribunal Supremo sobre as atrocidades cometidas pelos extremistas no Estado de Orissa. 

Dom Raphael Cheenath, arcebispo de Cuttack-Bhubaneshwar, afirma que os documentos que recolhem as sentenças do Tribunal Supremo indiano sobre os atentados contra os cristãos no Natal de 2007 e no outono de 2008 são «terrivelmente decepcionantes». 

O prelado, em um comunicado da Associação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) recebido pela Zenit, afirma que, contrariamente ao que a imprensa indiana disse, as sentenças são  «imprecisas» e não recolhem os pedidos dos cristãos de aumentar a segurança. 

O tribunal havia sido requerido para pronunciar-se diante de um pedido do próprio prelado, que havia solicitado o aumento da proteção da polícia e das indenizações aos cristãos que perderam suas casas durante a onda de violência. 

Contrariamente a tudo que informou, o tribunal decidiu recortar a «rápida proteção policial» que o governo central pretendia colocar em andamento, assim como «abster-se de estabelecer algumas pautas claras para as indenizações».

Em uma entrevista concedida à AIS na segunda-feira passada, 12 de janeiro, Dom Cheenath denunciou que o conteúdo da sentença não corresponde ao que a mídia publicou. 

Em sua opinião, esta resolução «não será de grande consolo para os cristãos do distrito de Kandhamal, em Orissa, objetivo primordial das agressões». «Muitos cristãos têm ainda muito medo para voltar às suas casas e estão lutando por cobrir suas necessidades básicas com as indenizações que o governo lhes deu». 

O prelado explicou que está reunindo provas da necessidade de maior segurança e de aumentar os recursos econômicos, para apresentar alegações à sentença no prazo de um mês. 

«Entre as pessoas e também entre os funcionários da administração local, ainda reina o medo. Estes últimos são conscientes de que a situação continua sendo difícil e de que não se pode obrigar as pessoas a abandonarem os campos de refugiados para voltar a seus povos», acrescentou. 

O próprio Dom Cheenath, que recebeu ameaças de morte, não pôde visitar o distrito de Kandhamal até o fim de semana passado, já que não se podia garantir sua segurança.

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Entrevistas

Cidade do México, capital mundial do movimento pela vida

Entrevista ao coordenador do Encontro Mundial, padre José Guillermo Gutiérrez

Por Mercedes de la Torre

CIDADE DO MÉXICO, quinta-feira, 15 de janeiro de 2009 (ZENIT.org - El Observador).- a Cidade do México, capital mundial das famílias por alguns dias, se depara ainda com surpresas para aqueles que acompanham o VI Encontro Mundial das Famílias, assegura o padre José Guillermo Guitérrez Fernández, do Conselho Pontifício para a Famílias, coordenador do evento.

Nesta entrevista concedida a Zenit, o colaborador do Papa revela como Bento XVI acompanhou a preparação do evento, o toque «mexicano» que os diferentes atos possuem – celebrados sob a proteção da Virgem de Guadalupe –, e assegura que provocará uma mobilização pela família dentro e fora do país.

– Qual é a magnitude do VI Encontro Mundial das Famílias?

– Padre Gutiérrez: O Encontro é um evento maravilhoso. Penso que ele converte a Cidade do México na capital das famílias: pessoas de mais de 90 países de todo mundo. Um grupo maravilhoso de casais está participando na organização, em diversos encargos: existem mais de 400 voluntários, entre gente jovem, adultos, famílias que acolhem outras famílias, enfim, é toda uma mobilização da sociedade para este encontro mundial.

Faz ver como a família reúne, pois permitiu que os agentes sociais interessados na família, tanto civis como pastorais, interagissem para que este Encontro Mundial seja um êxito. Todos com um mesmo objetivo: sustentar, apoiar a família, porque nos damos conta de que do bem da família depende o bem da sociedade em seu conjunto.

Outra iniciativa significativa foi a preparação do vitral das famílias: mais de sete mil fotografias vindas de lugares remotos de todo o planeta foram unidas neste mosaico que forma a imagem do Santo Padre Bento XVI e que faz ver plasticamente como a família reúne.

Ainda outra iniciativa interessante é o bosque das famílias, com o qual as famílias se empenham a reflorestar algumas áreas, criando com este bosque uma consciência ecológica: um valor importantíssimo que deve ser formado hoje em dia.

Também há a campanha das famílias, na qual as pessoas dão um objeto de metal, como uma chave, por exemplo, para fundir um sino, que recorde a todos nossa necessidade de construir e de nos empenharmos para fazer de nossa família uma família forte, uma família linda, uma experiência bela desta solidariedade e de humanidade.

– O Papa Bento XVI não está presente neste VI Encontro Mundial das Famílias. Poderia nos revelar detalhes da participação do Santo Padre?

– Padre Gutiérrez: Tive a graça de estar com o Santo Padre há alguns dias acompanhando o cardeal Ennio Antonelli, presidente do Conselho Pontifício para a Família. Pude palpar pessoalmente o envolvimento do Santo Padre neste encontro mundial. O Santo Padre está rezando pelas famílias, está rezando pelo México, está rezando por este sexto Encontro Mundial e isto me parece que é a primeira forma com a qual o Santo Padre está presente no encontro.

Em segundo lugar, há que ser sublinhada a delicadeza que o Santo Padre teve ao nomear nada menos que o Secretário de Estado, o cardeal Tarcísio Bertone, seu mais próximo colaborador, como seu representante no México, dado que não poderia vir pessoalmente ao México. É outra maneira com a qual o Papa quer manifestar sua presença e sua proximidade ao Encontro Mundial das Famílias.

O Santo Padre está conosco, está conosco fundamentalmente porque está nos corações de todos os católicos e neste momento está presente no coração dos mexicanos, o amam tanto.

– Poderia comentar alguns aspectos específicos deste Encontro Mundial das Famílias?

– Padre Gutiérrez: Neste encontro mundial, como em todos os encontros mundiais, há aspectos particulares. Neste, concretamente, temos durante o Congresso Teológico Pastoral diferentes intervalos musicais, assim como representações artísticas do México para dar as boas vindas às pessoas que vêm de tantas partes do mundo, para manifestar a alegria de estarmos juntos, de estarmos reunidos como família de Deus, como família humana.

Por outro lado, durante a festa dos testemunhos do sábado dia 17 de janeiro, teremos algumas manifestações artísticas de autores muito conhecidos na América Latina, será cantado o hino das famílias para este sexto Encontro Mundial, e será celebrada a consagração das famílias católicas e das não católicas, das famílias de todo o mundo, à Virgem Santíssima de Guadalupe.

É algo muito significativo, porque como se sabe, a Virgem, Mãe de Deus, sempre esteve ligada fortemente à família. Especialmente, no Santuário de Guadalupe, a imagem de Nossa Mãe Santíssima de Guadalupe quis ficar na imagem do Tepeyac, no manto de Juan Diego, representada como a Virgem que está esperando o nascimento de Jesus.

A Virgem, que está grávida, está intimamente ligada à família. São famosas as famílias peregrinas que vão até ela. Manifestou-se também como Mãe, Mãe de todos aqueles que sentem cansaço, desta humanidade fatigada, e desta família fatigada pelas diversas circunstâncias: a pobreza, a violência, a guerra e também as ideologias que a atacam e a bombardeiam. Neste momento a família vai a ela e a sua intercessão.

Também teremos na missa conclusiva do encontro um momento particularmente evocador: a renovação dos compromissos matrimoniais com a troca de alianças e a bênção. Os casais poderão fazer esta renovação das promessas ainda que não possam estar fisicamente na Basílica de Guadalupe, se acompanham o evento através da televisão ou da rádio. Desta forma, poderão também obter a graça da indulgência plenária.

– Última pergunta: que o México contribui com seus valores familiares, o segundo país em número de católicos do mundo?

– Padre Gutiérrez: O México, neste encontro mundial, contribui com sua fé, sua jovialidade, sua alegria, justamente o valor da família, que para os mexicanos é tão querida.

Contribui com a solidariedade e o valor sobretudo da acolhida, porque seguramente as pessoas que nos acompanham poderão sentir este calor, esta alegria de receber os que vêm de fora. 

Também o México se verá muito beneficiado com este encontro, já está sendo, com toda preparação que teve, com este entusiasmo que se dá neste momento para trabalhar juntos, com esta reflexão que suscita em toda a sociedade, para trabalhar juntos e fortalecer a família.

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Cardeal Bertone será testemunha de nova primavera cultural no México

Fala um dos organizadores do encontro do secretário de Estado com a cultura

Por Jaime Septién

QUERÉTARO, quinta-feira, 15 de janeiro de 2009 (ZENIT.org-El Observador).- Um novo protagonismo de católicos dedicados à vida acadêmica está aparecendo no México. Tanto em universidades públicas como em instituições privadas surgem iniciativas para o diálogo, a discussão e o compromisso a favor de uma nova relação entre a razão e a fé. 

ZENIT-El Observador entrevistam Rodrigo Guerra, diretor do Centro de Pesquisa Social Avançada (www.cisav.org) e membro do comitê organizador do encontro que o cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado, terá com o mundo da educação e da cultura católica no México na segunda-feira, 19 de janeiro, no histórico «Teatro da República», na cidade de Querétaro. 

– Qual é a importância do encontro do cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado do Papa, com o mundo da educação e da cultura no México?

– Rodrigo Guerra: No México e na América Latina, a fé gerou cultura desde a primeira evangelização do continente. Para homens como Juan de Zumárraga, Tata Vasco, Toribio de Benavente ou Bartolomeu das Casas, o anúncio do Evangelho levava à proclamação de um novo modo de viver nossa humanidade que gerava comunidade, linguagem, arte, compromisso social e instituições educativas ao serviço de todos, em especial dos mais pobres. No contexto atual é preciso reconstruir a ponte que vincula a experiência cristã e tudo aquilo que educa o ser humano para que possa viver à altura de sua dignidade. Por isso, um encontro dos principais responsáveis da educação católica do México com o cardeal Bertone tem um especial significado: deve-se avançar por um caminho iniciado há muito tempo e que hoje é preciso continuar em um novo contexto. 

– O encontro que se realizará em Querétaro tem como título «A realização da razão no horizonte da fé». Este tema não é por acaso muito teórico para uma realidade muito prática e concreta que se vive no México hoje?

– Rodrigo Guerra: A fé não é uma teoria, é a certeza pessoal que brota do encontro com Jesus. Por outro lado, a «razão» sempre é a razão de alguém, de um sujeito concreto, com uma história singular. O tema do encontro com o cardeal Bertone, por isso, não versa sobre conceitos ou teorias. As relações entre a razão e a fé sempre possuem um caráter personalista, ou seja, são relações entre um eu humano e um tu infinito que se revela livremente e que abre um horizonte novo para a vida. Quando a razão reaprende a realizar-se no horizonte da fé, nada fica sacrificado. Ao contrário: nossa inteligência fica potencializada, já que se propõem novos temas, perguntas e desafios por causa do encontro com uma realidade maior que ela. 

– Como é o mundo da educação e da cultura que o cardeal Bertone vai encontrar no México?

– Rodrigo Guerra: Não é fácil caracterizar um cenário grande e complexo em poucas palavras. Por uma parte, o pensamento liberal mexicano marcou algumas das mais importantes elites educativas há mais de um século. A idéia de que o cristianismo não tem direito de existir na vida pública e que só deve reduzir-se à prática privada e ao folclore para os turistas ganhou um amplo território. Em algumas universidades, ser científico e ser crente são realidades praticamente excludentes. Por outro lado, deve-se reconhecer que os católicos dedicados à vida acadêmica em certas ocasiões caem no intimismo ou na redução moralista da fé cristã a uma proposta de «valores». Ambos os fenômenos se entreteceram e dificultaram que a fé projete sua luz no mundo da educação, a ciência e a cultura de um modo criativo e altamente incidente. 

Agora, este cenário problemático está acompanhado de um movimento simultâneo sumamente esperançoso: uma nova geração de acadêmicos católicos está emergindo em diversos lugares e ambientes. Muitos deles são pessoas nascidas depois de 1960 e que ficaram desencantadas pelas ideologias que ofereciam salvação através do Estado ou do mercado. Outros são católicos que perseveraram na fé em meio a ambientes educativos adversos e que hoje, ao ver Bento XVI, encontram motivos renovados para empreender um novo protagonismo. Finalmente, estão também muitos jovens que viveram sua infância acompanhados pela figura de João Paulo II e que ao finalizar seus estudos universitários sabem que é possível e necessária uma fé que ilumine a razão e uma razão ampliada que esteja disposta a acolher a irrupção do acontecimento cristão. 

– O que o México precisa para que este incipiente movimento de renovação da cultura cristã possa consolidar-se e dar frutos?

– Rodrigo Guerra: Minha hipótese pessoal é que são necessárias três coisas fundamentalmente. A primeira é recuperar a centralidade de Cristo. O cristianismo só é significativo para a vida e para a razão das pessoas quando se descobre como uma experiência de encontro, de comunhão, de fascinação diante de uma pessoa que cumpre as exigências do nosso coração e as excede. Em segundo lugar, é necessário criar novos espaços e novos métodos para que a fé gere cultura, ciência e paixão pela verdade. Bento XVI disse recentemente: «O novo diálogo entre fé e razão, que se faz necessário hoje, não pode ser levado a cabo nos termos e modos como se realizou no passado». Em terceiro lugar, é preciso que os católicos entendam que a colaboração entre diversos carismas e instituições é fundamental para testemunhar a comunhão que torna a fé crível. Só quando os diversos carismas eclesiais colaboram generosamente entre si, superando desconfianças, o único Cristo se repropõe diante do mundo e a experiência educativa cristã se torna via para que todas as pessoas, todas as sensibilidades, todas as perguntas e inquietudes possam encontrar uma acolhida evangélica e assim possa surgir um novo protagonismo na vida social dos nossos povos.

– O Centro de Pesquisa Social Avançada (www.cisav.org) é a instituição anfitriã que a Conferência do Episcopado Mexicano escolheu para a realização do encontro com o cardeal Bertone: o que este evento significa para vocês?

– Rodrigo Guerra: Para o CISAV, este encontro não só é uma grande honra, mas uma ocasião providencial. Nascemos como uma comunidade acadêmica dedicada à pesquisa avançada em filosofia, bioética, estudos sobre família e ciências sociais. Dom Mario de Gasperín, bispo de Querétaro, e Dom Carlos Aguiar, presidente da Conferência do Episcopado Mexicano (CEM), foram verdadeiros pais que alentaram nosso trabalho desde o começo e nos animaram justamente a viver plenamente nossa identidade leiga, a cultivar o máximo rigor científico e uma verdadeira abertura à fé. Os discursos do Papa Bento XVI sobre fé e razão se tornaram programáticos para nós. Por isso, ter a oportunidade de colaborar junto com a diocese de Querétaro e a CEM na organização deste encontro sobre «a realização da razão no horizonte da fé» nos confirma em nossa missão e nos anima a perseverar com humildade nela. Desta maneira, nós nos unimos ao caminho que percorreram antes de nós importantes instituições como a AMIESC, que reúne as universidades de inspiração cristã, a CNEP, que reúne as escolas privadas, e o Instituto Mexicano de Doutrina Social Cristã (IMDOSOC). Também nos unimos ao movimento que está gerando a nova «Rede Acadêmica Fides et Ratio» (www.redfidesetratio.org), que já abraça numerosos pesquisadores e docentes de universidades públicas e privadas do México e de alguns outros países. Como em outros momentos da história, nossas pobres forças e nossos limitados planos são ultrapassados pelo Espírito, que atua onde quer e quando quer. 

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Zélie e Louis Martin: filhos não são propriedade dos pais

Entrevista com o Pe. Antonio, vice postulador da causa de beatificação dos pais de Santa Teresinha

Por Carmen Elena Villa

CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 15 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- As relíquias dos pais de Santa Teresinha do Menino Jesus estão viajando por diferentes cidades da Itália. Estiveram na basílica de São Pedro, em Roma, desde o sábado passado até hoje, quarta-feira. 

Bento XVI, em uma carta de preparação do VI Encontro Mundial das Famílias, apresenta Marie Zélie Guérin (1831-1877) e Louis e Martin (1823-1894) como «modelos exemplares de vida cristã para as famílias de hoje». 

O Pe. Antonio Sangalli, vice-postulador da causa de canonização dos esposos, beatificados em 19 de outubro passado em Lisieux (França), acompanha sempre estas relíquias. 

O milagre para a beatificação desse casal se deu em 2002. Consistiu na cura inexplicável do pequeno Pietro Schiliro, que sofria de uma grave má formação congênita no pulmão. Seus pais, Valter e Adele, pediram aos esposos Zélie e Louis que intercedessem pelo pequeno, graças a um conselho deste sacerdote carmelita, que alguns dias antes tinha batizado o Pietro, segundo o ritual romano de perigo de morte. 

Esta é a entrevista que o Pe. Sangalli concedeu à Zenit:

– Como começou sua aproximação dos esposos Zélie e Louis?

– Pe. Sangalli: Foi puramente «por acaso». Passei a Valter e a Adele a oração aos pais de Santa Teresinha porque estavam desesperados, para que tivessem a força e o valor para entender aquele momento difícil. Eu lhes havia aconselhado que rezassem, quando me chamaram para batizar o Pietro. Aconselhei-lhes que se confiassem à intercessão desses pais, Zélie e Louis, que haviam perdido quatro filhos e haviam encontrado a valentia para dar este passo dificílimo. Eu não rezava pela cura do menino. Deus nos concedeu muito mais do que estávamos lhe pedindo. 

Eu pedia só que o pai e a mãe encontrassem a força e acompanhassem com afeto e amor este menino até a morte. Então, quando depois ocorreu o milagre, os pais me pediram que fosse o vice-postulador do milagre. 

Eu pedia que este pai e esta mão não perdessem a cabeça. Deste modo,eu me converti no vice-postulador «por acaso», pelo fato de que aconteceu este milagre. 

– Antes da cura de Pietro, você tinha alguma devoção especial pelos esposos Martin?

– Pe. Sangalli: Eu me interessava por eles por serem os pais de Santa Teresinha; sabia que se havia aprovado o heroísmo das suas virtudes, mas minha intenção era a de ajudar através do exemplo destes dois pais que haviam perdido quatro filhos, para que não se desesperassem. Dirigi-me a eles só por este fato, não por outro motivo. 

– O que você acredita que os esposos Martin podem dizer às famílias de hoje?

– Pe. Sangalli: Neste casal eu posso admirar muitos aspectos. Um deles é o que o Santo Padre destacou em 11 de janeiro, ao batizar 13 crianças na Capela Sistina, quando dizia que os filhos não são propriedade dos pais. Eles viveram isso perfeitamente.

– Quais são as virtudes que você mais admira dos esposos Martin?

– Pe. Sangalli: Eles haviam perdido quatro filhos, mas não por isso se sentiam como donos da vida, do futuro, do destino dos demais filhos. Sentiam que eram colaboradores de Deus neste desígnio, oferecendo a dor e o sofrimento, implorando ao Senhor. «Somos esposos, somos colaboradores com Deus na vida, ministros e servos». E isso é muito fortes. 

Jamais se sentiram como proprietários dos filhos. Não impuseram nada aos filhos. Os exemplos que estes filhos vislumbraram nos pais foi um estímulo para sua escolha de vida, porque viam que o pai e a mãe viviam uma experiência conjugal cristã radical. 

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Documentação

Terra Santa: comunicado pela paz dos bispos americanos e europeus

«Parem os assassinatos! Comecem a construir a paz!»

JERUSALÉM, quinta-feira, 15 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- Publicamos o comunicado que a Coordenadoria de Conferências Episcopais difundiu esta quinta-feira, ao final de sua visita anual, em apoio da Igreja na Terra Santa.

* * *

Belém-Jerusalém, 15 de janeiro de 2009

«Parem a violência! Parem os assassinatos! Comecem a construir a paz!

Várias vezes escutamos esses gritos durante a nona visita da Coordenadoria de Conferências Episcopais à Igreja Mãe de Jerusalém, nesta terra dividida e doente. A violência em Gaza estava na boca e na mente de todos. Escutamos falar diretamente desta tragédia humana o pároco de Gaza, padre Manuel Musallam.

Não pode haver paz a menos que as pessoas acreditem na paz. Não pode haver segurança a menos que haja segurança para todos. Não pode haver justiça a menos que haja justiça para todos nesta terra. A fé nos dá a esperança de que a justiça, a paz e o perdão são possíveis –uma convicção compartilhada por nossos anfitriões, o patriarca de Jerusalém, Sua Beatitude Fouad Twal, e a Assembléia dos Ordinários Católicos da Terra Santa. 

Nós somos pastores, não líderes políticos, mas a voz dos crentes é vital para a busca da paz. A realidade de que cada pessoa humana é criada à imagem de Deus exige a dignidade para todos. A mensagem do Príncipe da Paz, nascido nesta Terra, nos recorda que a paz é possível. O povo que caminhava entre as trevas viu uma grande luz. A escuridão deste tempo dará passagem à luz. Aos líderes da comunidade internacional, dizemos: trabalhem com os israelenses e palestinos para pôr fim à violência em Gaza e proporcionar com urgência a assistência humanitária necessária. Mas não há que parar aí. Com uma só voz, pressionem os israelenses e palestinos para que construam uma paz justa, com segurança para Israel e um Estado viável para os palestinos.

Ao Povo de Deus de nossos próprios países, dizemos: intensifiquem sua oração pelo bem-estar da Igreja Mãe e pela paz em Jerusalém. Não tenham medo. Venham como peregrinos à Terra Santa e se encontrem com as comunidades cristãs vivas daqui. Unam-se a nós para convencer nossos governos de que alcançar a paz entre israelenses e palestinos é uma prioridade. Apoiem projetos concretos e a proximidade com as comunidades cristãs locais que estão lutando para sobreviver.

Aos cristãos da Igreja Mãe na Terra Santa, dizemos: vemos em vocês o rosto marcado de Cristo, que perdoou tudo por nossa salvação. Não estão sós. Somos uma família, uma comunhão universal com Cristo. Escutamos seus gritos, como sofrem junto aos irmãos e irmãs de toda a comunidade. Asseguramos nosso amor, nossa oração e nossa contínua solidariedade. Pedimos que também vocês orem por nós.

Signatários:

Dom Peter Bürcher

Bispo de Reykjavik, Conferência Episcopal Escandinava

Dom Michel Dubost

Bispo de Evry, Conferencia Episcopal Francesa

Dom Raymond Field

Bispo auxiliar de Dublin, da Comissão de Justiça e Assuntos Sociais da Conferência de Bispos Católicos da Irlanda

Dom Patrick Kelly,

Arcebispo de Liverpool, Vice-presidente da Conferência de Bispos Católicos da Inglaterra e Gales

Dom William Kenney CP,

Bispo auxiliar de Birmingham, Conferência de Bispos Católicos de Inglaterra e Gales

Representante da Comissão de Episcopados da União Europeia

Dom Gerald F. Kicanas

Bispo de Tucson, Vice-presidente da Conferência de Bispos Católicos dos Estados Unidos

Dom Reinhard Marx,

Arcebispo de Munich e Freising, Conferência Episcopal Alemã

Dom Joan-Enric Vives Sicilia

Bispo de Urgell e Co-príncipe de Andorra, Conferencia Episcopal Espanhola

Dom James Weisgerber

Arcebispo de Winnipeg, Presidente da Conferência de Bispos Católicos do Canadá


[Traduzido por Zenit]

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