segunda-feira, setembro 22, 2008

CANIVETE - Angola/Eleições: A mudança esperada e a resposta do povo de Cabinda ao Cunene

CANIVETE/Política angolana


Angola/Eleições: A mudança esperada e a resposta do povo de Cabinda ao Cunene

 

Todos ou quase, esperavam na mudança. A mudança chegou, mas não como todos ou quase esperavam. Me refiro, evidentemente, aos resultados eleitorais das eleições legislativas que se realizaram em Angola nos dias 5 e 6 de Setembro do ano corrente. A vitória do MPLA,  partido no poder, não foi uma "surpresa" para quem segue de perto a política angolana, quem estuda as mudanças sociais na época post-global (de modo particular a complexa realidade angolana), e sobretudo quem estuda e não sub-estima as influências dos meios de comunicação de massa nas populações como a nossa.

 

Aproveito para recordar aos bons pensantes - angolanos doc, porto-angolanos, angobrasileiros e interessados aos problemas angolanos-, que a sabedoria popular diz que "tudo tem seu tempo". Naturalmente, lendo a realidade no modo mais amplo, ousaria afirmar que, "provavelmente" o povo angolano e os "interesses externos" em Angola não estavam preparados para relacionar-se em tempo record com um novo governo, num momento em a nossa economia dá passos largos e significativos e Angola se torna no maior produtor de petróleo da África Austral. Quando falo do povo, não me refiro somente a Luanda, a capital não é o país. Falo de Angola em geral, das grandes cidades aos campos – aonde se encontra o povo iletrado, mas que constitui uma parte importante do voto popular -, falo das aldeias, lugares aonde o partido e o Governo constituem a mesma instituição. Falo das mais pequenas povoações aonde  a dor e as consequências da guerra ainda são visíveis.

 

É cedo.

 

Digo aos maninhos e à todos os que querem, gostariam e exigem "já" uma  mudança na governance angolana. Calma! Tudo tem seu tempo. Este é o tempo do MPLA. A partir deste pleito eleitoral, Angola entra numa fase histórica sem precedentes. Vamos trabalhar para melhorar a democracia angolana, são os primeiros passos. Se nós, na qualidade de angolanos com uma certa visão política, histórica e cultural do país e da geopolítica global nada fizermos para o nosso país, ninguém o fará. Podem crer, que pelo mundo fora existem muitos abutres a rezarem para que a guerra volte em Angola, não podemos dar-lhes este prazer.

 

Temos muito por caminhar!

 

Cordialmente

Francis/PAC

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