terça-feira, janeiro 06, 2009

ZP090106

ZENIT

O mundo visto de Roma

Serviço diario - 06 de janeiro de 2009



SANTA SÉ
Cristo: esperança em tempos de crise, assegura Papa
Bento XVI exige fim da violência contra crianças
Papa alenta «construtores da paz» no Oriente Médio
Bento XVI recorda lição de Galileu
Bento XVI felicita igrejas orientais pelo Natal
Papa presente no Encontro das famílias com duas mensagens

MUNDO
Triste festa dos Reis Magos em Belém
Pároco de Gaza comove encontro ecumênico de oração pela paz
Santuário de Fátima propõe reflexão sobre o Nono Mandamento

EM FOCO
Crise: difundir sentido de fraternidade e de responsabilidade

FLASH
Canonista brasileiro na Congregação para o Clero

ANGELUS
Bento XVI: novidade admirável do cristianismo
Bento XVI: Deus conquista «com a mansidão do amor»



ANÚNCIOS
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DVD: Coleção Parresia - Moysés Azevedo (Fundador da Comunidade Católica Shalom)


Santa Sé

Cristo: esperança em tempos de crise, assegura Papa

Durante a missa da solenidade da Epifania

CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 6 de janeiro de 2008 (ZENIT.org).- Em tempos de profunda crise social ou em meio à violência, Bento XVI assegurou na solenidade da Epifania do Senhor que Cristo é a autêntica esperança.

A ressurreição de Jesus, com a qual Ele  venceu o poder da morte – afirmou –, é a «convicção» que «sustenta o caminho da Igreja, Corpo de Cristo, através dos caminhos da história». 

«Não há sombra, por mais tenebrosa que seja, capaz de escurecer a luz de Cristo. Por este motivo, nos crentes em Cristo a esperança não desfalece nunca, e tampouco hoje, diante da grande crise social e econômica em que a humanidade se encontra submersa», assegura o pontífice. 

Esta esperança se impõe «diante do ódio e da violência destruidores que não deixam de gerar sangue em muitas regiões da terra; diante do egoísmo e da pretensão do homem de erigir-se como deus de si mesmo, que leva em certas ocasiões a perigosas alterações no desígnio divino sobre a vida e a dignidade do ser humano, sobre a família e sobre a harmonia da criação». 

«Nosso esforço por libertar a vida humana e o mundo do envenenamento e da contaminação que poderiam destruir o presente e o futuro conserva seu valor e seu sentido – assegurou, citando sua encíclica Spe salvi – ainda que aparentemente não tenhamos êxito ou pareça que somos impotentes diante das forças hostis.»

«O que nos dá ânimo e orienta nossa atividade, tanto nos momentos bons como nos maus, é a grande esperança fundada nas promessas de Deus», acrescentou, citando o número 35 de sua segunda encíclica. 

Neste contexto, assegurou, a Igreja «não pode orgulhar-se de nada, mas só do seu Senhor: a luz não procede dela, a glória não é sua». 

«Mas precisamente esta é sua alegria, que ninguém pode tirar-lhe: ser ‘sinal e instrumento’ de quem é lumen gentium, luz dos povos», disse, citando as duas primeiras palavras da constituição dogmática do Concílio Vaticano II. 

Por isso, o Papa, dirigindo-se aos milhares de peregrinos que lotavam o maior templo católico do planeta, concluiu com estas palavras: «rezai por nós, pastores da Igreja, para que, assimilando cotidianamente a Palavra de Deus, possamos transmiti-la fielmente aos nossos irmãos». 

«Mas nós também rezamos por vós, fiéis, pois todo cristão está chamado pelo Batismo e pela Confirmação a anunciar Cristo, luz do mundo, com a palavra e o testemunho de vida», acrescentou.

Após celebrar a Eucaristia, o Papa presidiu, da janela dos seus aposentos, a oração mariana do Ângelus, diante dos milhares de fiéis que se reuniam na Praça de São Pedro para a festa dos Reis Magos. 

Em sua alocução, o pontífice refletiu sobre a «atitude de hostilidade, ambiguidade ou superficialidade» que tanto os homens da época de Jesus como os contemporâneos manifestam diante do Salvador. 

A essa atitude, Bento XVI contrapôs o mistério do verdadeiro Deus, que «sai ao nosso encontro com a mansidão do amor». 

Jesus, assegurou, «é o Deus da misericórdia e da fidelidade; Ele quer reinar com o amor e a verdade e nos pede que nos convertamos, que abandonemos as obras más e que percorramos com decisão o caminho do bem».

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Bento XVI exige fim da violência contra crianças

E que se apliquem os compromissos da Convenção sobre seus direitos

CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 6 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- Bento XVI lançou neste domingo, solenidade da Epifania ou dia dos Reis Magos, um importante apelo para que acabe a violência contra as crianças.

O Santo Padre se fez porta-voz em particular dos pequenos que são vítimas dos conflitos armados, pedindo o cumprimento da Convenção dos Direitos da Criança. 

Ao dirigir-se aos milhares de peregrinos congregados na Praça de São Pedro, no Vaticano, que assistiram a uma cavalgada de Reis inspirada no folclore da cidade italiana de Assis, o Papa recordou que esse dia, «em muitos países, é também a festa das crianças». 

«Penso especialmente em todas as crianças, que são a riqueza e a bênção do mundo, e sobretudo naquelas às quais se nega uma infância serena», afirmou, falando desde a janela dos seus aposentos, depois de ter presidido a celebração eucarística. 

O sucessor de Pedro denunciou «a situação de dezenas de crianças e jovens que, nestes últimos meses, inclusive no período natalino, na província oriental da República Democrática do Congo, foram sequestrados por grupos armados que atacaram as aldeias e causaram numerosas vítimas e feridos». 

Lançou um apelo «aos autores destas brutalidades inumanas, para que devolvam estes jovens às suas famílias e ao futuro de segurança e desenvolvimento ao qual têm direito, junto a essas queridas populações». 

«Os episódios de violência contra os jovens, que infelizmente se registram também em outras partes da terra, são ainda mais deploráveis se consideramos que em 2009 se celebra o 20º aniversário da Convenção dos Direitos da Criança», continuou afirmando. 

Segundo o pontífice, a comunidade internacional está chamada a renovar os compromissos dessa Convenção «para defender e promover a infância no mundo inteiro». 

O Santo Padre prestou homenagem aos que «trabalham diariamente ao serviço das novas gerações – e são inúmeras! –, ajudando-as a ser protagonistas de seu futuro». 

Por último, recordou que nesse dia a Igreja universal celebra a Jornada da Infância Missionária. 

Segundo o pontífice, «é uma ocasião oportuna para sublinhar que as crianças e os jovens podem desempenhar um papel importante na difusão do Evangelho e nas obras de solidariedade com os mais necessitados de sua mesma idade. Que o Senhor os recompense!».

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Papa alenta «construtores da paz» no Oriente Médio

Ajuda palestinos e israelenses a voltarem à mesa de negociação

CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 6 de janeiro de 2008 (ZENIT.org).- Bento XVI alentou nesta terça-feira a obra dos «construtores da paz», que, em meio ao conflito entre israelenses e palestinos, estão procurando reunir ambas as partes para negociar a paz. 

Depois de rezar a oração mariana do Ângelus, o pontífice voltou a pronunciar-se pela terceira vez sobre o conflito, ao recordar que neste dia 7 de janeiro Belém voltará a celebrar o Natal ortodoxo, na Basílica da Natividade. 

«Acompanho com profunda preocupação os violentos confrontos armados que acontecem na Faixa de Gaza», reconheceu o pontífice. Enquanto falava, aconteciam fortes choques entre o exército israelense e os combatentes palestinos.

«Enquanto confirmo que o ódio e a rejeição do diálogo não trazem mais que guerra, quero hoje estimular as iniciativas e os esforços de quem, amando a paz, está tentando ajudar os israelenses e palestinos a sentar-se ao redor de uma mesa e dialogar.»

«Que Deus apóie o compromisso destes ‘construtores da paz’!», desejou o bispo de Roma.

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Bento XVI recorda lição de Galileu

O universo não está governado por uma força cega

CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 6 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- Bento XVI recordou nesta terça-feira, solenidade da Epifania, a lição que Galileu Galilei deixou ao pensamento: o universo não está governado por uma força cega, mas pelo Amor.

Na homilia da missa na qual os crentes recordam os Magos do Oriente, especialistas em astronomia que foram a Belém guiados por uma estrela, o Papa recordou que em 2009 se celebra o 4º centenário das primeiras observações de Galileu graças ao telescópio. 

Este aniversário levou a UNESCO a proclamar o Ano Mundial da Astronomia. 

Bento XVI assegurou que neste momento se dá «um novo florescimento» neste campo, «graças à paixão e à fé de muitos cientistas que, seguindo os passos de Galileu, não renunciam nem à razão nem à fé, mas as valorizaram profundamente, em sua recíproca fecundidade». 

«O pensamento cristão compara o cosmos com um ‘livro’– assim dizia o próprio Galileu –, considerando-o como a obra de um Autor», acrescentou em sua homilia. 

Segundo este livro, afirmou, «o amor divino, encarnado em Cristo, é a lei fundamental e universal da criação. Isso não deve entender-se em sentido poético, mas real». 

Assim entendia o próprio Dante – recordou – quando no verso sublime que conclui o Paraíso e toda a Divina Comédia, define Deus como «o amor que move o sol e as demais estrelas». 

«Isso significa que as estrelas, os planetas, o universo inteiro não estão governados por uma força cega, não obedecem apenas às dinâmicas da matéria», afirmou. 

«Portanto, não se deve divinizar os elementos cósmicos, mas pelo contrário, em tudo e acima de tudo está uma vontade pessoal, o Espírito de Deus, que em Cristo se revelou como Amor», declarou. 

Por este motivo, declarou, os homens não são escravos dos «elementos do cosmos», «mas são livres, ou seja, são capazes de relacionar-se com a liberdade criadora de Deus». 

«Ele está na origem de tudo e governa tudo, mas não como um frio e anônimo motor, e sim como Pai, Esposo, Amigo, Irmão, como Logos, ‘Palavra-Razão’, que se uniu à nossa carne mortal de uma vez por todas e compartilhou plenamente nossa condição, manifestando a superabundante potência de sua graça», concluiu.

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Bento XVI felicita igrejas orientais pelo Natal

CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 6 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- Bento XVI felicitou nesta terça-feira, solenidade da Epifania, os cristãos das igrejas orientais, em sua maior parte ortodoxos, que se preparavam para celebrar o Natal.

«Que a memória do nascimento do Salvador acenda cada vez mais em seus corações a alegria de ser amados por Deus», desejou o Papa. 

As igrejas orientais, que seguem o calendário juliano (a Igreja Católica de rito latino segue o calendário gregoriano, de 1582), celebrarão amanhã o Santo Natal.

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Papa presente no Encontro das famílias com duas mensagens

Que se celebrará no México, de 14 a 18 de janeiro

CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 6 de janeiro de 2009 (ZENIT.org-El Observador).- O Comitê Organizador do VI Encontro Mundial das Famílias, que será celebrado entre 14 e 18 de janeiro na Cidade do México, informa que o Papa Bento XVI se fará presente, através de mensagens de vídeo, em duas ocasiões durante o Encontro. 

A primeira mensagem do Papa será transmitida durante no início da jornada, em 14 de janeiro; e a segunda, ao vivo, via satélite, durante a Missa de encerramento do VI Encontro Mundial das Famílias, no dia 18 de janeiro. 

O VI Encontro Mundial das Famílias poderá ser acompanhado em www.emf2009.com, contando com dois servidores, em espanhol e inglês. 

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Mundo

Triste festa dos Reis Magos em Belém

Por causa da guerra em Gaza

BELÉM, terça-feira, 6 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- Em um ambiente entristecido pela guerra entre palestinos e israelenses na faixa de Gaza, a comunidade católica celebrou a Epifania, a festa dos Reis Magos, na cidade natal de Jesus. 

Também era de tristeza o ânimo entre os cristãos ortodoxos que se dispunham para celebrar o Natal, neste 7 de janeiro, na Basílica da Natividade. 

O custódio da Terra Santa, o franciscano Pierbattista Pizzaballa, procedente de Jerusalém, junto a uma comitiva, foi saudado em seu caminho a Belém, como é tradição, por palestinos e israelenses, mas desta vez em silêncio. 

Os escoteiros, nesta ocasião, evitaram desfilar por respeito a Gaza. 

Depois do canto do «Te Deum», o pároco da igreja de Santa Catarina, que se encontra junto à Basílica da Natividade, frei Samuel Fahim, dirigiu-se à assembléia para afirmar que «o que está ocorrendo durante estes dias em nossa região é muito triste e nos faz experimentar o que está escrito no Evangelho, quando tantas crianças inocentes foram massacradas». 

«Mas, assim como naquele tempo Jesus estava no meio deles, também está hoje entre nós. E por este motivo nos dirigimos a Ele suplicando-lhe que transforme nossa tristeza em alegria, e a guerra em paz. Queremos viver a festa da Epifania com este espírito», afirmou o pároco. 

Por sua parte, o vigário da Custódia, frei Artemio Vítores, respondendo às perguntas dos jornalistas, convidou a «ver além e a entrar mais profundamente no mistério da Encarnação». 

«Passamos pela porta da humildade, a porta da humilhação – acrescentou. Se o espírito do Natal nos leva a celebrar com maior facilidade o dom da Vida, hoje a situação nos leva, contudo, a experimentar a humildade e a fraqueza do Deus que se encarna. Ainda assim, esse Menino, que nasceu aqui, é o Príncipe da Paz. Nestes dias, o que devemos fazer é, sobretudo, rezar, invocando esta paz, e não perder a esperança.»

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Pároco de Gaza comove encontro ecumênico de oração pela paz

Ao descrever a morte de uma menina de que quinze anos

JERUSALÉM, terça-feira, 6 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- O testemunho de um pároco de Gaza provocou um calafrio entre os participantes do encontro de oração pela justiça e paz, celebrado em 4 de janeiro passado, com o apoio dos 13 responsáveis das Igrejas de Jerusalém. 

Bento XVI se uniu ao chamado à paz nesse mesmo dia, ao dirigir de Roma a oração mariana do Ângelus. 

O encontro, celebrado na igreja dos dominicanos de S. Estevão de Jerusalém, reuniu cristãos palestinos e cristãos de língua hebraica. 

Depois de uma meditação dirigida pelo patriarca latino emérito, sua beatitude Michel Sabbah, leu-se em árabe uma emocionante mensagem do Pe. Manuel Musallam, pároco da paróquia latina de Gaza. 

«Do vale das lágrimas, de Gaza banhada em seu sangue, um sangue que sufocou a felicidade no coração de um milhão e meio de habitantes, eu vos dirijo estas palavras de fé e esperança», começou dizendo, segundo o texto referido pela Custódia da Terra Santa. 

«Não utilizarei a palavra ‘amor’, essa palavra ficou engasgada inclusive em nossas gargantas de cristãos», reconheceu. 

A mensagem continuou com o relato da morte de Cristina, uma jovem de 15 anos, falecida por uma crise cardíaca sob os contínuos bombardeios. 

O ataque foi provocado pelo frio de uma casa cujos tetos e janelas haviam saltado pelo ar, pela fome, pela falta de sono e pelo medo. 

O Pe. Manuel descreve uma situação dramática, particularmente nos hospitais. 

Na assembléia, enquanto se lia sua mensagem, alguns choravam. 

A mensagem do Pe. Manuel terminou com um canto que invoca a paz do Senhor. A assembléia recebeu suas palavras acendendo velas. 

«Nestas horas convulsas, não podemos fazer outra coisa senão apoiar-nos na oração», declara o custódio da Terra Santa, o franciscano Pierbattista Pizzaballa.

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Santuário de Fátima propõe reflexão sobre o Nono Mandamento

FÁTIMA, terça-feira, 6 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- O Santuário de Fátima, em continuidade com a proposta iniciada em 2001 de lançar uma longa reflexão sobre os Mandamentos, aborda com peregrinos e visitantes durante o ano de 2009 o Nono Mandamento.

Assim, como tema central das suas atividades pastorais, litúrgicas e formativas, o Santuário propõe em 2009 o Nono Mandamento, segundo a formulação do catecismo tradicional: ‘Guardar castidade nos pensamentos e nos desejos’, sintetizada no lema “Os puros de coração verão a Deus”; informa a Sala de Imprensa do Santuário.

No caderno anual editado pelo Santuário, distribuído aos organizadores de peregrinações, e aos voluntários e funcionários do Santuário, o padre Virgílio Antunes salienta a pertinência do tema escolhido para 2009.

«Trata-se de uma temática cheia de possibilidades para a catequese e para a Evangelização em todas as peregrinações, onde os cristãos são chamados a testemunhar a beleza de um coração puro», afirma o reitor.

Neste mesmo âmbito, o Santuário de Fátima procurará ainda ao longo deste ano apresentar a figura do Beato Francisco Marto, no centenário do seu nascimento, como uma dessas figuras grandes na pureza de coração.

«Extremamente atento às necessidades dos outros, por quem reza e se sacrifica; extremamente atento a Deus, com quem tem gosto de estar e que anseia por ver. Nisso se resumem os seus pensamentos, os seus desejos e a sua vida», destaca o reitor.

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Em foco

Crise: difundir sentido de fraternidade e de responsabilidade

Arcebispo pede cuidado com a situação de pobreza

BELO HORIZONTE, terça-feira, 6 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- O arcebispo de Belo Horizonte (Brasil) pede que nesta crise econômica não se busque simplesmente retomar um funcionamento mercadológico a contento dos que lucram; é preciso difundir o sentido de fraternidade e de responsabilidade.

Nesse sentido, a «pobreza vergonhosa que se abate sobre tantos irmãos e irmãs tem que ser considerada, pois, como um problema de consciência».

«Não basta ser um assunto das agendas governamentais e das discussões de outros segmentos da sociedade», afirma Dom Walmor Oliveira de Azevedo, em mensagem divulgada ontem pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).

«É preciso que o tratamento da situação de pobreza se torne um problema de consciência para afetar o modus vivendi das sociedades, os critérios de consumo e a concepção básica e essencial da ordem econômica que deve presidir a organização mundial das relações entre nações, grupos e povos.»

Segundo Dom Walmor, é «inadmissível, neste momento, pensar a superação da famigerada crise econômica, cantada em verso e em prosa, sem emoldurar as discussões e as propostas com esta deplorável situação de pobreza no cenário mundial».

O arcebispo questiona: «com toda a complexidade própria do que pode configurar a crise econômica, no seu bojo não está o exagero dos lucros com sua ganância própria e perversa?»

«Por este caminho as soluções serão parciais. Atingirão apenas as metas de fazer voltar a lucrar os que estão situados bem longe da pobreza. Os outros, os pobres continuarão castigados perversamente.»

O arcebispo de Belo Horizonte explica que Bento XVI, em sua Mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2009, «acentua que combater a pobreza implica uma atenta análise do fenômeno complexo da globalização».

«De modo especial, na consideração da globalização, é preciso incluir a dimensão moral e espiritual que clareia a posição de todos os seres humanos como participantes de um único projeto divino.»

Isto é –prossegue Dom Walmor–, «a construção de uma única família, na qual todos, indivíduos, povos e nações, regulem o seu comportamento segundo os princípios de fraternidade e responsabilidade».

«Ora, o Santo Padre adverte que não se pode, pois, prescindir do sentido de fraternidade e de responsabilidade. Não basta, portanto, retomar um funcionamento mercadológico a contento dos que lucram. É preciso configurar e ter uma visão articulada da pobreza.»

A construção da paz inclui «a consideração da situação material da pobreza e também a consideração das pobrezas imateriais».

«Existem as pobrezas que são consequências das carências materiais. Também, existem pobrezas que são consequência dos fenômenos da marginalização, da pobreza relacional, moral e espiritual.»

«Há muita gente pobre porque é interiormente desorientada. Apesar do bem estar econômico, lembra o Papa Bento XVI na sua Mensagem, vivem diversas formas de transtorno. Construir a paz supõe um corajoso engajamento no combate às pobrezas», enfatiza o arcebispo.

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Flash

Canonista brasileiro na Congregação para o Clero

BRASÍLIA, terça-feira, 6 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- Segundo informou a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) esta terça-feira, Bento XVI nomeou o Frei Moacyr Malaquias Júnior, OFM, consultor da Congregação para o Clero.

Frei Moacyr é professor de Direito Patrimonial Canônico na Pontifícia Universidade Antonianum em Roma e sócio da Sociedade Brasileira de Canonistas (SBC). A nomeação foi divulgada pela Santa Sé no dia 30 de dezembro.

Segundo o presidente da SBC, dom Hugo Cavalcanti, OSB, os consultores das Congregações e dos Pontifícios Conselhos, nomeados pelo Papa, «atuam como conselheiros que dão parecer sobre o tema de sua especialidade».

«A diretoria e todos os membros da SBC se congratulam com o consócio augurando-lhe os votos de que seja profícuo o ministério que o Santo Padre lhe confiou», afirmou dom Hugo.

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Angelus

Bento XVI: novidade admirável do cristianismo

«O Verbo se fez carne»

CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 6 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- Publicamos a intervenção de Bento XVI ao rezar o Ângelus ao meio-dia deste domingo, junto aos milhares de peregrinos congregados na praça de São Pedro, no Vaticano. 

* * *

Queridos irmãos e irmãs: 

A liturgia nos propõe voltar a meditar no mesmo Evangelho proclamado no dia do Natal, ou seja, o Prólogo de São João. Depois da correria dos dias passados para comprar os presentes, a Igreja nos convida a contemplar novamente o mistério do Natal de Cristo para compreender melhor seu profundo significado e sua importância para nossa vida. Trata-se de um texto admirável que oferece uma síntese vertiginosa de toda a fé cristã. Começa pelo alto: «No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus» (João 1, 1); aqui está a novidade inaudita e humanamente inconcebível: «E o Verbo se fez carne e habitou entre nós» (João 1, 14a). Não é uma imagem retórica, mas uma experiência vivida! Quem a refere é João, testemunha ocular: «Contemplamos sua glória, glória que recebe do Pai como Filho único, cheio de graça e de verdade» (João 1, 14b). Não é a palavra erudita de um rabino ou de um doutor da lei, mas o testemunho apaixonado de um humilde pescador que, atraído quando era jovem por Jesus de Nazaré, nos três anos de vida comum com Ele e com os demais apóstolos, experimentou o amor – até o ponto de definir-se como «o discípulo a quem Jesus amava» –, que o viu morrer na cruz e aparecer ressuscitado, e recebeu junto aos demais o seu Espírito. De toda esta experiência, meditada em seu coração, João chegou a uma certeza íntima: Jesus é a Sabedoria de Deus encarnada, é sua Palavra eterna, que se fez homem mortal. 

Para um verdadeiro israelense, que conhece as Sagradas Escrituras, isso não é uma contradição; pelo contrário, é o cumprimento de toda a Antiga Aliança: em Jesus Cristo chega à plenitude o mistério de um Deus que fala aos homens como a amigos, que se revela na Lei a Moisés, aos sábios e aos profetas. Ao conhecer Jesus, estando com Ele, escutando sua pregação e vendo os sinais que Ele realizava, os discípulos reconheceram que n’Ele se cumpriam todas as Escrituras. Como afirmará depois um autor cristão: «Toda a divina Escritura constitui um só livro e este livro é Cristo, fala de Cristo e encontra em Cristo seu cumprimento» (Hugo de São Vítor, De arca Noe, 2, 8). Cada homem e cada mulher precisam encontrar um sentido profundo para sua existência. E para isso não bastam os livros, nem sequer as Sagradas Escrituras. O Menino de Belém nos revela e nos comunica o verdadeiro «rosto» do Deus bom e fiel, que nos ama e que não nos abandona nem sequer na morte. «Ninguém jamais viu Deus: o Filho unigênito, que está no seio do Pai, este o deu a conhecer» (João 1, 18). 

A primeira pessoa que abriu o coração e contemplou «o Verbo que se fez carne» foi Maria, a Mãe de Jesus. Uma humilde moça da Galiléia se converteu deste modo na «sede da Sabedoria». Assim como o apóstolo João, cada um de nós é convidado a «acolhê-la em sua casa»  (João 19, 27), para conhecer profundamente Jesus e experimentar o amor fiel e inesgotável. Este é meu desejo para cada um de vós, queridos irmãos e irmãs, no início deste ano novo. 

[Depois do Ângelus, o Papa acrescentou:]

Hoje, em todas as igrejas da Terra Santa, os patriarcas e chefes das igrejas cristãs de Jerusalém convidam os fiéis a rezarem pelo final do conflito na Faixa de Gaza e implorar justiça e paz para sua terra. Uno-me a eles e vos peço que façais o mesmo, recordando, como eles dizem, «as vítimas, os feridos, quem tem o coração partido, quem vive na angústia e no temor, para que Deus os abençoe com o consolo, com a paciência e com a paz que procedem d’Ele». 

As dramáticas notícias que nos chegam de Gaza mostram como a rejeição do diálogo leva a situações que pesam de maneira inenarrável sobre as populações, que mais uma vez voltam a ser vítimas do ódio e da guerra. 

A guerra e o ódio não são a solução dos problemas. A história recente também confirma isso. Rezemos, portanto, para que «o Menino do presépio inspire nas autoridades e nos responsáveis de ambas as frentes, israelense e palestina, uma ação imediata para acabar com a trágica situação atual». 

Com alegria saúdo os participantes do congresso internacional sobre «O sistema preventivo de Dom Bosco e os direitos humanos», organizado pelos salesianos. É um tema muito importante, pois também no campo dos direitos do homem é decisivo o aspecto educativo. Eu lhes desejo, portanto, um fecundo trabalho e lhes asseguro minha oração. Dou as boas vindas também, com alegria, aos numerosos seminaristas que vieram de diferentes países para participar de um encontro de formação do Movimento dos Focolares. Queridos jovens: abençoo de coração vosso caminho. Que Nossa Senhora sempre vele por vós. 

[Tradução: Élison Santos. Revisão: Aline Banchieri.

© Copyright 2009 - Libreria Editrice Vaticana]

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Bento XVI: Deus conquista «com a mansidão do amor»

Lição da Epifania, a manifestação de Jesus aos Magos do Oriente

CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 6 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- Publicamos a intervenção que Bento XVI pronunciou ao meio-dia desta terça-feira, solenidade da Epifania do Senhor, por ocasião da oração mariana do Ângelus.

* * *

Queridos irmãos e irmãs: 

Celebramos hoje a solenidade da Epifania, a «manifestação» do Senhor. O Evangelho conta como Jesus veio ao mundo com grande humildade e simplicidade. São Mateus, contudo, refere-se ao episódio dos Magos, que chegaram do oriente guiados por uma estrela, para prestar homenagem ao recém-nascido rei dos judeus. Cada vez que escutamos esta narração nos impressiona o claro contraste que se dá entre a atitude dos Magos, por um lado, e a de Herodes e os judeus, por outro. O Evangelho diz que, ao escutar as palavras dos Magos, «o rei Herodes se sobressaltou e com ele toda Jerusalém» (Mateus 2, 3). É uma reação que se pode compreender de diferentes maneiras: Herodes se alarma porque vê naquele a quem os Magos buscam um concorrente dele e dos seus filhos. Os chefes e os habitantes de Jerusalém, pelo contrário, parecem ficar atônitos, como se despertassem de certa sonolência e precisassem refletir. Isaías, na verdade, havia anunciado: «Um menino nos nasceu, um filho nos foi dado; ele recebeu o poder sobre seus ombros, e lhe foi dado este nome: Conselheiro maravilhoso, Deus forte, Pai eterno, Príncipe da paz» " (Isaías 9, 5). 

Por que Jerusalém se sobressalta então? Parece que o Evangelho quer antecipar a posição que depois os sumos sacerdotes e o sinédrio tomarão, assim como parte do povo, diante de Jesus durante sua vida pública. Certamente, destaca-se o fato de que o conhecimento das Escrituras e das profecias messiânicas não leva todos a se abrirem a Ele e à sua palavra. Isso recorda que, antes da paixão, Jesus chorou sobre Jerusalém, pois não havia reconhecido a hora em que havia sido visitada (cf. Lucas 19, 44). Tocamos aqui um dos pontos cruciais da teologia da história: o drama do amor fiel de Deus na pessoa de Jesus, que «veio para o que era seu e os seus não o receberam» (João 1, 11). À luz de toda a Bíblia, esta atitude de hostilidade, ambiguidade, ou superficialidade representa a de todo homem e a do ‘mundo’ – em sentido espiritual – quando se fecha ao mistério do verdadeiro Deus, que nos sai ao encontro com a mansidão do amor. Jesus, o «rei dos judeus» (cf. João 18, 37), é o Deus da misericórdia e da fidelidade; ele quer reinar com o amor e a verdade e nos pede que nos convertamos, que abandonemos as obras más e que percorramos com decisão o caminho do bem. 

«Jerusalém», portanto, neste sentido, somos todos nós. Que a Virgem Maria, que acolheu Jesus com fé, ajude-nos a não fechar nosso coração ao seu Evangelho de salvação. Deixemo-nos conquistar e transformar por Ele, o «Emmanuel», Deus vindo entre nós para dar-nos sua paz e seu amor.

[Depois de rezar o Ângelus, o Papa acrescentou:]

Dirijo minhas felicitações aos irmãos e irmãs das Igrejas Orientais, que, seguindo o calendário juliano, celebrarão amanhã o Santo Natal. Que a memória do nascimento do Salvador acenda cada vez mais em seus corações a alegria de ser amados por Deus. A lembrança destes irmãos nossos na fé me leva espiritualmente à Terra Santa e ao Oriente Médio. Acompanho com profunda preocupação os violentos confrontos armados que acontecem na Faixa de Gaza. Enquanto confirmo que o ódio e a rejeição do diálogo não trazem mais que guerra, quero hoje estimular as iniciativas e os esforços de quem, amando a paz, está tentando ajudar os israelenses e palestinos a sentar-se ao redor de uma mesa e dialogar. Que Deus apóie o compromisso destes «construtores da paz!». 

A festa da Epifania em muitos países é também a festa das crianças. Penso especialmente em todas as crianças, que são a riqueza e a bênção do mundo, e sobretudo naquelas às quais se nega uma infância serena. Desejo chamar a atenção, em particular, sobre a situação de dezenas de crianças e jovens que, nestes últimos meses, inclusive no período natalino, na província oriental da República Democrática do Congo, foram sequestrados por grupos armados que atacaram as aldeias e causaram numerosas vítimas e feridos. Lanço um apelo aos autores destas brutalidades inumanas, para que devolvam estes jovens às suas famílias e ao futuro de segurança e desenvolvimento ao qual têm direito, junto a essas queridas populações. Manifesto ao mesmo tempo minha proximidade às igrejas locais, também atingidas tanto em seus filhos como em suas obras, enquanto exorto os pastores e fiéis a permanecerem fortes e firmes na esperança. 

Os episódios de violência contra os jovens, que infelizmente se registram também em outras partes da terra, são ainda mais deploráveis se consideramos que em 2009 se celebra o 20º aniversário da Convenção dos Direitos da Criança: um compromisso que a comunidade internacional está chamada a renovar para defender e promover a infância no mundo inteiro. Que o Senhor auxilie aqueles que trabalham diariamente ao serviço das novas gerações – e são inúmeras! –, ajudando-os a ser protagonistas de seu futuro. A Jornada da Infância Missionária, que também se celebra na festa da Epifania, é uma ocasião oportuna para sublinhar que as crianças e os jovens podem desempenhar um papel importante na difusão do Evangelho e nas obras de solidariedade com os mais necessitados de sua mesma idade. Que o Senhor os recompense!

[Tradução: Élison Santos. Revisão: Aline Banchieri

© Copyright 2009 - Libreria Editrice Vaticana]


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DVD: "Tu és Pedro - Bento XVI e as Chaves do Reino" - Edição especial

No Natal dê de presente o DVD "Tu és Pedro - Bento XVI e as Chaves do Reino", uma das maiores produções do Centro Televisivo Vaticano, com a qual poderá reviver a emoção dos últimos momentos de João Paulo II, o conclave, e a eleição de Bento XVI. Disponível em edição especial em 7 idiomas.
Durante todo o período natalício até dia 6 de janeiro, você poderá adquirir o DVD com um desconto de 15%. Baixe o trailer e adquira o DVD no site:
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DVD: Coleção Parresia - Moysés Azevedo (Fundador da Comunidade Católica Shalom)

A Coleção Parresia que traz pregações do Fundador e Moderador Geral da Comunidade Católica Shalom, Moysés Louro de Azevedo Filho. Nela você encontra temas que foram proferidos em retiros da Comunidade Shalom, como:
- O Vivente (Páscoa de 2008);
- A Força da Misericórdia Divina (Domingo da Misericórdia 2008);
- Unidade como reflexo das primeiras comunidades cristãs;
- Ressurreição de Cristo.

Com certeza você experimentará na sua vida, através desses ensinos, a vitória de Cristo sobre a morte. Aleluia!!!

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