terça-feira, janeiro 27, 2009

ZP090126

ZENIT

O mundo visto de Roma

Serviço diario - 26 de janeiro de 2009



SANTA SÉ
Bento XVI defende Concílio Vaticano II e condena negacionismo antissemita
Sínodo africano, Islã, mulher: temas da viagem papal a Angola e Camarões
Bento XVI a bispos caldeus do Iraque: «perseverar com valor» nas dificuldades
Papa pede testemunho de coerência a jornalistas católicos
Papa destaca papel positivo da religião na sociedade francesa
Unidade dos cristãos, sinal para um mundo dividido, afirma Bento XVI

MUNDO
Relação dos cristãos com muçulmanos muda na Europa
Portugal: arcebispo pede maior empenho na evangelização

EM FOCO
Retirada das excomunhões: «alegria em toda Igreja»

ENTREVISTAS
Eleição e funções do patriarca de Moscou

Santa Sé

Bento XVI defende Concílio Vaticano II e condena negacionismo antissemita

O jornal vaticano esclarece informações sobre a renovação das excomunhões

CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 26 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- O compromisso de Bento XVI na aplicação do Concílio Vaticano II não muda pelo fato de ter levantado as excomunhões de quatro bispos consagrados por Dom Marcel Lefebvre em 1988, esclarece o jornal da Santa Sé, constatando a criação de um «caso de mídia». 

Carlo Di Cicco, subdiretor do L'Osservatore Romano, considera que nestes dias os meios de comunicação se equivocaram quando, «com precipitação, culparam Bento XVI não só de ter cedido a posições anticonciliares, mas inclusive de cumplicidade ou ao menos imprudência ao apoiar teses negacionistas sobre a Shoá», o Holocausto judaico. 

O jornal vaticano se referia à polêmica surgida horas antes de a Santa Sé anunciar a revogação da excomunhão, quando meios de comunicação republicaram declarações que havia pronunciado em novembro à televisão sueca um dos bispos da Fraternidade Sacerdotal São Pio X reabilitados, Dom Richard Williamson, adotando pessoalmente teses «negacionistas». 

Imediatamente depois, a Rádio Vaticano declarou que se tratava de «posições pessoais, que não podem ser compartilhadas e que não afetam o Magistério pontifício nem as posições da Igreja solenemente enunciadas em várias ocasiões». 

Segundo o L'Osservatore Romano, a atribuição ao Papa dessas declarações que não lhe correspondem foi desmentida por ele mesmo neste domingo, jornada de encerramento da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos e por ocasião do Ângelus. 

Bento XVI afirmou que «entre nós, os idosos certamente não esquecem» o primeiro anúncio do Concílio Vaticano II feito por João XXIII, em 25 de janeiro de 1959, há exatamente 50 anos, um gesto que o Papa definiu como «decisão sábia» sugerida pelo Espírito Santo. 

Precisamente, declara o jornal vaticano, a revogação da excomunhão deve ser entendida como um gesto que se enquadra no espírito do Concílio Vaticano II.  

«A reforma do Concílio não se aplicou totalmente, mas já está tão consolidada na Igreja Católica que não pode entrar em crise por um gesto magnânimo de misericórdia, inspirado, também, no novo estilo de Igreja promovido pelo Concílio, que prefere o remédio da misericórdia ao da condenação», explica o subdiretor. 

«A revogação que suscitou tantos alarmes não conclui um caso doloroso como o cisma lefebvriano – declara o jornal. Com ela, o Papa elimina pretextos para infinitas polêmicas, enfrentando o autêntico problema: a aceitação plena do magistério, inclusive, obviamente, o Concílio Vaticano II.»

«Ainda que seja verdade que a Igreja Católica não nasce com o Concílio, é verdade também que a Igreja, renovada pelo Concílio, não é uma Igreja diferente, mas a mesma Igreja de Cristo, fundada sobre os apóstolos, garantida pelo sucessor de Pedro e, portanto, parte viva da tradição.»

«Com o anúncio do Papa João, a tradição não desaparece, mas continua ainda hoje segundo as formas próprias de uma pastoral e de um magistério atualizado pelo último grande Concílio.»

L'Osservatore Romano considera que tampouco é justo dizer que o Papa «não está convencido do caminho ecumênico e do diálogo com os judeus. Os compromissos estratégicos de seu pontificado estão à luz do sol e cada um dos atos pastorais e de magistério avançam claramente na aplicação da estratégia anunciada no momento de sua eleição». 

«O diálogo é parte constitutiva da Igreja conciliar e Bento XVI repetiu em várias ocasiões, e agora voltaram a fazê-lo, que o ecumenismo exige a conversão de todos – também da Igreja Católica – a Cristo. Em uma Igreja convertida, ‘as diversidades deixarão de ser um obstáculo que nos separa e passarão a ser uma riqueza na multiplicidade das expressões da fé comum’.»

«A revogação da excomunhão não significa ainda a plena comunhão – acrescenta o jornal. O caminho de reconciliação com os tradicionalistas é uma opção colegial já conhecida pela Igreja de Roma, e não um gesto repentino e imprevisto de Bento XVI.»

«Da aceitação do Concílio se deriva necessariamente também a clara posição sobre o negacionismo. A declaração Nostra aetate, o mais autorizado giro católico com relação ao judaísmo, deplora ‘os ódios, perseguições e manifestações de antissemitismo de qualquer tempo e pessoa contra os judeus’.»

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Sínodo africano, Islã, mulher: temas da viagem papal a Angola e Camarões

De 17 a 23 de março

CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 26 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- A preparação do Sínodo dos Bispos da África, as relações com o Islã e a promoção da mulher serão alguns dos temas que Bento XVI abordará em sua primeira viagem à África, segundo o programa divulgado nesta segunda-feira pela Sala de Imprensa da Santa Sé. Segundo este itinerário, pelo qual visitará os Camarões e Angola (de 17 a 23 de março), o Santo Padre chegará ao aeroporto de Nsimalen, de Iaundé (Camarões), na tarde de 17 de março, onde será recebido pelas autoridades locais.

No dia seguinte, fará uma visita de cortesia ao presidente dos Camarões no Palais de l'Unité de Yaounde, e se encontrará com os bispos dos Camarões na igreja de Cristo Rei em Tsinga (Iaundé), além de celebrar as vésperas com o clero local e os representantes dos movimentos eclesiais e de outras confissões cristãs na basílica Maria Rainha dos Apóstolos, onde pronunciará a homilia. 

Em 19 de março, na nunciatura apostólica, ele se encontrará com os representantes da comunidade muçulmana dos Camarões. Mais tarde, celebrará a missa por ocasião da publicação do Instrumentum laboris da II Assembléia Especial para a África, do Sínodo dos Bispos, no Estado Amadou Ahidjo, em Iaundé. 

O tema do Sínodo, o segundo dos bispos desse continente, que será realizado em outubro em Roma, será «A Igreja na África, ao serviço da reconciliação, da justiça e da paz. ‘Vós sois o sal da terra... Vós sois a luz do mundo’ (Mt 5, 13-14)». 

Nesse mesmo dia, às 16h30, o Papa se encontrará com os enfermos no centro Cardeal Paul-Emile Léger e nessa mesma tarde pronunciará um discurso aos membros da II Assembléia Especial para a África, do Sínodo dos Bispos. 

Em 20 de janeiro, viajará de Iaundé a Luanda, capital de Angola, onde chegará às 12h45 e, após ser recebido pelas autoridades locais no aeroporto, visitará o presidente da república no palácio presidencial de Luanda, onde mais tarde, às 17h45, pronunciará um discurso às autoridades políticas e ao corpo diplomático. Às 19h se encontrará com os bispos de Angola e São Tomé na capela da nunciatura apostólica de Luanda. 

No sábado, 21 de janeiro, às 10h, Bento XVI celebrará a Santa Missa na igreja São Paulo, de Luanda, e às 16h30 se encontrará com os jovens no Estádio dos Coqueiros. 

No domingo, 22, celebrará a Santa Missa com os bispos do IMBISA (Inter-regional Meeting of Bishops of Southern Africa) na esplanada de Cimangola. À tarde, na paróquia Santo Antonio de Luanda, ele se encontrará com os Movimentos Católicos para a Promoção da Mulher. 

Na segunda-feira, 23, às 10h30, empreenderá a viagem de volta a Roma, onde chegará às 18h ao aeroporto de Ciampino. 

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Bento XVI a bispos caldeus do Iraque: «perseverar com valor» nas dificuldades

Recebeu com emoção duas lembranças dos assassinados Dom Rahho e Pe. Ganni

Por Inma Álvarez

CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 26 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- O Papa Bento XVI recebeu no sábado passado os bispos da Igreja caldeia, liderados pelo Patriarca Emmanuel III Delly, e os animou a «continuar dando valente testemunho» em meio às dificuldades, especialmente no Iraque.

Em um extenso discurso, o Papa quis honrar especialmente os cristãos iraquianos que sofrem perseguição: «Impressiona-me sua coragem e sua perseverança frente às provas e frente às ameaças de que são objeto», afirmou. 

Ele se mostrou especialmente emocionado ao receber das mãos dos bispos uma capa pluvial e uma estola, pertencentes ao arcebispo de Mosul, Dom Paulos Faraj Rahho, e ao Pe. Ragheed Aziz Ganni, ambos assassinados há alguns meses. 

Para o Papa, «o testemunho que estão dando do Evangelho é um sinal eloquente da vivacidade de sua fé e da força de sua esperança». 

Animou-os a perseverar «com valor e esperança», apesar da perseguição. «A oração e a ajuda de vossos irmãos na fé e de numerosos homens de boa vontade em todo o mundo vos acompanham, para que o rosto de amor de Deus possa continuar brilhando sobre o povo iraquiano que tantos sofrimentos suporta». 

«Aos olhos do crente, estes, unidos a Cristo, convertem-se em elementos de união e esperança. Igualmente, o sangue dos mártires desta terra é uma intercessão eloquente diante de Deus», acrescentou. 

Nestes momentos difíceis, especialmente para a Igreja caldéia, que é maioria neste país, o Papa animou os cristãos em primeiro lugar a darem testemunho de unidade entre si, assim como a perseverar para que a presença cristã se mantenha no país; e em segundo lugar, a praticar a caridade com os mais necessitados, sem distinção de religião ou etnia. 

«Animo-vos vivamente a apoiar os fiéis para que superem as dificuldades e afirmem sua presença, apelando às autoridades responsáveis para que reconheçam seus direitos humanos e civis, incitando-os também a amar a terra de seus antepassados, à qual permanecem profundamente ligados», afirmou. 

Precisamente o testemunho da caridade «desinteressada da Igreja», acrescentou, será para os cristãos a «expressão de solidariedade de todas as pessoas de boa vontade». Por isso, pediu que o maior número possível de fiéis participasse no desenvolvimento das obras caritativas da Igreja. 

Testemunho de unidade 

O Papa insistiu também na importância de dar testemunho de unidade entre os cristãos, em um país no qual a Igreja está dividida em vários ritos e costumes diferentes. 

Destacou especialmente o papel da Igreja caldéia na hora de fomentar a unidade. «No Iraque, a Igreja caldéia, que é maioria, tem uma particular responsabilidade em promover a comunhão e a unidade do Corpo Místico de Cristo.»

«Em cada eparquia, as diversas estruturas pastorais, administrativas e econômicas previstas pelo direito são para vós ajudas preciosas para levar efetivamente a cabo a comunhão no seio das comunidades e favorecer a colaboração.»

Também destacou o papel do patriarcado na relação com outras confissões cristãs, sobretudo com a maioria muçulmana. 

«Ao manter relações cordiais com os membros de outras comunidades, a Igreja caldéia está chamada a desempenhar um papel essencial de moderação frente à construção de uma nova sociedade onde cada um possa viver em concórdia e respeito mútuo», afirmou. 

Sublinhou também que os cristãos, «que vivem no Iraque desde sempre, são cidadãos de pleno direito, com seus direitos e deveres, sem distinção de religião». «Hoje, a Igreja caldéia, que tem um lugar importante entre os diferentes componentes de vossos países, deve continuar esta missão ao serviço do desenvolvimento humano e espiritual», acrescentou. 

Um terceiro aspecto desta unidade se refere aos fiéis da diáspora, a quem incitou a «estreitar os laços com sua Igreja de origem», e também convidou os cristãos caldeus de outros países a irem em socorro de seus irmãos iraquianos refugiados. 

«É indispensável que os fiéis guardem sua identidade cultural e religiosa e que os mais jovens descubram e valorizem a riqueza do patrimônio de sua igreja patriarcal», acrescentou.

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Papa pede testemunho de coerência a jornalistas católicos

«A tranquilidade de consciência não tem preço», afirma

Por Inma Álvarez

CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 26 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- Os jornalistas católicos devem dar hoje sobretudo o testemunho de sua própria coerência entre a vida e os valores cristãos que dizem professar. Assim explicou o Papa Bento XVI em uma carta dirigida à União Católica da Imprensa Italiana (UCSI), por ocasião do quinquagésimo aniversário de sua fundação. 

Esta carta, cujo conteúdo foi divulgado pela Santa Sé no sábado passado, 24 de janeiro, está dirigida a Massimo Milone, presidente da UCSI, a quem o pontífice agradece «pelo precioso serviço realizado em seus cinquenta anos de existência». 

Nela, o Papa afirma que hoje o trabalho de jornalista católico «é ainda mais difícil: ao sentido de responsabilidade e ao espírito de serviço que vos distinguem, deveis unir um cada vez mais forte profissionalismo e ao mesmo tempo uma grande capacidade de diálogo com o mundo leigo, em busca de valores compartilhados». 

«Estais comprometidos, sou consciente, em uma tarefa cada vez mais exigente, na qual os espaços de liberdade são com frequência ameaçados, e os interesses econômicos e políticos têm frequentemente preeminência sobre o espírito de serviço e sobre o critério do bem comum», acrescentou. 

Nestes momentos difíceis, torna-se especialmente importante o testemunho da própria coerência, «inclusive correndo grandes riscos; a serenidade da consciência não tem preço». 

«Sereis escutados mais facilmente quanto mais coerente for o testemunho de vossa vida. Não são poucos, entre vossos colegas leigos, aqueles que esperam de vós o testemunho silencioso, sem etiquetas, mas de substância, de uma vida inspirada pelos valores da fé», acrescentou o Papa. 

O pontífice mostrou sua preocupação pelas mudanças «no âmbito da cultura atual, o qual parece ter-se notavelmente enfraquecido, junto com o respeito pela dignidade da pessoa, o sentido dos valores da justiça, da liberdade, da solidariedade, que são essenciais para a sobrevivência de uma sociedade». 

Neste sentido, convidou os jornalistas católicos a «não cederem a compromissos em valores tão importantes». 

«Eu estou próximo de vós com a oração, pedindo ao Senhor que vos ajude a estar sempre dispostos a responder a quem vos peça razão da esperança que está em vós», concluiu o Papa. 

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Papa destaca papel positivo da religião na sociedade francesa

Especialmente frente à próxima reforma das leis sobre bioética

Por Inma Álvarez

CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 26 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- O Papa Bento XVI afirmou hoje, em seu discurso ao novo embaixador da França na Santa Sé, Stanislas Lefebvre de Laboulaye, o papel positivo que a religião, e particularmente o catolicismo, pode ter para a sociedade francesa.

Esta presença «viva» do catolicismo na França, explicou o Papa, manifestou-se em sua viagem de setembro passado, para o 150º aniversário das aparições de Lourdes. 

Nesta ocasião, os católicos «deram testemunho da capacidade da fé para ter aberto pacificamente o espaço de interioridade que existe no homem, e para reunir fraternal e gozosamente grandes massas de homens e mulheres tão diversos». 

«Estes momentos mostraram que a comunidade católica é uma das forças vivas de seu país», afirmou o Papa. 

Neste sentido, afirmou que a Igreja Católica «compreendeu bem e acolheu com interesse e satisfação a proposta de seu presidente de que a contribuição das grandes famílias espirituais constitua para a vida da nação uma «grande riqueza». 

O Papa destacou a «grande contribuição» que a Igreja pode oferecer ao futuro debate sobre a reforma das leis sobre bioética, prevista para o próximo ano, e nas quais espera que se reconheça «o caráter intangível de toda vida humana». 

«Os pastores da Igreja da França trabalharam muito e estão dispostos a oferecer sua contribuição de qualidade ao debate público que vai começar», afirmou, e acrescentou que «os poderosos avanços científicos devem estar sempre guiados pela preocupação de servir o bem e a dignidade inalienável do homem». 

Referiu-se também ao diálogo inter-religioso, manifestando o trabalho que a Igreja francesa está levando a cabo neste sentido, para «reunir as condições de um diálogo pacífico e permanente com todas as comunidades religiosas e todas as famílias do pensamento». 

«Agradeço-lhes por seus esforços para assegurar as bases de um diálogo inter-cultural e inter-religioso onde as diferentes comunidades religiosas tenham a oportunidade de mostrar que são fatores de paz», explicou o Papa. 

Acrescentou que as religiões, ao «reconhecer o valor transcendente de todo ser humano, ao invés de enfrentar os homens uns contra outros, favorecem a conversão do coração, que leva a um compromisso contra a violência, o terrorismo e a guerra, e à promoção da justiça e da paz». 

Sobre as atuais relações entre as autoridades francesas e a Igreja, o Papa sublinhou que «o desejo da Igreja é o de dar testemunho de Cristo, colocando-se ao serviço de todo homem», e neste sentido mostrou sua satisfação pelo recente acordo que reconhecerá os diplomas oferecidos pelas universidades pontifícias e os institutos católicos. 

Este acordo, insistiu, «valoriza a forte contribuição da Igreja, particularmente no campo da educação, que manifesta uma preocupação pela formação da juventude para que esta adquira as competências técnicas adequadas para exercer suas capacidades no futuro, e receba também uma formação que lhes torne vigilantes para enfrentar a dimensão ética de toda responsabilidade». 

Por último, o Papa se referiu à atual crise econômica que afeta o mundo todo e augurou que as medidas que se coloquem em andamento «tenham particular empenho em favor da coesão social, em proteger as populações mais frágeis». 

As atuais dificuldades, acrescentou, «são uma fonte de inquietudes e de sofrimento para muitos, mas também são uma oportunidade para sanar os mecanismos financeiros, para fazer progredir o funcionamento da economia para uma preocupação maior pelo homem e para reduzir as formas antigas e novas de pobreza». 

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Unidade dos cristãos, sinal para um mundo dividido, afirma Bento XVI

Especialmente chama à unidade entre cristãos na Terra Santa

CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 26 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- Em um mundo que vê reinar a divisão em tantos lugares, a unidade entre os cristãos pode constituir um sinal de esperança, afirmou nesse domingo Bento XVI, na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, em Roma.

O pontífice presidiu à celebração das segundas Vésperas da solenidade da Conversão de São Paulo, ao concluir a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. Além de vários bispos e cardeais, participaram da cerimônia representantes das demais Igrejas e Comunidades eclesiais presentes em Roma.

Em sua homilia, o Papa explicou que a conversão de São Paulo indica o caminho para chegar à unidade plena, que requer a passagem «da divisão à comunhão, da unidade ferida à unidade curada e plena».

«É a comunhão com o Cristo ressuscitado que nos dá a unidade», explicou, recordando o texto bíblico de referência, no qual se apresente o gesto simbólico dos dois pedaços de madeira reunidos em um pelas mãos do profeta Ezequiel, que desta forma mostra a ação futura de Deus.

Trata-se da segunda parte do capítulo 37, que na primeira contém a visão dos ossos secos e da ressurreição de Israel, realizada pelo Espírito Santo.

A união de um povo dividido é um tema particularmente sentido pelos cristãos coreanos, a quem correspondeu a preparação dos materiais para a Semana de Oração deste ano.

Os irmãos da Coréia, reconheceu Bento XVI, «sentiram-se fortemente interpelados por esta página bíblica, tanto quanto coreanos como quanto cristãos. Na divisão do povo hebreu em dois reinos se sentiram refletidos como filhos de uma única terra, que as circunstâncias políticas separaram, parte ao norte e parte ao sul».

«Esta experiência humana sua –acrescentou– os ajudou a compreender melhor o drama da divisão entre os cristãos».

À luz desta Palavra de Deus eleita pelos irmãos da Coréia «emerge uma verdade cheia de esperança: Deus promete a seu povo uma nova unidade, que deve ser sinal e instrumento de reconciliação e de paz também no plano histórico, para todas as nações», declarou o Papa.

«A unidade que Deus dá a sua Igreja, e pela qual rezamos, é naturalmente a comunhão em sentido espiritual, na fé e na caridade, mas nós sabemos que esta unidade em Cristo é fermento de fraternidade também em plano social, nas relações entre as nações e para a inteira família humana», porque é «o fermento de Deus que faz crescer toda massa».

Nesse sentido, constatou, a oração elevada nestes dias em referência à profecia de Ezequiel «converteu-se também em intercessão perante as diversas situações de conflito que atualmente afligem à humanidade».

«Ali onde as palavras humanas se revelam impotentes, porque prevalece o trágico som da violência e das armas, a força profética da Palavra de Deus não decai e nos repete que a paz é possível, que nós devemos ser instrumentos de reconciliação e de paz».

Por esse motivo, a oração pela unidade e a paz «pede sempre ser comprovada por gestos valentes de reconciliação entre nós cristãos».

A este propósito, o pontífice não deixou de mencionar a Terra Santa, recordando «quão importante é que os fiéis que vivem ali, como também os peregrinos que ali vão, ofereçam a todos o testemunho de que a diversidade de ritos e tradições não deveria constituir um obstáculo ao respeito mútuo e à caridade fraterna».

«Na legítima diversidade de atitudes devemos buscar a unidade da fé, em nosso sim fundamental a Cristo e a sua única Igreja».

Deste modo, concluiu, «as diferenças não serão mais obstáculo que nos separa, mas riqueza na multiplicidade das expressões da fé comum».

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Mundo

Relação dos cristãos com muçulmanos muda na Europa

Seguidores do islã se organizaram institucionalmente

SÃO GALO (SUÍÇA), segunda-feira, 26 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- Como configurar hoje o encontro da Igreja com os muçulmanos na Europa? Esta era a pergunta latente nos trabalhos da Comissão para as Relações com os Muçulmanos na Europa (CRME), que se reuniu em Munique (Alemanha), de 19 a 21 de janeiro, com o tema: «Reação a uma nova realidade: muçulmanos da Europa e a formação de religiosos e colaboradores pastorais». 

O mandato de seis anos, que terminava neste encontro, incluía a preparação de orientações para as Igrejas e a elaboração, junto aos muçulmanos, de enfoques comuns diante de questões do atual contexto sócio-político. 

A Comissão – sustentada pela Conferência das Igrejas Européias (KEK) e o Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE) –, já abordou este assunto durante seu primeiro mandato e, em 1991, apresentou suas recomendações. 

Em uma nota, o CCEE afirma: «Nos últimos anos, a geografia religiosa mudou muito, os muçulmanos se organizaram, dispõem de centros religiosos, e em todos os países europeus se comprometeram a definir modos adequados para a formação de imames e professores de religião». 

«A sociedade européia se tornou multirreligiosa – conclui a nota – e neste novo contexto, cristãos e muçulmanos devem dar testemunho de sua fé em um único Deus, para contribuir responsavelmente com sua fé na construção da sociedade.»

Na comissão, que conta com 15 membros de 12 países de diversas igrejas, participa também um enviado da Santa Sé e outro do Conselho Ecumênico das Igrejas. 

A KEK é uma comunhão de 125 igrejas – ortodoxas, protestantes, anglicanas e veterocatólicas – de todos os países europeus, e 40 organizações associadas. Fundada em 1959, tem sede em Genebra, Bruxelas e Estrasburgo. 

Ao CCEE pertencem, em qualidade de membros, as 33 conferências episcopais da Europa, representadas por seus presidentes, os arcebispos de Luxemburgo e do Principado de Mônaco e o bispo de Chişinău, Moldávia. O presidente é o cardeal Péter Erdõ, arcebispo de Esztergom-Budapeste e primaz da Hungria. A sede do Secretariado está em São Galo (Suíça). 

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Portugal: arcebispo pede maior empenho na evangelização

Dom Jorge Ortiga, na celebração nacional do Ano Paulino, em Fátima

FÁTIMA, segunda-feira, 26 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), Dom Jorge Ortiga, pediu nesse domingo em Fátima um maior empenho dos católicos na evangelização.

O arcebispo de Braga falou nos ritos conclusivos da eucaristia celebrada no Recinto de Oração do Santuário de Fátima por ocasião da Celebração Nacional do Ano Paulino, segundo informa a Sala de Imprensa do Santuário.

Dom Jorge Ortiga agradeceu aos milhares de portugueses presentes no Santuário, que se deslocaram de suas casas apesar do mau tempo vivido em Portugal para participar na celebração paulina.

O arcebispo pediu-lhes que sejam arautos do Evangelho, à semelhança do Apóstolo Paulo e de Nossa Senhora. 

Reiterando que a Igreja em Portugal foi sempre uma Igreja missionária, o presidente da CEP exortou os cristãos portugueses a escutarem a palavra de Deus «porque para evangelizar necessitamos de ser evangelizados».

«Este tempo exige novo ardor e novo empenho na evangelização», disse.

«Não é ser pessimista se se reconhecer que há muitos ambientes (em Portugal) onde Deus está esquecido», afirmou, apelando a que, por isso, os portugueses se empenhem «no compromisso de evangelizar  nestes tempos difíceis mas que são os nossos».

Imagem

No final da eucaristia, o cardeal patriarca de Lisboa, Dom José Policarpo, benzeu os objetos religiosos que os peregrinos traziam consigo e também uma imagem de Nossa Senhora de Fátima, que será levada por Dom Antoine Audo, bispo sírio que presidiu à celebração nacional.

Em declarações aos jornalistas, antes da celebração da eucaristia, Dom Antoine Audo afirmou que a cidade de Fátima é conhecida na Síria como lugar de peregrinação, tal como Lourdes, na França, e que muitas pessoas conhecem Fátima sobretudo pela mensagem de paz que anuncia.

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Em foco

Retirada das excomunhões: «alegria em toda Igreja»

Porta-voz vaticano comenta gesto do Papa com os quatro bispos lefebvristas

CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 26 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- O anúncio da decisão de Bento XVI de retirar a excomunhão de quatro bispos ordenados por Dom Marcel Lefebvre sem mandato do Papa em 1988 foi a melhor notícia da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que concluiu nesse domingo.

Foi o que afirmou o padre Federico Lombardi S.J., diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, ao comentar o decreto publicado no sábado pela Congregação para os Bispos, com o qual os prelados voltam à plena comunhão eclesial.

Para o porta-voz vaticano, trata-se de «uma bela notícia, que desejamos que seja um manancial de alegria em toda a Igreja».

«A retirada da excomunhão dos quatro bispos da Fraternidade Sacerdotal São Pio X é um passo fundamental para alcançar a reconciliação definitiva com o movimento iniciado e guiado por Dom Marcel Lefebvre», reconhece o padre Lombardi.

Para compreender o significado deste passo, o porta-voz recorda as palavras de Bento XVI em sua carta de introdução ao motu propio Summorum Pontificum, de 7 de julho de 2007, quando escrevia que «olhando para o passado, para as divisões que no decurso dos séculos dilaceraram o Corpo de Cristo, tem-se continuamente a impressão de que, em momentos críticos quando a divisão estava a nascer, não fora feito o suficiente por parte dos responsáveis da Igreja para manter ou reconquistar a reconciliação e a unidade».

Por isso, escrevia o Papa, temos a obrigação de «realizar todos os esforços para que todos aqueles que nutrem verdadeiramente o desejo da unidade tenham possibilidades de permanecer nesta unidade ou de encontrá-la de novo». «Abramos generosamente o nosso coração...».

O padre Lombardi recorda que o cardeal Joseph Ratzinger, quando era prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, acompanhou em primeira pessoa os contatos com Dom Lefebvre, em 1988, que ao final se opôs a um acordo com a Santa Sé e ordenou os bispos, desvencilhando-se da unidade eclesial.

O cardeal Ratzinger, recorda Lombardi, «já naquele tempo tinha buscado fazer todo o possível para manter a unidade da Igreja».

A Comissão Ecclesia Dei, constituída por João Paulo II naquela circunstância, «trabalhou com paciência para conservar abertas as vias do diálogo, e diversas comunidades de diferentes maneiras unidas ao movimento lefebvrista puderam já, no curso dos anos, voltar a recuperar a plena comunhão com a Igreja Católica».

«A Fraternidade Sacerdotal São Pio X, com quatro bispos, continuava sendo, em todo caso, a comunidade mais importante com a qual era necessário restabelecer a comunhão», recorda o padre Lombardi.

«Bento XVI manifestou sem dúvida alguma seu compromisso por fazer todo o possível para alcançar este objetivo».

Este Papa, segue dizendo o padre Lombardi, promoveu este objetivo não só com a publicação do motu proprio Summorum Pontificum, que facilita a celebração da missa seguindo o rito anterior ao Concílio Vaticano II.

Como prefeito, firmou o documento da Congregação para a Doutrina da Fé que esclarecia alguns pontos discutidos da doutrina eclesiológica do Concílio Vaticano II, e como Papa pronunciou discursos históricos que mostraram «a correta interpretação do Concílio, em continuidade com a tradição», e não como uma ruptura.

«Tudo isso criou naturalmente um clima favorável, no que os bispos da Fraternidade São Pio X pediram a retirada da excomunhão atestando explicitamente sua vontade de estar na Igreja Católica romana e de crer firmemente no primado de Pedro», constata o padre Lombardi.

«É bonito que a retirada da excomunhão aconteça no contexto do aniversário dos 50 anos do anúncio do Concílio Vaticano II, de maneira que este evento fundamental não possa ser jamais considerado como um motivo de tensão, mas de comunhão», segue dizendo o sacerdote.

«O texto do decreto mostra que se está no caminho para a plena comunhão, da qual o Santo Padre deseja a solícita realização. Por exemplo, no decreto publicado não se definem aspectos como o estatuto da Fraternidade e dos sacerdotes que pertencem a ela», constata.

«Mas a oração da Igreja está unida à do Papa para que se superem todas as dificuldades o quanto antes e se possa falar de comunhão em sentido pleno e sem incerteza alguma», conclui.

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Entrevistas

Eleição e funções do patriarca de Moscou

Entrevista a Giovanni Codevilla, autor de um livro sobre o patriarca russo

ROMA, segunda-feira, 26 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- Neste domingo, jornada de encerramento da oitava pela Unidade dos Cristãos, o Concílio da Igreja Ortodoxa se reuniu para a eleição do sucessor do Patriarca Alexis II. 

Para compreender melhor o processo de eleição e sobretudo as funções do patriarca, Zenit entrevistou Giovanni Codevilla, que publicou há pouco um livro em italiano titulado «O czar e o patriarca. As relações entre trono e altar na Rússia das origens aos nossos dias» («Lo Zar e il Patriarca. I rapporti tra trono e altare in Russia dalle origini a giorni nostri», editora La Casa di Matriona), no qual reconstrói as relações Igreja-Estado na história da Rússia.

Codevilla é professor de Direito Eclesiástico Comparado e Direitos dos Países da Europa Oriental, na Faculdade de Ciências Políticas da Universidade de Trieste, Itália. Escreveu numerosos livros sobre política e religião na Rússia. 

– Você poderia nos explicar como se elege um patriarca? 

– Giovanni Codevilla: Na Igreja Ortodoxa Russa, que, como se sabe, esteve privada da direção patriarcal desde os tempos de Pedro o Grande até princípios da etapa comunista, não há um procedimento definido para a eleição do patriarca. 

No concílio local de 1917-1918, o nome do novo patriarca Tichon foi tirado na sorte entre um terço de candidatos eleitos com o voto secreto dos bispos, os representantes do clero, os monges e os leigos. Na etapa soviética, os patriarcas eram eleitos, de fato, pelo regime. 

Em 1943, o metropolita Sergio foi eleito patriarca por um simples concílio episcopal com votação pública e, em 1945, Alexis I, único candidato, foi eleito, sempre com voto público, em um concílio local, apenas com os votos dos bispos, os quais, por outra parte, para salvar o princípio de conciliariedade, declararam expressar seu voto também em nome dos representantes do clero e dos leigos. 

Em 1971, o Patriarca Pimen, único candidato do agrado do Partido Comunista, foi eleito em um concílio local no qual participaram também os representantes do clero e do laicado, mas no qual apenas os bispos votaram, ainda que também em nome dos outros delegados privados do direito a voto. 

O concílio local de 1990 deliberou a volta ao escrutínio secreto e instituiu um procedimento eleitoral bastante complicado, diferente do de 1917-1918, que levou à eleição Alexis II, ainda que com o voto também dos leigos, incluídas mulheres, dos representantes dos mosteiros e dos institutos teológicos. 

O próximo concílio local, convocado para os dias 27-29 de janeiro, precedido pelo concílio episcopal, nos dias 25-26 de janeiro, definirá alguns detalhes sobre o modo de eleição do patriarca. 

– Você poderia explicar brevemente os poderes e funções do patriarca da Igreja Ortodoxa Russa?

– Giovanni Codevilla: O patriarca tem sobretudo um poder de representação da Igreja Ortodoxa Russa, enquanto o verdadeiro poder de decisão corresponde em geral aos concílios, tanto locais (os mais importantes) como sobretudo episcopais, e ao Santo Sínodo, órgãos dos quais, de qualquer forma, o patriarca é presidente. 

O Estatuto da Igreja Ortodoxa Russa de 2000 afirma que o patriarca dirige a Igreja junto ao Santo Sínodo, com o qual convoca os concílios. 

Ao patriarca se atribuem numerosos poderes, que contudo são mais formais que substantivos; por exemplo, é o responsável de levar à prática as decisões conciliares e sinodais, representa a Igreja nas relações com os supremos órgãos do Estado e emana os decretos de nomeação dos bispos diocesanos que, contudo, são eleitos pelo Santo Sínodo, o qual exerce, ao contrário, um poder efetivo. 

É uma consequência da prevalência do princípio de conciliariedade (sobornost) que caracteriza a gestão da Igreja Russa e se distingue da hierárquica, própria do catolicismo. 

– Como se vê claramente em seu livro, nas Igrejas Ortodoxas a relação entre poder civil e religioso se inspira no princípio da «sinfonia». Há realmente harmonia entre Estado e Igreja? 

– Giovanni Codevilla: A idéia bizantina da sinfonia entre trono e altar – nunca negada no âmbito nível teórico e doutrinal – teve na Rússia uma aplicação bastante limitada no tempo, e precisamente no período que vai da instituição do Patriarcado de Moscou (1589) ao grande cisma dos Antigos Crentes (1654).  

O restante da história russa se caracteriza, no entanto, por uma total subordinação da Igreja ao Estado, que se agravou sobretudo com a chegada ao trono de Pedro o Grande, que a princípios do século XVIII decide abolir o patriarcado e instituir em seu lugar o Santo Sínodo, regido por um leigo nomeado pelo imperador. A Igreja se converte assim em uma espécie de ministério estatal, totalmente privado de sua autonomia. 

A decisão do imperador, que parte de uma concepção completamente estranha aos valores religiosos, cria na sociedade russa uma fratura que ainda persiste. A concepção de Pedro o Grande, em última instância, em minha opinião, é uma das premissas do desenvolvimento futuro do conceito bolchevique: não é por acaso que a figura deste imperador encontra plena exaltação no período comunista.

– O que você acha do comportamento da hierarquia ortodoxa russa durante o poder soviético?

– Giovanni Codevilla: Este é um tema muito delicado. Em primeiro lugar, não se pode falar genericamente de um comportamento da Igreja Ortodoxa. É preciso distinguir entre a atitude de uma parte relevante da hierarquia, nomeada em realidade pelo regime comunista, e o de milhões de sacerdotes e fiéis que escolheram rejeitar todo cálculo político e testemunhar a própria fidelidade à Igreja, pagando com a tortura e o martírio. Isso vale também para boa parte da hierarquia nomeada de 1917, e nos anos imediatamente posteriores, que foi eliminada fisicamente (penso sobretudo em 1937-1938). 

Creio que a Igreja sobreviveu graças ao exemplo dessa legião de homens e mulheres, leigos e consagrados, e também membros da hierarquia. As decisões determinadas pelo cálculo político, na realidade – e me refiro em concreto ao metropolita (depois patriarca) Sergio –, estavam levando não já a um modus vivendi com o Estado, mas a modus moriendi da Ortodoxia. Ainda que seja paradoxo, é preciso reconhecer que a agressão alemã, e a conseguinte trégua antirreligiosa (a chamada Nep religiosa stalinista), permitiu a sobrevivência das igrejas. 

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