terça-feira, janeiro 27, 2009

ZP090127

ZENIT

O mundo visto de Roma

Serviço diario - 27 de janeiro de 2009



SANTA SÉ
Preocupação do Papa com os cristãos do Oriente Médio
Revogação de excomunhão a «lefebvristas», «início» no «final» de um caminho

MUNDO
Igreja critica Obama por aprovar financiamento federal do aborto
Cáritas tenta globalizar solidariedade em Davos e Belém
Arcebispo sul-africano denuncia novo «colonialismo biológico»
Igreja de São Paulo, lugar para se encontrar como irmãos
Proposta alternativa de desenvolvimento
II Encontro da Frente Mundial de Parlamentares e Governantes pela Vida

EM FOCO
Arcebispo recorda aos jovens chamado a evangelizar no «continente digital»

FLASH
História do Concílio Vaticano II em DVD

ENTREVISTAS
Famílias unidas para mudar leis, não o contrário
Reflexões de uma embaixadora norte-americana

Santa Sé

Preocupação do Papa com os cristãos do Oriente Médio

Revelações do arcebispo Fernando Filoni

CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 27 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- Bento XVI está preocupado com a situação na qual vivem os cristãos do Oriente Médio, revela um de seus mais próximos colaboradores. 

O arcebispo Fernando Filoni, substituto da Secretaria de Estado, antes núncio apostólico no Iraque, interveio nesta terça-feira na assembléia geral da Reunião de Obras de Ajuda às Igrejas Orientais (ROACO). 

«O Papa está preocupado sobretudo por quem sofre por causa da falta de perspectivas futuras», disse o prelado, segundo informa L'Osservatore Romano. 

«Muitos deixam sua terra, seja por falta de emprego, seja por falta de reconhecimento de uma sociedade influenciada pelo islã, por falta de plena liberdade e respeito», declarou.

Sobre esta situação, Bento XVI já havia sido informado pelos bispos do Iraque e do Irã, durante a visita ad limina na semana passada. 

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Revogação de excomunhão a «lefebvristas», «início» no «final» de um caminho

Afirma o cardeal Jean-Pierre Ricard, membro da Comissão Pontifícia «Ecclesia Dei»

BORDÉUS, terça-feira, 27 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- O levantamento da excomunhão imposta em 1988 aos 4 bispos ordenados ilegitimamente pelo arcebispo francês Marcel Lefebvre, divulgado pela Congregação para os Bispos em 24 de janeiro passado, «não é o final, mas o começo de um processo de diálogo», no qual ainda restam questões a serem esclarecidas. 

Assim afirmou o cardeal Jean-Pierre Ricard, arcebispo de Bordéus e membro da Comissão Pontifícia «Ecclesia Dei», em uma declaração divulgada pela Conferência Episcopal Francesa, também em 24 de janeiro passado. 

Segundo o purpurado, ainda falta regular duas questões fundamentais para que o cisma possa ser considerado terminado: por um lado, «a integração da estrutura jurídica da Fraternidade de São Pio X na Igreja», e por outro, «um acordo em questões dogmáticas e eclesiológicas». 

Entre estes temas a debater, o cardeal Ricard se referiu à questão do Concílio Vaticano II como «texto magisterial de primeira importância. Isso é fundamental». 

O cardeal Ricard aludiu a outras questões de tipo cultural e político: «As últimas declarações, inaceitáveis, de Dom Williamson negando o drama do extermínio dos judeus são um exemplo disso», afirmou. 

«O caminho será longo, sem dúvida, e exigirá um melhor conhecimento e estima mútuos. Mas o levantamento da excomunhão permitirá percorrê-los juntos», acrescentou. 

Esta excomunhão foi revogada, explica o cardeal Ricard, após vários pedidos neste sentido por parte de Dom Fellay, superior geral da Fraternidade São Pio X, «especialmente após uma carta dirigida ao cardeal Castrillón Hoyos, em 15 de dezembro passado, em nome dos 4 bispos afetados». 

«Ele faria o mesmo, com a possibilidade de todo sacerdote de celebrar a Missa com o Missal de São Pio V, uma das duas condições prévias à abertura de um diálogo com Roma. Ele havia feito seus fiéis rezarem por esta intenção», acrescenta o purpurado. 

O arcebispo de Bordéus explica também que Bento XVI «quis ir o mais longe possível com a mão estendida, como convite a uma reconciliação», desde sua missão de fazer o possível «por voltar a tecer os fios arrebentados da unidade eclesial». 

«O Papa, teólogo e historiador de teologia, sabe o drama que um cisma representa na Igreja. Compreende a questão que com frequência surge na história dos cismas: realmente foram colocados todos os meios para evitá-los?», acrescenta.

Não se deve esquecer, conclui, «que o Papa conhece bem o caso, pois João Paulo II lhe encarregou de colocar-se em contato com Dom Lefebvre para tentar impedir que cometesse o ato irremediável das consagrações episcopais». 

«O então cardeal Ratzinger ficou marcado pelo fracasso de sua missão», acrescentou. 

O purpurado mostrou sua confiança em que «a dinâmica suscitada pela revogação da excomunhão ajude a colocar em andamento o diálogo querido pelo Papa», e pediu aos fiéis que «rezem pela unidade dos cristãos». 

«Não esqueçamos que o caminho mais seguro para avançar na unidade dos discípulos de Cristo continua sendo a oração», conclui.

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Mundo

Igreja critica Obama por aprovar financiamento federal do aborto

Os bispos dos Estados Unidos e o Vaticano mostram seu desacordo

Por Karna Swanson

WASHINGTON, terça-feira, 27 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- O cardeal Justin Rigali, arcebispo da Filadélfia, qualificou de «muito decepcionante» a decisão do novo presidente americano, Barack Obama, de revogar a proibição de destinar fundos federais a organizações que promovem o aborto em países em vias de desenvolvimento.

A decisão de revogar a conhecida como «Política Cidade do México», que o ex-presidente George Bush pôs em andamento há oito anos, foi divulgada no terceiro dia de mandato do novo presidente. 

O cardeal Rigali, que é também presidente do Comitê de Atividades Pró-vida da Conferência Episcopal dos Estados Unidos, afirmou que «uma administração que quer reduzir o aborto não deveria destinar fundos federais a grupos que promovem o aborto». 

Estas declarações se referem à reiterada afirmação de Obama em campanha eleitoral, de que ele não é «partidário do aborto, mas de reduzir o número de abortos sem tornar este procedimento ilegal». 

O cardeal Francis George, arcebispo de Chicago e presidente da Conferência Episcopal, havia escrito a Obama antes da inauguração de seu mandato, pedindo-lhe que mantivesse a política de seu antecessor. 

«A Política Cidade do México, estabelecida pela primeira vez em 1984, foi atacada erroneamente como uma restrição à ajuda ao exterior para o planejamento familiar. De fato, essa ajuda não se reduziu em absoluto, mas assegurou que as fundações de planejamento familiar não se desviassem a organizações que se dedicam a promover o aborto ao invés de combatê-lo.»

«Uma vez que a clara linha que separava o planejamento familiar e o aborto se apagou – acrescentava o cardeal –, a idéia de usar o planejamento familiar para reduzir o aborto não tem sentido, e o aborto substituirá a contracepção com o fim de reduzir o tamanho da família.»

«O pior»

As críticas do Vaticano chegaram no sábado passado, quando o arcebispo Rino Fisichella, presidente da Academia Pontifícia para a Vida, afirmou ao jornal italiano «Il Corriere della Sera», que «entre as muitas coisas boas que poderia ter feito, Barack Obama escolheu a pior». 

«Se este é um dos primeiros atos do presidente Obama, com todo respeito, parece-me que o caminho para a decepção foi muito curto», acrescentou o arcebispo. 

Por sua parte, o arcebispo Elio Sgreccia, antigo presidente da Academia Pontifícia para a Vida, afirmou à agência italiana ANSA que «é um duro golpe, não só para nós, católicos, mas para todo o povo no mundo que luta contra a matança de inocentes que o aborto provoca». 

Obama acolheu um pedido da Igreja de assinar uma ordem executiva para proibir a tortura. 

A respeito disso, o bispo de Albany, Dom Howard Hubbard, presidente do Comitê «Justiça e Paz» da Conferência Episcopal, disse que os bispos «agradeceram a ordem», e que esta «diz muito de nós, quem somos, o que pensamos sobre a vida e a dignidade humana, e como atuamos enquanto nação». 

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Cáritas tenta globalizar solidariedade em Davos e Belém

Os dois fóruns mundiais sobre desenvolvimento

CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 27 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- Como demonstração de seu compromisso a favor do desenvolvimento e da ajuda, a rede internacional Cáritas está participando tanto da reunião político-empresarial do mundo, o Fórum Econômico Mundial de Davos, assim como do alternativo Fórum Social Mundial.

Davos, localidade suíça, reúne de 28 de janeiro a 1º de fevereiro cerca de 40 chefes de Estado, 15 ministros de Finanças, cerca de 20 dirigentes de bancos centrais e dezenas de dirigentes empresariais, assim como algumas ONGs – no total de aproximadamente 2.500 assistentes – para procurar solucionar a crise. 

Por sua parte, Belém, no Brasil, é a sede do Fórum Social Mundial, que reúne desde 26 de janeiro cerca de 120 mil pessoas que procuram soluções contrapostas ao capitalismo ou à globalização. Dado que esta edição acontece na Amazônia, o encontro dá grande importância aos temas ecológicos. 

Enquanto na reunião de Davos participará a secretária-geral da Cáritas Internacional, Leslie-Anne Knight, que intervirá em um grupo de debate sobre valores, visão e liderança, nas sessões do Fórum Social Mundial intervirão pelo menos 150 representantes das Cáritas nacionais de 14 países de todo o mundo. 

«É inaceitável que em 2009 continue se produzindo tanto sofrimento no mundo por causa da pobreza», assinalou a secretária-geral de Cáritas Internacional na reunião anual de Davos, para quem «a comunidade internacional deve fazer um esforço muito maior para contrapor este escândalo». 

«A atual crise econômica global – indicou Leslie-Anne Knight – dominará os debates em Davos, pelo que vamos garantir que questões como a pobreza e as grandes crises humanas que enfrentamos atualmente não desaparecerão totalmente da agenda da reunião.»

Knight não ocultou «seu temor de que os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, a série de compromissos contra a pobreza assumidos pelas Nações Unidas no horizonte de 2015, sejam esquecidos durante esta etapa de recessão». Por isso, recordou que «colocar um fim à pobreza global não é luxo, mas uma obrigação». 

«A Cáritas quer estar presente em Davos – acrescentou – porque, para transformar o sistema global que faz que as pessoas continuem sendo pobres, é necessário relacionar-se com os líderes políticos, muitos dos quais irão ao Fórum Econômico Mundial.»

Por sua parte, Cristina dos Anjos, diretora nacional da Cáritas Brasil, explicou que «para a nossa organização, o Fórum Social Mundial de Belém é uma oportunidade para globalizar a solidariedade, algo crucial na construção de outro mundo». 

Os representantes da Cáritas liderarão vários dos grupos de trabalho programados nesta edição do Fórum Social, dedicados a questões que vão do tráfico de pessoas ou o processo de paz na Colômbia até a produção de gás e petróleo no delta da Nigéria.

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Arcebispo sul-africano denuncia novo «colonialismo biológico»

O Ocidente «quer óvulos de mulheres africanas para pesquisar»

JOHANNESBURGO, terça-feira, 27 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- O arcebispo de Johannesburgo, Dom Buti Joseph Tlhagale, explicou que a Igreja na África tem um desafio frente ao novo «colonialismo biológico» que os países ocidentais pretendem impor, durante seu discurso de abertura das Assembléias Plenárias da Southern African Catholic Bishops' Conference (SACBC), em 22 de janeiro passado. 

No discurso, que foi divulgado pela agência Fides, o prelado denunciou que «tanto o Protocolo de Maputo como a Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra as mulheres (CEDAW) estão destinados a legalizar o aborto e a legitimar a fecundação in vitro na maior parte dos países africanos». 

Tal normativa, acrescentou, «fará possível ir à caça de óvulos de mulheres africanas, para satisfazer as exigências da busca de células-tronco embrionárias nos países industrializados», e recordou que «na Grã-Bretanha é ilegal usar óvulos de mulheres inglesas para a pesquisa». 

«O colonialismo biológico está à porta», advertiu o presidente da SACBC. 

«Os líderes religiosos têm um pouco a dizer nestes complexos assuntos morais atuais, ou simplesmente deixamos nas mãos de ativistas sem escrúpulos?», advertiu Dom Tlhagale. 

Este «novo colonialismo», afirma o prelado, é a expressão de uma nova «ética global» nascida do pós-modernismo, que pretende «tirar o próprio Deus do pedestal. São o homem e a mulher que reinam soberanamente. A transcendência se converteu em uma ficção. O indivíduo se converteu no criador e é senhor de seu próprio destino». 

«Foi a Conferência de Pequim, de 1995, que rejeitou a complementaridade entre homem e mulher. O objetivo é obter uma sociedade assexual, uma sociedade sem etiquetas sexuais. A Conferência do Cairo falou de família em todas as suas formas, com a finalidade de incluir as famílias com pais do mesmo sexo». 

Esta ética global proclama o «direito de decidir» acima de tudo, denunciou. «A eutanásia, afirma a campanha em seu favor, é a expressão do direito de decidir, e neste sentido se afirma também a dignidade da pessoa. Saúde reprodutiva significa direito a não reproduzir-se. Significa aborto seguro. Significa livre acesso aos anticoncepcionais.»

Esta ética supõe um dos maiores desafios que a Igreja na África deve enfrentar, a questão «mais contenciosa e na qual há mais divisão, tanto na Igreja como na sociedade, e é uma questão tanto religiosa como política», afirmou. 

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Igreja de São Paulo, lugar para se encontrar como irmãos

Cardeal Scherer felicitou cidade de São Paulo por seu 455º aniversário

SÃO PAULO, terça-feira, 27 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- O cardeal Odilo Scherer felicitou nesse domingo a cidade de São Paulo pelo seu 455º aniversário e desejou que a Igreja ali presente seja um lar para os católicos.

«A Igreja de São Paulo é a casa onde todos podem se encontrar como irmãos. Aqui nascidos, ou vindos para cá por opção, missão ou necessidade, todos nós queremos viver intensamente nossa fé e fazer de São Paulo uma cidade mais humana, solidária e fraterna», afirmou.

Em mensagem divulgada nesse domingo por sua arquidiocese, o cardeal Scherer recordou que «a história da nossa Igreja nasceu simples e humilde, mas, ao mesmo tempo, muito corajosa».

Segundo o arcebispo, tratava-se de evangelizar o povo do planalto de São Paulo de Piratininga, ao qual os padres Nóbrega e Anchieta chegaram após uma longa e difícil escalada.

«Aqui, onde hoje está o coração de nossa metrópole, nasceu a Igreja em São Paulo, à sombra de uma cruz e com uma celebração eucarística.»

«Em seguida, chegou um colégio para ensinar a cultura humana e os ensinamentos da fé aos índios e aos filhos de portugueses. Esta Igreja cresceu, tornou-se diocese e, há cem anos, virou arquidiocese.»

Dom Odilo considera que esta é uma «história bonita, cujos inícios comemoramos neste dia 25 de janeiro. Hoje, também lembramos a história da cidade de São Paulo, que começou naquele mesmo dia».

«Aquela vilazinha humilde tornou-se a megalópole de hoje, enorme na sua extensão, grande nos problemas e desafios, mas também grande na generosidade e na riqueza humana de seu povo, na variedade religiosa e cultural.»

O arcebispo reconhece que «dói no meu coração de pastor, como deve doer no coração de todo o povo de Deus e de todos os homens de boa vontade, saber que ainda há tantas crianças pelas ruas, sem a ternura de uma família».

«Tantos, se ajeitando em favelas, barracos e cortiços, ou buscando abrigo debaixo de pontes, marquises e baixios de viadutos; que muitos vivem aterrorizados pela violência; tantos, cujo sonho de trabalhar a cada dia que passa é desfeito pelo desemprego; tantos, famintos de pão, de amor, de vida e de Deus...»

Mas Dom Odilo destaca que o alegra, porém, «saber que há bispos, padres e religiosos dedicados, agentes de pastoral apaixonados por Cristo e por seu Evangelho, leigos nas famílias e reunidos em pastorais, movimentos e associações, que testemunham a presença de Deus nesta cidade imensa e o fazem através do anúncio da Boa Nova, do acolhimento e do serviço aos pequenos e pobres».

O arcebispo recordou ainda que nesse 25 de janeiro acontecia a primeira festa tendo o apóstolo Paulo como patrono da arquidiocese.

«Que sua experiência de Jesus aconteça conosco também, que seu zelo apostólico nos sirva de exemplo; que a intercessão de São Paulo nos ajude a prosseguirmos em nossa missão, até ao ponto de exclamarmos com ele: “Ai de mim, se eu não evangelizar!”», disse.

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Proposta alternativa de desenvolvimento

Inspirada na doutrina social da Igreja

CIDADE DO PANAMÁ, terça-feira, 27 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- O Centro Latino-Americano para o Desenvolvimento, Integração e Cooperação (CELADIC), editará em março de 2009 seu Estudo-Proposta sobre «Um Modelo Alternativo de Desenvolvimento Humano Integral – Contribuições para a Mudança». Na primeira semana de abril, o Estudo-Proposta será apresentado ao Conselho Geral do CELADIC e imediatamente também será dado a conhecer a organismos regionais e internacionais.

O prólogo do mesmo – informa este organismo em uma nota à Zenit – é de um de seus membros, o cardeal Oscar Andrés Rodríguez Maradiaga, arcebispo de Honduras e presidente da Cáritas Internacional. 

Constituído em 2005, o CELADIC reúne mais de 300 dirigentes sociais, políticos, empresariais, acadêmicos, religiosos e culturais, que se inspiram no pensamento humanista-cristão fundado no Ensino Social Cristão, e seus estudos constituem um trabalho coletivo de seus membros. 

Em 2007, editaram o primeiro Estudo, «Um Diagnóstico Causal Latino-Americano», e editam regularmente a revista Aportes, dedicada a temas vinculados à Identidade, Desenvolvimento e Integração da região, além de uma carta informativa mensal («Inter-Nos»). 

«Cremos que a Doutrina Social da Igreja não pode esgotar-se em belos e valiosos textos, mas deve servir-nos para interpretar, a partir de sua inspiração, a realidade que nos agride, e a partir de seus parâmetros centrais de orientação, elaborar, difundir e impulsionar propostas alternativas», afirmou o professor Luis Enrique Marius, diretor geral do CELADIC. 

«Esta é a primeira proposta para um efetivo Desenvolvimento Humano Integral que se elabora a partir do Ensino Social Cristão, e estamos comprometidos a difundi-la e discuti-la em todos os níveis, além de propô-la em todos os convênios que temos com universidades, como instrumento para a formação de uma nova liderança em nossos países», concluiu Marius. 

Para mais informação: http://www.celadic.org/

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II Encontro da Frente Mundial de Parlamentares e Governantes pela Vida

Em Madri, de 26 a 27 de março

MADRI, terça-feira, 27 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- A Frente Mundial de Parlamentares e Governantes pela Vida, presidida pela senadora argentina Liliana Negre de Alonso, realizará seu II Encontro Internacional em Madri (Espanha), nos dias 26 e 27 de março de 2009. 

Em novembro de 2007, nasceu em Santiago do Chile um movimento de legisladores e governantes de vários países que se comprometem, no âmbito de suas responsabilidades, a trabalhar em defesa da vida humana e da família. 

A Frente Mundial celebrou seu primeiro encontro naquela cidade, com a participação de parlamentares de 18 países. Nessa ocasião, aprovou-se um manifesto e se acordou também a celebração deste segundo encontro. 

O grupo espanhol ficou encarregado de organizar a reunião e para isso contam com a colaboração da Universidade San Pablo – CEU, onde acontecerão as jornadas previstas. 

Os responsáveis informam que esta segunda reunião deve propor dois objetivos fundamentais: «a consolidação do movimento e sua ampliação, especialmente no âmbito europeu». 

Em uma carta assinada pela senadora argentina e pelo vice-presidente desta entidade, o deputado espanhol Ángel Pintado, afirmam que «é de vital importância a presença de parlamentares do maior número possível de países» e que na reunião se espera «um útil intercâmbio das experiências e das iniciativas que se estão desenvolvendo em cada um de nossos países no âmbito da proteção da vida humana e da família, assim como a elaboração de propostas de ação coordenadas neste campo». 

Também se propõem a «elaborar um documento dirigido à opinião pública, que reafirme os princípios do Manifesto do Chile e introduza alguns aspectos complementares». 

Mais informação: presidencia@parlamentariosygobernantesporlavida.org.

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Em foco

Arcebispo recorda aos jovens chamado a evangelizar no «continente digital»

D. Orani Tempesta pede estudo da mensagem do Papa para Dia das Comunicações

BELÉM, terça-feira, 27 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- O arcebispo de Belém (Pará, norte do Brasil) pediu que os fiéis, especialmente os ligados à Pastoral da Comunicação, estudem a mensagem de Bento XVI para o Dia Mundial das Comunicações 2009.

Dom Orani João Tempesta, que é responsável na CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) pela Comissão para a Cultura, Educação e Comunicação Social, considera o texto uma «belíssima mensagem», que deve ser estudada para «dar passos ainda maiores nessa missão de evangelizar».

A mensagem de Bento XVI foi publicada no dia 24 de janeiro, festa de São Francisco de Sales, patrono dos jornalistas e escritores católicos. O Dia Mundial das Comunicações é comemorado no Domingo da Ascensão do Senhor, neste ano, a 24 de maio.

O tema escolhido pelo Papa para esta edição é «Novas tecnologias, novas relações», tendo como lema «Promover uma cultura de respeito, de diálogo, de santidade».

«É muito interessante e importante a palavra do Papa Bento XVI dirigida a todos, mas especialmente “a quem faz parte da chamada geração digital”», lembra Dom Orani.

«A posição da Igreja é positiva ao reconhecer que essas tecnologias são um verdadeiro dom para a humanidade quando passa a enumerar as facilidades de acesso e comunicação global», destaca o arcebispo.

«Lembra Bento XVI que o desejo “de interligação e o instinto de comunicação, que se revelam tão naturais na cultura contemporânea, na verdade são apenas manifestações modernas daquela propensão fundamental e constante que têm os seres humanos para se ultrapassarem a si mesmos, entrando em relação com os outros”», cita.

Segundo Dom Orani, o documento vai lembrar, porém, «que o relacionamento não pode ser artificial, passageiro, superficial», mas deve ser pautado pelo amor.

«Ao mesmo tempo em que vê com bons olhos as novas tecnologias, o Papa recorda a importância do conteúdo: “aqueles que operam no setor de produção e difusão de conteúdo dos novos “media” não podem deixar de sentir-se obrigados ao respeito da dignidade e do valor da pessoa humana”.»

Dom Orani destaca que na conclusão da mensagem, Bento XVI dirige uma saudação especial aos jovens católicos, para que levem para o mundo digital o testemunho da sua fé.

«Assim também, recorda o Papa, o anúncio nesse meio, “supõe conhecimento profundo das tecnologias para se chegar a uma conveniente utilização”.»

«Lembra que especialmente aos jovens compete a “tarefa da evangelização deste continente digital”, assumindo de maneira especial “o anúncio do Evangelho aos seus coetâneos”, partilhando com eles o dom mais precioso: “a boa nova de um Deus que se fez homem, sofreu, morreu e ressuscitou para salvar a humanidade”», cita o arcebispo.

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Flash

História do Concílio Vaticano II em DVD

Produzido pelo Centro Televisivo Vaticano

CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 27 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- No marco dos 50 anos do anúncio do Concílio Vaticano II por parte de João XXIII, o Centro Televisivo Vaticano produziu um documentário em DVD no qual se rememora sua história. 

Em 60 minutos, a reportagem permite descobrir alguns de seus protagonistas, além de imagens e momentos do evento que mudaria a história da Igreja e do mundo. 

«O Concílio Vaticano II», está disponível em espanhol, italiano e polonês, e é distribuído internacionalmente e na internet por HDH Communications (http://www.hdhcommunications.com). 

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Entrevistas

Famílias unidas para mudar leis, não o contrário

Proposta do pregador do Papa

Por Mercedes de la Torre

CIDADE DO MÉXICO, terça-feira, 27 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- O Pe. Raniero Cantalamessa, OFMCap., pregador da Casa Pontifícia, considera que na medida em que haja famílias unidas, será possível mudar as leis para que estas defendam e apoiem a família. 

O pregador do Papa apresentou este desafio a toda a Igreja em sua palestra inaugural do Congresso Teológico Pastoral, do VI Encontro Mundial das Famílias, que aconteceu no México de 14 a 17 de janeiro. 

Assim expõe ele nesta entrevista concedida à Zenit, na qual explica em que consiste a nova revolução que a sociedade vive e que pode ter consequências «desumanas». 

– Um dos grandes problemas das famílias de nossos dias – como você afirmou – é o desamor. Que soluções as famílias podem encontrar nas Sagradas Escrituras frente a todos os problemas atuais? 

– Pe. Cantalamessa: Como comentei, o matrimônio nasce da humildade, de um ato de humildade, é reconhecer sua dependência, a necessidade do outro, e ele não se mantém vivo e saudável sem humildade. O orgulho é o inimigo número um do matrimônio e faz que o amor desapareça. 

Eu penso que, hoje em dia, mais que defender o matrimônio cristão frente à sociedade, frente à cultura, temos de melhorar a qualidade da família cristã, trabalhar para que as famílias cristãs sejam verdadeiramente um lugar onde se realiza o projeto inicial de Deus, que o homem e a mulher experimentem entre si um amor que os leve ao desejo do Amor infinito e eterno. 

– Durante sua conferência, você afirmou que os cristãos devem propor ao mundo mais fatos que palavras, como nos primeiros séculos da Igreja. Você poderia dizer-nos então que riqueza podemos encontrar na mensagem bíblica para restaurar o testemunho a favor do Evangelho, da vida e da família?

– Pe. Cantalamessa: Eu disse – e penso – que os primeiros cristãos, especialmente nos três primeiros séculos, mudaram as leis do Estado com seus costumes. Agora nós não podemos pretender fazer o contrário, ou seja, mudar os costumes com as leis do Estado. Como cidadãos, devemos fazer o possível para que o Estado adote leis boas, positivas e não contra a vida, mas isso não bastará. Não bastará porque em uma sociedade plural como a de hoje, os cristãos em alguns países já são a minoria e então estamos mais perto da situação dos primeiros séculos que na Idade Média, quando os cristãos não eram defendidos pelo Estado, mas por sua vida, seu testemunho.

– Em que consiste a desconstrução atual da família e como esta se opõe ao plano de Deus, segundo você explicou no México?

– Pe. Cantalamessa: São situações extremas: é como se o homem quisesse reinventar o homem, a mulher, o matrimônio, com algumas conclusões «desumanas». Por exemplo, o projeto de abolir os sexos; esse projeto segundo o qual não há um sexo definido, no qual cada um constrói sua vida, segundo seu desejo, na masculinidade, na feminilidade ou em algo mais variável, é inaceitável, vai contra a natureza humana. 

O desconstrutivismo também propõe abolir a maternidade, porque se vê a maternidade como uma escravidão. A mulher está escravizada pela maternidade; então se pensa em dar à luz os filhos de outra maneira, muito artificial. Estes são propósitos verdadeiramente perigosos, «desumanos». 

Eu tenho muita confiança no bom senso das pessoas e também no instinto, no desejo do outro sexo que Deus pôs no homem e o desejo da maternidade e paternidade, que são os valores que Deus pôs no coração humano. Mas penso que estas propostas podem causar muito dano, como o marxismo. O marxismo foi reconhecido como um grande mal para a sociedade, mas deixou muitas vítimas. Do mesmo modo, esta revolução, que em inglês se chama gender revolution, antes de ser reconhecida como algo «desumano» pode causar muito dano. 

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Reflexões de uma embaixadora norte-americana

Entrevista com Mary Ann Glendon

Por Irene Lagan

BOSTON (EUA), terça-feira, 27 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- Enquanto o novo presidente, Barack Obama, embarca em sua missão de alinhar os Estados Unidos em uma nova direção, muitos dos embaixadores escolhidos pela ex-administração estão voltando para casa. 

A embaixadora Mary Ann Glendon, que representou os Estados Unidos na Santa Sé, já retornou para Boston, onde é titular da cátedra Learned Hand de Direito na Havard University. A ex-embaixadora também resumirá seu trabalho como presidente da Academia Pontifícia de Ciências Sociais. 

Nesta entrevista à Zenit, Glendon oferece algumas reflexões sobre seu trabalho em Roma, que durou cerca de um ano. 

– Após representar o Vaticano por tantos anos, como foi representar os Estados Unidos na Santa Sé?

– Gledon: Como representante da Santa Sé nas Nações Unidas, eu estava envolvida em um tipo de trabalho com o qual nós, advogados, estamos acostumados – o direito focado em assuntos específicos, tais como metas de desenvolvimento e direitos humanos. O que tornou a posição de embaixadora para a Santa Sé especialmente fascinante para mim foi sua variedade. Praticamente todo dia esta função trouxe novas experiências e novidades por causa das preocupações do Vaticano, como as dos Estados Unidos, no âmbito mundial. 

A Santa Sé tem relações diplomáticas com 177 nações; sua voz moral alcança quase todo canto da terra, e sua rede de paróquias, dioceses e colaboradores de ajuda humanitária a faz um extraordinário «posto de escuta». Muito do meu trabalho também envolveu «diplomacia pública» – falar e escrever sobre temas de preocupação comum para os Estados Unidos e para a Santa Sé. 

E é claro que eu era responsável pela administração diária de uma pequena, mas muito movimentada embaixada. Para alguém como eu, que ensina no campo internacional, foi um grande privilégio ser capaz de adquirir em primeira mão um conhecimento sobre o Departamento de Estado dos Estados Unidos, dos Corpos Diplomáticos da Santa Sé e a arte da diplomacia como é praticada nestes tempos desafiadores. 

– Quais foram suas maiores conquistas e desafios durante seu tempo como embaixadora?

– Glendon: Sinto-me muito afortunada por ter servido a nação em um momento em que as relações entre os Estados Unidos e a Santa Sé estavam especialmente próximas, como evidenciou a histórica visita de Bento XVI aos Estados Unidos em abril de 2009 e a extraordinária hospitalidade mostrada ao presidente George Bush em sua visita ao Vaticano, em junho. 

Não apenas o Papa e o presidente partilharam uma visão comum global dos assuntos culturais e sociais, mas houve uma forte correspondência entre as visões do governo americano e da Santa Sé sobre a importância de fortalecer o consenso moral global contra o terror (especialmente contra o uso da religião como uma justificativa para a violência); promover os direitos humanos (especialmente a liberdade religiosa); fomentar o diálogo inter-religioso; e combater a pobreza, a fome e doenças através de parcerias entre governo e instituições baseadas na fé. 

Em nosso mundo cada vez mais independente, mas cheio de conflitos, é um desafio encontrar formas de levantar e reforçar aqueles que partilham valores. Mas uma excelente oportunidade para fazê-lo aconteceu neste ano, em que as relações diplomáticas entre os EUA e a Santa Sé completaram 25 anos, com o 60º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos. 

Desde que a Declaração expressa tantos ideais para os quais os EUA e a Santa Sé estão dedicados, a conjunção daqueles aniversários ofereceu muitas ocasiões de explorar e expandir um terreno comum. Desta forma, consegui que nossa embaixada patrocinasse uma série de conferências sobre vários aspectos dos direitos humanos. Estou feliz por dizer que foram muito bem frequentadas – e acredito que ajudaram a aprofundar no relacionamento bilateral enquanto conseguir novos públicos com as mais altas e melhores tradições da América. 

– Você mencionou que uma prioridade seria destacar o tema dos direitos humanos. Ao deixar seu atual cargo, qual sua perspectiva no que diz respeito aos direitos humanos no âmbito global?

– Glendon: Analisando o mundo contemporâneo, ninguém pode negar que a luta pela liberdade humana e a dignidade têm um longo caminho a ser trilhado. Mas o movimento dos direitos humanos que iniciou na segunda metade do século 20 tem conquistas impressionantes a seu favor: desempenhou um importante papel na queda dos regimes totalitários no Leste Europeu e no apartheid na África do Sul; ajudou a destacar a publicidade sobre abusos que de outra forma teriam sido ignorados; e efetivamente desacreditou a idéia de que o tratamento dos cidadãos de uma nação cabe exclusivamente àquela nação. Como Bento XVI disse em seu discurso às Nações Unidas no ano passado, «direitos humanos estão sendo cada dia mais apresentados como uma linguagem comum e um substrato ético de relações internacionais».

Mas quanto mais a idéia dos direitos humanos tem mostrado seu poder, mais intenso tem se tornado a luta para capturar esse poder por vários outros fins, que não são respeitosos da dignidade humana. Os ideais dos direitos humanos estão sob constante assalto do relativismo cultural e filosófico, que nega que qualquer valor seja universal. Ao mesmo tempo, têm sido minados indiretamente, por uma escalada de demandas por novos direitos, pela propagação de abordagens seletivas ao núcleo comum dos direitos básicos, por interpretações muito individualistas dos direitos, e por esquecimento da relação entre direitos e responsabilidades. 

– Em seus encontros com Bento XVI, o que foi mais memorável?

– Glendon: Certamente, eu jamais esquecerei a visita de Bento XVI aos Estados Unidos, tão cheia de momentos e imagens marcantes, com cada discurso repleto de esperança e encorajamento; e o tão perfeitamente atencioso às pessoas às quais ele se dirigia. Depois de passar um ano em Roma, também me lembrarei de momentos silenciosos que foram especialmente reveladores do caráter pastoral desse homem sábio e gentil, seu dom de falar sobre Deus com crianças e jovens, e suas palavras paternas aos recém-ordenados sacerdotes. 

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