sexta-feira, fevereiro 06, 2009

ZP090206

ZENIT

O mundo visto de Roma

Serviço diario - 06 de fevereiro de 2009



SANTA SÉ
Porta-voz vaticano explica problemas de comunicação na Santa Sé
Vaticano não pressionou Berlusconi pelo caso de Eluana Englaro
Vaticano na ONU: derrotar a pobreza exige solidariedade

MUNDO
Bartolomeu I espera que eleição de Kiril leve à unidade ortodoxa
Iraque: arcebispo de Kirkuk confia em futuro melhor para cristãos
França: Igreja contribui com debate sobre bioética através de blog
Paquistão: políticos passaram pelas escolas dos Irmãos de La Salle
Santa Sé reconhece 1ª sociedade sacerdotal missionária da Ásia
Dom Helder: homem de oração que apontou caminhos para o Brasil

FLASH
Brasil: curso à distância sobre Documento de Aparecida

ENTREVISTAS
Cardeal Rodríguez Maradiaga: família, resposta à crise

Santa Sé

Porta-voz vaticano explica problemas de comunicação na Santa Sé

Entrevista do Pe. Federico Lombardi, S.J.

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009 (ZENIT.org).- Após as polêmicas surgidas com o levantamento da excomunhão dos quatro bispos lefebvristas, em particular pela negação de um deles do Holocausto, o porta-voz vaticano reconhece que se dão problemas de comunicação na Santa Sé. 

O Pe. Federico Lombardi S.J., diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, concedeu uma entrevista ao jornal francês La Croixpublicada nesta sexta-feira, na qual oferece elementos que ajudam para compreender o ocorrido. 

O sacerdote esclarece que o decreto vaticano com o qual Bento XVI levantou as excomunhões dos bispos «foi negociado de última hora» e «alguns pontos não ficaram claros». 

«Não significava o final de um processo, mas uma etapa; portanto, não dava um resultado claro. Contudo, o comunicado que acompanhou sua publicação deixava muitos aspectos na dúvida, dando pé a diferentes interpretações.»

«Também, como se trata de uma negociação com outra parte, o documento já se encontrava em alguns sites e jornais. De nós dependia o controle desta comunicação», declara. 

De qualquer forma, o porta-voz reconhece que «para a Igreja, o problema da comunicação não é fácil». 

«Deve-se dizer tudo o e imediatamente? – pergunta-se. Às vezes é melhor não falar. Uma comunicação muito aberta, sobretudo em um processo de negação tão complexo, pode em certas ocasiões bloquear ou desacreditar», reconhece. 

«Mas neste caso preciso, o que causou mais dano é a concomitância entre a questão da excomunhão e a difusão das posições negacionistas – e injustificáveis – de Dom [Richard] Williamson.»

«Honestamente – declara Lombardi –, o ponto delicado está em saber quem conhecia as opiniões deste homem. Quando se propõe ao Papa levantar a excomunhão de quatro bispos, não se trata de um grande número, como se fossem 150.»

«Sem dúvida, as pessoas que administraram esta questão não tinham consciência da gravidade das posições de Dom Williamson. E é verdade que as negociações foram levadas com Dom [Bernard] Fellay», superior geral da Fraternidade de São Pio X. 

«Mas as posições de outros bispos não foram levadas suficientemente em conta. O que é seguro é que o Papa o ignorava.»

No que se refere ao trabalho da mídia ao informar sobre este caso, o porta-voz considera «que não foram nem melhores nem piores que em outras ocasiões. Refletem nosso mundo». 

«Sejamos lúcidos – exorta: há correntes que se opõem à Igreja, que a consideram como ‘liberticida’, etc. A mensagem da Igreja com frequência vai contra a corrente do pensamento da maioria, da qual a mídia é por natureza porta-voz. Mas as reações também podem ser positivas.»

«Pudemos ver isso com a morte de João Paulo II. Basta recordar as viagens de Bento XVI aos Estados Unidos, Austrália e França, onde, contudo, no início, não se havia conquistado a opinião pública, e que mostraram como a mensagem também podia ser retransmitida através dos meios de comunicação.»

No que se refere à dificuldade que se dá entre os católicos para compreender algumas decisões do Vaticano, o Pe. Lombardi explica que isso se deve à própria natureza de alguns documentos. 

«Alguns documentos estão destinados aos especialistas em direito canônico, outros aos teólogos, outros ao conjunto dos católicos, outros a todos os homens – explica. Mas hoje em dia, independentemente de qual seja a natureza do documento, ele se encontra na praça pública. E isso chega a ser algo difícil de administrar.»

No caso da revogação das excomunhões, o Pe. Lombardi reconhece que faltou tempo após as negociações para poder prevenir e explicar aos bispos no mundo, mas declara que isso normalmente não é assim. 

«Em certas ocasiões, o documento já se encontra nas mãos dos bispos locais, inclusive antes de que nós o tenhamos», revela. 

«Creio que ainda falta criar uma cultura de comunicação no seio da Cúria, na qual cada dicastério comunica de maneira autônoma, não precisa necessariamente passar pela Sala de Imprensa, nem oferecer uma nota explicativa quando a informação é complexa.»

«Se as explicações da nota da Secretaria de Estado de 4 de fevereiro tivessem sido dadas no momento da publicação do decreto, nos teríamos economizado dias de ‘paixão’.»

«Quando se trata de temas ‘quentes’, é melhor preparar bem as explicações. Mas é impossível evitar todas as dificuldades. Devemos estar dispostos também a correr riscos. E não podemos pensar que é possível avançar em um caminho de reconciliação sem esclarecer as ambiguidades», conclui. 

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Vaticano não pressionou Berlusconi pelo caso de Eluana Englaro

O porta-voz da Santa Sé desmente uma suposta ligação do cardeal Bertone

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009 (ZENIT.org).- O Vaticano desmentiu hoje, em uma breve nota, uma suposta ligação do secretário de Estado, cardeal Tarcisio Bertone, ao primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, para impedir que fosse retirada a sonda para a alimentação e hidratação de Eluana Englaro.

Em uma declaração divulgada hoje, o porta-voz Vaticano, Pe. Federico Lombardi, afirmou: «Desmente-se da forma mais categórica o que foi publicado esta manhã por um jornal italiano a propósito de uma suposta ligação entre o secretário de Estado, cardeal Tarcisio Bertone, e o presidente do Conselho italiano, honorável Sivil Berlusconi».

«A notícia é totalmente infundada», sublinha o diretor da Sala de imprensa da Santa Sé.

Em um artigo publicado nesta sexta-feira no jornal «La Stampa», afirma-se que há dois dias, o cardeal Bertone teria ligado para Berlusconi para manifestar as preocupações da Igreja sobre o caso da jovem em coma há 17 anos, definindo como «delito contra a humanidade» sua eventual morte por privação de alimento e água.

A «pressão» da Igreja, afirma o artigo, seria um dos pontos a ser considerado pelo Conselho de Ministros, convocado nesta sexta-feira de manhã no Palácio Chigi para discutir uma série de decretos e propostas de lei de administração ordinária, entre eles, um decreto lei para impedir qualquer pessoa de cessar o fornecimento de alimentação e hidratação a esse tipo de pacientes.

O presidente da República, Giorgio Napolitano, enviou uma carta a Berlusconi, que se leu no Conselho de Ministros, para expressar sua perplexidade sobre a oportunidade de utilizar um decreto de lei para intervir no caso Englaro.

Enquanto isso, na residência La Quiete de Udine, procede sem interrupções o protocolo para diminuir progressivamente a hidratação e a alimentação que mantém Eluana com vida.

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Vaticano na ONU: derrotar a pobreza exige solidariedade

Intervenção na Comissão para o Desenvolvimento Social do Conselho Econômico e Social

NOVA YORK, sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009 (ZENIT.org).- Não é possível pensar que se derrotará a pobreza sem solidariedade, assegurou a Santa Sé nas Nações Unidas.

O arcebispo Celestino Migliore, observador permanente da Santa Sé na ONU, interveio esta quinta-feira, na XLVII sessão da Comissão para o Desenvolvimento Social do Conselho Econômico e Social, que discutia o tema da integração social.

A falta de integração social, que implica a exclusão –advertiu–, «difunde-se tanto nas regiões desenvolvidas como nas não desenvolvidas e tem causas comuns, como a pobreza, a desigualdade e a discriminação».

O autêntico desenvolvimento –prosseguiu– baseia-se «na convicção de que a lógica da solidariedade e da subsidiariedade é o instrumento mais adequado para superar a pobreza e assegurar a participação de todas as pessoas e grupos sociais nos âmbitos social, econômico, civil e cultural».

«Deu-se um amplo consenso na última década sobre o compromisso em promover o desenvolvimento na luta contra a pobreza e na inclusão e participação de todas as pessoas e grupos sociais», afirmou o arcebispo.

Segundo o representante do Papa, «a conquista dos objetivos e, em definitivo, do desenvolvimento e da coesão social requer não apenas ajuda financeira, mas a participação concreta das pessoas».

«Os problemas do desenvolvimento –advertiu o arcebispo–, das ajudas e da cooperação internacional se enfrentam às vezes como meras questões técnicas, que esgotam em estabelecer estruturas, lançar acordos sobre preços e quotas, em assinar subvenções anônimas, sem que as pessoas se envolvam verdadeiramente».

Pelo contrário, esclareceu, «a luta contra a pobreza necessita de homens e mulheres que vivam em profundidade a fraternidade e sejam capazes de acompanhar as pessoas, famílias e comunidades no caminho de um autêntico desenvolvimento humano».

O representante do Papa na ONU concluiu explicando que «é necessário responder mediante as estruturas jurídicas, sociais e instituições apropriadas às necessidades das famílias, mulheres, jovens, pessoas que não receberam uma educação adequada, indígenas, anciãos, migrantes e todos os demais grupos que são mais vulneráveis à exclusão social».

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Mundo

Bartolomeu I espera que eleição de Kiril leve à unidade ortodoxa

Propõe que se convoque logo o grande Sínodo

MOSCOU, sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009 (ZENIT.org).- O patriarca ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, deseja que a eleição de Kiril como novo patriarca de Moscou e de Todas as Rússias traga maior unidade e concórdia, concretamente, um passo adiante para a celebração do «grande e santo sínodo», que reúna todas as igrejas ortodoxas.

Assim informou o próprio Bartolomeu I em sua mensagem ao novo patriarca russo por ocasião de sua entronização em Moscou em 1º de fevereiro, e do qual se faz eco o jonal L'Osservatore Romano em sua edição de hoje, assim como a agência Asianews

A mensagem foi entregue ao Patriarca Kirill pelo arcebispo Irineu de Creta, chefe da delegação do patriarcado ecumênico em Moscou. 

«As expectativas da Igreja de Constantinopla são muitas e focalizadas sobretudo na unidade e na concórdia, assim como no caminho comum para a organização e a convocatória do Grande Sínodo, anunciado há muito tempo», afirma a mensagem. 

A celebração do Grande Sínodo «deve acelerar-se para preservar a credibilidade da Igreja Ortodoxa e a cooperação na hora de conduzir os diálogos teológicos com as demais igrejas cristãs», acrescenta o patriarca. 

Outros motivos que fazem necessária a união entre os cristãos ortodoxos são, assegura o patriarca ecumênico, «a solução pacífica de divergências bilaterais e outras questões surgidas no tempo». 

Os cristãos devem enfrentar juntos «os problemas de natureza sócio-econômica que afetam o mundo contemporâneo», assim como os «desafios da bioética». 

Para Bartolomeu I, foi motivo de grande alegria a eleição de Kiril, a quem qualifica como «um homem ativo e criativo. Um homem de provado valor eclesial, caracterizado pela sabedoria e por sua contribuição à unidade dos cristãos». 

Neste sentido, assinala a agência AsiaNews, não foi irrelevante que a cerimônia de entronização de Kiril tenha se caracterizado por dois sinais simbólicos: a exclamação em grego da palavra Axios (digno), segundo o antigo ritual bizantino, e a entrega do báculo pastoral, presenteado no século XIV pelo patriarca ecumênico Athanasios ao então bispo de Moscou, Pedro.

Desacordos

A Igreja Ortodoxa Russa, que nasceu, segundo a tradição, em 988 com a conversão de Vladimir o Grande, dependia inicialmente do patriarcado de Constantinopla, até 1589. Atualmente, é uma das 14 igrejas ortodoxas autocéfalas e a maior em número de fiéis (mais de 80 milhões, dos 200 milhões de ortodoxos que há no mundo). 

O patriarcado de Moscou não reconhece ao patriarca de Constantinopla o papel de primus inter pares (primeiro entre os iguais), que tradicionalmente lhe atribuem outras igrejas ortodoxas, o qual deu pé a desavenças e desencontros históricos. 

O último deles aconteceu em 1996, por ocasião da independência de Estônia, cuja igreja havia pedido entrar sob a jurisdição do patriarcado de Constantinopla, abandonando o de Moscou, algo que o patriarcado de Moscou não reconhece. 

Precisamente esta controversa conduziu a que a Igreja Ortodoxa Russa se retirasse da Comissão Mista Internacional para o Diálogo Teológico entre a Igreja Católica e as Igrejas Ortodoxas, em protesto pela participação dos estônios na reunião celebrada em Ravena (Itália) de 8 a 14 de outubro de 2007.

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Iraque: arcebispo de Kirkuk confia em futuro melhor para cristãos

Apesar de sua baixa representação nas eleições de 31 de janeiro passado

BAGDÁ, sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009 (ZENIT.org).- Ainda que os cristãos tenham obtido apenas três lugares devido à atual lei eleitoral, o arcebispo de Kirkuk, Dom Luis Sako, considera que as eleições provinciais de 31 de janeiro passado no Iraque foram «um passo adiante» para os cristãos.

Este encontro eleitoral – o mais importante para o Estado após a queda do regime de Sadam Hussein – foi um marco no processo de construção de um verdadeiro sistema democrático, afirma.

Em uma entrevista concedida à organização eclesial Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), o prelado afirma que a prioridade dos novos governos provinciais deverá ser não só a segurança, mas também a coesão social e o desenvolvimento do sistema de saúde e da educação.

Ao contrário das eleições provinciais de 2005, desta vez os sunitas também puderam votar. Este aspecto, segundo Dom Sako, levará os cidadãos iraquianos «a assumirem plena responsabilidade» no desenvolvimento do país.

Neste contexto, o arcebispo sublinha, não obstante, que quando os resultados forem divulgados publicamente – provavelmente no final de fevereiro – será difícil para os cristãos fazer ouvir sua voz no governo e diante da opinião pública. Sua posição, explica, enfraqueceu-se também pela divisão entre os próprios políticos cristãos.

Tendo à sua disposição apenas três lugares, também correm o risco de ser praticamente ignorados. Em novembro, o parlamento iraquiano aprovou o artigo 50 da lei eleitoral provincial, que concedeu apenas 6 lugares às minorias nos conselhos provinciais, dos quais três foram para os cristãos de Bagdá, Basra e Mosul.

Apesar de tudo, o prelado crê que estas eleições «são positivas, são um claro passo adiante. É uma experiência totalmente nova para nós», afirmou.

Falando à Rádio Vaticano, acrescentou que «é importante o fato de que os iraquianos possam agora eleger livremente. Antes, as eleições estavam totalmente condicionadas, agora não mais».

Os três lugares para os cristãos, confessa, «são melhor do que nada. Depois poderemos pedir mais», apesar de que reconhece que «não se respeitaram todos os direitos das minorias».

«Explicaram-nos que se tivéssemos tido, por exemplo, dez lugares, poderíamos ter condicionado os equilíbrios políticos entre os diversos grupos e isso preocupava. Disseram-nos que agora nos dariam um e que depois poderíamos pedir mais. Fizeram-nos promessas, mas sem segurança alguma.»

Segundo o prelado, «é necessário ajudar todos a diferenciar religião e política. Até agora, achavam que ser cristão significa ser adversário. Mas ao contrário, aqui não há regimes cristãos. A política é uma coisa e a religião é outra. Se chegarem a entender que a religião não é um assunto político, então não haverá promessas».

«É necessário muito tempo para mudar a mentalidade e o jogo político – reconheceu. A maioria quer ter tudo, sem pensar nos outros.»

Dado que muitos cristãos estão voltando dos países aos quais haviam migrado, para o arcebispo talvez seja possível «pedir ao novo governo um ministro para proteger e defender as minorias religiosas e étnicas».

Segundo fontes das Nações Unidas, nas eleições de 31 de janeiro participaram mais de 7 dos 15 milhões de eleitores iraquianos, que elegeram, dentre 14.400 candidatos, 440 lugares dos conselhos provinciais em 14 das 18 províncias do país.

As quatro províncias nas quais não se votou são as três autônomas e a província de Kirkuk, a de Dom Sako, onde o voto é altamente controvertido pelo conflito árabe-curdo e pelo controle dos recursos petrolíferos da região.

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França: Igreja contribui com debate sobre bioética através de blog

Abriu-se o período de consulta para uma eventual reforma de leis nesta matéria

PARIS, sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009 (ZENIT.org).- Por ocasião da abertura na França, em 4 de fevereiro passado, dos «estados gerais» (período de consulta geral que se realiza antes de estudar uma reforma legal), a Igreja Católica quis fazer parte do debate. 

Por esta razão, o grupo de trabalho sobre bioética, criado pela Conferência Episcopal Francesa, pôs em andamento um blog (http://www.bioethique.catholique.fr) e procedeu à publicação de um livro titulado: «Bioética, proposta para um diálogo». 

Os «estados gerais» de bioética concluirão em junho de 2010, e neles se pretende alimentar o debate público antes da revisão da lei bioética de 6 de agosto de 2004. 

O próprio Papa Bento XVI, em seu discurso ao novo embaixador da França na Santa Sé, em 26 de janeiro passado, destacou a «grande contribuição» que a Igreja pode oferecer ao futuro debate sobre a reforma das leis sobre bioética. 

«Os pastores da Igreja da França trabalharam muito e estão dispostos a oferecer sua contribuição de qualidade ao debate público que vai começar», afirmava o Papa naquela ocasião, desejando que neste debate se reconheça «o caráter intangível de toda vida humana». 

Os bispos franceses criaram um grupo de trabalho sobre bioética em novembro de 2007, composto por seis bispos e presidido por Dom Pierre d'Ornellas, arcebispo de Rennes. 

«Dado que a bioética constitui um desafio complexo e apaixonante para a fé, esta proposta na rede permitirá a um maior número de pessoas informar-se, formar-se e dialogar», afirma a apresentação do blog. 

Segundo a Conferência dos Bispos da França, o blog proporá cada semana um breve texto de um especialista em um dos sete temas que se tratam na revisão das leis sobre a bioética ou uma declaração sobre alguma questão atual, assim como uma seleção de links para os sites mais importantes sobre bioética. 

Por último, uma agenda recolherá os diversos atos (conferências, colóquios, sessões...) programados pelas diferentes dioceses francesas, e se incluirá também um anexo de recursos multimídia. 

Um livro

Por outro lado, no blog se incluirão também resumos do livro «Bioética, propostas para um diálogo», publicado pela Conferência Episcopal Francesa. 

Na introdução ao livro, os bispos do grupo de trabalho sobre bioética insistem especialmente nas «condições para um verdadeiro debate». Recordando que a bioética é um novo problema social – que afeta todo o mundo e que compromete o futuro da sociedade – sublinham que os «estados gerais» constituem «uma oportunidade, um verdadeiro diálogo». 

O livro está organizado levando em conta os últimos avanços científicos, assim como os informes remetidos aos parlamentares e ao governo, em sete capítulos, um para cada uma das questões que estão sendo debatidas. 

Os sete temas são: a pesquisa sobre o embrião; a extração e transplante de órgãos, tecidos e células; os tipos de expressão do próprio consentimento nos protocolos de pesquisa; o princípio de disponibilidade do próprio corpo; a assistência médica à procriação, assim como o anonimato do doador e a gestação em barrigas de aluguel; o desenvolvimento da medicina preventiva; e por último, o recurso ao diagnóstico pré-natal e pré-implantatório. 

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Paquistão: políticos passaram pelas escolas dos Irmãos de La Salle

Os religiosos celebram 50 anos no país

ISLAMABAD, sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009 (ZENIT.org).- Os Irmãos de La Salle celebram seus 50 anos de presença no Paquistão.

Como observa o Irmão Shahzad Gill, responsável pela província religiosa no Paquistão, em um informe a Fides, «o espírito e os herdeiros dos Lasallianos são visíveis e nos levam confiantes ao futuro».

«Os resultados alcançados pelas nossas escolas na área acadêmica e também nas atividades extracurriculares – destacou – são um testemunho dessa herança. Toda a nossa obra foi possível graças à grande coragem dos Irmãos pioneiros, que iniciaram a missão no Paquistão, e à grande fé em Deus».

Irmão Shahzad agradeceu a todos os religiosos e os leigos que passaram anos da sua vida no Paquistão para levar adiante as atividades educacionais e lembrou que a educação oferecida pelas escolas Lasallianas é reconhecida por todos pela alta qualidade e aprovada por muitas famílias muçulmanas.

Muitos políticos que estão no Parlamento, e também o atual Primeiro Ministro Yousaf Raza Gilani, estudaram nas escolas dos Lasallianos. A educação baseada nos valores do respeito ao outro, dos direitos, da liberdade e da responsabilidade individual contribui para formar uma classe dirigente que hoje administra o país e que poderá dar este patrimônio a serviço da nação.

O espírito de Giovanni Battista de La Salle, padre e fundador da congregação, continua, assim, a viver na nação, e explica com clareza a missão da Igreja na área da educação, aberta a crianças e jovens de todas as religiões.

O objetivo do instituto, fundado no sec. XVIII, é «buscar uma educação humana e cristã aos jovens, especialmente os pobres, segundo o ministério que lhe foi confiado pela Igreja».

Atualmente, escolas dos Lasallianos estão em todas as principais cidades do Paquistão (como Multa, Faisalabad, Karachi) e contribuem para disseminar o apreço e a estima pelas escolas católicas e pela Igreja toda.

Hoje, com mais de 73.000 professores leigos, os Irmãos dirigem escolas e ensinam para quase 900.000 alunos em 85 países do mundo. 

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Santa Sé reconhece 1ª sociedade sacerdotal missionária da Ásia

Mission Society das Filipinas

MANILA, sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009 (ZENIT.org).- A Congregação para a Evangelização dos Povos reconheceu canonicamente a Sociedade Missionária das Filipinas (Mission Society of the Philippines ou MSP), a primeira fraternidade sacerdotal nascida na Ásia, que atualmente está presente em 13 países dos cinco continentes, informa a agência AsiaNews.

A MSP foi criada em 1965 pelos bispos filipinos, por ocasião do 4º centenário da evangelização deste país asiático. Seu objetivo é «expressar de forma concreta o agradecimento a Deus pelo dom da fé, compartilhando este dom com os povos da Ásia e do resto do mundo».

Segundo seus estatutos, sua missão se dirige especialmente aos povos da Ásia, nas regiões mais descristianizadas ou onde as comunidades jovens precisam de mais recursos.

Outro de seus objetivos é «avivar a consciência missionária dos migrantes filipinos, tornando-os participantes e instrumentos da vocação missionária».

A MSP tem mais de 70 membros e está presente em países da Ásia (Japão, Taiwan, Tailândia e Coréia do Sul) e do resto do mundo (Holanda, Austrália, Grã-Bretanha e Estados Unidos, entre outros).

Com este reconhecimento, divulgado durante a 7ª assembléia geral da MSP em 30 de janeiro passado, a instituição passa a ser uma «sociedade de vida apostólica para a missão ad gentes de direito pontifício». O decreto está assinado pelo prefeito da Congregação, Ivan Dias.

Na Ásia, existem outras quatro sociedades similares, ainda que sujeitas à autoridade das Igrejas locais: 1 nas Filipinas, 1 na Coréia do Sul e 2 na Índia, das quais uma é de rito sírio-malabar.

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Dom Helder: homem de oração que apontou caminhos para o Brasil

Afirma o vice-presidente da Conferência episcopal brasileira

BRASÍLIA, sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009 (ZENIT.org).- O vice-presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) afirmou que Dom Helder Camara, ex-arcebispo de Olinda e Recife, falecido em 1999, foi um homem de oração que apontou caminhos para o Brasil.

Em testemunho divulgado nesta sexta-feira pela CNBB, Dom Luiz Soares Vieira, arcebispo de Manaus, na véspera da celebração do centenário de nascimento de Dom Helder, recorda que o conheceu em 1984, «quando me tornei bispo».

«Dom Helder era um profeta que falava empolgadamente, não dizia palavras de um intelectual, mas você percebia que era algo profundo, de alguém que tinha intimidade com Deus», conta o arcebispo de Manaus.

«Lembro-me de quando ele se hospedava em minha casa, por volta de 4h da manhã lá estava ele fazendo suas orações. Foi realmente um homem de oração», afirma Dom Luiz.

Segundo o arcebispo de Manaus, Dom Helder sempre foi um homem de coragem e de convicções fortes que «enfrentou e apontou caminhos para o Brasil». Se perguntado sobre uma frase que o resumiria, responde: «um profeta, homem que viu o mundo com os olhos de Deus».

Para Dom Luiz Soares, Dom Helder realizou três grandes projetos na Igreja. «Ele foi totalmente comprometido com a Igreja, a serviço do povo pobre; da colegialidade episcopal, pois foi ele quem fundou a CNBB; e com o seu profetismo».

«Dom Helder é um modelo que a história da humanidade precisa conservar. Sua história e sua memória fazem ponte com a história do Brasil.»

«Foi um homem de muita fé que vinha de uma espiritualidade que preservava um amor a Deus e ao próximo. Enfim, ele foi alguém que acreditou numa causa e lutou por ela até o fim», afirma. 

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Flash

Brasil: curso à distância sobre Documento de Aparecida

BRASÍLIA, sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009 (ZENIT.org).- A Universidade Católica de Santos oferece um curso à distância sobre o Documento de Aparecida.

Intitulado «Documento de Aparecida: Formação Pastoral», o curso será acompanhado por tutores e terá uma carta horária de 40 horas, informa a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).

Destina-se a agentes de pastorais, diáconos permanentes, seminaristas, religiosos, assessores eclesiásticos e leigos.

O curso apresenta o seguinte conteúdo: Concepções antropológicas e a pessoa humana no Documento de Aparecida; Sociedade e Globalização; Doutrina Social da Igreja; Igreja na América Latina e no Caribe: a pedagogia das conferências episcopais; Estrutura temático-conceitual do Documento de Aparecia; Princípios, características e metodologia da Pedagogia Pastoral; e Missão Continental: objetivos, formas de organização e campos da missão no Documento de Aparecida.

Informações: www.unisantos.br/ead

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Entrevistas

Cardeal Rodríguez Maradiaga: família, resposta à crise

Por Gilberto Hernández García

MÉXICO, sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009 (ZENIT.org-El Observador).- O arcebispo primaz de Honduras e cardeal de Tegucigalpa, Oscar Andrés Rodríguez Maradiaga, afirma que a atual crise econômica tem importantes repercussões no desenvolvimento das famílias; mas ao mesmo tempo, para enfrentar este momento, a unidade familiar será um fator determinante.

Assim comentou o também presidente da Cáritas Internacionalem conversa com ZENIT-El Observador, depois de sua participação no VI Encontro Mundial das Famílias (EFM), celebrado no México no mês de janeiro passado. 

– O senhor tem um panorama amplo sobre as questões sociais e sobre sua repercussão na família. Neste sentido, qual é a problemática que mais preocupa a Igreja hoje em dia? 

– Cardeal Rodríguez Maradiaga: A própria família: ela é o ponto principal, a opção mais importante da vida do ser humano; por conseguinte, entra nas preocupações que temos: como fazer para que as pessoas cada vez mais se preparem para esta opção de vida. Todas as coisas grandes são preparadas, não se improvisam, mas muitas vezes a maior opção da vida, que é o amor e a família, é improvisada de uma maneira assustadora. Às vezes temos famílias que começam por um erro e não por uma opção em liberdade. Preparar esta opção de vida é talvez o maior objetivo de toda a evangelização e da pastoral familiar. 

– O que o senhor acha do evidente processo de pobreza e de desigualdade que a América Latina sofre e que em muitos casos freia o desenvolvimento integral das famílias?

– Cardeal Rodríguez Maradiaga: No Encontro Mundial das Famílias, um especialista em economia não propunha as consequências que tem a falta de família para o desenvolvimento econômico, para a própria pobreza. Com estudos e estatísticas, foi-nos demonstrado que a saúde física e a mental é melhor em famílias constituídas que em famílias monoparentais ou desintegradas. A pobreza é muito pior em famílias desintegradas que nas integradas. Assim se enfocaram diversos aspectos, por exemplo, na educação superior, e os obstáculos quando há pais divorciados. São aspectos que a imprensa comenta muito pouco e vale a pena concentrar-se nisso. 

Fala-se do papel educativo da família; alguns o reduzem à educação escolar. Aqui se enfocou o que significa a educação moral na família, a educação espiritual, os aspectos econômicos e testemunhos do pai de família, quando em meio às vicissitudes da vida é capaz de acompanhar com heroísmo a família. Estas são riquezas inexploradas e que vale a pena dar a conhecer, porque há pessoas que sofrem e ao conhecer estes testemunhos se sentem fortalecidas. 

A pobreza é uma realidade que vai crescendo em nossos países ao invés de diminuir. Agora temos esta crise financeira tão grande e se prevê que ela terá muitas outras consequências. 

– Alguns dizem que os países pobres o são porque não regulam a natalidade. Muitos governantes enfocam suas forças contra a pobreza em políticas de controle da natalidade...

– Cardeal Rodríguez Maradiaga: Estas políticas de controle de natalidade são na realidade de eliminação da natalidade. Contemplam só uma das perspectivas. Pensa-se que somos pobres porque temos muita população e isso é um sofisma. A população é necessária para que haja desenvolvimento econômico; há um país na América Latina que foi o primeiro, já na década de 50, a aplicar reduções de natalidade, e o que aconteceu nesse país? Não pode crescer e, por conseguinte, não tem consumidores para que haja empresas prósperas, tudo tem de ser importado de outros grandes países e ele tem apenas uma economia de subsistência, não um desenvolvimento, como deveria ser. 

A Igreja fala claramente da paternidade e maternidade responsáveis; a transmissão da vida é uma grande responsabilidade dos pais, não é produto de qualquer desordem; é uma grande responsabilidade, assim como também os governos têm a grave responsabilidade de procurar o bem comum de todos os cidadãos, e se há cidadãos que deveriam ser privilegiados, deveriam ser os pobres e não os que mais têm. E este é o motivo pelo qual a Igreja, que é Mãe, insiste profundamente, em sua doutrina social, em que a família não é como um elemento que não entra na problemática social. 

Na doutrina social da Igreja, um capítulo muito importante é a família, porque nela se toca muito de perto tudo o que se refere à problemática social. A Igreja fez sempre o pedido aos governos de que se preocupem também pelas famílias pobres. 

– O que o senhor acha da idéia de que a Igreja só privilegia os ricos?

– Cardeal Rodríguez Maradiaga: Quem diz isso desconhece a vida da Igreja. Em primeiro lugar, a Igreja não se reduz à hierarquia; cada batizado é Igreja. Se virmos todos os desenvolvimentos pastorais no continente, percebemos que a Igreja fez a opção preferencial pelos pobres. 

No México há um caso único em nosso continente: homens de empresas e pessoas de muitos recursos sustentam o Instituto Mexicano de Doutrina Social (IMDOSOC), que educa o povo precisamente pela convicção que tem de que uma das melhores maneiras de aliviar a pobreza é através da educação; o IMDOSOC deu bolsas a estudantes de países pobres, inclusive de Cuba, que vieram ao México com bolsas completas, para aprofundar no estudo da doutrina social da Igreja; portanto, não se pode generalizar esse juízo. Quem examina a vida da Igreja compreende que a opção preferencial pelos pobres não é poesia, mas realidade. 

Às vezes se critica a moral católica porque se opõe ao uso de preservativos como uma solução para o problema da AIDS; pois quero dizer-lhe que 27% de todas as obras que há no mundo a favor dos pacientes com esta enfermidade é da Igreja Católica, e ela recebe apenas 2% do Fundo Global para ajuda aos pacientes de AIDS. Se observarmos programas de construção de moradia, veremos o que isso significa quando há de catástrofes; e digo isso como presidente da Cáritas Internacionala instituição mais respeitada em opção preferencial pelos pobres. 

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