terça-feira, novembro 11, 2008

A “Mamã África” não resistiu a um ataque cardíaco depois de um concerto Morreu a cantora sul-africana Miriam Makeba

A "Mamã África" não resistiu a um ataque cardíaco depois de um concerto
Morreu a cantora sul-africana Miriam Makeba 

10.11.2008 - 11h28
Inês Subtil
A cantora sul-africana Miriam Makeba, conhecida como "Mamã África" faleceu esta noite aos 76 anos, depois de actuar num concerto em Nápoles, Itália, informou hoje o seu agente a uma rádio local.

A artista participava num evento contra o racismo e o crime organizado, em apoio ao escritor Roberto Saviano, autor do famoso livro "Gomorra" sobre a máfia italiana. Enquanto agradecia ao público, Makeba sentiu-se mal e desmaiou. Viria depois a falecer durante a noite em resultado de um ataque cardíaco no hospital de Castel Volturno. Já há alguns anos que a cantora sul-africana tinha problemas de saúde.

Miriam Makeba nasceu a 4 de Março de 1932 nos subúrbios de Joanesburgo. Foi a primeira mulher cantora negra da África do Sul a conseguir obter reconhecimento internacional e era também conhecida como um ícone da luta contra o "apartheid".

O seu primeiro sucesso foi alcançado ao lado do grupo "The Manhattan Brothers" em 1959. No ano seguinte, quando tentou regressar ao seu país para assistir ao funeral da mãe, o governo sul-africano impediu-a de entrar e pouco tempo depois a sua música foi proibida.

Em resultado, Miriam Makeba viveu 31 anos em exílio nos Estados Unidos, Europa e na Guiné, até voltar à sua terra natal em 1990, a pedido de Nelson Mandela.

A sul-africana foi também a primeira mulher negra a ganhar um Grammy (o mais prestigiado prémio de música), honra que partilhou com o cantor norte-americano Harry Balafonte em 1965. Dois anos depois conseguiria alcançar a fama internacional ao gravar "Pata Pata", uma música inspirada nas danças dos subúrbios de Joanesburgo.

Em 1968, casou-se com Stokely Carmichael, líder do grupo "Panteras Negras" (partido negro revolucionário norte-americano), o que fez com que a sua editora decidisse rescindir o contrato.

Na sua autobiografia, Makeba diz, citada pelo "El País": "Eu preservei a minha cultura, preservei a música das minhas origens. E, graças a isso, consegui converter-me nesta voz e imagem de África e do seu povo, sem ser consciente do meu feito".
O Publico.pt

Sem comentários:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Postes populares