quarta-feira, outubro 06, 2004

A BORBOLETA E A ROSA (Escolha)



Rosas perfeitas
que emergiram da terra fértil
e desfizeram meu longo sono.
Debrucei-me na janela
a inspirar forte perfume,
mas deve ser aquela
que buscou-me na manhã.
É bonita, vermelha, bela
mas tem no olhar uma fera.
Talvez aquela outra
que permanece tão aberta
e parece até sorrir,
mas no riso traz façanha.
Aquela é gigantesca
do tamanho de uma vespa
e acho que me conquista
ao dançar ao som da brisa.
Não, ela me engana com beleza.
Dêem licença, grandes rosas,
para eu enxergar melhor.
Aquela não é tão prosa
é prisioneira de um nó
tem um jeitinho esquisito
e rasteja pelo chão.
Talvez seja a idiotia
das demais a alegria
que me faz sentir nostálgico.
Ah! Vem borboleta vadia
me livrar da confusão.
Quero a rosa mais perfeita
que brilha com o coração.
Voa, borboleta amarela,
procurando a mais singela
dentre as rosas tão belas.
Sim, agora sei, é aquela,
miudinha como nada
mas que, pela mestra maior,
acaba de ser beijada.

Roll

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