sábado, janeiro 24, 2009

ZP090123

ZENIT

O mundo visto de Roma

Serviço diario - 23 de janeiro de 2009



SANTA SÉ
Primeira mensagem de um papa aos jovens da geração digital
Papa estimula presença da Santa Sé no YouTube
Papa a sírio-católicos: que sejam «semeadores de paz» no Oriente Médio
Papa recebe presidente da Macedônia
Diálogo com anglicanos e metodistas continua apesar das dificuldades
Papa à «geração digital»: descobrir «verdadeira amizade» na rede

MUNDO
Propaganda contra Deus nos ônibus urbanos: «uma ofensa contra os crentes»
Igreja preocupada com ataques de Evo Morales ao cardeal Terrazas

DOCUMENTAÇÃO
Mensagem de Bento XVI para o Dia Mundial das Comunicações Sociais 2009

Santa Sé

Primeira mensagem de um papa aos jovens da geração digital

Dom Celli comenta a carta para o Dia Mundial das Comunicações

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 23 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- Bento XVI escreveu sua primeira mensagem aos jovens da geração digital, os que nasceram com os videogames e aprenderam a escrever com a internet, algo que constitui «um autêntico giro», constata o arcebispo Claudio Maria Celli. 

O presidente do Conselho Pontifício para as Comunicações apresentou nesta sexta-feira a mensagem de Bento XVI para a Jornada Mundial das Comunicações Sociais, que se celebrará em 24 de maio de 2009, em uma sala de imprensa do Vaticano cheia até o topo, com cerca de 200 jornalistas, com 24 emissoras fazendo a cobertura do evento. 

O tema que o Papa desenvolve nesta ocasião é «Novas tecnologias, novas relações. Promover uma cultura de respeito, de diálogo e amizade». 

«Cada mensagem que acompanha a Jornada Mundial das Comunicações Sociais tem sua história, mas não creio que exagere demais se afirmo que nos encontramos, nesta ocasião, frente a um autêntico giro», começou constatando em uma apresentação realizada com a projeção das frases mais impactantes do texto. 

«O mesmo tema nos guia no caminho da novidade, pois põe no centro não só as novas tecnologias, mas explora os efeitos e o faz dirigindo-se em particular à geração digital, interpelando assim de maneira particular os jovens», acrescentou o prelado.

Entre as particularidades desta mensagem, Dom Celli indicou «como, através do mundo da comunicação, o Santo Padre oferece um panorama amplo da vida e dos comportamentos de uma realidade juvenil cada vez mais à vontade com as novas tecnologias». 

«A mensagem sublinha os valores que se dão neste ambiente, começando pela amizade e uma nova rede de relações que as novas tecnologias tornam possível agora.»

«Mas não é só isso – acrescentou o prelado italiano: o campo dos benefícios se amplia às esferas dos afetos familiares  – as famílias podem diminuir mais facilmente as distâncias –, assim como ao estudo e à própria pesquisa científica, que se beneficia ao derrubar continuamente as barreiras do trabalho compartilhado à distância.»

«Estamos realmente diante de um mundo novo, que se explora não tanto abrindo os olhos de par em par frente às novas conquistas, mas abrindo o coração à esperança frente às grandes possibilidades que se vislumbram para o bem comum.»

«Este fato ressalta ainda mais se pensarmos que a mensagem adverte também, com realismo, frente aos perigos ligados não somente a um uso distorcido da mídia, mas ao desequilíbrio de seu possível uso; pensamos na ‘brecha digital’ que tanto preocupa, porque as novas tecnologias são recursos primários para o desenvolvimento e a promoção do ser humano.»

«Talvez nunca antes uma mensagem tenha sido tão forte e tão exigente», concluiu o prelado. 

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Papa estimula presença da Santa Sé no YouTube

Apresentado nesta sexta-feira o canal oficial vaticano no site de vídeos

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 23 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- A Santa Sé lançou nesta sexta-feira um canal oficial no YouTube (www.youtube.com/vatican), o site de compartilhamento de vídeos mais popular do mundo, com o explícito apoio de Bento XVI.

O canal difunde vídeo-notícias – por enquanto em inglês, espanhol, alemão e italiano – sobre a atividade do Papa e os eventos vaticanos, com uma duração não superior a dois minutos e que se atualizará cotidianamente (uma ou duas notícias por dia). 

Segundo explicou nesta sexta-feira em uma coletiva de imprensa o Pe. Federico Lombardi S.J., diretor do Centro Televisivo Vaticano (CTV) e da Rádio Vaticano, as duas instituições responsáveis pela iniciativa, «o Papa foi pessoalmente informado sobre o nosso projeto e o aprovou com sua costumeira gentileza e cordialidade. Para nós isso é um grandioso estímulo». 

Segundo explicou o Pe. Lombardi, que também é diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, a aventura que acaba de começar teve um período de gestação de mais de um ano e meio, ou seja, desde que a Rádio Vaticano e a CTV começaram a publicar em seus sites a produção cotidiana de imagens e textos e começaram a colocá-la à disposição de televisões na web. 

«Para esta difusão no mundo das comunicações sociais católicas foi importante a colaboração com h2Onews.org, que nasceu precisamente para trabalhar neste campo», explicou o Pe. Lombardi. 

«Estamos convencidos de que em todos os lugares há pessoas atentas e sensíveis, interessadas nas mensagens, nas propostas sobre os grandes problemas do mundo de hoje, de uma autoridade moral de alto nível, como o Papa, e em geral a Igreja Católica», explicou o Pe. Lombadi. 

«Por este motivo, escolheu-se o YouTube como site adequado para estar presentes na internet, um dos grandes areópagos da comunicação no mundo de hoje, e estar presentes com regularidade, para oferecer uma fonte de referência digna de confiança e contínua, muito além dos fragmentos de informação sobre o Papa e o Vaticano presentes na rede de maneira mais casual e dispersa.»

O canal oferece links das fontes de informação da Santa Sé para poder aprofundar ulteriormente na informação apresentadas nos vídeos, em particular as páginas do CTV, da Rádio Vaticano, o site oficial vaticano (www.vatican.va), e o novo site da Cidade do Vaticano (www.vaticanstate.va). 

«Muito importante é o link ao canal de H2Onews, que oferece outros vídeo-notícias sobre a vida da Igreja e do mundo, como resultado da colaboração com numerosos canais de televisão católicos de vários países», e que neste dia também lançou seu próprio canal, www.youtube.com/h2onews

O canal tem também a possibilidade de enviar mensagens por correio eletrônico à Santa Sé. A responsabilidade de sua leitura fica por conta do Pe. Lombardi e seus colaboradores. 

«O lançamento de um canal como este é evidentemente o início de um caminho», afirmou. Com a colaboração do Google, empresa proprietária do YouTube, «podemos planejar desenvolvimentos e melhorias tanto nos conteúdos como tecnicamente», reconheceu o porta-voz vaticano. 

«Estamos convencidos de estar fazendo uma oferta bela e construtiva para o povo da rede e empreendemos este caminho com confiança, com atitude de amizade e diálogo com todos, dispostos também nós a aprender muito», concluiu. 

No encontro com os jornalistas interveio também Henrique de Castro, Managing Director Media Solutions do Google, que garantiu que «não ganharemos dinheiro com o canal do Vaticano, como não ganhamos dinheiro com outros canais institucionais. A estratégia consiste em fazer coisas que sejam relevantes para a população que acessa nossos sites. Esperamos, dessa forma, oferecer um serviço à comunidade da Igreja». 

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Papa a sírio-católicos: que sejam «semeadores de paz» no Oriente Médio

Ao conceder a communio ecclesiastica ao novo patriarca de Antioquia dos Sírios

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 23 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- O Papa recebeu hoje em audiência o novo Patriarca de Antioquia dos Sírios, Sua Beatitude Ignace Joseph III Younan, que foi eleito esta semana como líder da Igreja sírio-católica, e a quem concedeu a comunhão eclesiástica.

Em seu discurso, o Papa pediu aos sírio-católicos que sejam «semeadores de paz na Terra Santa, no Iraque e no Líbano, onde a Igreja síria tem uma forte presença histórica». 

«Meu desejo é que no Oriente, de onde veio o anúncio do Evangelho, as comunidades cristãs continuem vivendo e dando testemunho da fé, como o fizeram ao longo dos séculos», afirmou. 

Também pediu ao novo patriarca um grande empenho evangelizador, «sem perder sua identidade própria e levando o selo da espiritualidade oriental», para que, «utilizando as palavras do Oriente e Ocidente, a Igreja fale eficazmente de Cristo ao homem contemporâneo». 

«Desta forma, os cristãos enfrentarão os desafios mais urgentes da humanidade, construirão a paz e a solidariedade universal e darão testemunho da «grande esperança» da qual são portadores incansáveis», acrescentou. 

Outra das preocupações do Papa é o fortalecimento dos laços da comunidade síria com seus fiéis migrantes em outros lugares do mundo, dos quais, recordou, o próprio novo patriarca foi até agora bispo. 

Pediu, portanto, uma «maior atenção pastoral» a estes fiéis, para que «possam manter-se frutiferamente conectados às suas raízes religiosas». 

«Assim, os laços serão ainda mais estreitos com a mãe pátria, que tantos orientais deixaram para buscar melhores condições de vida», acrescentou. 

Igreja sírio-católica

O novo patriarca foi eleito em 20 de janeiro passado pelo Sínodo Sírio-Católico, reunido em Roma sob a presidência do cardeal Leonardo Sandri, prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais. Como é tradição na Igreja sírio-antioquina, o novo patriarca escolheu como nome «Ignace», em honra de Santo Inácio de Antioquia. 

O Papa concedeu imediatamente a communio ecclesiastica ao novo patriarca, em uma carta com data de ontem. 

Sua Beatitude Ignace Joseph Younan nasceu em Hassaké (Síria) em 1944, e após sua ordenação sacerdotal foi pároco em Beirute e professor do seminário. Desde 1986 estava destinado aos Estados Unidos, na eparquia Our Lady of Deliverance in Newark, que depende do patriarcado e que assiste os cristãos libaneses e sírios residentes na América do Norte. 

Em 1995, João Paulo II o nomeou bispo desta eparquia, e visitador apostólico dos fiéis sírio-católicos da América Central.

A Igreja Sírio-Católica se separou da comunhão com Roma após o Concílio de Calcedônia, em 451, e voltou ao seio da Igreja em 1656. Suas línguas litúrgicas oficiais são o siríaco e o árabe. O patriarcado tem sua sede atualmente em Beirute (Líbano).

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Papa recebe presidente da Macedônia

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 23 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- O Papa recebeu hoje o presidente da Macedônia, Branko Crvenkovski, no Palácio Apostólico Vaticano, segundo informa um comunicado da Santa Sé. 

Posteriormente, o presidente macedônio se encontrou com o secretário de Estado, cardeal Tarcisio Bertone, e com o secretário para as relações com os Estados, Dom Dominique Mamberti, a quem expressou «seu reconhecimento pela atenção manifestada pela Santa Sé ao seu país desde a independência». 

O premier e os representantes vaticanos mostraram as boas relações existentes entre Macedônia e a Santa Sé, «das quais é sinal a visita anual de uma delegação oficial a Roma por ocasião da festa dos santos Cirilo e Metódio». 

A Macedônia se separou pacificamente da ex-Iugoslávia em 1991, ainda que manteve provisoriamente o nome de «República da ex-República Iugoslava da Macedônia» devido à objeção da Grécia ao uso de um nome que considera helênico, tema sobre o qual ambos os países continuam negociando.

Dos mais de 2 milhões de habitantes, 64% são ortodoxos, 33,3% muçulmanos e as demais confissões cristãs supõe 0,37%. A Macedônia estabeleceu relações diplomáticas com a Santa Sé em 1994.

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Diálogo com anglicanos e metodistas continua apesar das dificuldades

O ano de 2008 foi importante em contatos bilaterais

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 23 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- Continua, apesar das dificuldades, o difícil diálogo com as confissões anglicana e metodista. Assim confirma o encarregado do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Mark Langham, em artigos publicados esta semana pelo L'Osservatore Romano.

Estes artigos fazem parte de uma série publicada ao longo desta semana pelo jornal vaticano por ocasião da Semana de Oração pela unidade dos Cristãos, que concluirá no próximo domingo. 

Langham explica que 2008 foi significativo em ambos os casos pelo estabelecimento de contatos de tipo informal com destacados membros das duas confissões. 

No caso dos anglicanos, explica, foi muito significativa a participação de uma delegação católica, encabeçada pelo cardeal Kasper, presidente do Conselho Pontifício para a promoção da Unidade dos Cristãos, na Conferência de Lambeth, o encontro que reúne a Comunhão Anglicana a cada dez anos. 

Esta participação foi muito importante, dado que o diálogo entre as duas confissões se havia praticamente congelado em 2003, ao ter sido nomeado bispo da Igreja Episcopaliana de New Hampshire (EUA) um candidato abertamente homossexual. Esta decisão havia provocado também uma forte ruptura interna na Comunhão Anglicana. 

Em Lambeth, explica Langham, o cardeal Kasper «pôde falar francamente sobre o doloroso impacto que este e outros acontecimentos (a ordenação de mulheres) provocaram no diálogo ecumênico». Outras intervenções trataram também sobre a questão ecumênica, ainda que inicialmente não era o tema da conferência. 

Ainda que não tenham adotado resoluções ao respeito, explica Langham, isso foi importante frente às reuniões informais (informal talks) realizadas este ano, especialmente através do Centro Anglicano de Roma. Assegurar a unidade e a integridade da doutrina anglicana será o ponto fundamental que permitirá a reativação do diálogo oficial. 

Com relação ao diálogo com os metodistas, Langham explica que durante este ano «continuaram os encontros cordiais», e assinalou especialmente o que aconteceu em novembro, em Dublin, entre o reverendo Geoffrey Wainwright e Dom Michael Ernest Putney, bispo católico de Townsville (Austrália). 

Nesse encontro se aprovou o documento conjunto Together in Holliness (Juntos em santidade), que explica os passos dados durante os 40 anos de duração do diálogo metodista-católico. Apesar dos grandes desencontros em matéria doutrinal, ambas as partes se preparam para enfrentar uma nova etapa, de elaboração de um documento conjunto que será apresentado ao Conselho Metodista Mundial em sua próxima reunião de Durban (Austrália), em 2011. 

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Papa à «geração digital»: descobrir «verdadeira amizade» na rede

Pede aos jovens católicos que evangelizem através da internet

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 23 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- O Papa Bento XVI dirige sua mensagem para a Jornada Mundial das Comunicações deste ano, que a Santa Sé publicou hoje, às vésperas da festividade de São Francisco de Sales, padroeiro dos jornalistas, aos jovens da geração digital.

Bento XVI é consciente de que «os jovens perceberam o enorme potencial dos novos meios para facilitar a conexão, a comunicação e a compreensão entre as pessoas e as comunidades», uma descoberta «impensável para as gerações anteriores». 

«Os jovens – observa – se sentem à vontade no mundo digital, que se torna menos familiar para muitos de nós, adultos, que devemos começar a entendê-lo e valorizar as oportunidades que oferece para a comunicação.»

O Papa manifesta os «benefícios que as novas tecnologias estão oferecendo às relações humanas». 

«As famílias podem permanecer em contato, ainda que seus membros estejam muito distantes uns dos outros; os estudantes e pesquisadores têm acesso mais fácil e imediato a documentos, fontes e descobertas científicas, e podem assim trabalhar em equipe de diversos lugares; também a natureza interativa dos novos meios facilita mais dinâmicas de aprendizagem e de comunicação que contribuem para o processo social.»

O êxito destas novas tecnologias, afirma o pontífice, tem sua raiz na própria natureza humana, no «anseio de amizade» que todo homem tem dentro de si, e «são, no fundo, manifestações modernas da tendência fundamental e constante do ser humano de ir além de si mesmo para entrar em relação com os outros». 

Em último termo, este anseio do homem responde ao «chamado divino» que «está gravado em nossa natureza de seres criados à imagem e semelhança do Deus da comunicação e da comunhão». 

O Papa acrescenta, contudo, que é necessário que estes meios promovam «uma cultura de respeito, diálogo e amizade», que respeite a «dignidade e o valor da pessoa humana», evitando «compartilhar palavras e imagens degradantes para o ser humano e excluindo, portanto, o que alimenta ódio e intolerância, envelhece a beleza e a intimidade da sexualidade humana ou que explora os fracos e indefesos». 

O pontífice reflete especialmente sobre a amizade, tão em auge graças às novas redes sociais criadas pela tecnologia. 

«A amizade é uma das mais nobres conquistas da cultura humana – afirma –, uma das maiores riquezas que o ser humano pode ter. Portanto, é preciso ter cuidado por não banalizar o conceito e a experiência da amizade», e não considerá-la «um fim em si mesmo». 

Por isso, alerta especialmente os jovens contra o isolamento social, que o uso indiscriminado das novas tecnologias às vezes traz consigo. 

«Seria uma pena que nosso desejo de estabelecer e desenvolver as amizades online fosse um obstáculo para a nossa disponibilidade na família, com os vizinhos e com aqueles que encontramos em nossa realidade cotidiana», adverte. 

Evangelizar online 

O Papa dedica uma parte da mensagem aos jovens católicos, a quem pede que «levem ao mundo digital o testemunho da sua fé», como um novo «lugar de evangelização». 

«A vós, jovens, que quase espontaneamente vos sentis em sintonia com estes novos meios de comunicação, corresponde de maneira particular a tarefa de evangelizar este ‘continente digital’», acrescentou. 

Explica que ninguém como um jovem pode fazer o Evangelho chegar a outro jovem: «Vós conheceis seus temores e suas esperanças, seus entusiasmos e suas desilusões. O dom mais valioso que lhes podeis oferecer é compartilhar com eles a ‘boa notícia’ de um Deus que se fez homem, padeceu, morreu e ressuscitou para salvar a humanidade».

«O coração humano anseia por um mundo no qual reine o amor, onde os bens sejam compartilhados, onde se edifique a unidade, onde a liberdade encontre seu próprio sentido na verdade e onde a identidade de cada um seja alcançada em uma comunhão respeitosa. A fé pode dar resposta a estas aspirações: sede seus mensageiros!», conclui o Papa. 

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Mundo

Propaganda contra Deus nos ônibus urbanos: «uma ofensa contra os crentes»

Afirmam os bispos espanhóis

MADRI, sexta-feira, 23 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- Os bispos espanhóis divulgaram hoje uma nota na qual afirmam que a propaganda sobre a inexistência de Deus nos ônibus urbanos públicos de Madri «lesa» o direito à liberdade religiosa e é uma «ofensa» contra os crentes.

Criticam assim oficialmente a iniciativa de colocar nos ônibus urbanos de Madri, como se fez em outras cidades européias, o slogan «Deus provavelmente não existe. Deixe de se preocupar e curta a vida». 

Os prelados insistem em que «a liberdade de expressão é um direito fundamental» que deve «ser exercido por meios lícitos», mas argumentam que «os espaços públicos que devem ser utilizados de modo obrigatório pelos cidadãos não devem ser empregados para divulgar mensagens que ofendem as convicções religiosas de muitos deles». 

«Insinuar que Deus provavelmente seja uma invenção dos crentes e afirmar também que não lhes deixa viver em paz nem desfrutar a vida é objetivamente uma blasfêmia e uma ofensa aos que crêem», afirma a nota. 

Esta iniciativa «lesa o direito ao exercício livre da religião, que deve ser possível sem que ninguém se veja necessariamente menosprezado ou atacado», acrescentam os bispos. 

Contudo, afirmam que os católicos «respeitarão o direito de todos de expressar-se e estarão dispostos a atuar, com serenidade e mansidão frente às injúrias, e com fortaleza e valentia no amor e na defesa da verdade». 

A nota pede que as autoridades «velem pelo exercício pleno do direito de liberdade religiosa», compaginando-o com a liberdade de expressão, e propõem que se adotem alternativas como as levadas a cabo em Milão, Roma e Zaragoza. 

Nestas cidades não se permitiu o uso de espaços publicitários públicos para a campanha. 

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Igreja preocupada com ataques de Evo Morales ao cardeal Terrazas

LA PAZ, sexta-feira, 23 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- Os bispos da Bolívia manifestaram nessa quinta-feira sua profunda preocupação ao escutar os ataques do presidente Evo Morales ao cardeal Julio Terrazas.

Na quarta-feira, o mandatário acusou o arcebispo de Santa Cruz de la Sierra de ter participado da redação do projeto de nova Constituição que a Bolívia votará no domingo, texto que o próprio cardeal e os bispos criticaram em alguns pontos importantes.

As declarações do presidente têm lugar depois que a Conferência Episcopal publicou um documento em que pede um voto «consciente, livre e responsável», e analisa tanto aspectos negativos como positivos da proposta constitucional.

A Igreja Católica foi a única que sublinhou elementos negativos do texto que abre as portas ao aborto e ao casamento homossexual. Também o fizeram as Igrejas Evangélicas Unidas (IEU).

No comunicado emitido nessa quinta-feira por seu departamento de comunicação, a Conferência Episcopal Boliviana expressa «sua preocupação pelos persistentes ataques e desqualificações que a primeira autoridade do país realiza contra a pessoa do nosso cardeal Julio Terrazas».

«Trata-se de alusões e insultos que não condizem com sua alta investidura e que tentam menosprezar a autoridade moral do representante da Igreja Católica».

«A respeito das alusões que o presidente da República faz, assinalando que o senhor cardeal e os bispos seriam co-autores de alguns artigos do texto constitucional proposto, a Igreja Católica recorda que sua participação ao longo do processo constitucional foi sempre de conhecimento público, através de documentos, reflexões e exortações oportunas».

«Precisamente em seu último documento, começa assinalando 10 aspectos positivos do texto constitucional que as autoridades de governo não levam em conta na hora de questionar.»

A Conferência Episcopal «vê com preocupação que enquanto a Igreja Católica contribui com análises serenas, objetivas e respeitosas a um clima eleitoral pacífico, crítico e responsável, algumas autoridades de governo apelam ao insulto e à desqualificação».

«Frente a estas agressões, pedimos não utilizar a Igreja nem suas autoridades como recurso de propaganda política pré-eleitoral.»

«Ao tempo em que reiteramos o chamado a que a cidadania exerça seu voto de maneira consciente, livre e responsável, reafirmamos nossa proximidade e solidariedade com o presidente da Conferência Episcopal Boliviana e esperamos da parte das autoridades de governo um tratamento justo e respeitoso.»

«Em dias decisivos para nosso futuro, pedimos ao povo fiel que encomende em suas orações o bem comum e a unidade de todos os bolivianos», conclui o comunicado.

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Documentação

Mensagem de Bento XVI para o Dia Mundial das Comunicações Sociais 2009

"Novas tecnologias, novas relações. Promover uma cultura de respeito, de diálogo, de amizade."

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 23 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- Oferecemos a seguir a mensagem de Bento XVI para o próximo Dia Mundial das Comunicações Sociais, que foi apresentada nesta sexta-feira oficialmente pela Santa Sé em coletiva de imprensa.

* * *

Amados irmãos e irmãs,

Aproximando-se o Dia Mundial das Comunicações Sociais, é com alegria que me dirijo a vós para expor-vos algumas minhas reflexões sobre o tema escolhido para este ano: Novas tecnologias, novas relações. Promover uma cultura de respeito, de diálogo, de amizade. Com efeito, as novas tecnologias digitais estão a provocar mudanças fundamentais nos modelos de comunicação e nas relações humanas. Estas mudanças são particularmente evidentes entre os jovens que cresceram em estreito contacto com estas novas técnicas de comunicação e, consequentemente, sentem-se à vontade num mundo digital que entretanto para nós, adultos que tivemos de aprender a compreender e apreciar as oportunidades por ele oferecidas à comunicação, muitas vezes parece estranho. Por isso, na mensagem deste ano, o meu pensamento dirige-se de modo particular a quem faz parte da chamada geração digital: com eles quero partilhar algumas ideias sobre o potencial extraordinário das novas tecnologias, quando usadas para favorecerem a compreensão e a solidariedade humana. Estas tecnologias são um verdadeiro dom para a humanidade: por isso devemos fazer com que as vantagens que oferecem sejam postas ao serviço de todos os seres humanos e de todas as comunidades, sobretudo de quem está necessitado e é vulnerável.

A facilidade de acesso a telemóveis e computadores juntamente com o alcance global e a omnipresença da internet criou uma multiplicidade de vias através das quais é possível enviar, instantaneamente, palavras e imagens aos cantos mais distantes e isolados do mundo: trata-se claramente duma possibilidade que era impensável para as gerações anteriores. De modo especial os jovens deram-se conta do enorme potencial que têm os novos «media» para favorecer a ligação, a comunicação e a compreensão entre indivíduos e comunidade, e usam-nos para comunicar com os seus amigos, encontrar novos, criar comunidades e redes, procurar informações e notícias, partilhar as próprias ideias e opiniões. Desta nova cultura da comunicação derivam muitos benefícios: as famílias podem permanecer em contacto apesar de separadas por enormes distâncias, os estudantes e os investigadores têm um acesso mais fácil e imediato aos documentos, às fontes e às descobertas científicas e podem por conseguinte trabalhar em equipa a partir de lugares diversos; além disso a natureza interactiva dos novos «media» facilita formas mais dinâmicas de aprendizagem e comunicação que contribuem para o progresso social.

Embora seja motivo de maravilha a velocidade com que as novas tecnologias evoluíram em termos de segurança e eficiência, não deveria surpreender-nos a sua popularidade entre os utentes porque elas respondem ao desejo fundamental que têm as pessoas de se relacionar umas com as outras. Este desejo de comunicação e amizade está radicado na nossa própria natureza de seres humanos, não se podendo compreender adequadamente só como resposta às inovações tecnológicas. À luz da mensagem bíblica, aquele deve antes ser lido como reflexo da nossa participação no amor comunicativo e unificante de Deus, que quer fazer da humanidade inteira uma única família. Quando sentimos a necessidade de nos aproximar das outras pessoas, quando queremos conhecê-las melhor e dar-nos a conhecer, estamos a responder à vocação de Deus - uma vocação que está gravada na nossa natureza de seres criados à imagem e semelhança de Deus, o Deus da comunicação e da comunhão.

O desejo de interligação e o instinto de comunicação, que se revelam tão naturais na cultura contemporânea, na verdade são apenas manifestações modernas daquela propensão fundamental e constante que têm os seres humanos para se ultrapassarem a si mesmos entrando em relação com os outros. Na realidade, quando nos abrimos aos outros, damos satisfação às nossas carências mais profundas e tornamo-nos de forma mais plena humanos. De facto amar é aquilo para que fomos projectados pelo Criador. Naturalmente não falo de relações passageiras, superficiais; falo do verdadeiro amor, que constitui o centro da doutrina moral de Jesus: «Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças» e «amarás o teu próximo como a ti mesmo» (cf. Mc 12, 30-31). Reflectindo, à luz disto, sobre o significado das novas tecnologias, é importante considerar não só a sua indubitável capacidade de favorecer o contacto entre as pessoas, mas também a qualidade dos conteúdos que aquelas são chamadas a pôr em circulação. Desejo encorajar todas as pessoas de boa vontade, activas no mundo emergente da comunicação digital, a que se empenhem na promoção de uma cultura do respeito, do diálogo, da amizade.

Assim, aqueles que operam no sector da produção e difusão de conteúdos dos novos «media» não podem deixar de sentir-se obrigados ao respeito da dignidade e do valor da pessoa humana. Se as novas tecnologias devem servir o bem dos indivíduos e da sociedade, então aqueles que as usam devem evitar a partilha de palavras e imagens degradantes para o ser humano e, consequentemente, excluir aquilo que alimenta o ódio e a intolerância, envilece a beleza e a intimidade da sexualidade humana, explora os débeis e os inermes.

As novas tecnologias abriram também a estrada para o diálogo entre pessoas de diferentes países, culturas e religiões. A nova arena digital, o chamado cyberspace, permite encontrar-se e conhecer os valores e as tradições alheias. Contudo, tais encontros, para ser fecundos, requerem formas honestas e correctas de expressão juntamente com uma escuta atenciosa e respeitadora. O diálogo deve estar radicado numa busca sincera e recíproca da verdade, para realizar a promoção do desenvolvimento na compreensão e na tolerância. A vida não é uma mera sucessão de factos e experiências: é antes a busca da verdade, do bem e do belo. É precisamente com tal finalidade que realizamos as nossas opções, exercitamos a nossa liberdade e nisso - isto é, na verdade, no bem e no belo - encontramos felicidade e alegria. É preciso não se deixar enganar por aqueles que andam simplesmente à procura de consumidores num mercado de possibilidades indiscriminadas, onde a escolha em si mesma se torna o bem, a novidade se contrabandeia por beleza, a experiência subjectiva sobrepõem-se à verdade.

O conceito de amizade logrou um renovado lançamento no vocabulário das redes sociais digitais que surgiram nos últimos anos. Este conceito é uma das conquistas mais nobres da cultura humana. Nas nossas amizades e através delas crescemos e desenvolvemo-nos como seres humanos. Por isso mesmo, desde sempre a verdadeira amizade foi considerada uma das maiores riquezas de que pode dispor o ser humano. Por este motivo, é preciso prestar atenção a não banalizar o conceito e a experiência da amizade. Seria triste se o nosso desejo de sustentar e desenvolver on-line as amizades fosse realizado à custa da nossa disponibilidade para a família, para os vizinhos e para aqueles que encontramos na realidade do dia a dia, no lugar de trabalho, na escola, nos tempos livres. De facto, quando o desejo de ligação virtual se torna obsessivo, a consequência é que a pessoa se isola, interrompendo a interacção social real. Isto acaba por perturbar também as formas de repouso, de silêncio e de reflexão necessárias para um são desenvolvimento humano.

A amizade é um grande bem humano, mas esvaziar-se-ia do seu valor, se fosse considerada fim em si mesma. Os amigos devem sustentar-se e encorajar-se reciprocamente no desenvolvimento dos seus dons e talentos e na sua colocação ao serviço da comunidade humana. Neste contexto, é gratificante ver a aparição de novas redes digitais que procuram promover a solidariedade humana, a paz e a justiça, os direitos humanos e o respeito pela vida e o bem da criação. Estas redes podem facilitar formas de cooperação entre povos de diversos contextos geográficos e culturais, consentindo-lhes de aprofundar a comum humanidade e o sentido de corresponsabilidade pelo bem de todos. Todavia devemo-nos preocupar por fazer com que o mundo digital, onde tais redes podem ser constituídas, seja um mundo verdadeiramente acessível a todos. Seria um grave dano para o futuro da humanidade, se os novos instrumentos da comunicação, que permitem partilhar saber e informações de maneira mais rápida e eficaz, não fossem tornados acessíveis àqueles que já são económica e socialmente marginalizados ou se contribuíssem apenas para incrementar o desnível que separa os pobres das novas redes que se estão a desenvolver ao serviço da informação e da socialização humana.

Quero concluir esta mensagem dirigindo-me especialmente aos jovens católicos, para os exortar a levarem para o mundo digital o testemunho da sua fé. Caríssimos, senti-vos comprometidos a introduzir na cultura deste novo ambiente comunicador e informativo os valores sobre os quais assenta a vossa vida. Nos primeiros tempos da Igreja, os Apóstolos e os seus discípulos levaram a Boa Nova de Jesus ao mundo greco-romano: como então a evangelização, para ser frutuosa, requereu uma atenta compreensão da cultura e dos costumes daqueles povos pagãos com o intuito de tocar as suas mentes e corações, assim agora o anúncio de Cristo no mundo das novas tecnologias supõe um conhecimento profundo das mesmas para se chegar a uma sua conveniente utilização. A vós, jovens, que vos encontrais quase espontaneamente em sintonia com estes novos meios de comunicação, compete de modo particular a tarefa da evangelização deste «continente digital». Sabei assumir com entusiasmo o anúncio do Evangelho aos vossos coetâneos! Conheceis os seus medos e as suas esperanças, os seus entusiasmos e as suas desilusões: o dom mais precioso que lhes podeis oferecer é partilhar com eles a «boa nova» de um Deus que Se fez homem, sofreu, morreu e ressuscitou para salvar a humanidade. O coração humano anseia por um mundo onde reine o amor, onde os dons sejam compartilhados, onde se construa a unidade, onde a liberdade encontre o seu significado na verdade e onde a identidade de cada um se realize numa respeitosa comunhão. A estas expectativas pode dar resposta a fé: sede os seus arautos! Sabei que o Papa vos acompanha com a sua oração e a sua bênção.

Vaticano, 24 de Janeiro - dia de São Francisco de Sales - de 2009.

BENEDICTUS PP. XVI

[Tradução difundida pela SantaSé

© Copyright 2009 - Libreria Editrice Vaticana]

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1 comentário:

Usuale disse...

Aí vai uma mensagem legal de amizade que encontrei por um buscador bacana:
Por mais que o tempo passe e que as dificuldades possam surgir, eu sempre estarei firme e forte, porque sei que posso contar com você, um amigo que certamente foi um presente em minha vida.

Sei que a nossa amizade é verdadeira, e para todas as amizades verdadeiras o tempo nunca passa, as distâncias nunca existem.

Pois elas são eternas e a verdadeira amizade nunca morre.

Obrigada por sua amizade e por permitir que eu lhe chame de amiga!!!

Te curto de montão!

Te curto pra valer!

Fonte:
http://www.ziipi.com/result?pesquisa=mensagens+amizade

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