sexta-feira, janeiro 16, 2009

ZP090115

ZENIT

O mundo visto de Roma

Serviço diario - 15 de janeiro de 2009



SANTA SÉ
Papa a policiais vaticanos: trabalho como serviço ao próximo
Primeiro festival mundial «Caminhos do Espírito» em Roma

ESPECIAL: ENCONTRO MUNDIAL DAS FAMÍLIAS
Meios de comunicação, novos (des)educadores
É a família que deve educar sexualidade dos filhos, segundo especialista
Helen Alvaré: Igreja não se escandaliza com sexualidade

MUNDO
Brasil: bispo destaca potencial dos jovens para Igreja
Perseguição religiosa na Índia: tribunal supremo decepciona

ENTREVISTAS
Cidade do México, capital mundial do movimento pela vida
Cardeal Bertone será testemunha de nova primavera cultural no México
Zélie e Louis Martin: filhos não são propriedade dos pais

DOCUMENTAÇÃO
Terra Santa: comunicado pela paz dos bispos americanos e europeus

Santa Sé

Papa a policiais vaticanos: trabalho como serviço ao próximo

«À luz da Boa Notícia, o trabalho cotidiano tem um sentido novo»

Por Inma Álvarez

CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 15 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- Bento XVI recebeu em audiência nesta quinta-feira os agentes de segurança que trabalham no Estado vaticano para felicitá-los pelo novo ano e os convidou a fazer do seu trabalho um «sacrifício agradável a Deus» e um «serviço aos demais».

Em um breve e cordial discurso, o Papa expressou seu agradecimento aos agentes e garantiu-lhes que conhece as circunstâncias do seu trabalho e «os sacrifícios que este comporta» para as suas famílias, devido aos turnos de vigilância que devem realizar.

«Lembro que eu costumava me encontrar com alguns de vós quando, sendo cardeal, atravessava todos os dias a Praça de São Pedro», recordou.

O Papa recordou que para os cristãos, «a esperança trazida pelo nascimento, morte e ressurreição de Cristo das que nosso trabalho cotidiano, seja qual for, assume um valor e um significado diferentes».

Ele convidou os agentes a «ancorar» sua tarefa diária «nesses valores permanentes humanos e espirituais que tornam nossa existência mais serena e útil aos irmãos», e a transformá-la em uma «missão de serviço aos demais».

Este serviço, explicou, «concerne à ordem e à segurança», mas também deve ser «uma ascese pessoal, por assim dizer, uma constante vigilância interior que exige harmonizar bem a disciplina e a cordialidade, o controle de si mesmo e a acolhida vigilante dos peregrinos e dos turistas que chegam ao Vaticano».

Segundo o Papa, quando este serviço é feito com amor, «ele se converte em oração, oração ainda mais agradável a Deus quando o vosso trabalho é pouco gratificante, monótono e fatigoso, especialmente nas horas noturnas e nos dias em que o clima se torna duro».

«É cumprindo bem o próprio dever que cada batizado realiza sua vocação própria à santidade».

Por último, o pontífice lembrou especialmente das famílias dos agentes, «com um pensamento especial aos que se casaram recentemente ou estão a ponto de dar este passo».

«O caráter familiar deste tradicional encontro, tão querido para mim, oferece-me a oportunidade de dirigir-vos uma saudação especial e expressar-vos meu vivo e grato apreço pelo trabalho que levais a cabo com o reconhecido profissionalismo e grande dedicação», concluiu.

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Primeiro festival mundial «Caminhos do Espírito» em Roma

Uma iniciativa da Obra Romana para as Peregrinações

ROMA, quinta-feira, 15 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- Com a presença do cardeal Agostino Vallini, vigário do Papa para a diocese de Roma, inaugurou-se na manhã da quinta-feira, na Cidade Eterna, o Journeys of the Spirit Festival (Josp Fest), primeiro Festival Internacional de «Caminhos do Espírito».

O encontro, cujo lema é a frase de Santo Agostinho «Canta e Caminha», se estenderá até o próximo domingo e tem como lugar a Nova Feira de exposições, perto do aeroporto Leonardo Da Vinci de Roma. Conta com a presença de 150 expositores procedentes de quatro continentes e espera congregar cerca de 40 mil pessoas. 

O evento está organizado pela Obra Romana de Peregrinações, dependente do Vicariato de Roma, órgão da Santa Sé, e conta com o apoio da Prefeitura e da Província de Roma, assim como da Região do Lazio (à qual pertence a capital italiana). 

Segundo deu a conhecer Dom Libero Andreatta, vice-presidente da Obra Romana de Peregrinações, o evento pretende substituir o termo «turismo religioso» por «caminhos do espírito». 

«A peregrinação é uma experiência que nos leva a mover o corpo, mas o movimento exterior não basta se não estiver acompanhado de um movimento interior» assegurou o Pe. Caesar Atuire, administrador delegado da Obra Romana de Peregrinações. 

«O tema da viagem é importante para garantir que os itinerários da fé sejam diferentes das múltiplas ofertas de turismo que com frequência não dão a possibilidade fazer uma experiência interior, do coração, para buscar a verdade sobre nós mesmos, sobre Deus e sobre o nosso mundo», acrescentou. 

Lugares de peregrinação 

Desde esta quinta-feira, centenas de visitantes passaram pelos diferentes stands para conhecer, graças à ajuda das novas tecnologias, três importantes pontos de peregrinação: Roma, Santiago de Compostela e Jerusalém. 

Em outro dos pavilhões, expõem outros lugares de peregrinação no mundo: Guadalupe (com 10 milhões de peregrinos ao ano), Lourdes (9 milhões) e São Pedro, no Vaticano (7 milhões), entre outros. 

A feira conta também com uma praça medieval, em cujo centro há um mapa interativo gigante da Itália, que oferece a seus assistentes a possibilidade de descobrir as riquezas naturais, históricas, religiosas e artísticas do país. 

Existe também outro pavilhão, com a participação da Agência Nacional Italiana do Turismo (ENIT), no qual se mostram os lugares espirituais mais representativos que caracterizaram a história do país e seu patrimônio artístico, o mais importante do mundo.

Experiências do festival 

Além das exibições, o festival oferece outros eventos, como leituras em voz alta, interpretadas por alguns artistas internacionais que compartilham, por meio da arte, lugares de peregrinação e a experiência de pessoas que se sentiram tocadas com a visita a algum dos lugares santos. 

Igualmente, há uma sala de projeção na qual se apresentam diferentes documentários e vídeos de diversos destinos religiosos no mundo. Oferece também uma sala de leitura onde os assistentes podem selecionar seu título preferido, relacionado com alguns lugares de peregrinação. 

Outra das áreas, denominada «Meeting and performances» está dedicada a espetáculos artísticos de música, teatro e dança. Lá, alguns artistas dão a conhecer ao público da Josp Fest suas experiências pessoais relacionadas com o tema do festival. 

Dentro do evento se realiza também um seminário com conferências, fóruns, mesas redondas e trabalhos em grupo, nos quais especialistas provenientes de diferentes santuários expõem diferentes lugares de peregrinação. 

Mais informação em http://www.jospfest.com  

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Especial: Encontro Mundial das Famílias

Meios de comunicação, novos (des)educadores

Conferência de Norberto González no Congresso da família

CIDADE DO MÉXICO, quinta-feira, 15 de janeiro de 2009 (ZENIT.org-El Observador).- O trabalho educativo da família está sendo suplantado ou complementado cada vez mais pelos meios de comunicação, explicou Norberto González Gaitano, doutor em jornalismo, no segundo dia do Congresso Teológico Pastoral do VI Encontro Mundial das Famílias.

O antigo decano da Faculdade de Comunicação Institucional da Universidade Pontifícia da Santa Cruz, em Roma, dedicou sua intervenção ao tema “A família e os meios de comunicação”.

A análise do professor de Opinião Pública serviu para fundamentar sensações dos participantes no congresso: a decisiva influência que os meios de comunicação têm na educação das crianças e jovens.

Chegou a uma conclusão clara: não se trata de condenar a mídia, mas de aprender a discernir.

O catedrático iniciou sua exposição constatando que uma criança norte-americana vê quase oito horas diárias de televisão.

A respeito dos novos meios que a tecnologia oferece (desde a web e o ipod, iphone, skype...) esclareceu que “em si mesmos, não são bons nem maus, mas cada novo meio de comunicação introduz uma ganância cultural e implica simultaneamente uma perda, como mostrou Marshall McLuhan”.

Assim, por exemplo, disse, “a imprensa levou a leitura a todos os extratos sociais e possibilitou o ensino universal obrigatório; por sua vez, obscureceu toda uma cultura oral com sua enorme riqueza; a televisão mudou o modo de imaginar, de aprender e de pensar da geração audiovisual; assim como a internet está mudando os hábitos de consumo dos meios e os circuitos mentais da geração digital”, explicou o professor.

Constatou como “cada geração tem de aprender a incorporar estes avanços, ainda que às vezes paguem um alto preço, como nos EUA, onde as crianças diagnosticadas com desordem de déficit de atenção eram 150 mil em 1970 e em 2000 eram 6 milhões”.

“Se bem que a televisão não é a única responsável pela mudança, pois também influem outros fatores, como a desestruturação da família (aumento de divórcios, trabalho fora do lar dos cônjuges, etc.), o certo é que os pediatras e especialistas que aconselham pouca ou nenhuma televisão obtêm melhoras notáveis na conduta dos pequenos acometidos dessas disfunções”, afirmou o especialista espanhol.

Gaitano mostrou como os conteúdos de violência promovem comportamentos violentos, e propôs ao auditório numerosos exemplos extraídos de pesquisas acadêmicas.

“A nova identidade cultura que a mídia está propagando se caracteriza pela banalização da morte e da sexualidade, assim como pela comercialização do erotismo”, afirmou.

Diante desse panorama, o professor questionou se a mídia vai procurar um mundo feliz, e respondeu citando uma frase de Albert Einstein: “o problema não é a bomba atômica, o problema é o coração dos homens”.

“Não se trata –assegurou– de condenar os meios de comunicação, mas de aprender a discernir acerca deles”.

Finalizou dizendo que o desafio para os pais de família encontra-se em responder à emergência educativa de que fala Bento XVI.

Cada geração apresenta um novo desafio para a família. Nesta geração, o desafio está em ensinar a discernir frente à poderosa maquinaria dos meios de comunicação de massa, afirmou.

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É a família que deve educar sexualidade dos filhos, segundo especialista

«A castidade é a energia espiritual que defende o amor do egoísmo»

Por Inma Álvarez 

CIDADE DO MÉXICO, quinta-feira, 15 de janeiro de 2009 (ZENIT.org-El Observador).- Educar a sexualidade é educar na castidade, e isso é tarefa fundamentalmente da família, onde se dá um «clima favorável» frente a «uma cultura fortemente condicionada pelos efeitos da onda de longo alcance da revolução sexual».

Assim afirmou a doutora italiana Maria Luisa Di Pietro, professora associada de Bioética na Universidade Católica do Sagrado Coração de Roma e presidente da associação Scienza & Vita (Ciência e Vida), durante sua intervenção desta quinta-feira no Congresso Mundial das Famílias que está acontecendo no México. 

Antes de tudo, é necessário, argumentou, «esclarecer o conceito de castidade», que é a «energia espiritual, que sabe defender o amor dos perigos do egoísmo e da agressividade, e sabe promovê-lo à sua plena realização». 

«A redução da sexualidade a uma mera dimensão do instinto favoreceu também, em suas manifestações mais extremas e ínfimas, a difusão da pornografia e da violência sexual», acrescentou. 

É urgente, portanto – explicou –, que as famílias assumam o papel primordial que têm na formação afetiva e moral de seus filhos. 

«A pressa por pular etapas está tornando cada vez mais difícil o amadurecimento afetivo dos jovens e está pondo em risco inclusive sua saúde», afirmou. 

Segundo a doutora Di Pietro, a educação da sexualidade «deve ter como principal objetivo indicar e motivar a que se alcancem grandes metas», entre elas «a afirmação do eu, da autoestima, do senso de dignidade própria, da capacidade de autoposse e autodomínio, da abertura de projeto, da coerência e equilíbrio interior; a aquisição de uma grande atenção para os valores da procriação, da vida e da família». 

«É necessária uma verdadeira formação dirigida à educação da vontade, dos sentimentos e das emoções – acrescentou. Conhecer-se equivale a ter um motivo a mais para aceitar com serenidade a própria realidade de homem ou de mulher e para exigir maior respeito e consideração por si mesmo e pelos demais.»

Os pais têm «a obrigação moral de educar a pessoa em sua masculinidade e feminilidade, em sua dimensão afetiva e de relação: educar a sexualidade como dom de si mesmos no amor, esse amor verdadeiro que sabe custodiar a vida». 

Os pilares de toda educação baseada no amor à pessoa, segundo a doutora, são: por um lado, «que idéia se tem do homem», e por outro, «que projeto de homem se pretende realizar». 

«Quando se renuncia à verdade sobre o homem (ao amor pela verdade), corre-se o risco de comprometer justamente a obra educativa. Se a liberdade não se introduz e arraiga em uma verdade integral da pessoa, pode conduzir o próprio homem a condutas e escolhas que reduzem o humano, ou pode converter-se em instrumento de prevaricação e de puro arbítrio ou levar a atitudes de resignação e perigoso ceticismo». 

Neste sentido, acrescentou que é necessário educar a afetividade ao mesmo tempo que o sentimento moral, ou, o que é o mesmo, a «educação para a liberdade». 

«A pessoa só se forma quando é capaz de responder à pergunta sobre qual pessoa deveria eu ser. O compromisso deve ser, então, o de ajudar o sujeito a crescer como pessoa virtuosa, ou seja, a adquirir uma aptidão permanente para fazer o bem e para fazê-lo bem.»

Os pais, especialmente durante a adolescência, devem «ajudar seus filhos a discernirem sua vocação pessoal, a descobrir o projeto que Deus tem para eles», acrescentou. 

Devem também ser conscientes de que o dever de educar moralmente os filhos é «inalienável» e que não pode ser «nem totalmente delegado a outros nem usurpado por outros». 

«De fato, não oferecer aos filhos um ambiente familiar que possa permitir uma adequada formação ao amor e à castidade significa faltar a um dever preciso», acrescentou. 

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Helen Alvaré: Igreja não se escandaliza com sexualidade

Seu valor é entendido à luz da vida humana

Por Gilberto Hernández

CIDADE DO MÉXICO, quinta-feira, 15 de janeiro de 2009 (ZENIT.org-El Observador).- Ao contrário do que se pensa e diz nos âmbitos seculares, a Igreja não evita falar da dimensão corporal do homem e da mulher, particularmente da sexualidade. Foi assim que se expressou a Dra. Helen Alvaré, catedrática da Universidade George Mason em sua conferência durante a 3ª sessão do Congresso Teológico Pastoral, dentro da VI Encontro Mundial das Famílias.

A principal razão que permite à Igreja valorizar a dimensão corporal radica em que no cristianismo, de uma forma muito rica, «expressa seus mistérios através da corporeidade, como no caso da Encarnação e da Ressurreição», indicou a especialista.

E lembrou que este valor adquire toda a sua profundidade quando «os fiéis têm a consciência de pertencer ao Corpo Místico de Cristo através da sua própria pessoa».

A catedrática, proveniente dos Estados Unidos, afirmou que para entender o valor da vida humana não se deve evadir o tema da sexualidade. Disse também que a Igreja deve aproveitar seu profundo conhecimento sobre a corporeidade humana para falar e manifestar sua posição sobre o tema.

A também assessora do Conselho Episcopal dos Estados Unidos destacou que o exercício e a experiência da própria sexualidade não estão limitados ao âmbito físico, mas encontram sua razão e propósito divino através da vida espiritual e da fé.

A Dra. Alvaré expressou que «o corpo humano não está carente de significado, ainda quando falamos da criança não nascida ou do homem e da mulher e sua relação de intimidade. Toda a informação ética, testemunhal e científica nos indica que temos de respeitar o corpo não como um mero determinismo biológico. Simplesmente não podemos contradizer tão violentamente o corpo humano».

E disse que um dos aspectos mais interessantes da Igreja Católica é seu entendimento tão profundo do físico: «não nos dá medo nem vergonha falar sobre a sexualidade humana; isso é, pelo contrário, uma bênção». 

A estudiosa do tema da família assinalou que quando o Santo Padre fala do matrimônio como o lugar onde encontramos Jesus Cristo nos cônjuges, podemos chegar a imaginar que esta realidade vive em cada pessoa, na vida de cada casal. «Nem todo o mundo se casa, mas a maioria das pessoas sim, e por isso esta teologia é muito digna de consideração», indicou. 

Para exemplificar a cotidianidade e importância da corporeidade na vida religiosa dos fiéis, a Dra. Alvaré fez um elenco de ritos e práticas que implicam manifestações físicas: «tocamos as relíquias, beijamos as estátuas, tocamos nossos terços, damos a mão. Isso fala de dar uma mensagem importante, de que cada pessoa é um indivíduo importante. O Corpo de Cristo não está formado, nós temos de formá-lo e devemos começar com o que temos».

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Mundo

Brasil: bispo destaca potencial dos jovens para Igreja

Responsável da CNBB no encontro da Pastoral da Juventude

BRASÍLIA, quinta-feira, 15 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- O bispo responsável pelo setor juventude na CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), Dom Eduardo Pinheiro, destacou o potencial dos jovens para o presente e futuro da Igreja.

«Conhecer os jovens é condição prévia para evangelizar os jovens», afirmou, citando o Documento 85 da CNBB –Evangelização da Juventude: Desafios e Perspectivas–, em sua palestra sobre «os jovens nos documentos da Igreja», ministrada ontem no 9° Encontro Nacional da Pastoral da Juventude, que acontece em Natal (RN), com a participação de 415 jovens.

Segundo informa a Sala de Imprensa da CNBB, além do Documento 85, Dom Eduardo citou também o Documento de Aparecida e as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil.

«Os jovens representam um enorme potencial para o presente e o futuro de nossos povos e de nossa Igreja», disse, citando o Documento de Aparecida. Já das Diretrizes, ele extraiu a preocupação dos bispos com a acolhida aos jovens. «Os jovens merecem melhor acolhida e sincero amor nas comunidades eclesiais e maior espaço para a ação», destacou.

Segundo Dom Eduardo, os documentos da Igreja reconhecem que os jovens são «cheios de dons» e que «eles fazem a diferença na Igreja e na sociedade», além de serem «amigos de Deus».

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Perseguição religiosa na Índia: tribunal supremo decepciona

Sentença sobre as atrocidades cometidas contra os cristãos do Estado de Orissa

NOVA DÉLI, quinta-feira, 15 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- O arcebispo de uma das dioceses indianas mais afetadas pela sangrenta perseguição anticristã dos últimos meses expressou sua «profunda decepção» pela resolução do Tribunal Supremo sobre as atrocidades cometidas pelos extremistas no Estado de Orissa. 

Dom Raphael Cheenath, arcebispo de Cuttack-Bhubaneshwar, afirma que os documentos que recolhem as sentenças do Tribunal Supremo indiano sobre os atentados contra os cristãos no Natal de 2007 e no outono de 2008 são «terrivelmente decepcionantes». 

O prelado, em um comunicado da Associação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) recebido pela Zenit, afirma que, contrariamente ao que a imprensa indiana disse, as sentenças são  «imprecisas» e não recolhem os pedidos dos cristãos de aumentar a segurança. 

O tribunal havia sido requerido para pronunciar-se diante de um pedido do próprio prelado, que havia solicitado o aumento da proteção da polícia e das indenizações aos cristãos que perderam suas casas durante a onda de violência. 

Contrariamente a tudo que informou, o tribunal decidiu recortar a «rápida proteção policial» que o governo central pretendia colocar em andamento, assim como «abster-se de estabelecer algumas pautas claras para as indenizações».

Em uma entrevista concedida à AIS na segunda-feira passada, 12 de janeiro, Dom Cheenath denunciou que o conteúdo da sentença não corresponde ao que a mídia publicou. 

Em sua opinião, esta resolução «não será de grande consolo para os cristãos do distrito de Kandhamal, em Orissa, objetivo primordial das agressões». «Muitos cristãos têm ainda muito medo para voltar às suas casas e estão lutando por cobrir suas necessidades básicas com as indenizações que o governo lhes deu». 

O prelado explicou que está reunindo provas da necessidade de maior segurança e de aumentar os recursos econômicos, para apresentar alegações à sentença no prazo de um mês. 

«Entre as pessoas e também entre os funcionários da administração local, ainda reina o medo. Estes últimos são conscientes de que a situação continua sendo difícil e de que não se pode obrigar as pessoas a abandonarem os campos de refugiados para voltar a seus povos», acrescentou. 

O próprio Dom Cheenath, que recebeu ameaças de morte, não pôde visitar o distrito de Kandhamal até o fim de semana passado, já que não se podia garantir sua segurança.

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Entrevistas

Cidade do México, capital mundial do movimento pela vida

Entrevista ao coordenador do Encontro Mundial, padre José Guillermo Gutiérrez

Por Mercedes de la Torre

CIDADE DO MÉXICO, quinta-feira, 15 de janeiro de 2009 (ZENIT.org - El Observador).- a Cidade do México, capital mundial das famílias por alguns dias, se depara ainda com surpresas para aqueles que acompanham o VI Encontro Mundial das Famílias, assegura o padre José Guillermo Guitérrez Fernández, do Conselho Pontifício para a Famílias, coordenador do evento.

Nesta entrevista concedida a Zenit, o colaborador do Papa revela como Bento XVI acompanhou a preparação do evento, o toque «mexicano» que os diferentes atos possuem – celebrados sob a proteção da Virgem de Guadalupe –, e assegura que provocará uma mobilização pela família dentro e fora do país.

– Qual é a magnitude do VI Encontro Mundial das Famílias?

– Padre Gutiérrez: O Encontro é um evento maravilhoso. Penso que ele converte a Cidade do México na capital das famílias: pessoas de mais de 90 países de todo mundo. Um grupo maravilhoso de casais está participando na organização, em diversos encargos: existem mais de 400 voluntários, entre gente jovem, adultos, famílias que acolhem outras famílias, enfim, é toda uma mobilização da sociedade para este encontro mundial.

Faz ver como a família reúne, pois permitiu que os agentes sociais interessados na família, tanto civis como pastorais, interagissem para que este Encontro Mundial seja um êxito. Todos com um mesmo objetivo: sustentar, apoiar a família, porque nos damos conta de que do bem da família depende o bem da sociedade em seu conjunto.

Outra iniciativa significativa foi a preparação do vitral das famílias: mais de sete mil fotografias vindas de lugares remotos de todo o planeta foram unidas neste mosaico que forma a imagem do Santo Padre Bento XVI e que faz ver plasticamente como a família reúne.

Ainda outra iniciativa interessante é o bosque das famílias, com o qual as famílias se empenham a reflorestar algumas áreas, criando com este bosque uma consciência ecológica: um valor importantíssimo que deve ser formado hoje em dia.

Também há a campanha das famílias, na qual as pessoas dão um objeto de metal, como uma chave, por exemplo, para fundir um sino, que recorde a todos nossa necessidade de construir e de nos empenharmos para fazer de nossa família uma família forte, uma família linda, uma experiência bela desta solidariedade e de humanidade.

– O Papa Bento XVI não está presente neste VI Encontro Mundial das Famílias. Poderia nos revelar detalhes da participação do Santo Padre?

– Padre Gutiérrez: Tive a graça de estar com o Santo Padre há alguns dias acompanhando o cardeal Ennio Antonelli, presidente do Conselho Pontifício para a Família. Pude palpar pessoalmente o envolvimento do Santo Padre neste encontro mundial. O Santo Padre está rezando pelas famílias, está rezando pelo México, está rezando por este sexto Encontro Mundial e isto me parece que é a primeira forma com a qual o Santo Padre está presente no encontro.

Em segundo lugar, há que ser sublinhada a delicadeza que o Santo Padre teve ao nomear nada menos que o Secretário de Estado, o cardeal Tarcísio Bertone, seu mais próximo colaborador, como seu representante no México, dado que não poderia vir pessoalmente ao México. É outra maneira com a qual o Papa quer manifestar sua presença e sua proximidade ao Encontro Mundial das Famílias.

O Santo Padre está conosco, está conosco fundamentalmente porque está nos corações de todos os católicos e neste momento está presente no coração dos mexicanos, o amam tanto.

– Poderia comentar alguns aspectos específicos deste Encontro Mundial das Famílias?

– Padre Gutiérrez: Neste encontro mundial, como em todos os encontros mundiais, há aspectos particulares. Neste, concretamente, temos durante o Congresso Teológico Pastoral diferentes intervalos musicais, assim como representações artísticas do México para dar as boas vindas às pessoas que vêm de tantas partes do mundo, para manifestar a alegria de estarmos juntos, de estarmos reunidos como família de Deus, como família humana.

Por outro lado, durante a festa dos testemunhos do sábado dia 17 de janeiro, teremos algumas manifestações artísticas de autores muito conhecidos na América Latina, será cantado o hino das famílias para este sexto Encontro Mundial, e será celebrada a consagração das famílias católicas e das não católicas, das famílias de todo o mundo, à Virgem Santíssima de Guadalupe.

É algo muito significativo, porque como se sabe, a Virgem, Mãe de Deus, sempre esteve ligada fortemente à família. Especialmente, no Santuário de Guadalupe, a imagem de Nossa Mãe Santíssima de Guadalupe quis ficar na imagem do Tepeyac, no manto de Juan Diego, representada como a Virgem que está esperando o nascimento de Jesus.

A Virgem, que está grávida, está intimamente ligada à família. São famosas as famílias peregrinas que vão até ela. Manifestou-se também como Mãe, Mãe de todos aqueles que sentem cansaço, desta humanidade fatigada, e desta família fatigada pelas diversas circunstâncias: a pobreza, a violência, a guerra e também as ideologias que a atacam e a bombardeiam. Neste momento a família vai a ela e a sua intercessão.

Também teremos na missa conclusiva do encontro um momento particularmente evocador: a renovação dos compromissos matrimoniais com a troca de alianças e a bênção. Os casais poderão fazer esta renovação das promessas ainda que não possam estar fisicamente na Basílica de Guadalupe, se acompanham o evento através da televisão ou da rádio. Desta forma, poderão também obter a graça da indulgência plenária.

– Última pergunta: que o México contribui com seus valores familiares, o segundo país em número de católicos do mundo?

– Padre Gutiérrez: O México, neste encontro mundial, contribui com sua fé, sua jovialidade, sua alegria, justamente o valor da família, que para os mexicanos é tão querida.

Contribui com a solidariedade e o valor sobretudo da acolhida, porque seguramente as pessoas que nos acompanham poderão sentir este calor, esta alegria de receber os que vêm de fora. 

Também o México se verá muito beneficiado com este encontro, já está sendo, com toda preparação que teve, com este entusiasmo que se dá neste momento para trabalhar juntos, com esta reflexão que suscita em toda a sociedade, para trabalhar juntos e fortalecer a família.

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Cardeal Bertone será testemunha de nova primavera cultural no México

Fala um dos organizadores do encontro do secretário de Estado com a cultura

Por Jaime Septién

QUERÉTARO, quinta-feira, 15 de janeiro de 2009 (ZENIT.org-El Observador).- Um novo protagonismo de católicos dedicados à vida acadêmica está aparecendo no México. Tanto em universidades públicas como em instituições privadas surgem iniciativas para o diálogo, a discussão e o compromisso a favor de uma nova relação entre a razão e a fé. 

ZENIT-El Observador entrevistam Rodrigo Guerra, diretor do Centro de Pesquisa Social Avançada (www.cisav.org) e membro do comitê organizador do encontro que o cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado, terá com o mundo da educação e da cultura católica no México na segunda-feira, 19 de janeiro, no histórico «Teatro da República», na cidade de Querétaro. 

– Qual é a importância do encontro do cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado do Papa, com o mundo da educação e da cultura no México?

– Rodrigo Guerra: No México e na América Latina, a fé gerou cultura desde a primeira evangelização do continente. Para homens como Juan de Zumárraga, Tata Vasco, Toribio de Benavente ou Bartolomeu das Casas, o anúncio do Evangelho levava à proclamação de um novo modo de viver nossa humanidade que gerava comunidade, linguagem, arte, compromisso social e instituições educativas ao serviço de todos, em especial dos mais pobres. No contexto atual é preciso reconstruir a ponte que vincula a experiência cristã e tudo aquilo que educa o ser humano para que possa viver à altura de sua dignidade. Por isso, um encontro dos principais responsáveis da educação católica do México com o cardeal Bertone tem um especial significado: deve-se avançar por um caminho iniciado há muito tempo e que hoje é preciso continuar em um novo contexto. 

– O encontro que se realizará em Querétaro tem como título «A realização da razão no horizonte da fé». Este tema não é por acaso muito teórico para uma realidade muito prática e concreta que se vive no México hoje?

– Rodrigo Guerra: A fé não é uma teoria, é a certeza pessoal que brota do encontro com Jesus. Por outro lado, a «razão» sempre é a razão de alguém, de um sujeito concreto, com uma história singular. O tema do encontro com o cardeal Bertone, por isso, não versa sobre conceitos ou teorias. As relações entre a razão e a fé sempre possuem um caráter personalista, ou seja, são relações entre um eu humano e um tu infinito que se revela livremente e que abre um horizonte novo para a vida. Quando a razão reaprende a realizar-se no horizonte da fé, nada fica sacrificado. Ao contrário: nossa inteligência fica potencializada, já que se propõem novos temas, perguntas e desafios por causa do encontro com uma realidade maior que ela. 

– Como é o mundo da educação e da cultura que o cardeal Bertone vai encontrar no México?

– Rodrigo Guerra: Não é fácil caracterizar um cenário grande e complexo em poucas palavras. Por uma parte, o pensamento liberal mexicano marcou algumas das mais importantes elites educativas há mais de um século. A idéia de que o cristianismo não tem direito de existir na vida pública e que só deve reduzir-se à prática privada e ao folclore para os turistas ganhou um amplo território. Em algumas universidades, ser científico e ser crente são realidades praticamente excludentes. Por outro lado, deve-se reconhecer que os católicos dedicados à vida acadêmica em certas ocasiões caem no intimismo ou na redução moralista da fé cristã a uma proposta de «valores». Ambos os fenômenos se entreteceram e dificultaram que a fé projete sua luz no mundo da educação, a ciência e a cultura de um modo criativo e altamente incidente. 

Agora, este cenário problemático está acompanhado de um movimento simultâneo sumamente esperançoso: uma nova geração de acadêmicos católicos está emergindo em diversos lugares e ambientes. Muitos deles são pessoas nascidas depois de 1960 e que ficaram desencantadas pelas ideologias que ofereciam salvação através do Estado ou do mercado. Outros são católicos que perseveraram na fé em meio a ambientes educativos adversos e que hoje, ao ver Bento XVI, encontram motivos renovados para empreender um novo protagonismo. Finalmente, estão também muitos jovens que viveram sua infância acompanhados pela figura de João Paulo II e que ao finalizar seus estudos universitários sabem que é possível e necessária uma fé que ilumine a razão e uma razão ampliada que esteja disposta a acolher a irrupção do acontecimento cristão. 

– O que o México precisa para que este incipiente movimento de renovação da cultura cristã possa consolidar-se e dar frutos?

– Rodrigo Guerra: Minha hipótese pessoal é que são necessárias três coisas fundamentalmente. A primeira é recuperar a centralidade de Cristo. O cristianismo só é significativo para a vida e para a razão das pessoas quando se descobre como uma experiência de encontro, de comunhão, de fascinação diante de uma pessoa que cumpre as exigências do nosso coração e as excede. Em segundo lugar, é necessário criar novos espaços e novos métodos para que a fé gere cultura, ciência e paixão pela verdade. Bento XVI disse recentemente: «O novo diálogo entre fé e razão, que se faz necessário hoje, não pode ser levado a cabo nos termos e modos como se realizou no passado». Em terceiro lugar, é preciso que os católicos entendam que a colaboração entre diversos carismas e instituições é fundamental para testemunhar a comunhão que torna a fé crível. Só quando os diversos carismas eclesiais colaboram generosamente entre si, superando desconfianças, o único Cristo se repropõe diante do mundo e a experiência educativa cristã se torna via para que todas as pessoas, todas as sensibilidades, todas as perguntas e inquietudes possam encontrar uma acolhida evangélica e assim possa surgir um novo protagonismo na vida social dos nossos povos.

– O Centro de Pesquisa Social Avançada (www.cisav.org) é a instituição anfitriã que a Conferência do Episcopado Mexicano escolheu para a realização do encontro com o cardeal Bertone: o que este evento significa para vocês?

– Rodrigo Guerra: Para o CISAV, este encontro não só é uma grande honra, mas uma ocasião providencial. Nascemos como uma comunidade acadêmica dedicada à pesquisa avançada em filosofia, bioética, estudos sobre família e ciências sociais. Dom Mario de Gasperín, bispo de Querétaro, e Dom Carlos Aguiar, presidente da Conferência do Episcopado Mexicano (CEM), foram verdadeiros pais que alentaram nosso trabalho desde o começo e nos animaram justamente a viver plenamente nossa identidade leiga, a cultivar o máximo rigor científico e uma verdadeira abertura à fé. Os discursos do Papa Bento XVI sobre fé e razão se tornaram programáticos para nós. Por isso, ter a oportunidade de colaborar junto com a diocese de Querétaro e a CEM na organização deste encontro sobre «a realização da razão no horizonte da fé» nos confirma em nossa missão e nos anima a perseverar com humildade nela. Desta maneira, nós nos unimos ao caminho que percorreram antes de nós importantes instituições como a AMIESC, que reúne as universidades de inspiração cristã, a CNEP, que reúne as escolas privadas, e o Instituto Mexicano de Doutrina Social Cristã (IMDOSOC). Também nos unimos ao movimento que está gerando a nova «Rede Acadêmica Fides et Ratio» (www.redfidesetratio.org), que já abraça numerosos pesquisadores e docentes de universidades públicas e privadas do México e de alguns outros países. Como em outros momentos da história, nossas pobres forças e nossos limitados planos são ultrapassados pelo Espírito, que atua onde quer e quando quer. 

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Zélie e Louis Martin: filhos não são propriedade dos pais

Entrevista com o Pe. Antonio, vice postulador da causa de beatificação dos pais de Santa Teresinha

Por Carmen Elena Villa

CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 15 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- As relíquias dos pais de Santa Teresinha do Menino Jesus estão viajando por diferentes cidades da Itália. Estiveram na basílica de São Pedro, em Roma, desde o sábado passado até hoje, quarta-feira. 

Bento XVI, em uma carta de preparação do VI Encontro Mundial das Famílias, apresenta Marie Zélie Guérin (1831-1877) e Louis e Martin (1823-1894) como «modelos exemplares de vida cristã para as famílias de hoje». 

O Pe. Antonio Sangalli, vice-postulador da causa de canonização dos esposos, beatificados em 19 de outubro passado em Lisieux (França), acompanha sempre estas relíquias. 

O milagre para a beatificação desse casal se deu em 2002. Consistiu na cura inexplicável do pequeno Pietro Schiliro, que sofria de uma grave má formação congênita no pulmão. Seus pais, Valter e Adele, pediram aos esposos Zélie e Louis que intercedessem pelo pequeno, graças a um conselho deste sacerdote carmelita, que alguns dias antes tinha batizado o Pietro, segundo o ritual romano de perigo de morte. 

Esta é a entrevista que o Pe. Sangalli concedeu à Zenit:

– Como começou sua aproximação dos esposos Zélie e Louis?

– Pe. Sangalli: Foi puramente «por acaso». Passei a Valter e a Adele a oração aos pais de Santa Teresinha porque estavam desesperados, para que tivessem a força e o valor para entender aquele momento difícil. Eu lhes havia aconselhado que rezassem, quando me chamaram para batizar o Pietro. Aconselhei-lhes que se confiassem à intercessão desses pais, Zélie e Louis, que haviam perdido quatro filhos e haviam encontrado a valentia para dar este passo dificílimo. Eu não rezava pela cura do menino. Deus nos concedeu muito mais do que estávamos lhe pedindo. 

Eu pedia só que o pai e a mãe encontrassem a força e acompanhassem com afeto e amor este menino até a morte. Então, quando depois ocorreu o milagre, os pais me pediram que fosse o vice-postulador do milagre. 

Eu pedia que este pai e esta mão não perdessem a cabeça. Deste modo,eu me converti no vice-postulador «por acaso», pelo fato de que aconteceu este milagre. 

– Antes da cura de Pietro, você tinha alguma devoção especial pelos esposos Martin?

– Pe. Sangalli: Eu me interessava por eles por serem os pais de Santa Teresinha; sabia que se havia aprovado o heroísmo das suas virtudes, mas minha intenção era a de ajudar através do exemplo destes dois pais que haviam perdido quatro filhos, para que não se desesperassem. Dirigi-me a eles só por este fato, não por outro motivo. 

– O que você acredita que os esposos Martin podem dizer às famílias de hoje?

– Pe. Sangalli: Neste casal eu posso admirar muitos aspectos. Um deles é o que o Santo Padre destacou em 11 de janeiro, ao batizar 13 crianças na Capela Sistina, quando dizia que os filhos não são propriedade dos pais. Eles viveram isso perfeitamente.

– Quais são as virtudes que você mais admira dos esposos Martin?

– Pe. Sangalli: Eles haviam perdido quatro filhos, mas não por isso se sentiam como donos da vida, do futuro, do destino dos demais filhos. Sentiam que eram colaboradores de Deus neste desígnio, oferecendo a dor e o sofrimento, implorando ao Senhor. «Somos esposos, somos colaboradores com Deus na vida, ministros e servos». E isso é muito fortes. 

Jamais se sentiram como proprietários dos filhos. Não impuseram nada aos filhos. Os exemplos que estes filhos vislumbraram nos pais foi um estímulo para sua escolha de vida, porque viam que o pai e a mãe viviam uma experiência conjugal cristã radical. 

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Documentação

Terra Santa: comunicado pela paz dos bispos americanos e europeus

«Parem os assassinatos! Comecem a construir a paz!»

JERUSALÉM, quinta-feira, 15 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- Publicamos o comunicado que a Coordenadoria de Conferências Episcopais difundiu esta quinta-feira, ao final de sua visita anual, em apoio da Igreja na Terra Santa.

* * *

Belém-Jerusalém, 15 de janeiro de 2009

«Parem a violência! Parem os assassinatos! Comecem a construir a paz!

Várias vezes escutamos esses gritos durante a nona visita da Coordenadoria de Conferências Episcopais à Igreja Mãe de Jerusalém, nesta terra dividida e doente. A violência em Gaza estava na boca e na mente de todos. Escutamos falar diretamente desta tragédia humana o pároco de Gaza, padre Manuel Musallam.

Não pode haver paz a menos que as pessoas acreditem na paz. Não pode haver segurança a menos que haja segurança para todos. Não pode haver justiça a menos que haja justiça para todos nesta terra. A fé nos dá a esperança de que a justiça, a paz e o perdão são possíveis –uma convicção compartilhada por nossos anfitriões, o patriarca de Jerusalém, Sua Beatitude Fouad Twal, e a Assembléia dos Ordinários Católicos da Terra Santa. 

Nós somos pastores, não líderes políticos, mas a voz dos crentes é vital para a busca da paz. A realidade de que cada pessoa humana é criada à imagem de Deus exige a dignidade para todos. A mensagem do Príncipe da Paz, nascido nesta Terra, nos recorda que a paz é possível. O povo que caminhava entre as trevas viu uma grande luz. A escuridão deste tempo dará passagem à luz. Aos líderes da comunidade internacional, dizemos: trabalhem com os israelenses e palestinos para pôr fim à violência em Gaza e proporcionar com urgência a assistência humanitária necessária. Mas não há que parar aí. Com uma só voz, pressionem os israelenses e palestinos para que construam uma paz justa, com segurança para Israel e um Estado viável para os palestinos.

Ao Povo de Deus de nossos próprios países, dizemos: intensifiquem sua oração pelo bem-estar da Igreja Mãe e pela paz em Jerusalém. Não tenham medo. Venham como peregrinos à Terra Santa e se encontrem com as comunidades cristãs vivas daqui. Unam-se a nós para convencer nossos governos de que alcançar a paz entre israelenses e palestinos é uma prioridade. Apoiem projetos concretos e a proximidade com as comunidades cristãs locais que estão lutando para sobreviver.

Aos cristãos da Igreja Mãe na Terra Santa, dizemos: vemos em vocês o rosto marcado de Cristo, que perdoou tudo por nossa salvação. Não estão sós. Somos uma família, uma comunhão universal com Cristo. Escutamos seus gritos, como sofrem junto aos irmãos e irmãs de toda a comunidade. Asseguramos nosso amor, nossa oração e nossa contínua solidariedade. Pedimos que também vocês orem por nós.

Signatários:

Dom Peter Bürcher

Bispo de Reykjavik, Conferência Episcopal Escandinava

Dom Michel Dubost

Bispo de Evry, Conferencia Episcopal Francesa

Dom Raymond Field

Bispo auxiliar de Dublin, da Comissão de Justiça e Assuntos Sociais da Conferência de Bispos Católicos da Irlanda

Dom Patrick Kelly,

Arcebispo de Liverpool, Vice-presidente da Conferência de Bispos Católicos da Inglaterra e Gales

Dom William Kenney CP,

Bispo auxiliar de Birmingham, Conferência de Bispos Católicos de Inglaterra e Gales

Representante da Comissão de Episcopados da União Europeia

Dom Gerald F. Kicanas

Bispo de Tucson, Vice-presidente da Conferência de Bispos Católicos dos Estados Unidos

Dom Reinhard Marx,

Arcebispo de Munich e Freising, Conferência Episcopal Alemã

Dom Joan-Enric Vives Sicilia

Bispo de Urgell e Co-príncipe de Andorra, Conferencia Episcopal Espanhola

Dom James Weisgerber

Arcebispo de Winnipeg, Presidente da Conferência de Bispos Católicos do Canadá


[Traduzido por Zenit]

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