sexta-feira, fevereiro 13, 2009

ZP090213

ZENIT

O mundo visto de Roma

Serviço diario - 13 de fevereiro de 2009



SANTA SÉ
Vaticano: «pequeno Estado para uma grande missão», segundo Papa
História do menor Estado contada pelo cardeal Bertone
Pronto documento de trabalho do sínodo africano
Fundação João Paulo II para o Sahel completa 25 anos
Nasce intermirifica.net, site que faz censo da mídia católica

MUNDO
Missionário devolve título honorífico ao presidente da Itália
Cáritas exorta à solidariedade no «Domingo pelo Zimbábue»
Quaresma: evangelizar através da rede de comunidades

EM FOCO
Novo patriarca ortodoxo russo pede ao Papa que prossiga diálogo ecumênico
Para enfrentar problemas atuais, arcebispo indica ascese solidária

Santa Sé

Vaticano: «pequeno Estado para uma grande missão», segundo Papa

Em seu discurso na comemoração do 80º aniversário dos Pactos Lateranense

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009 (ZENIT.org).- O Vaticano é «um pequeno pedaço de terra para uma grande missão», recordou hoje o Papa, ao concluir o concerto com o qual se comemorou, na Sala Paulo VI, os 80 anos de existência do Estado Cidade do Vaticano. 

O Papa fez próprio o título do congresso organizado para estudar a história do Estado e, ainda que não pretendesse aprofundar «em um discurso sobre este evento histórico sobre o qual vários especialistas estão oferecendo sua contribuição», dedicou um reconhecimento «a todos que foram protagonistas destas oito décadas de história». 

Bento XVI quis recordar especialmente o Papa Pio XI, quando, ao anunciar a assinatura dos Pactos Lateranenses e a constituição do Estado, fez sua a frase de São Francisco de Assis: «Ele disse que a nova realidade soberana era para a Igreja, como para o Pobrezinho, esse pouco de corpo que bastava para estar unido à alma. 

O Papa pediu orações para que o Senhor «continue velando por este pequeno Estado», especialmente por «quem está dirigindo a Barca, o Sucessor de Pedro, para que possa desenvolver com fidelidade e eficazmente seu ministério a favor da unidade da Igreja Católica, que tem no Vaticano seu centro visível e se expande até os confins do mundo». 

O concerto aconteceu na presença do Papa e da Cúria Romana, e consistiu na execução do Oratório «Messias» de Handel, pela Orquestra da Rádio Televisão Irlandesa (RTE) e pelo Coro da Catedral de Dublin, Our Lady's Choral Society, dirigido por Proinnsías Ó Duinn. 

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História do menor Estado contada pelo cardeal Bertone

Um congresso comemora os 80 anos da assinatura dos Pactos Lateranenses

Por Carmen Elena Villa

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009 (ZENIT.org).- O Estado Vaticano é «pequeno, mas grande, o maior do mundo desde qualquer ponto de vista»: estas foram as palavras do cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado de Bento XVI, durante a introdução do congresso «Um pequeno território para uma grande missão», inaugurado nesta quinta-feira, no Palácio Lateranense de Roma. 

O evento, organizado pelo governo da Santa Sé, acontece até amanhã, sábado. Realiza-se dentro da comemoração dos 80 anos do nascimento do Estado Vaticano, que aconteceu com a assinatura dos pactos lateranenses, em 11 de fevereiro de 1929, entre Benito Mussolini, em representação do Estado italiano, e o cardeal Pietro Gasbarri, secretário de Estado do Papa Pio XI. 

O cardeal Bertone assegurou que este aniversário «é um momento propício para recordar o alto objetivo de sua existência e ação, para avaliar como se aplicou esta finalidade ao longo destas oito décadas e para procurar intuir as modalidades futuras que a missão própria deste Estado poderá assumir». 

O trabalho de Pio XI

Ao fazer um percurso pela história do Estado Vaticano, o cardeal recordou, em particular, o trabalho do Papa Pio XI: «Este grande pontífice é o verdadeiro criador e fundador do Estado da Cidade do Vaticano. 

Com a assinatura dos pactos lateranenses se deu fim à chamada «questão romana», que havia começado em 1870, quando, por causa do movimento de unificação italiana, este país invadiu e tomou posse das propriedades da Santa Sé. 

Os pactos reconheceram a independência e soberania da Santa Sé e criaram o Estado da Cidade do Vaticano. Também definiram as relações civis e religiosas entre o governo e a Igreja na Itália, e esta nação se comprometeu a compensar a Santa Sé pelas perdas que sofreu pela anexação dos Estados pontifícios à Itália. 

O cardeal se referiu ao Papa Pio XI dizendo que o Estado Vaticano «é de fato obra de sua tenacidade, realismo, cultura e clarividência, demonstradas em muitas outras ocasiões e diante de muitos problemas graves que marcaram a Igreja e a sociedade durante seu pontificado». 

Oito décadas depois 

O secretário de Estado Vaticano fez um percurso pelos principais fatos históricos que a Santa Sé teve de enfrentar desde seu nascimento como Estado independente. 

Recordou assim que apenas dez anos depois de sua fundação, estourou a 2ª Guerra Mundial, período durante o qual a Santa Sé desenvolveu «uma intensa ação de promoção da paz e da caridade, mas com notáveis limitações». 

«Pensemos no fato de que os diplomatas acreditados na Santa Sé dos países em guerra com a Itália tiveram de abandonar Roma ou que a própria ação eclesial, diplomática e caritativa da Santa Sé estava condicionada pelo controle do Estado Italiano», assinalou o cardeal. 

O purpurado afirmou que, com o reconhecimento da soberania territorial, o Estado Vaticano pôde interagir também com representantes diplomáticos na guerra com a Ásia, que foram acolhidos pela Santa Sé. 

Também afirmou as obras de caridade que o Papa Pio XII pôde desenvolver em toda a Europa durante a guerra, «socorrendo materialmente as populações afetadas e permitindo contatos entre aqueles a quem a guerra havia separado».

Roma foi ocupada militarmente desde setembro de 1943 até junho de 1944; «o Estado da Cidade do Vaticano se encontrava rodeado de um poder político-militar, o Reich alemão, com o qual a Santa Sé tinha muitos conflitos abertos», destaca o purpurado. 

Recordou também os lugares de refúgio que serviram para albergar muitas vítimas durante a 2ª Guerra Mundial: o Seminário Pontifício Maior de Latrão, a Abadia de São Paulo Fora dos Muros e as Vilas Pontifícias de Castel Gandolfo, assim como mosteiros, conventos, institutos e paróquias de Roma. 

O cardeal Bertone destacou também os grandes eventos que aconteceram no Estado Vaticano durante seus 80 anos de história: o Concílio Vaticano II, os sínodos, as celebrações dos anos jubilares, especialmente o Grande Jubileu de 2000. Também os funerais de João Paulo II e a eleição de Bento XVI, «que atraíram a Roma as máximas autoridades políticas do mundo e multidões impressionantes», concluiu o purpurado. 

O congresso «Um pequeno território para uma grande missão» terminará neste sábado, na Sala Clementina, onde o Papa Bento XVI concederá uma audiência a todos os participantes.

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Pronto documento de trabalho do sínodo africano

O Papa o entregará em 19 de março em Camarões

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009 (ZENIT.org).- O texto do documento de trabalho (Instrumentum laboris) para o Sínodo dos bispos da África foi aprovado pelo conselho especial de sua secretaria na reunião de 23 e 24 de janeiro, segundo informou em uma nota a Sala de Imprensa da Santa Sé. 

Bento XVI o entregará pessoalmente aos presidentes das conferências episcopais africanas na quinta-feira, 19 de março, em Iaundé, por ocasião da viagem que será realizada a Camarões e Angola (17 a 23 de março). 

A segunda assembléia para a África, do Sínodo dos Bispos, será realizada de 4 a 25 de outubro de 2009, sobre o tema: «A Igreja na África ao serviço da reconciliação, da justiça e da paz: ‘Vós sois o sal da terra... Vós sois a luz do mundo’ (Mateus 5, 13.14)». 

Segundo explica a nota vaticana, o Instrumentum laboris apresenta aspectos importantes da atual situação eclesial e social nos países da África, dos quais emerge «o grande dinamismo da Igreja no continente, junto aos desafios que tem de enfrentar e que o Sínodo deverá avaliar para que o crescimento quantitativo da Igreja na África seja também qualitativo». 

Também, continua dizendo, «a Igreja deseja contribuir, segundo sua missão própria, para um desenvolvimento harmônico do homem e da mulher, assim como da sociedade, segundo sua doutrina social aplicada às diferentes situações do grande continente africano». 

No Instrumentum Laboris se sintetizam as respostas que as Igrejas locais deram aos Lineamenta (Orientações), primeiro documento redigido para a preparação do Sínodo, que afeta tanto os aspectos positivos, como os problemáticos da vida social e eclesial na África. 

Em particular, o primeiro Sínodo da África, convocado por João Paulo II em 1994, insistiu no tema de Igreja-família de Deus; o novo Sínodo quer «promover a aplicação das indicações surgidas para dar respostas eficazes a um continente africano sedento de reconciliação e em busca de justiça e paz», explica o comunicado. 

«Os conflitos locais ou regionais, as evidentes injustiças e violências interpelam todos os homens de boa vontade e de maneira especial a Igreja», assegura a nota. 

«Se é verdade que em Jesus Cristo pertencemos à mesma família e compartilhamos a mesma Palavra e o mesmo Pão de vida, e se é verdade que somos irmãos em Cristo, filhos de Deus e constituímos n’Ele uma só família, então não deveriam dar-se nunca mais injustiças e guerras entre irmãos.»

O texto do Instrumentum laboris será a guia que orientará as sessões de trabalho do Sínodo africano no Vaticano. 

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Fundação João Paulo II para o Sahel completa 25 anos

Dedica-se sobretudo a combater a pobreza e a desertização

CIDADE DO VATICANO/OUAGADOUGOU, sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009 (ZENIT.org).- Completam-se esta semana os 25 anos da criação da Fundação «João Paulo II» para o Sahel, uma instituição nascida para ajudar os povos desta região africana, empobrecida pela seca e pela desertização. 

Esta Fundação nasceu a partir da primeira viagem de João Paulo II à África, na qual lançou um apelo ao mundo a favor destes países. Quatro anos depois, o próprio Papa lhe deu forma jurídica, fazendo-o depender o Conselho Pontifício «Cor Unum», em colaboração com os episcopados destes países. 

A Fundação foi criada com o dinheiro recebido dos fiéis católicos alemães, em resposta ao apelo do Papa, e conta com a colaboração ativa da Conferência Episcopal Italiana. 

Em um comunicado emitido hoje pelo Conselho, explica-se que o objetivo desta Fundação é que os próprios habitantes beneficiários pela sua atividade a «sintam como própria». 

«Alegra-nos o fato de que os beneficiários, além da ajuda material, valorizem de modo particular a proximidade espiritual do Pastor Universal da Igreja – afirma o comunicado. Com este objetivo, a Fundação quer continuar progredindo nos próximos anos.»

O Conselho explica que esta Fundação «trabalha ativamente na gestão e proteção dos recursos naturais, na luta contra a seca e a desertização, no desenvolvimento rural e na luta contra a pobreza», sobretudo mediante a estratégia de «envolver a população local» através da formação. 

«Uma bela característica da Fundação é sua abertura às diferentes religiões dos habitantes, convertendo-se assim em um instrumento de diálogo inter-religioso», afirma o comunicado. 

Os países nos quais a Fundação trabalha são Burkina Faso, Cabo Verde, Chade, Gâmbia, Guiné-Bissau, Mali, Mauritânia, Nigéria e Senegal. Neles se materializaram, só no ano passado, mais de 200 projetos diferentes. 

Em Burkina Faso e Nigéria, a prioridade é, afirma o Conselho, a luta contra a seca e a desertização, através do reflorestamento e a canalização das águas para seu maior aproveitamento. 

Na maior parte dos países, contudo, a prioridade é a formação, tanto de crianças como de adultos, especialmente técnicos de grau médio, tanto no campo agrícola como no de saúde. 

«Estas são apenas algumas das obras realizadas pela Fundação em benefício de uma das regiões mais pobres do planeta», afirma o Conselho. 

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Nasce intermirifica.net, site que faz censo da mídia católica

Uma iniciativa do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009 (ZENIT.org).- O Conselho Pontifício das Comunicações Sociais lançou um site que oferece o censo dos meios de comunicação católicos. 

A iniciativa foi apresentada pelo arcebispo Claudio Maria Celli, presidente do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais, ao participar da conferência de New American Evangelization (NEA), concluída em Dalas em 1º de fevereiro. 

Por enquanto, o site oferece uma interface em espanhol – em breve se desenvolverá em outros idiomas – com um censo dos canais de rádio e televisão católicos do mundo. Oferecerá também listas de jornais e agências de informação. 

O arcebispo Celli, segundo explica no site do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais (www.pccs.va), atribui a iniciativa à necessidade de «desenvolver uma presença estratégica e integrada dos meios de comunicação católicos e valorizar a comunicação entre milhares de iniciativas que estão emergindo». 

«Os novos meios de comunicação – conclui – oferecem à Igreja uma grande oportunidade de semear por toda parte a palavra de Deus». 

Mais informação em www.intermirifica.net.

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Mundo

Missionário devolve título honorífico ao presidente da Itália

O presbítero Aldo Trento é responsável por uma clínica para doentes terminais

ROMA, sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009 (ZENIT.org).- O sacerdote Aldo Trento é, desde 1989, um dos missionários mais conhecidos da Fraternidade de São Carlos Borromeu do Paraguai. Ele tem 62 anos e é responsável por uma clínica para doentes terminais em Assunção. 

Em 2 de junho passado, o presidente da República Italiana, Giorgio Napolitano, havia lhe conferido o título de Cavaleiro da Ordem da Estrela da Solidariedade. Nesta quarta-feira, o sacerdote devolveu o reconhecimento a Napolitano, por não ter assinado o decreto que teria detido o protocolo médico para Eluana Englaro. 

«Como posso eu, cidadão italiano, receber semelhante honra quando o senhor, com sua intervenção, permite a morte de Eluana, em nome da República Italiana?», pergunta. 

«Tenho mais de um caso como o de Eluana Englaro – relata Aldo Trento. Penso no pequeno Víctor, um menino em coma, que aperta os punhos; a única coisa que fazemos é dar-lhe de comer com a sonda. Diante destas situações, como posso reagir frente ao caso de Eluana?»

«Ontem me trouxeram uma menina nua, uma prostituta, em coma, deixada na porta de um hospital; ela se chama Patrícia, tem 19 anos; nós a lavamos e limpamos. E ontem ela começou a mexer os olhos», afirma. 

«Celeste tem 11 anos, sofre de leucemia gravíssima, não havia sido tratada nunca; trouxeram-na para mim a fim de que fosse internada. Hoje Celeste caminha. E sorri.»

«Levei ao cemitério mais de 600 destes enfermos. Como se pode aceitar semelhante operação, como a que se fez com Eluana?»

«Cristina é uma menina abandonada em um lixo, é cega, surda, treme quando a beijo, vive com uma sonda, como Eluana. Não reage, só treme, mas pouco a pouco recupera as faculdades», acrescenta. 

«Sou padrinho de dezenas destes enfermos. Não me importa sua pele putrefata. O senhor teria que ver com que humildade meus médicos tratam deles.»

Aldo Trento diz experimentar uma «dor imensa» pela história de Eluana Englaro: «É como se me dissessem: agora levaremos embora seus filhos enfermos». 

Para o missionário, «o homem não pode se reduzir à questão química». 

«Como pode o presidente da República oferecer-me uma estrela à solidariedade no mundo? Assim que recebi a estrela, eu a levei à embaixada italiana no Paraguai.»

«Aqui o racionalismo cai, deixando espaço ao niilismo – comenta. Dizem-nos que uma mulher ainda viva já estaria praticamente morta. Mas então é absurdo também o cemitério e o culto à imortalidade que animam a nossa civilização.»

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Cáritas exorta à solidariedade no «Domingo pelo Zimbábue»

Iniciativa dos bispos sul-africanos para ajudar o país

CIDADE DO VATIANO, sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009 (ZENIT.org).- Frente à situação cada vez mais dramática do Zimbábue, a Conferência dos Bispos Católicos da África do Sul lançou a iniciativa «Domingo pelo Zimbábue», para recolher fundos e rezar pelo país. 

Esta iniciativa está prevista para o próximo domingo, 15 de fevereiro, e a secretária geral da Cáritas Internacional, Lesley-Anne Knight, enviou ao povo do Zimbábue uma mensagem de solidariedade em nome dos 162 membros da confederação em todo o mundo. 

Os bispos sul-africanos explicam que esta iniciativa supõe «um intento de estender a preocupação pela crise humanitária, política e econômica que aflige este país». 

Atualmente, a metade dos habitantes do Zimbábue sobrevive graças às ajudas alimentares, enquanto uma epidemia de cólera custou a vida de 3.500 pessoas e contagiou mais de 70 mil. As infraestruturas econômicas, de saúde e educativas estão em colapso. 

«Neste momento de crise e de tragédia, o povo do Zimbábue precisa de nossa solidariedade», afirma Lesley-Anne Knight em um comunicado divulgado pela rede Cáritas. 

«Os informes da equipe da Cáritas local revelam uma situação de extrema necessidade para a maior parte da população. A falta de alimento chegará a um ponto máximo nas próximas semanas, a epidemia de cólera provocou muitas vítimas e o sofrimento é cada vez mais profundo», acrescentou. 

«Os católicos e as pessoas de boa vontade de todo o mundo veem os trágicos acontecimentos que acontecem no Zimbábue e se perguntam o que podem fazer para ajudar. Podemos seguir o exemplo dos bispos da África do Sul, estabelecendo o dia 15 de fevereiro como ‘Domingo pelo Zimbábue’, para dirigir a este país nosso pensamento e a nossa oração», propõe a secretária geral da Cáritas. 

O cardeal sul-africano Wilfrid Napier, arcebispo de Durban, explica que a iniciativa surgiu quando «uma delegação de bispos se dirigiu à Conferência Episcopal e um deles apresentou a idéia do modo mais realista possível, afirmando que o mundo permite um ‘genocídio passivo’ quando se limita a contemplar o que acontece no Zimbábue». 

«Creio que pode se dizer que a situação é mais que desesperada», explicou, e acrescentou que espera que a jornada de 15 de fevereiro alcance dois objetivos.

«O primeiro é simplesmente expressar nossa solidariedade cristã com nossos irmãos e irmãs que estão sofrendo. Em segundo lugar, esperamos fazer algo para poder aliviar seu sofrimento, recolhendo fundos, alimentos, vestes e medicamentos.»

A arrecadação será nas igrejas católicas da África do Sul. A Cáritas Internacional ajudará depois a distribuí-la através de seus associados. 

A Cáritas pede 7 milhões de dólares para ajudar 250.000 pessoas a não morrer de fome, garantir a assistência médica e proporcionar água potável a 16 mil lares. 

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Quaresma: evangelizar através da rede de comunidades

Aproveitando a Campanha da Fraternidade no Brasil, pede arcebispo

BELÉM, sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009 (ZENIT.org).- Por ocasião da Campanha da Fraternidade da Igreja no Brasil, que durante a Quaresma discutirá o tema da Segurança Pública e da Justiça, o arcebispo de Belém (norte do país) pede que os católicos trabalhem por meio da rede de comunidades, para fortalecer a evangelização e ficar mais próximos das pessoas.

Em artigo difundido por sua arquidiocese nesta semana, Dom Orani João Tempesta explica que um dos trabalhos necessários para uma melhor evangelização é justamente a constituição daquilo que se chama «rede de comunidades».

«Isto significa que, além da Igreja Matriz, das Capelas, dos Grupos de serviço, dos Movimentos e das Pastorais, as Paróquias constituem pequenos grupos que se reúnem nas residências de todas as ruas das paróquias para refletir, pelo menos semanalmente, textos bíblicos iluminados pela realidade de cada lugar e região.»

Dom Orani explica que na arquidiocese de Belém a rede de comunidades recebe vários nomes conforme foi o tempo e o momento de sua constituição.

«Temos grupo de evangelização, pequena comunidade, comunidade eclesial, grupo de reflexão, setor missionário e tantos outros nomes que, de maneira geral, significam quase a mesma coisa, embora tenham vindo de experiências diferentes.»

O arcebispo considera que a Campanha da Fraternidade é um momento «em que todos esses grupos, comunidades, movimentos e carismas deverão se empenhar».

«Não podemos nos contentar apenas com os trabalhos que efetuamos em nossas matrizes e capelas: é momento de jogar as redes em águas mais profundas», afirma. 

Dom Orani enfatiza que trabalhar com a rede de comunidades «irá nos ajudar a fortalecer a evangelização, chegar mais próximos dos irmãos e irmãs e difundir a necessidade de unidade neste tempo em que temos tantos problemas de violências e tantas insatisfações pela realidade do mundo de hoje».

«Mais do que nunca necessitamos estar juntos nessa preocupação de encontrar caminhos para a paz e para a justiça em nosso meio», destaca. 

O arcebispo indica que as pessoas «se organizem para formar, onde ainda não existem, as pequenas comunidades ou grupos de reflexão, que aprofundem os assuntos da Quaresma e Campanha da Fraternidade».

«Desejo que nenhuma rua, travessa, passagem, avenida, prédio, condomínio, bairro... fique sem essa reflexão pelo menos durante o tempo da Quaresma», afirma.

«Para que isso aconteça é necessário que muitos que hoje apenas se reúnem nas igrejas e nas capelas procurem servir outros irmãos com o conhecimento que adquiriram ajudando-os no encontro com Deus e na missão de levar a todos a Boa Notícia da Salvação.»

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Em foco

Novo patriarca ortodoxo russo pede ao Papa que prossiga diálogo ecumênico

Espera em um «frutífero desenvolvimento» das relações entre as respectivas igrejas

MOSCOU, sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009 (ZENIT.org).- «Um frutífero desenvolvimento» das relações entre a Igreja Católica e a Ortodoxa Russa é o que assegura Sua Santidade Kirill, patriarca de Moscou e de Todas as Rússias, em uma mensagem transmitida a Bento XVI para agradecer-lhe pelas felicitações que o Papa lhe enviou por ocasião de sua eleição.

No texto, traduzido pelo L'Osservatore Romano, o patriarca explica que «entre os muitos deveres que se apresentam ao primaz da Igreja Ortodoxa Russa, uma das prioridades é a necessidade fundamental de testemunhar e afirmar os valores do Evangelho de Cristo na sociedade contemporânea». 

Kirill se diz convencido de que para isso devem contribuir o diálogo e a colaboração de todos aqueles que se chamam cristãos», e por isso assegura ao Papa que a Igreja Ortodoxa Russa «continuará imutavelmente aberta à cooperação com todos que se declaram seguidores do Senhor Jesus Cristo e mantêm a visão tradicional dos conteúdos da mensagem que os cristãos devem levar ao mundo contemporâneo». 

«Entre os colaboradores neste campo, a Igreja Católica de Roma ocupa um lugar particular», reconhece o patriarca. 

Da mesma forma, «um lugar particular nos esforços comuns dos cristãos, orientados a conseguir as finalidades expostas, é o ocupado pelo senhor pessoalmente, Santidade», acrescenta, dirigindo-se ao pontífice. 

«Espero sinceramente um frutífero desenvolvimento das relações entre as nossas Igrejas», conclui a mensagem com a que Kirill deseja a Bento XVI «paz, saúde e ajuda de Deus em sua tarefa», e o saúda «com afeto no Senhor». 

Kirill (Vladimir Gundiaiev), foi elevado à guia da Igreja Ortodoxa Russa em 27 de janeiro passado. Substituiu Alexis II, falecido em 5 de dezembro de 2008. A cerimônia de sua entronização aconteceu em 1º de fevereiro.

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Para enfrentar problemas atuais, arcebispo indica ascese solidária

É preciso pensar nos mais pobres e sofredores, diz Dom Walmor de Azevedo

Por Alexandre Ribeiro

BELO HORIZONTE, sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009 (ZENIT.org).- Neste tempo de crise, é especial o apelo para que cada um não se esforce apenas para «conquistar comodidades e garantias», mas que haja «esforço e método para se alcançar um modo de viver mais digno e mais solidário», afirma o arcebispo de Belo Horizonte (Brasil).

Dom Walmor Oliveira de Azevedo, em artigo difundido hoje pelo site de sua arquidiocese, explica que a solidariedade, «fonte de valor moral, é um remédio indispensável para as labutas desta hora».

Se se dispensa o exercício da solidariedade, «a hegemonia será dada a interesses e prioridades que geram, ao contrário de promover a superação, a exclusão, a cultura da desonestidade, a mesquinhez dos próprios interesses com a incapacidade de perceber a necessidade dos que precisam mais».

Solidariedade, portanto, «não pode ser um gesto esporádico ou um ato pontual na vida de alguém para alguém. O entendimento de solidariedade é a exigência de reconhecer, no conjunto dos liames que unem os homens e os grupos sociais entre si, o espaço oferecido à liberdade humana para prover o crescimento comum, compartilhado por todos», explica.

O arcebispo diz que é preciso que os homens e mulheres deste tempo cultivem a consciência do débito têm para com a sociedade em que estão inseridos.

«A consciência deste débito supõe uma novidade na conduta humana contemporânea. A proposta é o cultivo de uma ascese, isto é, uma vida ascética como possibilidade de crescimento e avanço numa configuração menos indiferente, egoísta e perversa que têm marcado as feições deste tempo.»

Segundo Dom Walmor, «não se pode admitir mais que se pense e organize a própria vida, fazendo uso do que está disponível para o bem de todos, com a meta de atendimento, a todo custo, dos próprios interesses e mesmo das próprias necessidades».

«Esta direção é a direção do fracasso de qualquer sociedade ou grupo humano. Cria-se o desejo tirânico e a convicção do direito de se usufruir de tudo sem comprometer a própria comodidade, devendo lutar, egoisticamente, para garanti-la previamente», afirma.

O arcebispo explica que a ascese é o conjunto de esforços para progredir na vida moral, religiosa, política e cívica.

«É preciso esforço e método para se alcançar um modo de viver mais digno e mais solidário em se pensando os mais pobres e sofredores, aos milhares nos diferentes cenários do mundo.»

«Há um esforço indispensável para se alcançar uma compreensão e conduta moral que alavanquem a vivência cidadã pautada por valores cidadãos, pelo altruísmo, pela capacidade e gosto de fazer esforços e mesmo sacrifícios pelo bem dos outros», enfatiza.

Dom Walmor reconhece que esta é uma proposta «na contramão da cultura atual». «Mas, indispensável sob pena de fazermos da sociedade contemporânea um verdadeiro inferno de disputa e usufruto desenfreado de tudo, valendo qualquer coisa, desde que se atenda a necessidade tirânica do desejo ou a convicção do direito de respeito à própria liberdade a qualquer custo».

«Ascese solidária é uma exigência que adverte e aponta acerca dos excessos que estão na configuração do viver contemporâneo, acentuando a exclusão e perpetuando barbaridades contra pessoas e instituições, impedindo crescimento, atualização e novas respostas», afirma o arcebispo.

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