Presidente dos EUA George Bush faz uma última visita surpresa ao Iraque

Como aconteceu sempre que viajou para o Iraque, o anúncio da visita de George Bush a Bagdade só aconteceu quando o presidente dos EUA já estava em território iraquiano. A 37 dias de passar o cargo, Bush afirmou que a guerra naquele país foi necessária para proteger os EUA e para dar aos iraquianos esperança para um futuro de paz.
"O trabalho não tem sido fácil, mas tem sido necessário para a segurança americana, esperança iraquiana e paz mundial", disse George Bush em Bagadade. "Estou muito agradecido por ter tido a oportunidade de voltar ao Iraque antes de a minha presidência terminar".
O avião presidencial 'Air Force 1' aterrou na capital do Iraque durante a tarde (hora local) após uma secreta viajem nocturna. Pela primeira vez –Bush já esteve no Iraque em outras 3 ocasiões – o presidente dos EUA foi recebido com uma cerimónia formal, embora rodeado por fortes medidas de segurança.
Encontrou-se com vários líderes políticos iraquianos e referiu-se ao presidente Jalal Talabani e aos seus vice-presidentes como homens "que acabou por admirar pela sua coragem e determinação".
Em resposta, Talabani disse que Bush era o "grande amigo" que ajudou a libertar o Iraque. "Graças a ele e à sua liderança corajosa, estamos aqui".
Acordo de segurança no topo das prioridades da visita de Bush ao Iraque
A viagem do presidente norte-americano serviu para firmar o acordo de segurança que vai delinear a actuação das tropas norte-americanas no território nos próximos tempos.
O acordo, que entra em efeito em Janeiro, substitui o mandato das Nações Unidas que dá à coligação liderada pelos EUA poderes para conduzir operações militares e prender pessoas sem acusação.
O novo documento altera algumas dessas disposições e estabelece a retirada militar norte-americana do Iraque até ao final de 2011.
Iraque ainda sofre graves problemas de segurança
A realidade no território é bem mais cruel do que George Bush tentou fazer passar com esta viagem.
Cerca de 150 mil militares norte-americanos continuam no Iraque, numa guerra iniciada por pressupostos que se confirmaram inexistentes e fortemente impopular nos EUA.
Apesar de algumas melhorias de segurança - em Novembro os ataques caíram para o nível mais baixo desde o início do conflito em 2003 –, praticamente todos os dias chegam notícias de novos ataques suicidas. Ainda esta quinta-feira 55 pessoas morreram num atentado realizado num restaurante próximo de Kirkuk.
De acordo com a Agência AP, a acção militar dos EUA no Iraque já custou aos contribuintes 576 mil milhões de dólares desde que começou há 5 anos e 6 meses. Em altura de crise económica mundial, são valores que os americanos têm dificuldade em entender.
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